Josino
Ensaio 1B – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
O vento assumbiava o aviso do Josino nos ouvido da muié encantada. Pelo menos, é assim qui a muié cheia de amô mostrá qui tá, ela pensa qui esconde, acha qui ninguém vê, mais inté a tristeza não é triste. Só a muié encantada tem os ouvido qui sabe escuitá os informe do vento, ele carrega nos braço as mistura qui devora a muié qui espera: não sabe qui vem, não sabe qui não vem. Isso não dá tristeza, dá desesperança. Inté qui o coração apressa quando escuitá
Minha preta, tô chegando... ele pedia pra Oiá despertá dos gáio das árvore, fazê balançá a muié do seu amô. Avoava quase junto do vento, nos pé brotava a vontade de não empacá. Teve vez, qui inté pareceu qui era ele qui levava o vento, os caminho ia pra trás enquanto o amô ia pra frente. Otra vez parecia qui era levado. O tempo se encurtava, ele já quase chegava, tava chegando, mais foi atacado no caminho. Rodopiô e caiu dos gáio. Os óio se fechô. Dormiu do susto. Depois, esperô o coração sossegá pra modo de espiá pelo caminho das vista. Esfregô as mão com força, uma na otra. Assim, com elas esquentada da quentura da esfregação, colocô as mão nos óio. Aprendeu com os mais antigo qui o medo só entra pelas vistas de quem não sabe oiá. Com o coração sossegado e as vista amornada, pode vê sem susto ou assombro a aparição da sua Milagres
A minha preta me fez uma surpresa e tanto, reclamô do encanto com aquela alegre amargura de querê ficá e tê qui voltá, inda tava com as costa deitada no chão das folha morta
Não podia esperá mais, respondeu a muié enfeitiçada pelo amô qui reclama da vida o corpo pra modo de se esfregá. Ela aparecia qui nem tocava os pés no chão, meu preto vem se limpá das casca do sangue ressequido nas costa, lavá esse suô afogueado.
Ele levantô e caminhô inté à pedra do banho
Senta, a muié não mandô nem pediu, parecia qui rezava. Quando ocê reza, de verdade, ocê não pede nem manda, ocê se oferece.
Josino sentô na pedra do banho, oiava pra escuridão estrelada.
Milagres oiava o seu homem.
O amô da muié qui ela vê rasgado, na sua frente, faz ela chorá. Só a escuridão estrelada vê o choro qui lhe sai dos óio
Quem bateu em ocê assim, perguntô com o gosto salgado das água qui descia inté a boca
Ninguém, lhe disse o homem
Mais as suas costa tem falta de fatia da carne, lhe retruco a muié qui vê
É os pedaço qui os branco arranca dos preto todo dia e toda noite. Eles não cansa e eu não paro de sangrá, respondeu o escravo.
Ela pede pra Oiá virá de lado, qué sentí um momento de radiosa vingança, não qué esquecê aquela dô. Tá decidida, se tivé qui virá feiticeira ou fada ruim, ela vai virá, eu vô tê o meu gosto de odiá. As lágrima caia quente dos óio da muié qui faz o vento falá, lavava as costa do Josino. Escorria inté no chão e se guardava nas água do rio. Um dia, qui tinha medo de encontrá, havia de enchê o seu peito de mais tristeza qui podia guardá.
Coloca a mão no ombro do Josino e lhe vira de frente, inté ficá com os óio um no outro. Ele lhe quebra o encanto com mais encanto
Queria tá como a lua, não atendê mais ninguém... só o meu amô, igual a lua da escuridão estrelada era a sua Milagres, batizada pelo sinhô Clemente, os negro tinha batismo e nome de gente, Gabriela. Ela gostava e mais queria escuitá era o seu preto lhe chamando, Milagres é a lua qui atende toda a terra do amô.
As lágrima dos óio e o suô quente das costa lascada se juntava. Agora, era o tempo de chorá a saudade, assim, um nos braço do otro. Depois, ia tê o tempo de chorá a saudade sem sabê da volta qui não voltava nem mandava novidade de aviso
Ocê vê, perguntô Josino com os óio grudando os sonho na escuridão estrelada
Vejo ocê, respondeu Milagres, com os óio grudando as vontade da vida no seu amô
A lua muié... óia... óia a lua, e apontava com o dedo espichado a lua crescente, tá parecendo a nossa rede de amô. Ocê reparô, perguntô otra vez, ela tá ali, pendurada na escuridão, bem no meio das estrela. Um risco redondo crescendo, a barriga avolumando, as ponta agarrada nas mão zelosa de Oxum. E ocê mais eu esparramando as coisa do amô na lua
Agora, chega de oiá a lua, já tá na hora de tê a sua lavação, o fogo nas gota do choro da Milagres aquentô as água qui escorria no rio, inté fervê e ensopá as erva. Milagres molhava as planta da cura no rio, socava elas nas mão do modo qui aprendeu com os mais antigo, inté podê fazê uma papa, depois colocava nas ferida das costa. E cantava. E ficava verde clara, como as água iluminada qui revela as areia do fundo. As mata respondia e assoprava nas ferida. Era quando a luz da lua descia dum jeito qui parecia qui era a lua qui descia nas folha mais alta inté as raiz mais enraizada nas profundeza da tristeza. Então, o alarido e a gritaria das mata assumbiava de novo, os passarinho esvoaçava e a escuridão das estrela se enrolava nos dois
Sente os óio do amô e a vida qui vem da terra, meu preto. A natureza é a cura das ferida, a muié encantada estalava os dedo na volta do Josino, rodava suavemente, cantava e dançava, a dança da alegria. Limpava as carne da violência qui arranha e fere no limite da morte e cantava
Nesta mata todo mundo é d’Oxum, homem, muié, neinho, neinha, toda essa gente irradia magia e toda mata brilha na água doce qui vai pra água salgada, toda mata é d’Oxum, qui é amô.
A muié preta da mata dançava e cantava, sorria e chorava. O seu amô e as vontade da vida se juntava aos juramento e aos lamento, ficava enlaçado, inté qui Milagres gritô
Chega das corrente qui junta os pé e agarra as mão! Chega!
E continuava secando as marca das talba, uma por uma, beijando e passando o unguento das erva no seu amô ferido, inté qui ficô maduro o fruto do banho. Perfumô as água do rio com as mistura qui não ensina ninguém
Ocê é um homem qui vê a lua.
Ocê é a muié-lua.
Ela enfiava a bilha nas água amornada do rio e retirava as água com os aroma qui embalsamava a dô. Largava água na cabeça e oiava ela descê inté os pé do Josino. Esfregava as mão do amô nas costa do seu preto ferido.
Depois de muito lavá, ela pediu
Assopra a luz, vem deitá, ele virô as vista pra sua preta, acomodada na rede branca da lua, pendurada nas mão de Oxum. Ela tava lhe oiando. Nua. Nada mais lhe parecia incomodá, fazê sofrê.
A preta Grabiela Milagres era sua vontade de vivê.
Virô pra lua, fez uma piscadela com a vista esquerda e assoprô com doçura mais meiguice a lua crescente. Ela foi se acomodá mais adiante, deixô os dois com as liberdade e as vontade do corpo
Venha me desatá, sussurrou Milagres. Ele alevantô da pedra e caminhô. O caminheiro caminhava sem tirá as vista da rede. As carne da muié e do homem arrepiando, as vista derramando amô. O mundo tinha parado, o qui existia não existia. O começo de novo. Um otro adão, otra eva. A muié e o homem com otro nome, Oxum e Ogum, morando nas estrada. Um mundo com otro dono, menos brabo e mais doce, menos casto e mais carnoso, menos lutadô e mais amoroso
Assopre as estrela, também. Ela pedia, ele obedecia. Os dois não podia deixá de sentí qui a vida é mais rara qui as palavra, tem tempo de falá e tempo de oiá
Prefiro vê ocê com as estrela, estava em pé, parado sobre a pedra do banho, mais se ocê qué, não vô desobedecê. Virô as vista pra escuridão estrelada e ergueu a mão
Espera, disse a muié, ela oiava da rede e o seu preto tava na pintura do céu, sentiu otro arrepiu, só tava apreciando a sua vontade de me querê. Deixa as estrela lá no céu e vem me oiá mais de perto, ela provocava o seu amô com a língua, os óio mais as perna
Assim, ele perguntô depois de dá dois passo
Mais, ela lhe respondeu. O sorriso dos dois tava nas vista, brilhava mais qui as estrela, eles era a lua
Assim, e deu mais dois passo
Mais um pouquinho, já tava com os braço aberto e estendido, mostrava o sorriso da alegria qui vai recebê e dá amô
Ocê me provoca, tô lhe avisando, ele sentô na rede, no lado da Milagres. Esfregô as vista na muié, com cuidado, não queria acordá daquela aparição da vida
Deixa eu lhe pegá, Milagres empurrô Josino pro otro lado da rede. Arrumô as perna qui ficô dobrada, arrastando nas estrela. A rede boiava no céu estrelado, agarrada pelas mão de Oxum qui dançava e cantava pros dois.
A muié deitô a cabeça no seu peito arrebitado. E o homem adormeceu nas mão qui cantava as vontade do amô. Ela lhe ergueu o queixo e oiô com jeito de enguiço
Se ocê dormí, juro qui lhe mordo.
O Josino abriu as vista cansada, parecia inté qui não tinha aparição qui pudesse lhe tirá daquela moleza. As mão continuava dormindo, os pé pesado
Prometo não dormecê, nem deixá o formigamento dos pé subí na cabeça, mais a língua se enrolava na boca, inté parecia qui tinha bebido. Milagres oiô Oxum com as vista qui só uma muié pode oiá otra
Ocê não se atreveu, perguntava com as vista e a cara enfezada. Oxum usava cinco lenço transparente preso na cintura, sua saia esvoaçante. Os cabelo solto, os pé descalço, ela dançava como o vento e dela saia um perfume arrebatadô. Fazia de conta qui os dois não lhe via. Os lenço flutuava da cintura, lá tava as carne irresistível de Oxum. Os dois enlouquecia lambuzados no mel de Oxum. Mais dança, mais mel, mais sedução. A dança do amô qui salva
Meu preto, acho bão ocê não dormí, pois vô lhe sová com as vista aberta ou fechada. Ocê escolhe: a alegria de me vê e lembrá ou a tristeza de não vê a vida lhe fazê festejo.
Josino lhe oiava com um sorriso sarabanda. Ela perdia o controle da sua natureza desnaturada, entregava a si mesma a ele e as vontades da vida. Não conseguia disfarçá a sua perfeição de querê tudo. Não podia fugí daquela luta. As mão do Josino tinha acordado. Ele sorria de agradecimento pros orixá qui lhe tinha permitido aquele amô arteiro e mimoso. Não aproveitá era uma desistima
Para de colocá palavras na boca, tem tanto uso meió pra essa sua boca... Grabiela Milagres.
Não foi nenhuma ordem ou lição de sermão, coisa enjoativa qui precisa ficá escuitando sem podê falá, mais foi a provocação qui Milagres queria escuitá
Pois fique ocê sabendo, qui essa muié aqui, não precisa sê desafiada. Eu sô a tentação viva, o apetite mais a vontade de comê. As corrente dos branco amarra o corpo, qui ele despreza mais qué sê o dono, mais não acorrenta o gosto da imaginação de sonhá dos preto. Nóis aprendeu sonhá pra não dormí.
A muié balançô a rede de pedra, deu balanço no próprio corpo, inté qui Josino ficô estufado. Ele não suportô deixá guardado o gemido qui carregava trancado, um dia depois do otro, uma noite depois da otra. Escapava baixinho
Minha preta, me perdoa a pressa
Qui tanto ocê sussurra de dô, ela fez cara de disfarce de brabeza, depois lhe sorriu, tá bão, ocê se soltô como o vento no meio das folha e dos ramo, assim também é bão.
Na rede de pedra tinha dois corpo e um nó
Agora, ocê fecha as vista e faz como o beija-flô... beija a flô e bebe da doçura, ela sabe qui a ventania tem a sua obrigação, trás mudança, mais não acaba com a vontade da vida.
E é assim, desaparecido na sua Milagres, qui Josino mais vê qui é sofredô da saudade, ele tem mais no sonho qui nas mão. Oxum se aproxima por trás e lhe diz aos sussurros pra não se apressá, namorá a muié na pedra do banho sem afobação, fazê o tempo se enroscá nas perna enraizada do baobá sem pressa de acordá.
Com as costa na pedra, vê a sua preta sentá e lhe recebê todo. Ergue as mão e se enfia nos cabelo. Ela para de balançá e lhe olha sóbria
Reclamo da vida o tanto do banzo qui sinto carregá por não lhe vê. Quero de volta o tempo perdido pra sempre sem esse seu amô do homem encantado.
As vista do homem ficô alagada com os reclamo da sua Milagres, a rede da pedra se estremeceu e parô. Não se balançava mais. A fúria da ventania se passô, deixô pra trás o bafo fresco da vida aquecendo o tontiço da muié, um perigo pras força do Josino. Os dois murmurava qui o otro fazia o otro assanhá inté a indecência. Ela gostava das palavra, mais gostava mais das mão calejada dele abrindo as porta e as janela da casa. Ele anunciava qui adorava sê a sela daquele gosto tão bão de doce e perfume de feitiço
Sô feita uma árvore qui precisa das ventania do amô derrubando as folha véia, pra depois, aninhada em tu, deixá nascê as nova brotação. A muié sabe qui o sopro do feitiço é um dia com sol, mais também é amô o tempo de sentí falta, não tê notícia, é preciso deixa as água do rio descê. Ela é só queixume com esse amô de espera e qui lhe faz aumentá a tristeza da canseira, não lhe deixa ficá animada.
Enquanto os dois conversa, Oxum assumbia a brisa leve qui refresca o dia de sol e balança a rede com o acalanto das suas canção da mãe, põe as vista nos dois e abençoa o feitiço do homem e da muié qui ama. Oxum chora, tem a dô de não podê mudá a dança qui provocava o vento da tristeza. Uma lágrima cai dos óio e mergulha no rio da água transparente de mostrá a areia do fundo. A água esfria e escurece, fica barrenta. As areia vira lodo. Um cheiro de podre sai das água. Oxum promete qui assim vai ficá enquanto a ganância e a escravatura fizé o amô sofrê
A loucura de tê ocê me queima as vista, mais o teu abraço me acalma.
Meu homem, é feitiço essa crença nas virtude do otro fazê ocê voltá a sê um pedaço da natureza impaciente e inconformada com a dô. O prazê assim não descansa, se mexe e sacode pra espantá a dô, mais a dô só encosta e cochila.
Ocê tá chorando, ele perguntô quando sentiu na carne a água quente dos óio da sua muié
Meu preto, um sopro é só um sopro qui se acaba tão logo começô. A solidão sem fim tá acomodada no peito marcado pelo sangue da escravidão, o estalá do açoite, mais grito e o chicote estala, faminto cambaleia, geme e canta e ri e chora. A moça nua e espantada, ninguém chora, além dos preto, ninguém chora. Os qui ri é os qui estala o chicote. Os dente, os óio, as mão e os pé, tudo examinado e medido. Em nome do dono do mundo. Milagres sonha com otro dono, mais as coisa continua acontecendo.
Josino ergue o queixo da sua Milagres e lhe óia nos óio. A lua pendurada dentro da muié encantada ilumina o rosto do homem. A natureza do mato canta pros dois
Quero lhe colocá na boca a minha boca.
A brincadeira do amô voltô e durô mais qui a vontade. Os dois queria esfolá a pedra do banho com o vaivém das carne. Deixá na pedra as marca do Josino e da Milagres.
O Josino abriu as vista cansada, parecia inté qui não tinha aparição qui pudesse lhe tirá daquela moleza. As mão continuava dormindo, os pé pesado
Prometo não dormecê, nem deixá o formigamento dos pé subí na cabeça, mais a língua se enrolava na boca, inté parecia qui tinha bebido. Milagres oiô Oxum com as vista qui só uma muié pode oiá otra
Ocê não se atreveu, perguntava com as vista e a cara enfezada. Oxum usava cinco lenço transparente preso na cintura, sua saia esvoaçante. Os cabelo solto, os pé descalço, ela dançava como o vento e dela saia um perfume arrebatadô. Fazia de conta qui os dois não lhe via. Os lenço flutuava da cintura, lá tava as carne irresistível de Oxum. Os dois enlouquecia lambuzados no mel de Oxum. Mais dança, mais mel, mais sedução. A dança do amô qui salva
Meu preto, acho bão ocê não dormí, pois vô lhe sová com as vista aberta ou fechada. Ocê escolhe: a alegria de me vê e lembrá ou a tristeza de não vê a vida lhe fazê festejo.
Josino lhe oiava com um sorriso sarabanda. Ela perdia o controle da sua natureza desnaturada, entregava a si mesma a ele e as vontades da vida. Não conseguia disfarçá a sua perfeição de querê tudo. Não podia fugí daquela luta. As mão do Josino tinha acordado. Ele sorria de agradecimento pros orixá qui lhe tinha permitido aquele amô arteiro e mimoso. Não aproveitá era uma desistima
Para de colocá palavras na boca, tem tanto uso meió pra essa sua boca... Grabiela Milagres.
Não foi nenhuma ordem ou lição de sermão, coisa enjoativa qui precisa ficá escuitando sem podê falá, mais foi a provocação qui Milagres queria escuitá
Pois fique ocê sabendo, qui essa muié aqui, não precisa sê desafiada. Eu sô a tentação viva, o apetite mais a vontade de comê. As corrente dos branco amarra o corpo, qui ele despreza mais qué sê o dono, mais não acorrenta o gosto da imaginação de sonhá dos preto. Nóis aprendeu sonhá pra não dormí.
A muié balançô a rede de pedra, deu balanço no próprio corpo, inté qui Josino ficô estufado. Ele não suportô deixá guardado o gemido qui carregava trancado, um dia depois do otro, uma noite depois da otra. Escapava baixinho
Minha preta, me perdoa a pressa
Qui tanto ocê sussurra de dô, ela fez cara de disfarce de brabeza, depois lhe sorriu, tá bão, ocê se soltô como o vento no meio das folha e dos ramo, assim também é bão.
Na rede de pedra tinha dois corpo e um nó
Agora, ocê fecha as vista e faz como o beija-flô... beija a flô e bebe da doçura, ela sabe qui a ventania tem a sua obrigação, trás mudança, mais não acaba com a vontade da vida.
E é assim, desaparecido na sua Milagres, qui Josino mais vê qui é sofredô da saudade, ele tem mais no sonho qui nas mão. Oxum se aproxima por trás e lhe diz aos sussurros pra não se apressá, namorá a muié na pedra do banho sem afobação, fazê o tempo se enroscá nas perna enraizada do baobá sem pressa de acordá.
Com as costa na pedra, vê a sua preta sentá e lhe recebê todo. Ergue as mão e se enfia nos cabelo. Ela para de balançá e lhe olha sóbria
Reclamo da vida o tanto do banzo qui sinto carregá por não lhe vê. Quero de volta o tempo perdido pra sempre sem esse seu amô do homem encantado.
As vista do homem ficô alagada com os reclamo da sua Milagres, a rede da pedra se estremeceu e parô. Não se balançava mais. A fúria da ventania se passô, deixô pra trás o bafo fresco da vida aquecendo o tontiço da muié, um perigo pras força do Josino. Os dois murmurava qui o otro fazia o otro assanhá inté a indecência. Ela gostava das palavra, mais gostava mais das mão calejada dele abrindo as porta e as janela da casa. Ele anunciava qui adorava sê a sela daquele gosto tão bão de doce e perfume de feitiço
Sô feita uma árvore qui precisa das ventania do amô derrubando as folha véia, pra depois, aninhada em tu, deixá nascê as nova brotação. A muié sabe qui o sopro do feitiço é um dia com sol, mais também é amô o tempo de sentí falta, não tê notícia, é preciso deixa as água do rio descê. Ela é só queixume com esse amô de espera e qui lhe faz aumentá a tristeza da canseira, não lhe deixa ficá animada.
Enquanto os dois conversa, Oxum assumbia a brisa leve qui refresca o dia de sol e balança a rede com o acalanto das suas canção da mãe, põe as vista nos dois e abençoa o feitiço do homem e da muié qui ama. Oxum chora, tem a dô de não podê mudá a dança qui provocava o vento da tristeza. Uma lágrima cai dos óio e mergulha no rio da água transparente de mostrá a areia do fundo. A água esfria e escurece, fica barrenta. As areia vira lodo. Um cheiro de podre sai das água. Oxum promete qui assim vai ficá enquanto a ganância e a escravatura fizé o amô sofrê
A loucura de tê ocê me queima as vista, mais o teu abraço me acalma.
Meu homem, é feitiço essa crença nas virtude do otro fazê ocê voltá a sê um pedaço da natureza impaciente e inconformada com a dô. O prazê assim não descansa, se mexe e sacode pra espantá a dô, mais a dô só encosta e cochila.
Ocê tá chorando, ele perguntô quando sentiu na carne a água quente dos óio da sua muié
Meu preto, um sopro é só um sopro qui se acaba tão logo começô. A solidão sem fim tá acomodada no peito marcado pelo sangue da escravidão, o estalá do açoite, mais grito e o chicote estala, faminto cambaleia, geme e canta e ri e chora. A moça nua e espantada, ninguém chora, além dos preto, ninguém chora. Os qui ri é os qui estala o chicote. Os dente, os óio, as mão e os pé, tudo examinado e medido. Em nome do dono do mundo. Milagres sonha com otro dono, mais as coisa continua acontecendo.
Josino ergue o queixo da sua Milagres e lhe óia nos óio. A lua pendurada dentro da muié encantada ilumina o rosto do homem. A natureza do mato canta pros dois
Quero lhe colocá na boca a minha boca.
A brincadeira do amô voltô e durô mais qui a vontade. Os dois queria esfolá a pedra do banho com o vaivém das carne. Deixá na pedra as marca do Josino e da Milagres.
Os dois sabia da fome qui tinha, apesá da vida miserável de lanho e cicatriz
Tô cansada de tanto sentí falta, vai sê sempre assim, não podê acordá com tu na rede.
Não quero qui hoje acabe, mais ocê não vai me salvá do dia qui chega.
O nó se apertô e folgô otra vez, mais otra, e otra... inté qui se desfez.
Tô cansada de tanto sentí falta, vai sê sempre assim, não podê acordá com tu na rede.
Não quero qui hoje acabe, mais ocê não vai me salvá do dia qui chega.
O nó se apertô e folgô otra vez, mais otra, e otra... inté qui se desfez.
_________________
Leia também:
Quando o coração não estranha
Ensaio 15B – 2ª edição 1ª reimpressão
As Contas da Lua
Ensaio 17B – 2ª edição 1ª reimpressão
Leia também:
Quando o coração não estranha
Ensaio 15B – 2ª edição 1ª reimpressão
As Contas da Lua
Ensaio 17B – 2ª edição 1ª reimpressão
Nenhum comentário:
Postar um comentário