Poesia Africana - 05
E SÓ NESSE DIA OUTRO BORGES NÃO SERÁS
Nos teus deslumbrados olhos um tigre inteiramente doirado
E um outro inteiramente preto disputam os anjos
De Blake. Frios, esperam os espelhos que acordes
Para que te nomeiem. Já não sabe o labirinto
Nem o sul e as pampas ou o degolado templo
De Dagon o sabem — do antigo e secreto caminho
Que a teus olhos de volta conduz. A mão dita-te
O epitáfio e lê-te a rosa o esquecimento qu’inda luz.
O caixão, que por Genebra ninguém viu passar, cru
Levam-no Muraña e, reconciliados, os irmãos Iberra.
Um dia, quando do teu sono acordares, Georgie,
Banhada em êxtase e tango, terás defronte a ti, sob a Lua,
Um infame, um vil, a limpar-te na glande o resto do sêmen
Com uma navalha que a mais nenhuma mão obedecerá.
MÁSCARAS
De que fingimos
Não se dão conta
As Máscaras
Para coisas maiores
Foram feitas
UM POETA FALANDO A NIETZCHE
Deus morreu,
Nietzsche,
Mas no teu interior,
Dentro de ti,
Está mais vivo do que nunca.
Mil vezes mais vivo.
Disso eu sei porque
De vocês os dois
Sou eu a sepultura.
E SÓ NESSE DIA OUTRO BORGES NÃO SERÁS
Nos teus deslumbrados olhos um tigre inteiramente doirado
E um outro inteiramente preto disputam os anjos
De Blake. Frios, esperam os espelhos que acordes
Para que te nomeiem. Já não sabe o labirinto
Nem o sul e as pampas ou o degolado templo
De Dagon o sabem — do antigo e secreto caminho
Que a teus olhos de volta conduz. A mão dita-te
O epitáfio e lê-te a rosa o esquecimento qu’inda luz.
O caixão, que por Genebra ninguém viu passar, cru
Levam-no Muraña e, reconciliados, os irmãos Iberra.
Um dia, quando do teu sono acordares, Georgie,
Banhada em êxtase e tango, terás defronte a ti, sob a Lua,
Um infame, um vil, a limpar-te na glande o resto do sêmen
Com uma navalha que a mais nenhuma mão obedecerá.
MÁSCARAS
De que fingimos
Não se dão conta
As Máscaras
Para coisas maiores
Foram feitas
UM POETA FALANDO A NIETZCHE
Deus morreu,
Nietzsche,
Mas no teu interior,
Dentro de ti,
Está mais vivo do que nunca.
Mil vezes mais vivo.
Disso eu sei porque
De vocês os dois
Sou eu a sepultura.
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