contos e poesia no butekudu baitasar. a humanidade solidária e amorosa construída com todos incluídos num outro mundo possível, por la vida... siempre! li nas redes sociais: "se tua religião te faz odiar pessoas por qualquer razão, procura frequentar um buteku e paga os mesmos 10% ao garçom!"
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Te Molesta Mi Amor
Pablo Milanés e Silvio Rodríguez
Te Molesta Mi Amor
Te Molesta Mi Amor
Pablo Milanés - Silvio Rodríguez
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.
Mi amor es mi prenda encantada
es mi extensa morada
es mi espacio sin fin
mi amor, no precisa frontera
como la primavera
no prefiere jardín.
Mi amor, no es amor de mercado
porque un amor sangrado
no es amor de lucrar
mi amor es todo cuanto tengo
si lo niego o lo vendo
para que respirar...
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz.
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.
Mi amor no es amor de uno solo
sino alma de todo
lo que urge sanar
mi amor es un amor de abajo
que el devenir me trajo
para hacerlo empinar.
Mi amor, el más enamorado
es el mas olvidado
en su antiguo dolor
mi amor abre pecho a la muerte
y despeña su suerte
por un tiempo mejor
mi amor, este amor aguerrido
es un sol encendido
por quien merece amor...
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.
Mi amor es mi prenda encantada
es mi extensa morada
es mi espacio sin fin
mi amor, no precisa frontera
como la primavera
no prefiere jardín.
Mi amor, no es amor de mercado
porque un amor sangrado
no es amor de lucrar
mi amor es todo cuanto tengo
si lo niego o lo vendo
para que respirar...
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz.
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.
Mi amor no es amor de uno solo
sino alma de todo
lo que urge sanar
mi amor es un amor de abajo
que el devenir me trajo
para hacerlo empinar.
Mi amor, el más enamorado
es el mas olvidado
en su antiguo dolor
mi amor abre pecho a la muerte
y despeña su suerte
por un tiempo mejor
mi amor, este amor aguerrido
es un sol encendido
por quien merece amor...
quarta-feira, 27 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
O esfriamento das virilhas
Becos sem saída - Pão amanhecido
baitasar
Os
jovens casadouros dormiram folgados nos confortos do sofá. As núpcias fora
feita sob as medidas do sono de cada um. Roncaram ao pleno dos pulmões. As
novidades eram antigas. Um com outro se tinham esclarecido em tempos de antes.
Virou cada um para o seu lado favorecido e puseram o sono a dormir. Os ruídos
saíram pelas bocas e estremeceram pela cobertura de lã.
Daquela
noite, restou a memória do sono. Único. Dormido de uma vez só. Sem acordamentos
ou resmungos. Compromisso cumprido, os dois estavam legalizados. Como se metiam
a salvar tudo com a memória e não faziam uso dos instantâneos dos retratos,
ficaram apenas as histórias da Memória. Registração de mãe engravidada. Resmungos
da mulher de coração mole, fé e língua afiadas. Vive arrependida das
implicâncias com Ogum, mas não consegue poupar o descaso dele com o uso das
mãos, desde as núpcias da filha. Os sofrimentos das suas virilhas rejeitadas só
fazem crescer o estômago dentro da barriga, os olhos alojam o caos na
inteligência. Está desmamada
— Estou horrível!
Com o
estufamento ela fica mais esquiva, emotiva. mais descontrolada. Sente-se só, não
tem com quem falar. Ninguém. Sobrevive à mesmice dos dias e noites desviando o
pensamento para Obá. Pede ajuda para ir em frente, são dias de comer, devorar e
desenvolver. Em outras vezes, estende suas orações de devoção para santa Rita
de Cássia, a santa do impossível. Aquela que foi muitas mulheres antes de ser
santa. Noiva, casada, mãe e viúva. Mulher tornada santa em vida pelos arrastados.
Quer ajuda de conforto, mas não consegue por um fim nas implicâncias com todos.
O filho Lamparina também tem sofrido de perto
— Seu filho de uma quinhenta, corta o
cabelo!
— Mãe, é black power!
— Não me interessa, parece bicho... ainda
apanha do polícia por vagabundo.
— O que deu na senhora?
— O que deu em você pra me desobedecer?! —
estava presa na incompreensão de todos naquela casa, parecia estar caída em uma
profunda tumba, abafada pela solidão do seu precipício mudo, enterrada viva,
perdia a glória que se partia esperneando, sem paciência com as palavras que
lhe saem, sentiu vontade de um cigarro, assoprar na fumaça sua insatisfação,
sua teimosia, a rebeldia de escolher morrer sufocando pelas próprias mãos, se
pelo menos fumasse
— Você que não me invente de perder o ano
na escola...
— Vai dar tudo certo, mãe. — ela acha que
vai dar tudo errado.
Ogum tem
vivido com medo de incomodar. Está esfalfado. Perde o gosto mais um pouco a
cada pouco. Não sabe quem começou o quê. Se o desuso das mãos veio antes da
chatice ou se a chateza provocou o descostume das mãos de homem na Memória.
Pensa de recorrer com palavras ao Manualdo, mas desiste de apelar ao mais novo.
O guri já vai com seus estorvos, além do mais, não sente conforto de falar com
o moleque sobre o amolecimento da carne. O esfriamento das virilhas. É coisa
que não se confessa. Vai levando.
Muitas
vezes, tem medo que a brandura do seu endurecimento não seja um jeito provisório.
Não entende mais o que se passa, pois quando se pega pelas mãos o mastro ergue
feito ferro como a chamar a ventania. Tem a certeza da própria força. Grita
algumas poucas-vergonhas para Memória enquanto se enfia com força, sem parar,
sem comentários. Assim, enfiado nas mãos, no silêncio dos pensamentos, tem se
encontrado. É o seu macho. O seu dono. Depois que se termina fica apreciando as
mãos molhadas — Essas mãos costumavam deliciar sua Maria, agora... estão me fazendo o
serviço. O nervosismo não se passa, nem desaparece, vira agitação e ansiedade.
Quando chega a hora de dormir, demora mais que de hábito para deitar. Espera
pelo sono da Memória. Chega aos pés de bailarina, sem ruídos. Flutua. Deitada
de lado, a esposa dorme de olhos arregalados. Finge. Os dois aparentam
esquecidos um do outro. Não se enxergam.
Numa
outra dessas noites de insônia disfarçada, Memória levantou e ficou mancando de
um lado a outro, a barriga estufada e engaiolada. A negra ileié estava
amalucada. Foi até os guris pra meter olho de vigilância. Todos bem, menos o
moleque Lamparina, ainda se atrevia de cabelo grande. A Maria amalucada agarrou
tesoura e se pôs a picotar o cabelo do neguinho atrevido
— Quero vê se agora não vai cortar...
Na manhã,
daquela noite de tesouraços descontrolados, ficou esperando o barulho de
revolta do filho. Estava misturada entre a vergonha e o medo. Lamparina saiu do
banheiro raspado. Tinha retirado todo e qualquer vestígio de cabelo. Passara gilete.
Tomou seu café e saiu com os livros da escola. Não disse nada. A Memória não
estava preparada para esse filho sofrendo quieto. O silêncio do guri deixou à
negra ileié em agoniação, como algum espírito em perdição de não saber o que
fazer. Passou o dia esperando Lamparina. Sabia que devia mais que pedir
desculpas. Quando Ogum chegou, lhe contou da sua doidice e nervosismo com o
filho. Passou o dia e o menino ainda não voltava. Não sabiam onde procurar. O
barulho no portão fez os dois correrem até a portaria. É o Supimpa
— Boa noite, mãe...
— Boa noite, meu filho.
O
coração estava muito pequenino para fazer funcionar todo o seu corpo. As pernas
davam avisos que iriam desmoronar. A barriga dava voltas e minguava, nem água
conseguia beber. Continuava possuída de pavor. Tinha medo das respostas para
suas perguntas sobre o filho dissipado. Precisava saber. Jura que se ele está
com medo da sua raiva, ela não está zangada, quer apenas pedir perdão
— Mãe...
— Sim, meu filho. — nunca esteve preparada
para o que pensava que iria ouvir, mãe nenhuma se prepara para escutar
— O Lamparina foi embora.
— O quê?
— Ele partiu. — saiu em respiro de alívio
e choro. Conforto que o guri tava bem e desespero que ele estava em fuga dela
— Pra onde?
— Longe, mamãe... — conteve o barulho do
choro, mas as águas estavam transbordando daquele represamento dos olhos. O seu
menino partiu e foi ela a empurrar o neguinho para o mundo
— Qual a mãe que faria isso com seu
próprio filho? — choramingava pelos cantos
Isso
tudo há de passar. Repete dito popular. O que não há de passar é a hora de
levantar para o trabalho. O tempo corre a favor da vida e desfavorece a
memória. As águas rolam e passam. O tempo segue sempre diferente a cada vez, jamais
pelos mesmos lugares. As claridades de outro dia ainda não se apareceram. Os
barulhos do sol estão dormindo.
Manualdo
entra em sossego na cozinha da Memória
— Bom dia.
— Bom dia. — responde Ogum, que já está sentado
em um banco sem encosto. Olhos cansados do pouco sono. O mais novo serve o seu
café preto, não usa combinação de leite. Fatia um pedaço de pão e não aproveita
mistura no pão amanhecido. Não sente gosto de nada antes do almoço. O café e o
pão são apenas ração de munição, própria de soldado para se por em pé, caminhar
à frente de combate. Bucha de canhão.
Os dois
homens tomam seu café em
silêncio. Antes de saírem, guardam dentro da marmita o almoço
já preparado para eles: feijão preto, arroz, carne moída com batatas e
macarrão. Nem sempre é assim, na vez do macarrão têm bolinhos de arroz e
tomates. Mais raro é substituir a carne moída por pedaços de carne assada.
Ogum, quando está na pressa, não se dá ao trabalho de aquecer o almoço, engole
tudo frio. Manualdo, ao contrário, não abandona a cerimônia de aquecer a
marmita e ficar retirado e sozinho. Comer no meio do dia é festa, jamais pode
ser feito com desdém.
Maria
Memória caminha de lado a lado, parece bicho enjaulado
— Minha preta, por que levantar tão cedo?
— Incomoda ficar sozinha na cama.
Ogum
pensa em reclamar da solidão preocupada: os dois de costas e olho arregalado. Tem o
medo que está sentindo e a saudade de ficar entrando e saindo naquelas carnes
graúdas. Sente falta da mistura desordenada na cama. Acabam, ele e ela,
lutando sozinhos. Cada um do seu jeito. Abre os olhos, ergue as costas, fixa o
olhar e se prepara para explicar das suas vontades insatisfeitas. Desiste. Melhor,
não. Agora não é o pior ficar de boca fechada. É mais acertado. Essa coisa de ficarem
espalhando os seus sofrimentos, não dá certo. O tal de olho grande existe pra
engolir os sonhos dos descuidados e com língua desatada. Olha para as mãos e
lhes promete uma chance. Dá um breve beijo em Maria Memória e se
vai para o pátio, ele não é apenas a nervadura firme das virilhas, ele é mais
que isso, ele é seus dedos e boca, e olhos, e cheiro, e beijos, mas a negra
ileié o quer enfiado com dureza
— Minha preta... lembra os meninos de
procurar o capim do Ícaro.
— Tá bem, Ogum. — responde uma máquina,
como alguém que se sente com a alegria desfalecida, desejosa de se reviver, mas
não sabe por onde começa. Lembra-se de simpatia para recuperar paixão. Depois
que o marido sai, vai até o quarto e procura por uma folha de papel, escreve
com um toco de lápis o seu nome e do Ogum. Precisa de 7 pedaços de maria-mole.
Claro, que não tem em
casa. Substitui por pedaços de gelatina. Embrulha a gelatina
no papel com os nomes. Mais tarde, vai deixar tudo num jardim bem bonito, como
oferenda para São Cosme São Damião. Junto faz oração aos santos para que o seu
Ogum volte para os seus braços. Esquece de perguntar se ela quer recuperar a paixão...
Os dois
homens saem antes das cantorias do galo. Seguem a pé. Caminham para o emprego.
Manualdo sonha com sua bicicleta, enquanto o ar gelado da madrugada lhes
provoca sentidos de frio. Ogum esfregar as mãos como aquecimento. Levam nas
cabeças as vontades da Memória e da Cariciosa. Os marmiteiros passam por um
sujeito pequeno, que se vai a caminhar todo enrolado em casaco e touca de lã.
As mãos vão enfiadas nos bolsos, enquanto leva pendurada uma sacola de lona,
balançando ao ritmo de seus passos curtos. Enxergam os olhos e nariz do pequeno
— Bom dia, seu guarda.
— Bom dia, rapazes.
— E o lobisomem?
— Anda sumido.
O
pequeno toma outro rumo e some entre os becos. Manualdo, que ficara o tempo
daquela conversa estranha, em silêncio, se rompe em curiosidade
— Ogum, conta essa história de lobisomem...
— Pensamento demais na cabeça do pequeno.
— o mais velho dá a conversa por encerrada.
Maria
Memória, ao mesmo tempo, caminha de lado a lado, põe as mãos nas cadeiras e faz
cara de desconforto. Resolve ir para a cama. Mais adiante, leva a oferta aos
santos. Deita de lado, fica de costas. Não tem jeito. Não tem maneira. Está em desconforto. Examina
as próprias mãos. Estão em
fogo. Num jeito de repartir a dor da ausência, passa a
direita pelo corpo. Vai deslizando até as coxas. Deixa a esquerda a dar
pequenos beliscões em seus bicos. Uma se esfrega, enquanto a outra tenta se
entrar, força que as coxas se abram. Curva as pernas quando se sente enfiada e
leva a esquerda na boca. Fica se acertando
— Minha Santa, me perdoa...
Os dois movem
pedais imaginários.
Assobiam.
E gemem.
Suspiram.
E se prometem.
Levam na
cabeça jeitos de aliviar a vontade malcontente.
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Leia também:
11 - Tu mentiu, negão
13 - Não existe bem que nunca acabe, nem barata em galinheiro
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segunda-feira, 25 de junho de 2012
A última sessão de cinema em Porto Alegre
A migração dos cinemas de Porto Alegre (Parte 1 – Centro)
Milton Ribeiro no SUL 21
Anarene é a pequena cidade retratada pelo diretor Peter Bogdanovich no clássicoA última sessão de cinema, de 1971. O filme é melancólico e utiliza de forma muito hábil a fragilidade do cinema frente a televisão naquela cidade onde tudo parece estar acabando, à exceção dos olhares vigilantes da vizinhança. No filme, o encerramento das atividades de um certo cinema Royal representa a tristeza e a situação da cidade decadente e de seus habitantes. Naquele tempo, era apenas a TV. Hoje, também temos a internet e a violência, porém, se formos realistas, só podemos reclamar do fim dos cinemas nas cidades pequenas. Enquanto elas ficaram quase sem salas e o governo cria projetos como o Projeto Cinema da Cidade para incentivá-las a uma reação, o ano de 2011 bateu o recorde de vendas de ingressos. Nas grandes cidades, não houve o fim dos cinemas, mas uma migração deles cinemas em direção aos shoppings, Casas de Cultura, Sindicatos, etc.
O Sul21 não pretende fazer uma matéria triste ou apocalíptica, mas um pouco de nostalgia é inevitável, pois vamos mostrar como estão os locais onde antes havia cinemas. Vamos começar por 18 cinemas do Centro de Porto Alegre. Havia mais alguns ainda mais antigos, em clubes e até em circos. Vamos repassar os mais conhecidos.
As fotos antigas foram retiradas de diversos, sites, blogs e do Facebook, normalmente sem o autor da foto. Talvez haja direitos reservados e esperamos ser avisados se tal fato ocorrer. As fotos dos locais atuais são de Bernardo Jardim Ribeiro.
.oOo.
O Victória, na esquina da Andrade Neves com a Borges de Medeiros, foi fundado em 1940 com o nome de Vera Cruz. Tornou-se Victória após uma reforma realizada em 1952. Em 1957, foi o primeiro cinema de Porto Alegre a receber “Ar Condicionado Perfeito”.
A foto abaixo é do final dos anos 50. Jovem, bonita e sonhadora, Sarita Montiel cantava para distrair seus fregueses. Até que um dia, sua voz encantadora chama a atenção de um jovem e rico aristocrata. Era La Violetera.
Abaixo, uma bela foto do início dos anos 60. Estava passando Psicose, de Alfred Hitchcock.
As calças boca de sino mostram que chegamos aos anos 70, vez de passar Tubarão (1975), de Steven Spielberg. Havia uma fila imensa e carros subindo a Borges desde o Mercado Público. O Victória gostava de artigos, tanto que chama o filme de O Tubarão.
Hoje, há a Casa das Lâmpadas na esquina.
Alguns não sabem, mas o Victória ainda existe. Sua enorme sala foi dividida em duas. A entrada é logo ali, descendo um pouquinho a Borges.
.oOo.
O Capitólio, na esquina da Borges de Medeiros com Demétrio Ribeiro, foi inaugurado em 1928. No final dos anos 60, o prédio passou por uma reforma e mudou de nome para Premier. No início nos anos 80, sofreu outra remodelação e voltou a se chamar Capitólio. Com este nome encerrou as atividades em 1994.
O Capitólio em 1928.
Na virada do século, após o fechamento.
O prédio foi tombado pelo IPHAE em 2006, após solicitação do Instituto Estadual de Cinema. O objetivo é o de reunir ali grande parte do acervo audiovisual do Rio Grande do Sul. Porém, apesar do patrocínio da Petrobras, o projeto caminha lentamente. O Capitólio hoje.
.oOo.
O Cacique é de 1957 e era localizado na Rua da Praia. O Scala foi construído em 1969 a partir do mezanino do Cacique. Ficava, portanto, no andar de cima.
Era imenso e tinha pinturas de inspiração indígena em suas paredes. Era o Cacique, claro.
Hoje não se vê quase nada dele.
Fechado desde 1994 e sem as pinturas, parcialmente destruídas por um incêndio em 1996, o Cacique é hoje uma garagem. O restaurante Per Tutti ocupa o ex-Scala. Com alguma imaginação, estando lá dentro, pode-se “montar” o ex-cinema, com sua tela e cadeiras.
Para se chegar ao restaurante, a escadaria do Scala ainda é utilizada.
.oOo.
O Carlos Gomes da Rua Vigário José Inácio é de 1923. Por décadas, foi o local do cinema erótico em Porto Alegre. Tinha sessões contínuas que iniciavam pela manhã e adentravam a noite.
Atualmente, abriga uma filial das Lojas Pompéia.
.oOo.
O São João ficava na mesma Vigário José Inácio, fazendo esquina com a Salgado Filho. Nasceu luxuosamente em 1968 para morrer em 1994.
Hoje é uma agência do Banco do Brasil.
.oOo.
O Rex foi inaugurado em 1936 e tem história muito mais longa. Nasceu na Rua da Praia, quase na esquina com a Rua da Ladeira, atual Gal. Câmara.
Então, em 1960, foi posto abaixo para dar lugar à Galeria Di Primio Beck, que está no local até hoje com seu Banco Itaú.
Mas não morreu. Transferiu-se para a Sete de Setembro (clique na imagem abaixo para ampliar).
De onde foi retirado para dar lugar… a outra agência do Itaú. A página ao lado foi retirada do blog de Emílio Pacheco e mostra a Folha da Tarde anunciando a possibilidade de uma segunda reabertura em “qualquer ponto da cidade” ao mesmo tempo que ostenta, ao lado, um anúncio de Tubarão (sem o artigo), no Cine Victória. O jornalista recebera a informação de outra garagem ou galeria. Não contava com o Itaú. É uma bela e longa agência. O cinema pode ser pressentido em cada canto.
.oOo.
O Imperial e o Guarani ficavam lado a lado na Andradas em frente a Praça da Alfândega e têm belas fotos. Nos anos 50.
Nos 60.
O Guarani é de 1913 e era muito bonito (prédio à esquerda na foto).
Sua arquitetura era utilizada para promover os filmes, como fez com o grandioso Os Dez Mandamentos..
O edifício do Guarani ainda está lá, belíssimo. O prédio foi vendido nos anos 1980 para o Banco Safra. A velha fachada está restaurada. A construção menor, ao lado, é a das Farmácia Carvalho.
Em sua longa decadência, o Imperial (1931) programou filmes de gosto duvidoso.
Em 1987, o Guarani foi reaberto no mezanino do Imperial. O novo Guarani morreu em 2005, assim como o colega. Ambos aguardam de forma muito feia e paciente um Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, em fase de segunda licitação. A primeira foi anulada em razão da lentidão das obras.
.oOo.
O Lido da Borges de Medeiros, é o ex-Continente, de 1956. Assim como o Carlos Gomes, teve um final de vida pontuado pelo erotismo.
Hoje está em obras. Abriga várias pequenas lojas.
.oOo.
Não conseguimos fotos do Marabá, enorme casa para 1800 lugares, mas de seu antecessor, oPalácio, de 1920. O Marabá foi inaugurado em 1947 e nada tinha ver com o prédio do Palácio.
.oOo.
Não sabemos quando nasceu o pornográfico Apolo da Av. Voluntários da Pátria, mas sabemos que fechou em 2009.
Dando lugar à loja Gallego.
.oOo.
O Áurea fica na Av. Júlio de Castilhos e é um irmão sobrevivente do pequeno Apolo. Abaixo, em 2009.
E hoje.
.oOo.
A Julio de Castilhos também abriga o Atlas, que era bem simples em 2009. Como diferencial, a casa misturava filmes com sexo ao vivo.
Ainda mistura. E parece ter crescido com a fórmula.
.oOo.
Os cinemas novos: a Sala Paulo Amorim dentro da Casa de Cultura Mario Quintana.
A Sala Eduardo Hirtz, no mesmo local.
E, ainda no mesmo prédio, mas de frente para a Rua da Praia, a Sala Norberto Lubisco.
.oOo.
Há também o Cine Santander Cultural, dentro do Centro Cultural de mesmo nome.
.oOo.
O charmoso CineBancários.
.oOo.
Os dois cinemas do Shopping Rua da Praia, os Arcoíris 1 e 2.
.oOo.
A briosa Sala P.F. Gastal, dentro da Usina do Gasômetro.
.oOo.
E já quase fora do centro da cidade, a Sala Redenção do Campus Centro da UFRGS.
.oOo.
Na próxima semana, pretendemos visitar os bairros. Utilizamos várias fontes, as principais estão listadas abaixo:
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