quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O talento pra engaiolá

Ensaio 20B
baitasar
O siô Barros chegô  na reunião da Irmandade, uma espécie de clube fechado qui reúne pra fortalecê as aliança de cada um e os interesse de todos. Alguns chega afirmá qui os elemento da Irmandade é unido pelos laço do parentesco com a Vila, cúmplices da loja, onde um cuida do outro e todos cuida de cada um. A confraria cultiva entre si uma amizade afetuosa, mais obriga rígidas regra, qui jamais pode sê quebrada: “Unida pela conquista do chão e do grão”. A confiança tá embaixo de tudo, não tem regulamento escrito, mais a regra não pode saí da firmeza, do respeito e da fé, é a pedra qui fundô a Irmandade da prosperidade.
Fazê os gesto da educação, e não apertá mão de cada um dos exibido ali, era uma das regra da boa manha, qui a siá Casta lhe ensinô. Já na entrada o siô Barros percebeu qui a fidalguia tava toda ali, e agradeceu, mais uma vez, siá Casta, Minha senhora, ainda bem que me fez vir, um homem de negócios não pode perder uma oportunidade como essa. A lembrança da esposa lhe trouxe uma inquietação, uma novidade qui lhe pareceu boba, O que dona Casta estaria fazendo, por certo, se preparando para dormir, ah, se ela tivesse uma pequena conversa com a Maria Cobra, pensando melhor, não, esposa é esposa, rameira é rameira
—        Sua benção, padre. — ele tava lá, no coração, no estômago e no intestino da Vila, virô Conde só de casá com a siá Casta, um pé de chumbo qui entrô na fidalguia, pela porta do fundo, é verdade, isso é um tempo qui não é tempo. O padre, o senhor Intermediário, entrô pela porta lateral, tem a missão de garantí uma saída de emergência pra fidalguia
—        Deus lhe abençoe, meu filho.
Um a um, foi se oferecendo pros cumprimento das palavra com educação, té qui ficô sem as mão, chapéu e as palavra, não era eles, era deles. Via o qui dona casta lhe tinha avisado, É bom ir, mas cuidado, tem muito olho ganancioso no mesmo lugar. Não tinha medo, mais sabia qui o desfavô e o oferecimento tão sempre junto, é preciso tê um bom atravessadô pra deixá tudo controlado com os dono de tudo.
O suô do siô Barros misturava com as água da praia, rezava pra não tê ninguém passando as vista no serviço do lugá. Deu um sorriso pra ele mesmo quando se deu conta qui tava rezando de verdade, queria mesmo sê atendido, Não sei quem é mais sem-vergonha, quem reza ou quem escuta a reza, ele queria tá lá, gozá a própria tramoia, se elogiá, isso lhe apetecia, mais não podia colocá as duas vista no desembarcá dos donativo para o seu barco. Aproximo da janela qui lhe mostrava a esquina das arma, não se via nada, Isso é bom, quem não é visto não pode ser reconhecido.
Virô as costa pra janela, pela primeira vez, olhô o salão com as vista do pirata, pronto pra embarcá, desimpedido e disposto, Havia eu de parecer ridículo, parado aqui, fingindo que não sabia que estava fingindo a doação, lá na praia, voltando de volta, quase aconselhô o padre intermediário qui ao cavalo dado não se olha, nem se conta os dente. Achô melhó qui não, fechá a boca pra não entrá mosca, as fidalguia parecia tão encantada, tão feliz sendo enganada.
No fundo, o siô tinha medo do padre Intermediário reclamá dos causo ao seu superiô, qui leva pro superiô de cima, té chegá aonde não deve chegá, no bem de cima, qui, na maioria da vez, não sabe dos fato ocorrido. Acho té, qui a razão dos pobre, puta e escravo sê tão esquecido, é não tê intermediário bão, as resposta qui desce não tem nada vê com as pergunta qui sobe. Vá sabê qui pergunta foi feita. Quanto menos medianeiro melhó pra diminuí a dô dos desafinado.
O juiz das lei, o Visconde Madeiro, enfiado na sua roupa preta, qui lhe contrastava com a brancura dos cabelo e das costeletas imensas, conversava animado com o coronel Sião, dono das pulícia, homem da maió importância no vê das pessoa de bem da Vila, junto tava o Dr. Garganta, com sua voz rouca e seu cachimbo, o acusadô dos malfeitô. O prendedô, o acusado e o julgado, tudo no mesmo balaio.
O siô Barros qui tava ali porque casô com a siá Casta, única filha do Conde, um homem com título e posses, mais qui preferiu pagá com a vida as dívida do jogo, perdeu as mão pra não entregá os anel. Acho qui as criatura das lei também sabia, Meu marido, não esqueça que existem as leis para os naturais das classes ínfimas e os outros homens, e leis para a Irmandade, a lei aparenta ser igual, mas disfarça
—        Boa noite, a todos os senhores, mui dignos e valorosas autoridades da nossa Vila. — era o padre Intermediário qui dava as boas-vinda. O siô Barros correu as vista no salão qui pareceu ficá misterioso, o Visconde Madeiro, o chefe das pulícia e o douto acusadô não tavam no alcance das pessoa qui se podia vê. uma qui outra lanterna do salão foi sendo assoprada. O padre tava do seu lado, E quem estaria na porta recebendo tantos fingidos, quem, o Sinhô Superior, teria deixado na porta, e esse Deus, seria o mesmo dos pobre, putas e dos escravos, a quem o Intermediário servia, ao Deus que se reinventa, ao Deus do bem que vence o mal, ao Deus da ingenuidade santa de ser escravo para se salvar, o siô não sabe nem ninguém sabe quem ele é, Deus por Deus, quem é ocê
—        Senhor Barros Colombo, por favor. — não tinha um plano de resgate digno de sê apreciado, tinha sido condenado, não precisava mais ficá encoberto da Irmandade e das claridade do dia, acabava ali, o seu deleite solitário: não se ouve nada, não se sabe nada do qui é acontecido no capinzal, a esquina das água, encoberta na escuridão, é bão não conversá as ideia revolucionária de reaproveitá as doação, nega tudo, sempre.
Virô de frente pra janela, nenhum movimento no capinzal, desviro, parecia qui tudo no salão lhe prestava atenção, tava agitado, quase descontrolado
—        Estamos todos aqui, para ceder às boas razões do nosso anfitrião. — o siô Barros precisô desviá a atenção qui jogava sobre todos e viro pra cumprimentá o Governadô
—        Boa noite, senhor governador.
—        Tenho escutado maravilhas da sua fazenda, ela fica pros lado do caminho que leva até a Aldeia dos Anjos?
—        Sim, mas é bondade sua. — eis um olhá perigoso, juntô num só o jeito ambicioso e o desumano, capaz do ataque mais desalmado. A fidalguia conhece a sua fama por espigas madura, carne gorda raspada dos osso e preto riscado em carne-viva. O governadô tem coleção de cipó de boi, uns ganha sem pedí, outros pede o mimo com as marca dos preto: couro e sangue cheirando de morte. Os motivo pra juntá tanta chibata diferente é o desumano, fazê do medo um feitio de vivê, um talento pra engaiolá os submisso e os desobediente. O medo destrava a covardia, o apavoramento arranca do pensamento a valentia e a calma
—        O conde da dona Casta, já está convidado para uma visita na rua da Igreja, vou lhe mostrar minha coletânea de chicotes e chibatas. Tenho uma que acaba com o negro, uma chibata matadora.
—        Não quero lhe incomodar com minha visita de insignificância.
—        Não se preocupe com as insignificâncias, deixe que eu decido o tamanho, o acanhado não se enfrenta do mesmo jeito que o apreciável, de qualquer modo, lhe espero amanhã.
—        Um convite do Governador é um ordem para mim.
—        Vou lhe mostrar a chibata do bandeirante Domingos Velho, consegui num acerto da sorte, da oração e da devoção. O homem foi um destemido, gostava de caçar os teimosos, pena que estragou muita mercadoria, mas foi um bravo! Um desbravador! O tempo ainda vai lhe reservar um lugar de honra entre os nossos heróis. Nossas crianças precisam conhecer essas histórias.
O siô Barros não sabia o qui dizê, conhecia as história do bandeirante qui monto sua milícia e ficava à disposição da melhó oferta: degolá os índio, prendê ou arrebentá os negro, e mais a participação no saque. Uma milícia de analfabetos e descalços qui meteu medo nos branco, quase acabô com os índio, desconjuntô os negro qui colocô as mão.

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