terça-feira, 27 de outubro de 2015

Teatro Pedagógico: quebra-cabeças

Parábolas de uma Professora



quebra-cabeças


baitasar e paulo e marko




perco a confiança na escola. os alunos perdem a confiança de aprender em nossa habilidade, talento e vontade de educar. reprovamos sem levar em conta a avaliação da aprendizagem de tudo que não sabemos medir. perdemos os pequenos ou grandes trabalhos que deveriam ter sido entregues e não foram. ficaram esquecidos em casa. em alguma gaveta, em cima da mesa. afinal, tinham grande ou nenhuma importância? jamais houve discussões dos conteúdos que não soubemos. ignoramos modos de proceder ou agir que não percebemos, sonhos que desconhecemos, vontades que quebramos, vozes que não escutamos. e reprovamos quando as mudanças de comportamento chegam muito tarde. de que adianta apresentar sua marcha para frente, muito no final do ano letivo? usamos a linha de tempo para definir o espaço de avaliação permitido. às mudanças possíveis do aluno não encobre todo um ano de desleixo e incapacidades, então, reprovamos. tantas horas tantos minutos tanta vida

Aguinaldo, eu me sinto muito oprimida pelo movimento constante e inexaurível dos ponteiros do relógio que anuncia a cada tic tac: ‘o tempo se esgota’. Preciso buscar meus filhos na escola. Teremos mais algum aviso ou discussão relevante?

acemira impacientemente indicava não querer mais papo-furado nem diagonal em curva. a medida da duração dos fenômenos esgotara sua capacidade de refletir. vivemos o tempo que se esgota antes de começar. cansara e tinha as têmporas latejando. expressava no olhar uma disposição de adeus. a escola que se acabe ou bum. as crianças se eduquem nas ruas, onde parece haver mais sabedoria, a famosa sabedoria popular. no final, solicitava o seu esquecimento e que fizéssemos todos de conta que morreu. implorava: não apareçam com missa de sétimo dia

Paulo, se nossos alunos estão desaforados e recusamos sua deseducação, somos seus opressores?

Desaforados? Meu Deus, eles estão em luta corporal! Gente em que mundo vocês vivem? Estamos apanhando com palavrões! Empurrões! Ameaças! Socos! Tijoladas!

Opressores? Meus deuses, esses pequenos marginais são as vítimas? Essas prematuras barrigas e indecentes bundas oferecidas são as vítimas? Nós, somos nós as sacrificadas nesta epidemia diária!

o aguinaldo balançou com a intervenção da acemira e da cabayba. e as ameaças com olhares raivosamente fulminantes. a raiva que nega a vida energiza apenas o egoísmo do individualismo, mas continuou o pequeno broto desta discussão. a polêmica sem afetação é difícil. somos fáceis de sermos os enganados com este discurso de salvadores da pátria das chuteiras ou descalça ou descamisada. é tudo a mesma coisa na fantasia de ter os sonhos brilhando no néon falso de uma humanidade que necessita de salvadores e gerentes. um mundo colorido por mentiras e fraudes, feito um pastel vazio, sem recheio, habitado por pequenos presentinhos trocados no abrigo. bolinhos ou pãezinhos. beicinhos adocicados. não precisamos de amores exagerados ou exasperados, gritando palavras de ordem, indicando caminhos com setas imensas que impedem o olhar por quem passa. a vida não se repete sempre igual, mas precisamos acordar para a vida que se quer e também me quer amorosa lúcida amorosa comprometida amorosa

Reclamamos e proclamamos nossas dores exigindo que outro faça a sua parte e a nossa, afinal os fantasmas são os mesmos.

Eliza, se grito com minhas alunas e meus alunos e não os quero correndo livres e quando correm digo aos berros que estão correndo pelo deserto: eu sou o caminho. A verdade é a minha. Eles precisam seguir por aqui, pois estou coberto do amor por minha sabedoria, consigo salvar a todos nós, eu e vocês. Todos são meu brinquedo, um pouco de exagero com o cachorrinho ou gatinho que me espera e que me dança quando chego. Nada de mal os alcançará enquanto forem os meus brinquedos. Meus momentos serão os vossos momentos e assim não desaparecerão do mundo, brotaram, novamente, até serem colhidos para enfeitar nossos vasos sanitários, sem uso. Como voltar e caminhar ao teu lado se eu estou um passo a frente com os ombros arqueados do peso carregado e sem coragem de parar? Brincar? Não temos tempo. É preciso seguir e marchar ao encontro deste tempo das vacas gordas que se passa e nada espera. Vou vivendo a sucessão dos anos dias horas, que me envolve sem passado presente futuro para teus convites de chás e bolos. Sou a minha e a tua voz, não precisa e nem sabes o que falar. Nem todo dia é dia de viver. Aguinaldo, com sinceridade, responda: como não fugir de alguém assim, tão completa, em si mesma? Juro que tanto ardor por si, em nome de todos, me assusta e acaba com minha boa fé. Como construir uma ou várias vidas novas, onde se constrói esta nova consciência? Num casarão vazio é impossível!

Camila, você está sugerindo para esquecermos os conteúdos e nos determos sobre os métodos?

Gurias e guris, por que não posso construir, também, o conhecimento com meus alunos e alunas através da sua forma de falar e registrar suas histórias? Como vou aprender com minha pequena aluna manicure ou jogadora de sinuca ou cuidadora de crianças pequenas, que se sustenta e também alimenta?

Camila, reaprenderei nos sonhos que tive escutando. Que tal os sonhos dos meninos com a bola? Ninguém vive para sofrer. A escola que conheço não sabe e não pergunta sobre aquilo que os olhos infantis enxergam, somos os professores e eles e elas são apenas as alunas e os alunos perdidos que nos buscam para mudar no mundo, Correm risco de vida se não me escutam, grito, Correm risco de identidade se não questionam minha conversa entornada, murmuro entre um pesadelo e outro, navegando pelos mares da vida sem leme, acompanhando os ventos e tufões e parando na calmaria. Cultura popular e sabedoria popular subsistem aos apelos que nos consomem às recordações antigas. A oratória dos velhos e das velhas é um tapa na cara de sujeitos e predicados normais. Os caminhos precisam ser escolhidos por todos e todas misturados na balbúrdia dos sonhos de humanidade.

sinto-me apaixonada e andando no campo afora, tomando mate amargo com folhas moídas grossas. o vento da liberdade me batendo ao rosto. a palma da mão aquecida pelo seio moreno da cuia enquanto nossos dedos metidos uns por entre os outros nos fazem caminhar lado a lado, ao mesmo passo. passos sólidos e seguros. nosso abrigo da alma, onde a cada dia tenho mais vontade de viver pertinho da tua vida, te sentindo colado, abrigado em mim. acordei com o espírito em desordem e com o coração em alvoroço, ainda apaixonada e te amando. como é difícil acordar calada. o amor faz com que o tempo pare? vontade de ver vontade de escutar vontade de tocar vontade de aninhar, vontade de sentir tuas mãos e ouvir, te amo! ando, por estes dias, amando-te ferozmente. querendo-o em todo instante sem juízo, como se a vida fosse esgotar daqui a pouco. saudade. deixar o tempo passar sem adonar-se de ninguém, igual ele passa e não nos pede consentimento

Aliás, Eliza, não querer se apossar de nada nem ninguém, deveria ser a nossa tentação. Quero somente contar os causos, protegido pelo meu poncho, seguido pelo meu pingo, assim, apenas indo pelo rincão, encontrando os amigos sem as marcas de arreios de couro, deitando nas palhas, ouvindo as vozes que chegam da estância. Tenho outro caminho, vivo as belezas e as dores da minha pele negra ou escura ou parda. Carrego em minha história sofrimentos e degradações, mas também correm em meu sangue as lembranças históricas de reis e rainhas, Quem sabe da minha herança de raça? A minha dor é apenas uma exposição cronológica de fatos?

também quero saber enquanto procuro pelo olhar que continua pairando acima. ausente

Aguinaldo, eu não acredito em trabalho apolítico. Mesmo quando negamos nosso envolvimento político na prática pedagógica estamos exercendo política em todos os seus sentidos. O ato de negar que temos uma cara política em nossa prática pedagógica não nos faz mulheres e homens apolíticos, talvez ingênuos, mas, na maioria das vezes, astutos senhores da palavra que modifica ou faz permanecer inalterada nossa condição de senhores, pois a vida em comunidade nos necessita, pensamos, a ideologia da negação atualiza e protege seu investimento em nós, perdoa nossa omissão, mas temos como prêmio a perda dos nossos sonhos. O rufar dos tambores da vida evoca ação, não basta gritar amém, santo amém, senhor. É preciso sentir o fio da lâmina nos rasgando em sulcos nas alturas e descobrir que nossa neutralidade é uma mentira.

É preciso descobrir os testículos arrancados e não se acusar do descuido. Não se arrancam os ovos do escroto, senão como sina de obediência absoluta. Não me machuquem mais, pois sou vago e imparcial, sou de vocês.

O que foi isso, Anita?

Desculpem, uma invenção para desviar.

A neutralidade nunca existiu. Claro, que podemos continuar fingindo que não temos outras intenções que proteger crianças, jovens e adultos tão desprotegidos, afirmando que somente a escola o fará melhor, pois somos o caminho e a luz.

ficamos em silêncio tentando entender a camila a eliza a cabayba a acemira o aguinaldo o paulo o marko, será isso mesmo? como somos tão lentinhos e lentinhas para entender o óbvio, escutava no silêncio daquele agrupamento. ainda não entenderam que aprovar ou reprovar é somente uma questão ideológica, assumida pela sociedade que nos diz como devemos vender nossas aulas. não existe teoria da educação que reforce o reprovar como necessário para o aprender e apreender. ninguém aprende porque reprovou, fica-se sabendo porque passamos a estabelecer relações que no antes não conseguíamos organizar

Mas e os conhecimentos pedagógicos alicerçados na experiência do professor devem ser esquecidos?

o professor aguinaldo consciente dos olhares fulminantes da acemira continuava animado e disposto. queria aprofundar as questões que não estavam na pauta da reunião, mas que invariavelmente se tornavam, como a visão estimulante de uma maçã a sua primeira mordida, mais saborosas e carnudas na doce volúpia do pecado. qual pecado? quem decide, isto pode ou não pode

Querido Aguinaldo, Não existe a neutralidade, a não ser na imaginação inocente de educadores escravizados, que não conseguem nem ao menos sonhar com a sua libertação. Melhor dito, não se reconhecem escravos, nem opressores...

Se choram de vítimas!

Fazem promessas tolas e não se mostram. Não são traidores quando inventam desculpas para sair do show, nem cruéis quando pedem desculpas institucionais por suas mentiras. A pedagogia neutra se torna especialmente cruel quando nega a existência histórica da outra maneira de ensinar conteúdos, com todos os sentidos e prazeres, conceitos submetidos às nossas condições limitadas de vida para agir na sua amplitude. Ninguém existe em cima do muro, pois não existe muro. O que encontro são cercas de arame farpado com pontas de fio prontas para machucar, não se consegue ficar apoiado em cercas farpadas, estamos de um lado ou de outro, mas podemos estar envolvidos por correntes ou submetidos em cavernas. Dizemos que ensinamos quando apenas estamos transcrevendo obras já pensadas, textos já escritos, nossa palavra não trás uma compreensão nova ou uma re-leitura do já lido, nossa tradução é literal sem chances para o pensamento do novo que sempre vem, estatisticamente, talvez, quem sabe, nunca se tenha usado tanto a “cópia xerográfica”, em uma abundância de imitação e reprodução. Terminamos empurrados para um canto sem amorosidade e esquecidos.

quem irá nos escutar? ninguém escuta nossos desabafos. a menina vem e passa e não nos olha. precisamos perceber que estamos em um mundo de informação instantânea, não depende de nós para chegar no seu destino cada vez mais impessoal, rápido e decidido longe da escola. não fazemos nenhuma diferença! nossa diferença, neste mundo frio e mecânico, está no caráter amoroso que podemos emprestar as informações que chegam aos homens e as mulheres, viventes deste nosso tempo. nossa missão humana é maior que mostrar contas e verbos, ou avaliar ditados. temos a missão inalienável de apresentar o ser humano afetivo aos nossos alunos. o mundo já se encarregou de mostrar-nos como pode envolver aos homens e as mulheres e tornar as pessoas inumanas no ódio, na ganância e no jogo das aparências e poder, cabe a escola com seus professores e professoras mostrar e provar que existe amorosidade no conhecimento. expor à vista que existe responsabilidade nas decisões tomadas com todos e com todas, pode existir beleza na disputa de idéias com a participação de todos e todas. escolher o diretor da escola não precisa ser uma to de ódio. neste vácuo social de amorosidade, que se apresenta à escola, estamos convidados e convidadas a caminharmos juntos, como homens novos e mulheres novas, forjados e forjadas em cadeiras e mesas de fórmica verde, buscando, mais que aprender vocábulos, discutir e observar e interferir em novas maneiras e formas de escrever e pensar. precisamos fazer diferente do que até hoje foi feito. necessitamos divergir do que fomos ou acreditamos ser. nossos goles de chá não precisam de açúcar ou adoçante.

procuro no dicionário o significado para feliz e encontro algumas indicações que deveriam estabelecer princípios pedagógicos básicos na sua execução, ser feliz é alegria, contentamento, Nosso cotidiano escolar é alegre e nossos alunos e nossas alunas nos procuram com contentamento, pergunto-vos, logo, Nosso fazer pedagógico é feliz, me gritam alienadas senhoras com seus carrões e senhores com seus livrões. preciso de um chá de boldo, tenho cólicas e gases. não me sinto querendo sair, o paulo e o marko são muito bons, gosto muito de escutá-los, é um privilégio conviver com suas reflexões. suas falas me obrigam refletir e olhar com serenidade à minha prática, sem culpas ou vergonhas tolas, nem ufanismos ingênuos de triunfos temporários ao me jurar mudando. pura aflição e nenhum resultado, quando apresentamos, apenas sob outro aspecto e solenemente, uma das nossas tantas faces às pessoas. a novidade é quando colocamos em prática o nosso discurso sem disfarces, pois sabemos de onde ele vem. sem quebra-cabeças



não sou tratada como sapeca quando chego, existo, sou real e vou à frente aos poucos, com a confiança que nos inspiram a bondade e o poder de Deus, me sinto recompensada, enquanto rezo as letras da minha igreja. meus colegas, também querem seus diplomas de doutores, aprovados e alfabetizados, Levanta que este é o meu computador, o grito ecoara por todas as máquinas sem lógica que se olharam momentaneamente com medo do patrão, Cheguei atrasado porque estava jogando uma bolinha. o que nós temos com os seus sonhos de jogar bola, Viva um sonho por vez, sinto vontade de dar conselhos, minha idade o permitiria, Não dá pra ficar assim suado, pergunta já desanimado, eis o primeiro teste de paciência para o professor abá, de novo a vontade de ser estúpida e mandá-lo tomar um banho, para depois, e só depois de perfumado, aparecer, tento e consigo me controlar, não é difícil, Denilsor o melo do Brasil o me palitanha tabano é dia pasota a casada ele teso dão te dosa sodão que ele nha quão renha casa a mosa é do me a fesanão fela é casa da a patão danha do moe noa que pão danha, apenas consegui entender que o jogador denílson é o melhor do brasil, não quis perguntar em que código a mensagem está escrita, Professor, eu estou conversando com uma menina em Manaus, ela perguntou minha idade, o que respondo, perguntam até se devem responder com verdade ou com mentiras, O professor de informaticas que ajuda todos nos a escrever no computador e ler para se alquem na vida para aranjar um emprego melhor. não sei se acredito nesta conversa de ser alguém na vida, me faz parecer e acreditar que não fui ninguém até hoje, apenas mais uma dona de casa mal amada, esperando o intervalo do futebol para ter um sorriso, um carinho. ou o grito de alguém que não me ama querendo a sua cervejinha gelada, quando tudo corre bem, bem dito, às vezes, um empate mal jogado põe tudo a perder, é a cara amarrada, o silêncio, a distância, a falta de carinho. ontem a vitória foi assegurada, mas já estou vacinada com as mudanças de humor e as impotências, Posso escrever qualquer nome, as dúvidas não cessam, não param e não podem parar. as novidades são muitas e estavam represadas no ignorar das pessoas, sabíamos que não sabíamos, mas não sabíamos que a gente sabia tanto, Hoje eu estou muito feliz porque estou esgrevendo alqunhas coisas gue nunca pencei gue pudese escrever. minha colega é feliz por conseguir escrever algumas coisinhas, não acreditava que poderia. acho que a escola por muito tempo também não acreditou nela, tem noites que acho que ainda não acredita, Ninguém quer conversar comigo. esse não consegue encontrar ninguém no computador para bater papo, Vocês sabem o que é um grupo de bate-papo, pergunta aos filhos da ignorância, Meu professor é muito paciente, tem muito jeito para ensinar, por isso acho que vou tentar aprender tudo que puder, tudo ilusão passageira, esta daí, precisa de carinho para aprender mais que as outras de nós. é tão difícil aprender aos gritos de vamos lá, é agora ou nunca. pra mim valeu o nunca, estou tentando até hoje superar o jamais vai aprender. são coisas da vida, Alguém pode, por favor, me ajudar aqui, mais um pedido de socorro, Com guem estou falando guantos anos voce tem gual seu nome onde moras gual seu telefone poderia dizer algumas coisas para nos se concer melhor gual seu esporte favorito o meu eginastica. tentativas de falar escrevendo. conversar ouvindo as letras na tela do computador, Consegui. a vitória pessoal chega para alguns mais cedo que para outros. somos estimulados por estas pequenas vitórias, pequenas certezas, todos podemos conseguir, Pedi pas filha dele manda ascrinças compra uma bebida. escrevemos pequenos diários do nosso cotidiano, montamos aos pouquinhos pequenas historinhas que desenham nossas vidas, Demora pra responder, peço paciência para todos, os aprendizes e os ensinadores. nunca entendi porque tinha que aprender do mesmo jeito, e no mesmo tempo, que as outras, nem porque todos saiam para passear e eu ficava na biblioteca, Eu estou muito feliz de estudar e cada vez aprendo cada vez mais, sinto que todos estamos muito felizes de estarmos juntos aprendendo e nos ensinando, Conseguiu o quê, além do silêncio nada se escuta. para mim, as perguntas não têm respostas fáceis. muitas vezes, não existem. elas permanecem no ar quando anoitece e, ainda estarão lá, ao amanhecer, em obediência pelo dizer ou escrever que virá, Levanta que este é o meu computador.

têm coisas que não se muda de uma aula para outra, precisa de uma vida inteira para se aprender, Suor, pergunta-se e não consegue nem disfarçá-lo, corre pela testa, desce por suas bochechas gordas e vermelhas, invade suas axilas e escorre nas suas costas, num sulco único que conduz as pernas, Onde, eis uma pergunta que mexe com minha capacidade de ser gentil quando estou profundamente irritada, conto até dez para evitar o estrago, consigo mais uma vez, Gosto de estudar e quero aprender mais, quero aprender as matemáticas e fazer a continuação, se Deus quiser. também, gosto de todas as professoras. aprendi bastante este ano, me sinto como minha colega, gostando e amando todos que se envolvem com a gente, aqui na escola, É belo modelar uma estátua, só não é belo amar uma estátua, preciso do sangue fervendo, em completa ebulição, Desemprego, eu não consigo emprego eles não cojia ma pesoa eles pedem rejerencia a minia patoa. querida, eles pedem referência até pra gente entrar na escola, muitos não entram por sua classificação como bomba, aluno-bomba, é tanto papel que nem vale a pena guardar, rasgo e ponho fora, Pra quê vai servir... Eu não sei lê, não entendem porque ela não é parecidinha com as gostosonas da televisão, os chinelos não são havaianas, são verdadeiros, mas faço lembrar que a sua voz continua a mesma. voltei a estudar para melhorar de vida e encontrar um amor de verdade. precisamos ter onde deixar os filhos, Ainda terei os meus, precisarei da escola. lá na vila a polícia só entra pra juntar o corpo, ninguém pode denunciar, Policial e políticos são todos corruptos, O inferno é aqui e agora, O dinheiro e a bala matam e matam
 


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