INVERNÁCULO
(3)
Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quando o sentido caminha,
a palavra permanece.
Quem sabe mal digo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não é minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.
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A expressão ex-estranho aparece dentro do poema "Ópera Fantasma" no La vie en close.
Nada tenho.
Nada me pode ser tirado.
Eu sou o ex-estranho,
o que veio sem ser chamado
e, gato, se foi sem fazer nenhum ruído.
"Ex-estranho" é o título de outro poema, também publicado no La vie en close.
"Ex-estranho" é o título de outro poema, também publicado no La vie en close.
O Ex-estranho
passageiro solitário
o coração como alvo
sempre o mesmo, ora vário,
aponta a seta, sagitário
para o centro da galáxia.
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