Volver a los 17
Mercedes Sosa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gal Costa
O CORO
"Desgraça! Desgraça! estamos sós - a Peste e nós. A última porta fechou-se! Não estamos ouvindo mais nada. O mar, de agora em diante, está por demais longínquo. Agora, estamos dentro da dor e teremos de rodar em torno desta cidade, sem árvores e sem águas, fechada por altas portas lisas, coroada por multidões ululantes... não merecemos esta prisão! Nossos corações não eram inocentes, mas nós amávamos o mundo e seus verões - e isto nos deveria ter salvo!... Mas por uma vez ainda, pela última vez, antes que nossas bocas se fechem sob a mordaça do terror, gritaremos no deserto!"
Voltar aos 17 depois de viver um século
É como decifrar sinais sem ser sábio competente
Voltar a ser de repente tão frágil como um segundo
Voltar a sentir profundo como um menino diante de Deus
Isso é o que sinto neste instante fecundo
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
Meu passo retrocede quando o de vocês avança
O arco das alianças penetrou em meu ninho
Com todo seu colorido passeou por minhas veias
E até a dura corrente com a qual nos prende o destino
É como um diamante fino que ilumina minha alma serena
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
O que pode o sentimento não o pode o saber
Nem o mais claro proceder, nem o maior dos pensamentos
Tudo o muda num momento qual mago condescendente
Nos afasta docemente de rancores e violências
Só o amor com sua ciência nos torna tão inocentes
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
O amor é um turbilhão de pureza original
Até o feroz animal sussurra seu doce som
Detém os peregrinos, liberta os prisioneiros
O amor com seus esforços ao velho o torna criança
E ao mal só o carinho o torna puro e sincero
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
De par em par a janela se abriu como por encanto
Entrou o amor com seu manto como uma fraca manhã
Ao som de sua bela Diana fez brotar o jasmim
Voando qual serafim ao céu lhe pôs brincos
Meus anos em dezessete os converteu o querubim
Composição: Violeta Parra
Mercedes Sosa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gal Costa
O CORO
"Desgraça! Desgraça! estamos sós - a Peste e nós. A última porta fechou-se! Não estamos ouvindo mais nada. O mar, de agora em diante, está por demais longínquo. Agora, estamos dentro da dor e teremos de rodar em torno desta cidade, sem árvores e sem águas, fechada por altas portas lisas, coroada por multidões ululantes... não merecemos esta prisão! Nossos corações não eram inocentes, mas nós amávamos o mundo e seus verões - e isto nos deveria ter salvo!... Mas por uma vez ainda, pela última vez, antes que nossas bocas se fechem sob a mordaça do terror, gritaremos no deserto!"
Albert Camus, Estado de Sítio, 1948.
Voltar aos 17 depois de viver um século
É como decifrar sinais sem ser sábio competente
Voltar a ser de repente tão frágil como um segundo
Voltar a sentir profundo como um menino diante de Deus
Isso é o que sinto neste instante fecundo
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
Meu passo retrocede quando o de vocês avança
O arco das alianças penetrou em meu ninho
Com todo seu colorido passeou por minhas veias
E até a dura corrente com a qual nos prende o destino
É como um diamante fino que ilumina minha alma serena
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
O que pode o sentimento não o pode o saber
Nem o mais claro proceder, nem o maior dos pensamentos
Tudo o muda num momento qual mago condescendente
Nos afasta docemente de rancores e violências
Só o amor com sua ciência nos torna tão inocentes
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
O amor é um turbilhão de pureza original
Até o feroz animal sussurra seu doce som
Detém os peregrinos, liberta os prisioneiros
O amor com seus esforços ao velho o torna criança
E ao mal só o carinho o torna puro e sincero
Vai se envolvendo, envolvendo
Como no muro a hera
E vai brotando, brotando
Como o musgo na pedra
Como o musgo na pedra, ai sim, sim, sim.
De par em par a janela se abriu como por encanto
Entrou o amor com seu manto como uma fraca manhã
Ao som de sua bela Diana fez brotar o jasmim
Voando qual serafim ao céu lhe pôs brincos
Meus anos em dezessete os converteu o querubim
Composição: Violeta Parra
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