Josino
Aguadeiro
Ensaio 09B – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
Não entendi, repete! Vamos, negro... repete!
O aguadeiro escutô o desentendimento dos grito do siô Maria da Cruz e as ideia da cabeça ficô agitada, procurava sabê nas lembrança o qui falô e o qui não falô, o qui devia tê dito ou qui não devia tê dito, ou então... Merda, vai abrí minhas costa de novo.
Pegô o varapau do outro preto e anunciô com o feitio qui pensô sê o certo de dizê
Negro mijando!
Dom Miguel, continuo não entendendo esse aguadeiro que ocê me arrumou. Ele carece de ser melhor ensinado, o ajudante das ordem do capitão abriu a melhó gargalhada sinistra. O aguadeiro já sentia os lanho antes dele acontecê. O capitão Maria da Cruz deu dois passo na direção do preto com a tina nas mão, curvô as costa pra frente, inté chegá perto do aguadeiro. Daí fez a voz tão suave e quieta qui o aguadeiro parô de respirá pra modo de podê escutá e tê a maió presteza nas palavra
Escuta bem, neguinho. Eu vou explicar só mais uma vez. Escravo fujão não é gente... é macaco, o capitão juntô pra mais perto a voz, o aguadeiro sentiu a fedentina podre qui parecia com as palavra do capitão, essa negrada tá acorrentada porque imaginou que podia viver num lugar só de negro sem prestar juízo por terem fugido. Não podem e nunca vão poder, entendeu? Ocês têm dono e quem tem dono não se governa.
As mão do aguadeiro segurava firme a tina qui tremia toda. Inclinô a cabeça pra baixo, fez assim uma, duas, três vez, pra confirmá qui tinha entendido. Largô um e pegô o seguinte
Macaco mijando...
Não escutei direito o aguadeiro, dom Miguel. Esse negro deve estar com a língua estragada, o ajudante das ordens parô de arrastá, mais continuô agarrado nos pé do desacordado, ele gostava da conveniência de amedrontá
Capitão, acho melhor arrancar a língua do negro...
Macaco mijando!
Tudo qui era branco riu alto. O Josino qui espiava, não riu. Ele mijô nas calça. Inté a lua se encafurnô envergonhada. Os varapau com as tocha foi enfiado nas areia. Elas fazia brilhá o ódio e desescondê o pavô. Ele aprendeu qui tinha qui gritá. Fez mais um serviço e mais otro. O aguadeiro passô da mulhé acorrentada como se ela não tivesse ali. As tira do chicote estalô do seu lado
As macacas, também!
Ele voltô inté a mulhé. Colocô a tina entre as perna da preta acorrentada. Ela não lhe oiô. Dobrô os joelho. O aguadeiro ergueu as vista e oiô as água qui caia da lua. Oiá chorava e as água do choro descia na tina
Macaca mijando!
O capitão Maria da Cruz mostrô seu riso de maió alegria, parecia um professô se alegrando do qui ensinô: um punhado de desnecessidades.
E desse feitio foi o serviço do aguadeiro. Depois do último preto perfilado pelo pescoço tê abarrotado a tina, foi a vez do aguadeiro
Macaco aguadeiro mijando!
Ele voltô inté o capitão-do-mato com a tina quase cheia. Parô na frente do Maria da Cruz, mais com o cuidado de continuá com o feitio de não tê vida
Deixe-me ver... Muito bom, mas não encheu como eu quero, o vapô da quentura do mijo parecia fazê uma nuvem de chuva, dom Miguel, se essa porcaria valer alguma coisa, essa negrada vai ter mais valor comigo.
Chamô o sargento
Pronto, capitão!
Desague na tina, não tá do jeito que eu quero.
Mas sinhô, misturá o meu com o mijo dessa negrada...
O capitão colocô o braço nos ombro do mestiço, lhe falô quase ao pé do ouvido. Uma conversa de pai pra fio
Meu filho, tá faltando mais dessa água de benzedura curativa dos negro na tina...
Mas por que eu, sinhozinho?
Não se pode dizer que o seu é mijo de branco. O seu pode ser misturado com o dos macacos, o sargento era cumpridô das ordem, mais aquela lhe pareceu uma obrigação em demasia, não se entristeça, sargento.
O cumpridô das ordem foi inté a tina e ajudô o volume com o qui saiu da bexiga. Tinha perdido o brilho das vista, parecia tê encontrado com algum embaraço. O aguadeiro não se atreveu anunciá nada.
O capitão oiô o aguadeiro e ordenô
Joga!
O aguadeiro não entendeu, na dúvida, sempre ficava parado. Aguardô o reforço da ordem
Joga no fujão! Quero esse macaco acordado!
O aguadeiro continuô parado. O ajudante aproximô do preto sem nome, conhecido como aguadeiro, e gritô, mais não tão alto como os grito do siô Maria da Cruz
Ocê não ouviu, negro! Está esperando mais o quê? As ordens por escrito?
O capitão colocô as mão nas costa de dom Miguel, soltô seu sorriso de compreensão e mais ternura pra falá no limite do divertimento
E negro sabe ler, dom Miguel?
Os dois oiavam um no otro, um feitio qui fez desconfiança de rivalidade no sargento, Eles é que sabem ler e fazer conta no papel, mas é a minha empunhadura firme com as tiras de couro trançada que faz a diferença.
Joga!
O aguadeiro jogô.
Precisô jogá. O capitão Maria da Cruz aproximô do negro acordado. Nenhum gemido. Esse jeito desaforado do preto atiçô ainda mais os ódio do capitão. Otro pontapé forte, mais otro, as batida tava descontrolada, era o seu feitio de atacar o silêncio
Esse é para o macaco gemer com vontade, não gemeu, foi um homem maió qui os grito e as raiva qui o capitão jogava nele. Não lamentô da dô, resistiu aos gemido e suspiro. Resistí a dô era mostrá mais qui a falta de lamentação, era dizê qui o branco não podia tudo, tinha lugá qui o branco não entrava. Entre os dois só podia tê um homem e o silêncio se encarregava de mostrá a verdade. Ele não lamentô a dô, continuô onde foi largado desacordado.
Estendido no chão das terra perto da Arsenal, oiando a própria morte, as mão amarrada nas costa.
Dois da tropa do capitão levô os negro acorrentado inté mais perto das água da Arsenal, quando ainda não era Arsenal
Capitão Maria!
O que foi, sargento?
Tô achando que hoje, nenhum negro dorme depois de assistí o corretivo, vão pensá melhor antes de planejá alguma fuga, o sargento daquela milícia de catação e apresamento, se dava no feitio de escolhê matá ou não matá os preto qui fugia. Era o homem qui cumpria as ordem qui depois qui era dada precisava sê cumprida. Fazia questão de sê o primeiro a entrá no esconderijo dos preto e o qui saia depois do serviço completo. Um sargento mestiço. Era otro pardo desamparado do cuidado desde criança, solto pra escolhê os caminho no feitio qui precisava pra vivê. Gostava de repetí qui a sua salvação foi o dia qui o capitão lhe achô. Aprendeu a respeitá autoridade. Gabava qui também aprendeu não tê pena nem dó. Deu uns passo pra frente e oiô no seu redô. Puxô pelo faro. Tudo tava tranquilo, a milícia cuidava dos preto e carregava a tocha qui desenfiô das terra.
Um quis aprendê, o otro quis ensiná.
Se ocê quiser continuar desemburrando é só obedecer. Ocê foi muito bem na ação de hoje.
Obrigado, capitão, ele deixô de sê o menino atirado nas ruas e nos mato, mais continuava oiando nas mão do Maria da Cruz o punhado de coisa pra acreditá e obedecê, o sinhô tá de conhecimento que gosto de mostrá aos homens como se faz. O meu apetite é entrá primeiro no covil da negrada e sê o último que sai. O sinhô sabe que o melhoramento do jeito de ensiná é mostrá como fazê. Ensiná pelo exemplo, o sargento gostava de ensiná acatamento.
O menino Josino escondia as vista e a pele negra, o mato da beirada do rio não lhe mostrava. Queria saí, mais não conseguia. Não podia abandoná de vê aquela maldade. Foi ali, naquela noite, enfiado metade peixe e a otra metade homem, qui ele descobriu qui a brutalidade, a estupidez e a selvageria empunhava a chibata, guardava as chave das corrente e não tinha medo das lei feita pra protegê as mercadoria dos branco: os preto. Havia de contá o qui oiava... recontá e de novo contá, inté um branco sem maldade escutá, alguém sem destemô pra ajudá. Desviô as vista pro lado, tava assustado. As luz da Villa tinha desaparecido. Viu o padre no lugá qui ainda ia tê o pelourinho de pedra, apegado na cruz. Um urubu oiava de longe, pousado na árvore dos enforcado. Um espiava, otro rezava enquanto as luz da Villa esperava.
O menino chorava o assombramento qui não ia nunca se apagá nem lhe deixá: a perversão da crueldade e a fúria qui a iluminura tolerante das tocha não conseguia escondê. A indiferença com a dô do otro. O sargento qui tinha se afastado pra examiná o desacordado voltô inté o Maria da Cruz
Capitão!
Espera, sargento, o capitão examinava as carne da negra Peneira, mulhé do desacordado. Tava com as mão na saúva, tateava as carne, solta essa...
Empurrô a mulhé preta no chão e mandô qui ficasse de quatro
Fica como uma cadela negra! Assim, bem assim, a cadelinha do capitão. Pronto, já podem coloca a corrente de volta, subiu as vestimenta das perna inté a cintura e uivo como um lobo
Tudo pronto, dom Miguel?
Tudo pronto, capitão.
Como um comandante imperial passô revista na tropa acorrentada, num qui otro bateu com o cabo da chibata, mirava no varapau da virilha
Quando voltarem para o catre, cada negro terá o que lembrar e contar, ninguém mexia as vista, cada preto respirava bem pouquinho
Tragam aqui... esse fujão!
_____________________________
Leia também:
Aguadeiro
Ensaio 23B – 2ª edição 1ª reimpressão
Aguadeiro 3
Ensaio 25B – 2ª edição 1ª reimpressão
Aguadeiro
Ensaio 09B – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
O aguadeiro escutô o desentendimento dos grito do siô Maria da Cruz e as ideia da cabeça ficô agitada, procurava sabê nas lembrança o qui falô e o qui não falô, o qui devia tê dito ou qui não devia tê dito, ou então... Merda, vai abrí minhas costa de novo.
Pegô o varapau do outro preto e anunciô com o feitio qui pensô sê o certo de dizê
Negro mijando!
Dom Miguel, continuo não entendendo esse aguadeiro que ocê me arrumou. Ele carece de ser melhor ensinado, o ajudante das ordem do capitão abriu a melhó gargalhada sinistra. O aguadeiro já sentia os lanho antes dele acontecê. O capitão Maria da Cruz deu dois passo na direção do preto com a tina nas mão, curvô as costa pra frente, inté chegá perto do aguadeiro. Daí fez a voz tão suave e quieta qui o aguadeiro parô de respirá pra modo de podê escutá e tê a maió presteza nas palavra
Escuta bem, neguinho. Eu vou explicar só mais uma vez. Escravo fujão não é gente... é macaco, o capitão juntô pra mais perto a voz, o aguadeiro sentiu a fedentina podre qui parecia com as palavra do capitão, essa negrada tá acorrentada porque imaginou que podia viver num lugar só de negro sem prestar juízo por terem fugido. Não podem e nunca vão poder, entendeu? Ocês têm dono e quem tem dono não se governa.
As mão do aguadeiro segurava firme a tina qui tremia toda. Inclinô a cabeça pra baixo, fez assim uma, duas, três vez, pra confirmá qui tinha entendido. Largô um e pegô o seguinte
Macaco mijando...
Não escutei direito o aguadeiro, dom Miguel. Esse negro deve estar com a língua estragada, o ajudante das ordens parô de arrastá, mais continuô agarrado nos pé do desacordado, ele gostava da conveniência de amedrontá
Capitão, acho melhor arrancar a língua do negro...
Macaco mijando!
Tudo qui era branco riu alto. O Josino qui espiava, não riu. Ele mijô nas calça. Inté a lua se encafurnô envergonhada. Os varapau com as tocha foi enfiado nas areia. Elas fazia brilhá o ódio e desescondê o pavô. Ele aprendeu qui tinha qui gritá. Fez mais um serviço e mais otro. O aguadeiro passô da mulhé acorrentada como se ela não tivesse ali. As tira do chicote estalô do seu lado
As macacas, também!
Ele voltô inté a mulhé. Colocô a tina entre as perna da preta acorrentada. Ela não lhe oiô. Dobrô os joelho. O aguadeiro ergueu as vista e oiô as água qui caia da lua. Oiá chorava e as água do choro descia na tina
Macaca mijando!
O capitão Maria da Cruz mostrô seu riso de maió alegria, parecia um professô se alegrando do qui ensinô: um punhado de desnecessidades.
E desse feitio foi o serviço do aguadeiro. Depois do último preto perfilado pelo pescoço tê abarrotado a tina, foi a vez do aguadeiro
Macaco aguadeiro mijando!
Ele voltô inté o capitão-do-mato com a tina quase cheia. Parô na frente do Maria da Cruz, mais com o cuidado de continuá com o feitio de não tê vida
Deixe-me ver... Muito bom, mas não encheu como eu quero, o vapô da quentura do mijo parecia fazê uma nuvem de chuva, dom Miguel, se essa porcaria valer alguma coisa, essa negrada vai ter mais valor comigo.
Chamô o sargento
Pronto, capitão!
Desague na tina, não tá do jeito que eu quero.
Mas sinhô, misturá o meu com o mijo dessa negrada...
O capitão colocô o braço nos ombro do mestiço, lhe falô quase ao pé do ouvido. Uma conversa de pai pra fio
Meu filho, tá faltando mais dessa água de benzedura curativa dos negro na tina...
Mas por que eu, sinhozinho?
Não se pode dizer que o seu é mijo de branco. O seu pode ser misturado com o dos macacos, o sargento era cumpridô das ordem, mais aquela lhe pareceu uma obrigação em demasia, não se entristeça, sargento.
O cumpridô das ordem foi inté a tina e ajudô o volume com o qui saiu da bexiga. Tinha perdido o brilho das vista, parecia tê encontrado com algum embaraço. O aguadeiro não se atreveu anunciá nada.
O capitão oiô o aguadeiro e ordenô
Joga!
O aguadeiro não entendeu, na dúvida, sempre ficava parado. Aguardô o reforço da ordem
Joga no fujão! Quero esse macaco acordado!
O aguadeiro continuô parado. O ajudante aproximô do preto sem nome, conhecido como aguadeiro, e gritô, mais não tão alto como os grito do siô Maria da Cruz
Ocê não ouviu, negro! Está esperando mais o quê? As ordens por escrito?
O capitão colocô as mão nas costa de dom Miguel, soltô seu sorriso de compreensão e mais ternura pra falá no limite do divertimento
E negro sabe ler, dom Miguel?
Os dois oiavam um no otro, um feitio qui fez desconfiança de rivalidade no sargento, Eles é que sabem ler e fazer conta no papel, mas é a minha empunhadura firme com as tiras de couro trançada que faz a diferença.
Joga!
O aguadeiro jogô.
Precisô jogá. O capitão Maria da Cruz aproximô do negro acordado. Nenhum gemido. Esse jeito desaforado do preto atiçô ainda mais os ódio do capitão. Otro pontapé forte, mais otro, as batida tava descontrolada, era o seu feitio de atacar o silêncio
Esse é para o macaco gemer com vontade, não gemeu, foi um homem maió qui os grito e as raiva qui o capitão jogava nele. Não lamentô da dô, resistiu aos gemido e suspiro. Resistí a dô era mostrá mais qui a falta de lamentação, era dizê qui o branco não podia tudo, tinha lugá qui o branco não entrava. Entre os dois só podia tê um homem e o silêncio se encarregava de mostrá a verdade. Ele não lamentô a dô, continuô onde foi largado desacordado.
Estendido no chão das terra perto da Arsenal, oiando a própria morte, as mão amarrada nas costa.
Dois da tropa do capitão levô os negro acorrentado inté mais perto das água da Arsenal, quando ainda não era Arsenal
Capitão Maria!
O que foi, sargento?
Tô achando que hoje, nenhum negro dorme depois de assistí o corretivo, vão pensá melhor antes de planejá alguma fuga, o sargento daquela milícia de catação e apresamento, se dava no feitio de escolhê matá ou não matá os preto qui fugia. Era o homem qui cumpria as ordem qui depois qui era dada precisava sê cumprida. Fazia questão de sê o primeiro a entrá no esconderijo dos preto e o qui saia depois do serviço completo. Um sargento mestiço. Era otro pardo desamparado do cuidado desde criança, solto pra escolhê os caminho no feitio qui precisava pra vivê. Gostava de repetí qui a sua salvação foi o dia qui o capitão lhe achô. Aprendeu a respeitá autoridade. Gabava qui também aprendeu não tê pena nem dó. Deu uns passo pra frente e oiô no seu redô. Puxô pelo faro. Tudo tava tranquilo, a milícia cuidava dos preto e carregava a tocha qui desenfiô das terra.
Um quis aprendê, o otro quis ensiná.
Se ocê quiser continuar desemburrando é só obedecer. Ocê foi muito bem na ação de hoje.
Obrigado, capitão, ele deixô de sê o menino atirado nas ruas e nos mato, mais continuava oiando nas mão do Maria da Cruz o punhado de coisa pra acreditá e obedecê, o sinhô tá de conhecimento que gosto de mostrá aos homens como se faz. O meu apetite é entrá primeiro no covil da negrada e sê o último que sai. O sinhô sabe que o melhoramento do jeito de ensiná é mostrá como fazê. Ensiná pelo exemplo, o sargento gostava de ensiná acatamento.
O menino Josino escondia as vista e a pele negra, o mato da beirada do rio não lhe mostrava. Queria saí, mais não conseguia. Não podia abandoná de vê aquela maldade. Foi ali, naquela noite, enfiado metade peixe e a otra metade homem, qui ele descobriu qui a brutalidade, a estupidez e a selvageria empunhava a chibata, guardava as chave das corrente e não tinha medo das lei feita pra protegê as mercadoria dos branco: os preto. Havia de contá o qui oiava... recontá e de novo contá, inté um branco sem maldade escutá, alguém sem destemô pra ajudá. Desviô as vista pro lado, tava assustado. As luz da Villa tinha desaparecido. Viu o padre no lugá qui ainda ia tê o pelourinho de pedra, apegado na cruz. Um urubu oiava de longe, pousado na árvore dos enforcado. Um espiava, otro rezava enquanto as luz da Villa esperava.
O menino chorava o assombramento qui não ia nunca se apagá nem lhe deixá: a perversão da crueldade e a fúria qui a iluminura tolerante das tocha não conseguia escondê. A indiferença com a dô do otro. O sargento qui tinha se afastado pra examiná o desacordado voltô inté o Maria da Cruz
Capitão!
Espera, sargento, o capitão examinava as carne da negra Peneira, mulhé do desacordado. Tava com as mão na saúva, tateava as carne, solta essa...
Empurrô a mulhé preta no chão e mandô qui ficasse de quatro
Fica como uma cadela negra! Assim, bem assim, a cadelinha do capitão. Pronto, já podem coloca a corrente de volta, subiu as vestimenta das perna inté a cintura e uivo como um lobo
Tudo pronto, dom Miguel?
Tudo pronto, capitão.
Como um comandante imperial passô revista na tropa acorrentada, num qui otro bateu com o cabo da chibata, mirava no varapau da virilha
Quando voltarem para o catre, cada negro terá o que lembrar e contar, ninguém mexia as vista, cada preto respirava bem pouquinho
Tragam aqui... esse fujão!
_____________________________
Leia também:
Aguadeiro
Ensaio 23B – 2ª edição 1ª reimpressão
Aguadeiro 3
Ensaio 25B – 2ª edição 1ª reimpressão
Nenhum comentário:
Postar um comentário