quinta-feira, 28 de junho de 2012

E você, não entendeu?

MAFALDA

Quino




Te Molesta Mi Amor

Pablo Milanés e Silvio Rodríguez





Te Molesta Mi Amor
 Pablo Milanés - Silvio Rodríguez

¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.

Mi amor es mi prenda encantada
es mi extensa morada
es mi espacio sin fin
mi amor, no precisa frontera
como la primavera
no prefiere jardín.

Mi amor, no es amor de mercado
porque un amor sangrado
no es amor de lucrar
mi amor es todo cuanto tengo
si lo niego o lo vendo
para que respirar...

¿Te molesta mi amor?
Mi amor de juventud
y mi amor es un arte de virtud
¿Te molesta mi amor?
Mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz.

¿Te molesta mi amor?
Mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad
¿Te molesta mi amor?
Mi amor de surtidor
y mi amor es un arte mayor.

Mi amor no es amor de uno solo
sino alma de todo
lo que urge sanar
mi amor es un amor de abajo
que el devenir me trajo
para hacerlo empinar.

Mi amor, el más enamorado
es el mas olvidado
en su antiguo dolor
mi amor abre pecho a la muerte
y despeña su suerte
por un tiempo mejor
mi amor, este amor aguerrido
es un sol encendido
por quien merece amor...


GRANDE SERTÃO: VEREDAS

João Guimarães Rosa


terça-feira, 26 de junho de 2012

O esfriamento das virilhas

Becos sem saída - Pão amanhecido


 baitasar
Os jovens casadouros dormiram folgados nos confortos do sofá. As núpcias fora feita sob as medidas do sono de cada um. Roncaram ao pleno dos pulmões. As novidades eram antigas. Um com outro se tinham esclarecido em tempos de antes. Virou cada um para o seu lado favorecido e puseram o sono a dormir. Os ruídos saíram pelas bocas e estremeceram pela cobertura de lã.
Daquela noite, restou a memória do sono. Único. Dormido de uma vez só. Sem acordamentos ou resmungos. Compromisso cumprido, os dois estavam legalizados. Como se metiam a salvar tudo com a memória e não faziam uso dos instantâneos dos retratos, ficaram apenas as histórias da Memória. Registração de mãe engravidada. Resmungos da mulher de coração mole, fé e língua afiadas. Vive arrependida das implicâncias com Ogum, mas não consegue poupar o descaso dele com o uso das mãos, desde as núpcias da filha. Os sofrimentos das suas virilhas rejeitadas só fazem crescer o estômago dentro da barriga, os olhos alojam o caos na inteligência. Está desmamada
—        Estou horrível!
Com o estufamento ela fica mais esquiva, emotiva. mais descontrolada. Sente-se só, não tem com quem falar. Ninguém. Sobrevive à mesmice dos dias e noites desviando o pensamento para Obá. Pede ajuda para ir em frente, são dias de comer, devorar e desenvolver. Em outras vezes, estende suas orações de devoção para santa Rita de Cássia, a santa do impossível. Aquela que foi muitas mulheres antes de ser santa. Noiva, casada, mãe e viúva. Mulher tornada santa em vida pelos arrastados. Quer ajuda de conforto, mas não consegue por um fim nas implicâncias com todos. O filho Lamparina também tem sofrido de perto
—        Seu filho de uma quinhenta, corta o cabelo!
—        Mãe, é black power!
—        Não me interessa, parece bicho... ainda apanha do polícia por vagabundo.
—        O que deu na senhora?
—        O que deu em você pra me desobedecer?! — estava presa na incompreensão de todos naquela casa, parecia estar caída em uma profunda tumba, abafada pela solidão do seu precipício mudo, enterrada viva, perdia a glória que se partia esperneando, sem paciência com as palavras que lhe saem, sentiu vontade de um cigarro, assoprar na fumaça sua insatisfação, sua teimosia, a rebeldia de escolher morrer sufocando pelas próprias mãos, se pelo menos fumasse
—        Você que não me invente de perder o ano na escola...
—        Vai dar tudo certo, mãe. — ela acha que vai dar tudo errado.
Ogum tem vivido com medo de incomodar. Está esfalfado. Perde o gosto mais um pouco a cada pouco. Não sabe quem começou o quê. Se o desuso das mãos veio antes da chatice ou se a chateza provocou o descostume das mãos de homem na Memória. Pensa de recorrer com palavras ao Manualdo, mas desiste de apelar ao mais novo. O guri já vai com seus estorvos, além do mais, não sente conforto de falar com o moleque sobre o amolecimento da carne. O esfriamento das virilhas. É coisa que não se confessa. Vai levando.
Muitas vezes, tem medo que a brandura do seu endurecimento não seja um jeito provisório. Não entende mais o que se passa, pois quando se pega pelas mãos o mastro ergue feito ferro como a chamar a ventania. Tem a certeza da própria força. Grita algumas poucas-vergonhas para Memória enquanto se enfia com força, sem parar, sem comentários. Assim, enfiado nas mãos, no silêncio dos pensamentos, tem se encontrado. É o seu macho. O seu dono. Depois que se termina fica apreciando as mãos molhadas — Essas mãos costumavam deliciar sua Maria, agora... estão me fazendo o serviço. O nervosismo não se passa, nem desaparece, vira agitação e ansiedade. Quando chega a hora de dormir, demora mais que de hábito para deitar. Espera pelo sono da Memória. Chega aos pés de bailarina, sem ruídos. Flutua. Deitada de lado, a esposa dorme de olhos arregalados. Finge. Os dois aparentam esquecidos um do outro. Não se enxergam.
Numa outra dessas noites de insônia disfarçada, Memória levantou e ficou mancando de um lado a outro, a barriga estufada e engaiolada. A negra ileié estava amalucada. Foi até os guris pra meter olho de vigilância. Todos bem, menos o moleque Lamparina, ainda se atrevia de cabelo grande. A Maria amalucada agarrou tesoura e se pôs a picotar o cabelo do neguinho atrevido
—        Quero vê se agora não vai cortar...
Na manhã, daquela noite de tesouraços descontrolados, ficou esperando o barulho de revolta do filho. Estava misturada entre a vergonha e o medo. Lamparina saiu do banheiro raspado. Tinha retirado todo e qualquer vestígio de cabelo. Passara gilete. Tomou seu café e saiu com os livros da escola. Não disse nada. A Memória não estava preparada para esse filho sofrendo quieto. O silêncio do guri deixou à negra ileié em agoniação, como algum espírito em perdição de não saber o que fazer. Passou o dia esperando Lamparina. Sabia que devia mais que pedir desculpas. Quando Ogum chegou, lhe contou da sua doidice e nervosismo com o filho. Passou o dia e o menino ainda não voltava. Não sabiam onde procurar. O barulho no portão fez os dois correrem até a portaria. É o Supimpa
—        Boa noite, mãe...
—        Boa noite, meu filho.
O coração estava muito pequenino para fazer funcionar todo o seu corpo. As pernas davam avisos que iriam desmoronar. A barriga dava voltas e minguava, nem água conseguia beber. Continuava possuída de pavor. Tinha medo das respostas para suas perguntas sobre o filho dissipado. Precisava saber. Jura que se ele está com medo da sua raiva, ela não está zangada, quer apenas pedir perdão
—        Mãe...
—        Sim, meu filho. — nunca esteve preparada para o que pensava que iria ouvir, mãe nenhuma se prepara para escutar
—        O Lamparina foi embora.
—        O quê?
—        Ele partiu. — saiu em respiro de alívio e choro. Conforto que o guri tava bem e desespero que ele estava em fuga dela
—        Pra onde?
—        Longe, mamãe... — conteve o barulho do choro, mas as águas estavam transbordando daquele represamento dos olhos. O seu menino partiu e foi ela a empurrar o neguinho para o mundo
—        Qual a mãe que faria isso com seu próprio filho? — choramingava pelos cantos
Isso tudo há de passar. Repete dito popular. O que não há de passar é a hora de levantar para o trabalho. O tempo corre a favor da vida e desfavorece a memória. As águas rolam e passam. O tempo segue sempre diferente a cada vez, jamais pelos mesmos lugares. As claridades de outro dia ainda não se apareceram. Os barulhos do sol estão dormindo.
Manualdo entra em sossego na cozinha da Memória
—        Bom dia.
—        Bom dia. — responde Ogum, que já está sentado em um banco sem encosto. Olhos cansados do pouco sono. O mais novo serve o seu café preto, não usa combinação de leite. Fatia um pedaço de pão e não aproveita mistura no pão amanhecido. Não sente gosto de nada antes do almoço. O café e o pão são apenas ração de munição, própria de soldado para se por em pé, caminhar à frente de combate. Bucha de canhão.
Os dois homens tomam seu café em silêncio. Antes de saírem, guardam dentro da marmita o almoço já preparado para eles: feijão preto, arroz, carne moída com batatas e macarrão. Nem sempre é assim, na vez do macarrão têm bolinhos de arroz e tomates. Mais raro é substituir a carne moída por pedaços de carne assada. Ogum, quando está na pressa, não se dá ao trabalho de aquecer o almoço, engole tudo frio. Manualdo, ao contrário, não abandona a cerimônia de aquecer a marmita e ficar retirado e sozinho. Comer no meio do dia é festa, jamais pode ser feito com desdém.
Maria Memória caminha de lado a lado, parece bicho enjaulado
—        Minha preta, por que levantar tão cedo?
—        Incomoda ficar sozinha na cama.
Ogum pensa em reclamar da solidão preocupada: os dois de costas e olho arregalado. Tem o medo que está sentindo e a saudade de ficar entrando e saindo naquelas carnes graúdas. Sente falta da mistura desordenada na cama. Acabam, ele e ela, lutando sozinhos. Cada um do seu jeito. Abre os olhos, ergue as costas, fixa o olhar e se prepara para explicar das suas vontades insatisfeitas. Desiste. Melhor, não. Agora não é o pior ficar de boca fechada. É mais acertado. Essa coisa de ficarem espalhando os seus sofrimentos, não dá certo. O tal de olho grande existe pra engolir os sonhos dos descuidados e com língua desatada. Olha para as mãos e lhes promete uma chance. Dá um breve beijo em Maria Memória e se vai para o pátio, ele não é apenas a nervadura firme das virilhas, ele é mais que isso, ele é seus dedos e boca, e olhos, e cheiro, e beijos, mas a negra ileié o quer enfiado com dureza
—        Minha preta... lembra os meninos de procurar o capim do Ícaro.
—        Tá bem, Ogum. — responde uma máquina, como alguém que se sente com a alegria desfalecida, desejosa de se reviver, mas não sabe por onde começa. Lembra-se de simpatia para recuperar paixão. Depois que o marido sai, vai até o quarto e procura por uma folha de papel, escreve com um toco de lápis o seu nome e do Ogum. Precisa de 7 pedaços de maria-mole. Claro, que não tem em casa. Substitui por pedaços de gelatina. Embrulha a gelatina no papel com os nomes. Mais tarde, vai deixar tudo num jardim bem bonito, como oferenda para São Cosme São Damião. Junto faz oração aos santos para que o seu Ogum volte para os seus braços. Esquece de perguntar se ela quer recuperar a paixão...
Os dois homens saem antes das cantorias do galo. Seguem a pé. Caminham para o emprego. Manualdo sonha com sua bicicleta, enquanto o ar gelado da madrugada lhes provoca sentidos de frio. Ogum esfregar as mãos como aquecimento. Levam nas cabeças as vontades da Memória e da Cariciosa. Os marmiteiros passam por um sujeito pequeno, que se vai a caminhar todo enrolado em casaco e touca de lã. As mãos vão enfiadas nos bolsos, enquanto leva pendurada uma sacola de lona, balançando ao ritmo de seus passos curtos. Enxergam os olhos e nariz do pequeno
—        Bom dia, seu guarda.
—        Bom dia, rapazes.
—        E o lobisomem?
—        Anda sumido.
O pequeno toma outro rumo e some entre os becos. Manualdo, que ficara o tempo daquela conversa estranha, em silêncio, se rompe em curiosidade
—        Ogum, conta essa história de lobisomem...
—        Pensamento demais na cabeça do pequeno. — o mais velho dá a conversa por encerrada.
Maria Memória, ao mesmo tempo, caminha de lado a lado, põe as mãos nas cadeiras e faz cara de desconforto. Resolve ir para a cama. Mais adiante, leva a oferta aos santos. Deita de lado, fica de costas. Não tem jeito. Não tem maneira. Está em desconforto. Examina as próprias mãos. Estão em fogo. Num jeito de repartir a dor da ausência, passa a direita pelo corpo. Vai deslizando até as coxas. Deixa a esquerda a dar pequenos beliscões em seus bicos. Uma se esfrega, enquanto a outra tenta se entrar, força que as coxas se abram. Curva as pernas quando se sente enfiada e leva a esquerda na boca. Fica se acertando
—        Minha Santa, me perdoa...
Os dois movem pedais imaginários.
Assobiam. E gemem.
Suspiram. E se prometem.
Levam na cabeça jeitos de aliviar a vontade malcontente.

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Leia também: 
11 - Tu mentiu, negão 

13 - Não existe bem que nunca acabe, nem barata em galinheiro

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A última sessão de cinema em Porto Alegre


A migração dos cinemas de Porto Alegre (Parte 1 – Centro)


Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
Milton Ribeiro no SUL 21
Anarene é a pequena cidade retratada pelo diretor Peter Bogdanovich no clássicoA última sessão de cinema, de 1971. O filme é melancólico e utiliza de forma muito hábil a fragilidade do cinema frente a televisão naquela cidade onde tudo parece estar acabando, à exceção dos olhares vigilantes da vizinhança. No filme, o encerramento das atividades de um certo cinema Royal representa a tristeza e a situação da cidade decadente e de seus habitantes. Naquele tempo, era apenas a TV. Hoje, também temos a internet e a violência, porém, se formos realistas, só podemos reclamar do fim dos cinemas nas cidades pequenas. Enquanto elas ficaram quase sem salas e o governo cria  projetos como o Projeto Cinema da Cidade para incentivá-las a uma reação, o ano de 2011 bateu o recorde de vendas de ingressos. Nas grandes cidades, não houve o fim dos cinemas, mas uma migração deles cinemas em direção aos shoppings, Casas de Cultura, Sindicatos, etc.
Sul21 não pretende fazer uma matéria triste ou apocalíptica, mas um pouco de nostalgia é inevitável, pois vamos mostrar como estão os locais onde antes havia cinemas. Vamos começar por 18 cinemas do Centro de Porto Alegre. Havia mais alguns ainda mais antigos, em clubes e até em circos. Vamos repassar os mais conhecidos.
As fotos antigas foram retiradas de diversos, sites, blogs e do Facebook, normalmente sem o autor da foto. Talvez haja direitos reservados e esperamos ser avisados se tal fato ocorrer. As fotos dos locais atuais são de Bernardo Jardim Ribeiro.
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Victória, na esquina da Andrade Neves com a Borges de Medeiros, foi fundado em 1940 com o nome de Vera Cruz. Tornou-se Victória após uma reforma realizada em 1952. Em 1957, foi o primeiro cinema de Porto Alegre a receber “Ar Condicionado Perfeito”.
A foto abaixo é do final dos anos 50. Jovem, bonita e sonhadora, Sarita Montiel cantava para distrair seus fregueses. Até que um dia, sua voz encantadora chama a atenção de um jovem e rico aristocrata. Era La Violetera.
Abaixo, uma bela foto do início dos anos 60. Estava passando Psicose, de Alfred Hitchcock.
As calças boca de sino mostram que chegamos aos anos 70, vez de passar Tubarão (1975), de Steven Spielberg. Havia uma fila imensa e carros subindo a Borges desde o Mercado Público. O Victória gostava de artigos, tanto que chama o filme de O Tubarão.
Hoje, há a Casa das Lâmpadas na esquina.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Alguns não sabem, mas o Victória ainda existe. Sua enorme sala foi dividida em duas. A entrada é logo ali, descendo um pouquinho a Borges.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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O Capitólio, na esquina da Borges de Medeiros com Demétrio Ribeiro,  foi inaugurado em 1928. No final dos anos 60, o prédio passou por uma reforma e mudou de nome para Premier. No início nos anos 80, sofreu outra remodelação e voltou a se chamar Capitólio. Com este nome encerrou as atividades em 1994.
O Capitólio em 1928.
Na virada do século, após o fechamento.
O prédio foi tombado pelo IPHAE em 2006, após solicitação do Instituto Estadual de Cinema. O objetivo é o de reunir ali grande parte do acervo audiovisual do Rio Grande do Sul. Porém, apesar do patrocínio da Petrobras, o projeto caminha lentamente. O Capitólio hoje.


Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Cacique é de 1957 e era localizado na Rua da Praia. O Scala foi construído em 1969 a partir do mezanino do Cacique. Ficava, portanto, no andar de cima.
Era imenso e tinha pinturas de inspiração indígena em suas paredes. Era o Cacique, claro.
Hoje não se vê quase nada dele.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Fechado desde 1994 e sem as pinturas, parcialmente destruídas por um incêndio em 1996, o Cacique é hoje uma garagem. O restaurante Per Tutti ocupa o ex-Scala. Com alguma imaginação, estando lá dentro, pode-se “montar” o ex-cinema, com sua tela e cadeiras.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Para se chegar ao restaurante, a escadaria do Scala ainda é utilizada.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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O Carlos Gomes da Rua Vigário José Inácio é de 1923. Por décadas, foi o local do cinema erótico em Porto Alegre.  Tinha sessões contínuas que iniciavam pela manhã e adentravam a noite.
Atualmente, abriga uma filial das Lojas Pompéia.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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São João ficava na mesma Vigário José Inácio, fazendo esquina com a Salgado Filho. Nasceu luxuosamente em 1968 para morrer em 1994.
Hoje é uma agência do Banco do Brasil.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Rex foi inaugurado em 1936 e tem história muito mais longa. Nasceu na Rua da Praia, quase na esquina com a Rua da Ladeira, atual Gal. Câmara.
Então, em 1960, foi posto abaixo para dar lugar à Galeria Di Primio Beck, que está no local até hoje com seu Banco Itaú.


Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Mas não morreu. Transferiu-se para a Sete de Setembro (clique na imagem abaixo para ampliar).

De onde foi retirado para dar lugar… a outra agência do Itaú. A página ao lado foi retirada do blog de Emílio Pacheco e mostra a Folha da Tarde anunciando a possibilidade de uma segunda reabertura em “qualquer ponto da cidade” ao mesmo tempo que ostenta, ao lado, um anúncio de Tubarão (sem o artigo), no Cine Victória. O jornalista recebera a informação de outra garagem ou galeria. Não contava com o Itaú. É uma bela e longa agência. O cinema pode ser pressentido em cada canto.



Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Imperial e o Guarani ficavam lado a lado na Andradas em frente a Praça da Alfândega e têm belas fotos. Nos anos 50.
Nos 60.
O Guarani é de 1913 e era muito bonito (prédio à esquerda na foto).
Sua arquitetura era utilizada para promover os filmes, como fez com o grandioso Os Dez Mandamentos..
O edifício do Guarani ainda está lá, belíssimo. O prédio foi vendido nos anos 1980 para o Banco Safra. A velha fachada está restaurada. A construção menor, ao lado, é a das Farmácia Carvalho.

Banco Safra - Divulgação

Em sua longa decadência, o Imperial (1931) programou filmes de gosto duvidoso.
Em 1987, o Guarani foi reaberto no mezanino do Imperial. O novo Guarani morreu em 2005, assim como o colega. Ambos aguardam de forma muito feia e paciente um Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, em fase de segunda licitação. A primeira foi anulada em razão da lentidão das obras.


Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Lido da Borges de Medeiros, é o ex-Continente, de 1956. Assim como o Carlos Gomes, teve um final de vida pontuado pelo erotismo.
Hoje está em obras. Abriga várias pequenas lojas.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Não conseguimos fotos do Marabá, enorme casa para 1800 lugares, mas de seu antecessor, oPalácio, de 1920.  O Marabá foi inaugurado em 1947 e nada tinha ver com o prédio do Palácio.
Local propenso à destruição, hoje ostenta um prédio moderno.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Não sabemos quando nasceu o pornográfico Apolo da Av. Voluntários da Pátria, mas sabemos que fechou em 2009.
Dando lugar à loja Gallego.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Áurea fica na Av. Júlio de Castilhos e é um irmão sobrevivente do pequeno Apolo. Abaixo, em 2009.
E hoje.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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A Julio de Castilhos também abriga o Atlas, que era bem simples em 2009. Como diferencial, a casa misturava filmes com sexo ao vivo.
Ainda mistura. E parece ter crescido com a fórmula.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Os cinemas novos: a Sala Paulo Amorim dentro da Casa de Cultura Mario Quintana.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

Sala Eduardo Hirtz, no mesmo local.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21

E, ainda no mesmo prédio, mas de frente para a Rua da Praia, a Sala Norberto Lubisco.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Há também o Cine Santander Cultural, dentro do Centro Cultural de mesmo nome.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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O charmoso CineBancários.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Os dois cinemas do Shopping Rua da Praia, os Arcoíris 1 e 2.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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A briosa Sala P.F. Gastal, dentro da Usina do Gasômetro.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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E já quase fora do centro da cidade, a Sala Redenção do Campus Centro da UFRGS.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro / Sul21
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Na próxima semana, pretendemos visitar os bairros. Utilizamos várias fontes, as principais estão listadas abaixo: