Josino: I - a aparição da vida
Oxum chora
Ensaio 13jA – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
ele é só queixume com essa vida qui só faz fazê esperá o amô da sua milagres, uma vida qui ele num pediu nem escôieu, uma vida de proibição e confisco da liberdade ditê a vida da sua escôia, tava impedido disê atrevido, corajoso e desejoso, só podia mostrá prusiôinho patrão aquele pretu desambicioso, desapegado, covarde, comedido e amável qui num se rebela das corrente e dos insulto, Chega de queixume, Josino. Isso é coisa qui só faz aumentá o quebranto da cansêra, Eu sei, muié, Então, meu hôme rebelde, usa tua força pra resistí e continuá vivo, faz da vida a nossa luta, Falá é mais fácil qui fazê, muié.
óia, óia e óia pra sua muié milagres, sabe quéla num qué se deixá ficá quebrantada, o desalento num parece lhe alcançá, Josino, vamô ficá qui!
ele num podia sivê, mais se pudesse ia rí do espanto qui mostrô nusóio e soltô na língua, Aqui aonde, muié?
Na mata, aonde mais, a muié num dá só vida, ela ensina uquié vivê da vida dada
Vivê na mata... dois fugido, pruguntô todo desconfiado
Se é assim qui tem qui sê, é assim qui vai sê, respondeu sem tremura, convencida e já encabeçada, tem coisa qui precisa sê feita, num nasce feita.
Pensa meió qui bem, depois qui sumí num tem mais como parecê. Vamô sê fujão pra toda vida. Ocê num tem medo, pruguntô dinovo todo cismado
Tenho, mais é isso, bem assim, vamô tomá o chá do sumiço...
Vivê da mata, é uqui ocê qué, Num é mais uqui eu ou ocê qué, é uqui precisa sê feito. E esse rêgo qui banha as pedra há ditê lambari, bagre, cascudo, é só descobrí, A gente conversa mais depois quieu chegá todo, Num esquece qui ocê é meu sonho, meu tudo, as parede da mata, a luz da lua, o frescô das água, as fruta, num é tempo pra desistí, Tumbém quero uma vida sem lixo, sem fraqueza ou maldade, sem corrente, sem castigo, insulto, ou medo, Meu Josino, a cura vem do amô, credita qui ela vem das fôia, fruto e raiz das erva, tudo tem cura, inté ódio tem cura, basta querê num tê ódio, Eu sinto isso tumbém, odiá é uma escôia, mais tem veiz, Milagres, qui num dá. Tem veiz, munta veiz, qui os quatro éssi deixa o pretu sem escôia, Eu sei, Josino. Mais se alembra qui querê machucá é um maisquerê duseu sagrado qui num entendeu a si mesmo nem a incumbência ditá vivo e viva. Oferecê amô e respeito ensina como aprendê, como vivê sua vida, ensina entendê ocê mesmo, Mais essa gente sem sol, sem sal e sem suô num tem esse sagrado, tumbém?
depois dum suspiro longo e silencioso josino continuô, Eu quero tê mais qui as parede da mata e a cura das erva pra oferecê pra ocê, Isso é ocê qui qué, e eu tumbém posso querê, mais uqui eu mais quero é ocê e eu, eu e ocê, aonde fô, enquanto usdois assunta Oxum assumbia o acalanto da suas canção de mãe, uma brisa leve qui refresca a lua e balança a rede
assopra prus dois qui quem canta reza duas veiz pruqui enquanto alegra e agradece, tumbém chama as força da natureza pra volta da vida e recebe os aviso qui guia os sentimento da criação de Zambi, junto tumbém pede proteção, adiantamento e união dusmais véio diantes
quem pratica a verdadeira humildade e amô encontra o seu sagrado nas vibração das curimba das mata qui dá bençã e protege, o tambô dusvento sacode a cadência das vibração duvivê, as guia das harmonia da ancestralidade vê e senti o congá das mata, a curimba sacode a magia das mata, as fôia balança enquanto os gáio geme
então, Oxum coloca as vista na milagres, depois óia josino, sussurra o acalanto do feitiço pru hôme e pra muié, e chora, tem a dô disabê qui num pode mudá a dança qui provoca o vento da tristeza e do medo, as água transparente cai dusóio e afunda no rio qui esfria e escurece, fica barrento e fedido, as areia vira lôdo com chêro podre, ela promete qui assim vai ficá enquanto a ganância e a escravatura continuá fazê o amô sofrê
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é bão lê tumbém se quisé...
histórias davóinha: Josino (I01j - o beijo da terra)
histórias davóinha: Josino (I02j - a belezura na escuridão estrelada)
histórias davóinha: Josino (I03j - fada ruim)
histórias davóinha: Josino (I04j - quando vai mudá?)
histórias davóinha: Josino (I05j - o fogo nas gota do choro)
histórias davóinha: Josino (I06j - vai chegá das muié preta)
histórias davóinha: Josino (I07j - assopra a lua)
histórias davóinha: Josino (I08j - assopre as estrela, tumbém)
histórias davóinha: Josino (I09j - juro qui lhe mordo)
histórias davóinha: Josino (I10j - mel de Oxum)
histórias davóinha: Josino (I11j - o balanço da rede)
histórias davóinha: Josino (I12j - a lua se rindo)
histórias davóinha: Josino (I13j - Oxum chora)
histórias davóinha: Josino (I14j - uma fugição sem fim)
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