sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Poesia

Ensaio 25B
baitasar
As duas mulhé continuava deitada feito novelo de lã, siá Casta sabia qui podia tá correndo risco, mais não resistiu aos serviço servido pela negra. Era bão tá esticada na cama com a negra enrolada nas perna, igual os cachorro, passando os dedo devagarzinho, enrolando e desenrolando os pelo, mordendo a carne, dando lambida, oferecendo o seu calô. Pensava qui tava vingada: tinha sua amancebada negra, mesmo qui ninguém mais pudesse sabê, Não vou mais à igreja... não, tenho que ir, não vou mais confessar os pecados... não, o padre vai perguntar o que se passa, o sinhô meu marido vai desconfiar... não, vou confessar outros pecados, mais pecados, mais imundos, não o padre não vai acreditar... não, não vou deitar mais com a Milagres, sei que não vou deixar de querer. A siá sentô na cama pensativa dos pensamento, cansada de procurá a solução sem remédio, Já sei, vou confessar os pecado sem importância
—        Não tenho ninguém que me espera, e ocê tem?
Milagres parô os carinho, olhô a mulhé sentada do seu lado, pensô em perguntá pelo siô, mais achô qui esse não era assunto dela
—        É bão sentí qui alguém espera, eu tenho o Josino... — não conseguiu evitá de dizê — ... a siá tem o siô Menino.
A Milagres nem gostô nem desgostô da siá, sabe qui a siá gostô dos carinho qui recebeu, mais a siá não podia sê assim de novo, ninguém ia entendê, nem os branco, nem os preto. As mulhé, os homem, o padre, nem as duas sabia dizê ou entendê o acontecido. A siá levantada da cama enfiava o camisolão de deitá. Nunca deitô com o siô sem um envoltório de proteção das vergonha, pensava nisso enquanto juntava as palavra qui chegava na boca
—        A noite pode ser de zombaria ou de repouso... isso que aconteceu não é normal... — a negra Milagres levantô, tratô de se arrumá dentro das suas roupa de escrava
—        O qui é normal, siá? Os preto sê acorrentado e tê qui apanhá sem reclamá? É normal o siô se aproveitá das preta porque qui é dono dos escravo? Sê escrava é normal, siá?
A preta enfiô o nariz na abertura da janela, viu a lua namorando do céu à terra, cheia tanto quanto o coração fica cheio com amô novo, ainda não tinha se recolhido das vontade incontrolável de brilhá
—        O jeito de sê é esse, sempre foi desse jeito, nunca vai mudar.
—        Qui jeito, siá? — a negra sentiu vontade de sentar na cama, segurar nas mão daquela mulhé e lhe acordá  com um tapa na cara
—        O jeito de ser escravo.
A escrava Milagres se arrepiô, não tinha jeito de desfazê nos branco a vontade de escravizá, tentô mais uma vez
—        E o jeito do amô, siá?
Siá Casta caminhô na penumbra do quarto té a porta, os braço tava caído do lado, os pé descalço, os cabelo solto, amarelado, continuava uma mulhé bonita, mais com medo, mais medo qui bonita
—        Duas mulheres na cama, não é amor... não é só eu, são todas as outras pessoas que pensam assim.
Tem vez qui o descomedimento escapa do controle e fica maió, se tenta lutá, brigá de unha e dente, té sê derrotado de novo, e de novo, as carne cansada de sentí saudade das vontade do fogaréu perigoso, té qui a mulhé negra volta sê escrava, a mulhé branca volta sê a siá, as mulhé volta sê a esposa, tê dono, o destino de sê  o qui se nasceu pra sê
—        Chega, siá! Não tem qui se lamentá, não tem pecado... gostá da gente mesma é assim, precisa escolhê gostá... a siá gostô?
A mulhé cruzô os braço, parecia se dá um abraço
—        Gostei, mas...
Milagres caminhô té perto da outra, colocô o dedo suave e delicada em seus próprio lábio, olhô nas vista, tava medindo té onde ia e parava
—        A siá fica tentada só em pensá?
As duas tava com as vista uma dentro da outra, nenhuma podia fugí
—        Sim, fico tentada de medo. — a negra colocô a mão na virilha e arrancô um gosto
—        A siá é doce no gosto e no jeito de falá quando as roupa tão atirada no chão, sem as roupa é uma, com as roupa é outra.
A voz lhe saia como uma cantoria qui fazia o corpo se balançá degenerado, manho, sutil, silencioso. A dança do corpo procurava os espírito de dantes, o feitio das roupa mostra o discurso da cô do corpo, mais não mostra as coisa qui existe nele
—        Acho que sim, lhe mando as meninas!
O conde não lhe deixô continuá, beijô Maria cobra com toda língua e cuspe qui podia tê, afogô a amiga com sua vontade de se enfiá
—        Ei! Calma, sinhô conde!
—        É para isso que servem as putas! Servir o que as esposas não podem aceitar.
O conde Humaitá passô a mão na barriga da Maria Cobra, subiu té os seio, apertô as pontinha, mordeu, lambeu. A mão pegava os pelo e puxava, depois enrolava, descia as lambida, mais nada da Maria se enrolá, té qui deitô de costa no chão, pareceu qui desistiu
—        O que foi minha amiga?
Ela respirô fundo, ajeitô o vestido e separô as palavra uma das outra
—        Sê cuidada é muito gostoso e tentadô, mais eu tenho um negócio...
Fechô as vista pra sentí o calô do quarto, os forro da cama desarrumada, a tempestade no corpo, o conde, a dúvida, a hesitação
—        Vô lhe mandá as menina.
—        Vosmecê é que sabe o melhor para os negócios.
Tirô os brinquedo do feitio do rosto, ficô séria e desencantô a voz
—        Elas vão lhe amansá.
Maria Cobra levantô do chão, não queria sê a mercadoria nem a afeição. O conde lhe segurô o braço
—        Hoje, não tenho vontade com as meninas, quero uma mulher. — continuô segurando té qui ela deitô no chão. O conde avançô a boca té a boca da Maria, as mão tirava as roupa. Beijô, mordeu, as mão passando dos pé té os cabelo, desvincando as forma dos fio, Ocê é muito guloso, a mulhé parecia um arco com o ventre erguido, o abaluamento da barriga mostrava os lábio disfarçado nos pelo, té qui o homem abrisse sua atenção pro amô dos lábio
—        O conde sabe o que eu tô pensando... o que eu gosto...
Na reunião dos donativo do padre, ficô marcado qui não se podia fazê obrigação dos donativo pra obra santa, mais se devia fazê uma lista com os nome do ajutório. O siô  Menino disse qui não havia razão pra se fazê uma lista e perguntô
—        Por que fazer essa lista se o Sinhô vê tudo, sabe tudo?
O padre levantô pra explicá, olhô nas vista do afilhado
—        Os nomes servem para os agradecimentos na missa e recomendar especial atenção na hora do chimarrão com o Senhor e tê o controle das doações descarregadas.
O siô Menino Barros Cabral guardô na memória as última palavra do padre, o recado lhe fez soá o alarme
—        O padre desconfia de algo?
—        Não é desconfiança, mas assombro...
A assembleia ficô em silêncio, parecia qui ninguém queria fazê a pergunta e o padre parecia arrependido do falado, té qui o chefe das pulícia, ainda com o sangue do bode nas mão, perguntô
—        O que é que lhe assombra, padre?
Os bode tudo parô de berrá pra ouví o pastô
—        A Vila precisa acabar com o começado, está parecendo que se anuncia doação demais e se faz doação de menos. Com o tamanho dos donativos anunciados podemos acabar a obra em alguns dias, mas com o tamanho dos donativo dado, vai levar uns cem anos com o começado ficando inacabado.
O doutô Garganta lembrô qui não tinha mais recurso qui o padre, o pagamento do seu serviço de acusadô dos bandido, e mais nada.
O chefe das pulícia, degoladô dos bode, perguntô na queima-roupa pro siô Menino sobre o desembarque das tábua e a doação anunciada. O siô não se comportô assustado, tava preparado pra qualquer interrogação
—        Já foram entregues.
A assembleia fez murmúrio de satisfação
—        Agora, é esperar pelo seu bom uso.
O divulgadô das ideia da Irmandade, noticiarista, intriguista, alcoviteiro, falso, Perjuro Lagartixa, dono do diário semanal Poesia, voltô no assunto do padre de criá um imposto de construção pra obra santa
—        Não é pra tanto, Perjuro! — grito o juiz, sem alterá o rosto bateu o malho de madeira na mesa
—        É um saque! — acuso o visconde.
O governadô tomô a palavra, antes qui o assunto se prolongasse

—        Cavalheiros, quero lembrar que estais reunidos para discutir donativos para o andamento da nossa obra santa. Precisamos discutir as doações feitas com gosto, logo, precisais aumentar o gosto pelas doações. O Perjuro se encarrega da campanha a favor, afinal, não é essa a função do Poesia? Convencer as pessoas das nossas boas intenções? Nossas ideias, sentimentos e atitudes são as únicas em que precisam acreditar. A história que existe é a história que está no Poesia.  
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