Honoré de Balzac - A Comédia Humana / Vol 1
1
Estudos de Costumes
- Cenas da Vida Privada
O Baile de Sceaux
A Henri Balzac, [46] seu irmão
Honoré
(Parte 3)
continuando...
O conde multiplicava as ordens, esfalfava José, o qual, adivinhando as intenções do patrão, conseguiu dar um aspecto agradável à peça que, como era natural, fora sempre a mais descuidada da casa, podendo enfim imprimir uma certa harmonia àqueles montões de pastas, de contas, de livros e aos móveis daquele santuário, onde se debatiam os interesses das propriedades reais. Quando José acabou de pôr um pouco de ordem naquele caos e de colocar em evidência, como numa loja de novidades, as coisas que podiam mais agradar à vista ou realizar pela combinação de cores uma espécie de poesia burocrática, parou no meio daquele labirinto de papéis espalhados um pouco por toda parte, e até em cima do tapete, admirou-se a si mesmo durante um momento, sacudiu a cabeça e saiu.
O pobre sinecurista não partilhou da boa opinião do seu servidor. Antes de se sentar na sua ampla poltrona de orelhas, circunvagou um olhar desconfiado, examinou com ar hostil seu robe de chambre, com um piparote fez cair alguns grãos de rapé, assoou cuidadosamente o nariz, arrumou as pás e os atiçadores da chaminé, avivou o fogo, endireitou as chinelas, atirou para trás o rabicho de sua cabeleira que se insinuara horizontalmente entre a gola do colete e a do robe de chambre, fazendo-o retomar sua posição perpendicular, e depois deu uma vassourada nas cinzas da lareira que atestavam a renitência do seu catarro. Finalmente, o velho vendeano não se sentou sem antes ter passado em revista, pela última vez, seu gabinete, na esperança de que nada pudesse dar azo às observações zombeteiras e impertinentes com as quais a filha costumava responder aos seus avisados conselhos. Naquela oportunidade ele não queria comprometer sua dignidade paterna. Tomou delicadamente uma pitada de rapé e tossiu uma ou duas vezes, como se se dispusesse a pedir a verificação nominal: acabava de ouvir o passo sutil da filha, que entrou trauteando uma ária de Il Barbiere.[69]
— Bom dia, pai. Que quer de mim tão cedo?
Depois dessas palavras atiradas como o estribilho da ária que vinha cantando, ela abraçou o conde, não com a ternura familiar que torna o sentimento filial tão doce, mas com a despreocupada frivolidade de uma amante sempre segura de agradar, embora faça o que fizer.
— Minha querida filha — disse o sr. de Fontaine, com toda a gravidade —, mandei chamar-te para conversarmos muito seriamente sobre o teu futuro. A necessidade em que te achas neste momento de escolher um marido, de modo a tornar tua felicidade durável...
— Meu querido paizinho — disse Emília empregando as tonalidades mais carinhosas de sua voz, para interrompê-lo —, quer parecer-me que o armistício que concluímos relativamente aos meus pretendentes ainda não expirou.
— Emília, deixemos por hoje de gracejar sobre um assunto tão importante. Faz já algum tempo que os esforços dos que te querem verdadeiramente, minha querida filha, se conjugam a fim de obter para ti uma situação conveniente, e seria tornar-te culpada de ingratidão acolheres frivolamente demonstrações de interesse que não sou o único a prodigalizar-te.
Ao ouvir essas palavras e depois de lançar um olhar maliciosamente investigador aos móveis do gabinete paterno, a rapariga foi buscar a poltrona que lhe pareceu ter sido menos usada pelos solicitantes, carregou-a para o outro lado da chaminé, de modo a colocar-se defronte ao pai, assumiu uma atitude tão grave que era impossível não se perceber nela vestígios de zombaria e cruzou os braços sobre a rica guarnição de uma capa à la neige cujos numerosos tufos de musselina ficaram impiedosamente amarrotados. Depois de ter olhado de soslaio, e rindo, o semblante preocupado do pai, quebrou o silêncio:
— Nunca ouvi o senhor dizer, querido papai, que o governo fizesse suas comunicações em robe de chambre. Mas — acrescentou sorrindo — não faz mal, o povo não deve ser exigente. Vejamos, pois, seus projetos de lei e suas disposições oficiais.
— Nem sempre terei a felicidade de as fazer, minha louquinha! Ouve, Emília. Minha intenção não é comprometer por mais tempo meu caráter, que é parte da fortuna de meus filhos, recrutando esse regimento de bailarinos que tu pões em debandada todas as primaveras. Já tens sido causa inocente de umas quantas desavenças com algumas famílias. Quero crer que compreenderás melhor, hoje, as dificuldades de tua posição e da nossa. Tens vinte anos, minha filha, e já devias estar casada há três anos. Teus irmãos e tuas duas irmãs todos fizeram casamentos ricos e felizes. Mas, minha filha, precisas saber que as despesas que tivemos de fazer com esses casamentos, assim como o trem de vida que tua mãe precisa manter por tua causa, absorveram de tal forma minhas rendas que hoje poderei, quando muito, dar-te cem mil francos de dote. A partir de agora quero ocupar-me da situação futura de tua mãe que não deve ser sacrificada aos filhos. Se eu vier a faltar, a sra. de Fontaine não deverá ficar à mercê de ninguém e deve continuar gozando da abastança com a qual só muito tarde eu recompensei sua dedicação aos meus infortúnios. Já vês, minha filha, que a insignificância de teu dote não está em harmonia com as tuas ideias de grandeza. E, mesmo assim, é um sacrifício que não fiz por nenhum outro dos meus filhos; mas eles concordaram generosamente em não se prevalecer um dia da exceção que fizemos por uma filha demasiado querida!
— Também, na situação deles! — disse Emília, meneando ironicamente a cabeça.
— Minha filha, não deves desfazer nunca daqueles que te querem. Fica sabendo que só os pobres são generosos! Os ricos têm sempre excelentes razões para não dar vinte mil francos a um parente. Pois bem! Não te enfarrusques, minha filha, e conversemos razoavelmente. Entre os rapazes casadouros [70] não notaste o sr. de Manerville?
— Oh! Ele diz “zogo” em vez de jogo, está sempre a olhar para o pé porque o julga pequeno, e como se olha no espelho! Ademais, é louro, e eu não gosto de louros.
— Está bem! E o sr. de Beaudenord?
— Esse não é nobre. É malfeito de corpo e gordo. É verdade que é moreno. Seria preciso que esses dois senhores combinassem juntar as fortunas, que o primeiro desse o corpo e o nome ao segundo, o qual conservaria seus cabelos, e então... talvez...
— Que tens a dizer contra o sr. de Rastignac?
— A sra. de Nucingen quase o tornou banqueiro — disse ela maliciosamente.
— E o visconde de Portenduère, nosso parente?
— Um menino que dança mal e, aliás, sem dinheiro. Enfim, meu pai, essa gente não tem títulos. Quero ser pelo menos condessa, como mamãe.
— Quer dizer que este inverno não viste ninguém que...
— Não, meu pai.
— Que é que queres então?
— O filho de um par de França.
— Estás louca, minha filha! — disse o sr. de Fontaine, levantando-se. Mas subitamente ergueu os olhos para o céu, como se buscasse nova dose de resignação num pensamento religioso, lançando um olhar de piedade paterna à filha, que ficou emocionada, tomou-lhe a mão, apertou-a e disse-lhe enternecido:
— Deus é testemunha, pobre criatura transviada, que cumpri conscienciosamente meu dever de pai para contigo. Que digo? Conscienciosamente? Com amor, Emília. Sim, Deus sabe que este inverno eu te trouxe mais de um homem de bem cujas qualidades, costumes, caráter me eram conhecidos, e todos dignos de ti, minha filha. Já fiz o que devia. De hoje em diante serás árbitra de teu destino, sentindo-me ao mesmo tempo feliz e infeliz por me ver dispensado da mais árdua das obrigações paternas. Não sei se ainda por muito tempo ouvirás minha voz, que infelizmente nunca foi severa; mas lembra-te de que a felicidade conjugal não se alicerça tanto sobre qualidades brilhantes e fortuna quanto sobre uma estima recíproca. Essa felicidade é, por sua natureza, modesta e sem brilho. Vai, minha filha, podes contar com o meu consentimento para aquele a quem me apresentares como genro; mas, se fores infeliz, lembra-te de que não te assiste o direito de acusar teu pai. Não me recusarei a dar os passos que quiseres e te auxiliarei; peço apenas que tua escolha seja séria e definitiva. Não devo comprometer duas vezes o respeito que devo aos meus cabelos brancos.
A afeição evidenciada pelo pai e o tom solene com que fez sua untuosa alocução impressionaram vivamente a srta. de Fontaine, a qual, entretanto, dissimulou seu enternecimento, mas aninhou-se no colo do conde, que se havia sentado ainda todo trêmulo, fez a este as mais meigas carícias e o afagou tão graciosamente que os sulcos da testa do velho se dissiparam. Quando Emília achou que o pai estava refeito de sua penosa emoção, disse-lhe em voz baixa:
— Muito lhe agradeço sua graciosa atenção, papai. O senhor arrumou seu gabinete para receber sua filhinha querida. Não esperava, talvez, que ela fosse tão louca e rebelde, não é? Mas, meu pai, será tão difícil assim casar com um par de França? O senhor mesmo disse que os fazem às dúzias. Ah! Pelo menos não me recusará seus conselhos.
— Não, minha filha, não, e mais de uma vez te gritarei: toma cuidado! Lembra-te que o pariato é uma peça muito nova na nossa “governamentabilidade”, como dizia o falecido rei, para que os pares possam ter grandes fortunas. Os que são ricos querem sê-lo ainda mais. O mais opulento de todos os membros do nosso pariato não tem a metade da renda que possui o menos rico dos lordes da Câmara Alta da Inglaterra. Ora, os pares de França procurarão, todos, herdeiras ricas para seus filhos, seja lá onde for que as encontrem. A necessidade em que se acham todos eles de fazer casamentos de dinheiro durará mais de dois séculos. É possível que enquanto esperas o feliz acaso que desejas, espera essa que pode custar-te os teus mais belos anos de vida, teus encantos (pois é frequente hoje em dia a gente casar-se por amor), teus encantos, repito, operem um prodígio. Quando a experiência se oculta sob um semblante tão primaveril como o teu, é permitido esperar maravilhas. Não tens, antes de tudo, a facilidade de descobrir virtudes no maior ou menor volume que apresentam os corpos? Não é pouca coisa, isso. Assim é que não tenho necessidade de prevenir uma pessoa tão avisada como tu das dificuldades da empresa. Estou certo de que não atribuirás nunca bom-senso a um desconhecido ao ver-lhe a estampa lisonjeira ou virtudes por lhe achares um porte elegante. Enfim, estou perfeitamente de acordo contigo sobre o dever que têm todos os filhos de pares de possuírem um ar que lhes seja próprio e maneiras que os distingam de modo inconfundível. Conquanto hoje nada há que assinale a alta posição de nascimento, esses rapazes terão para ti, talvez, um não sei quê que fará com que os descubra. Aliás, segura com firmeza as rédeas de teu coração, como um bom cavaleiro que não deixa seu corcel desgarrar. Boa sorte, minha filha.
— Estás zombando de mim, papai. Pois bem! Declaro-te que prefiro ir morrer no convento da srta. de Condé [71] a não ser esposa de um par de França.
Escapuliu dos braços do pai e, orgulhosa de ser senhora de si mesma, foi-se trauteando a ária Cara, non dubitar do Matrimônio secreto.[72] Por acaso a família festejava nesse dia uma data doméstica. À sobremesa, a sra. Planat, mulher do recebedor-geral e mais velha do que Emília, falou em voz bastante alta de um jovem americano, dono de imensa fortuna, o qual, tendo se apaixonado perdidamente por sua irmã, fizera-lhe propostas extremamente brilhantes.
— Creio que é um banqueiro — disse negligentemente Emília. — Não gosto de financistas.
— Mas, Emília — respondeu o barão de Villaine, marido da segunda irmã da srta. de Fontaine —, você também não gosta da magistratura, de modo que não compreendo, uma vez que repele os proprietários não titulados, em que classe escolherá um marido.
— Principalmente, Emília, com o teu sistema da magreza — acrescentou o tenente-general.
— Eu sei o que me convém — respondeu a moça.
— Minha irmã quer um grande nome — disse a baronesa de Fontaine — e cem mil libras de renda; o sr. de Marsay, [73] por exemplo.
— O que sei, querida irmã — retrucou Emília —, é que não farei um casamento tolo, como tantos que já vi. Ademais, para evitar essas discussões nupciais, declaro que considerarei como inimigos do meu descanso os que me falarem em casamento.
Um tio de Emília, vice-almirante, cuja fortuna acabava de ser acrescida de umas vinte mil libras de renda em consequência da lei de indenidade, velho septuagenário, com liberdade de dizer duras verdades à sobrinha, pela qual tinha loucura, exclamou para dissipar o azedume da conversa:
— Não atormentem a minha pobre Emília. Não veem que ela está esperando a maioridade do duque de Bordeaux?[74]
Uma risada geral acolheu a pilhéria do ancião.
— Tome cuidado em que eu não me case contigo, velho maluco! — replicou a moça, cujas últimas palavras foram felizmente abafadas pelo barulho.
— Meus filhos — disse a sra. de Fontaine para suavizar aquela impertinência —, Emília, como vocês todos, só se aconselhará com sua mãe.
— Por Deus! Que só me aconselharei comigo mesma, num assunto que só a mim me diz respeito — disse distintamente a moça.
Os olhares dirigiram-se então para o chefe da família. Todos pareciam curiosos de ver o que ele faria para manter sua dignidade. Não somente o venerável vendeano gozava de grande consideração nos meios sociais, como também, mais feliz do que muitos pais, era apreciado pela família, cujos membros, sem exceção, tinham reconhecido as qualidades sólidas que empregava para consolidar a fortuna dos seus. Por isso, cercavam-no com aquele profundo respeito que as famílias inglesas e algumas casas aristocráticas do continente tributam ao representante da árvore genealógica. Fez-se um profundo silêncio, e os olhos dos convivas fitavam alternativamente o semblante enfadado e altivo da menina mimada e as fisionomias severas do sr. e da sra. de Fontaine.
— Deixei minha filha senhora de seu destino — foi a resposta que o conde pronunciou com um tom de voz profundo.
Os parentes e demais convivas consideraram então a srta. de Fontaine com um misto de curiosidade e piedade. Aquela afirmação parecia indicar que a bondade paterna se cansara de lutar contra um caráter que a família sabia ser incorrigível. Os genros murmuraram, e os irmãos dirigiram às suas mulheres sorrisos zombeteiros. Desde esse momento todos deixaram de se preocupar com o casamento da orgulhosa rapariga. Somente seu velho tio, em sua qualidade de antigo marinheiro, se animou a arriscar umas bordadas com ela e sofrer-lhe remoques, sem nunca se descuidar de responder a canhonaço com canhonaço.
Quando veio a primavera, depois de votado o orçamento, aquela família, verdadeiro modelo das famílias parlamentares do outro lado da Mancha, que têm um pé em cada departamento administrativo e dez votos nas Comunas, abriu voo, como um bando de pássaros, para os lindos recantos de Aulnay, de Antony e de Châtenay. O opulento recebedor-geral comprara recentemente naquelas paragens uma casa de campo para a mulher, a qual ficava em Paris somente durante o tempo das sessões. Conquanto a bela Emília desprezasse a burguesia, esse sentimento não chegava a ponto de fazer com que desdenhasse as vantagens da fortuna acumulada pelos burgueses. Acompanhou, portanto, a irmã à sua vila suntuosa, menos por afeição às pessoas de sua família, do que pelas regras inflexíveis do bom-tom que ordena imperativamente a toda mulher que se respeita a deixar Paris durante o verão. As verdes campinas de Sceaux preenchiam admiravelmente bem as condições exigidas pelo bom-tom e pelo dever dos cargos públicos.
continua...
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Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850) foi um produtivo escritor francês, notável por suas agudas observações psicológicas. É considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.[1][2] Sua magnum opus, A Comédia Humana, consiste de 95 romances, novelas e contos que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Napoleão Bonaparte em 1815.
Entre seus romances mais famosos destacam-se A Mulher de Trinta Anos (1831-32), Eugènie Grandet (1833), O Pai Goriot (1834), O Lírio do Vale (1835), As Ilusões Perdidas (1839), A Prima Bette (1846) e O Primo Pons (1847). Desde Le Dernier Chouan (1829), que depois se transformaria em Les Chouans (1829, na tradução brasileira A Bretanha), Balzac denunciou ou abordou os problemas do dinheiro, da usura, da hipocrisia familiar, da constituição dos verdadeiros poderes na França liberal burguesa e, ainda que o meio operário não apareça diretamente em suas obras, discorreu sobre fenômenos sociais a partir da pintura dos ambientes rurais, como em Os Camponeses, de 1844.[1] Além de romances, escreveu também "estudos filosóficos" (como A Procura do Absoluto, 1834) e estudos analíticos (como a Fisiologia do Casamento, que causou escândalo ao ser publicado em 1829).
Balzac tinha uma enorme capacidade de trabalho, usada sobretudo para cobrir as dívidas que acumulava.[1] De certo modo, suas despesas foram a razão pela qual, desde 1832 até sua morte, se dedicou incansavelmente à literatura. Sua extensa obra influenciou nomes como Proust, Zola, Dickens, Dostoyevsky, Flaubert, Henry James, Machado de Assis, Castelo Branco e Ítalo Calvino, e é constantemente adaptada para o cinema. Participante da vida mundana parisiense, teve vários relacionamentos, entre eles um célebre caso amoroso, desde 1832, com a polonesa Ewelina Hańska, com quem veio a se casar pouco antes de morrer.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)
Balzac, Honoré de, 1799-1850.
A comédia humana: estudos de costumes: cenas da vida privada / Honoré de Balzac; orientação, introduções e notas de Paulo Rónai; tradução de Vidal de Oliveira; 3. ed. – São Paulo: Globo, 2012.
(A comédia humana; v. 1) Título original: La comédie humaine ISBN 978-85-250-5333-1 0.000 kb; ePUB
1. Romance francês i. Rónai, Paulo. ii. Título. iii. Série.
12-13086 cdd-843
Índices para catálogo sistemático:
1. Romances: Literatura francesa 843
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[69]Il Barbiere: O barbeiro de Sevilha, de Rossini.
[70] Os rapazes casadouros enumerados a seguir pelo conde Fontaine são, todos eles, personagens de destaque de A comédia humana, e nas diversas partes desta viremos de fato a saber como cada um deles se casaria, esquecendo a altiva Emília: Manerville desposaria a Natália Evangelista (em O contrato de casamento); Beaudenord, a Isaura d’Aldrigger, em A casa Nucingen; Portenduère, a Úrsula Mirouët (no romance do mesmo nome); quem ficará mais tempo solteiro é Rastignac, mas por fim ele também se casará — para escândalo de todos — com a jovem Augusta, filha da sra. Nucingen, isto é, de sua amante no momento da conversação acima (O deputado de Arcis). [
71] O convento da srta. de Condé era a instituição da Adoração Perpétua, fundada em Paris em 1815 por Luiza Adelaide de Bourbon, srta. de Condé.
[72] Matrimônio secreto: ópera-bufa de Domenico Cimarosa com letra de Bertrati. As palavras italianas da ária “Cara non dubitar” significam em português: “Querida, não duvides!”
[73]O sr. de Marsay: um dos representantes mais brilhantes da jeunesse dorée de A comédia humana.
[74] O duque de Bordeaux: filho do duque de Berry, herdeiro único do ramo mais velho da casa de Bourbon, nasceu em 1820. No momento desta palestra devia ter, pois, aproximadamente cinco anos.
[70] Os rapazes casadouros enumerados a seguir pelo conde Fontaine são, todos eles, personagens de destaque de A comédia humana, e nas diversas partes desta viremos de fato a saber como cada um deles se casaria, esquecendo a altiva Emília: Manerville desposaria a Natália Evangelista (em O contrato de casamento); Beaudenord, a Isaura d’Aldrigger, em A casa Nucingen; Portenduère, a Úrsula Mirouët (no romance do mesmo nome); quem ficará mais tempo solteiro é Rastignac, mas por fim ele também se casará — para escândalo de todos — com a jovem Augusta, filha da sra. Nucingen, isto é, de sua amante no momento da conversação acima (O deputado de Arcis). [
71] O convento da srta. de Condé era a instituição da Adoração Perpétua, fundada em Paris em 1815 por Luiza Adelaide de Bourbon, srta. de Condé.
[72] Matrimônio secreto: ópera-bufa de Domenico Cimarosa com letra de Bertrati. As palavras italianas da ária “Cara non dubitar” significam em português: “Querida, não duvides!”
[73]O sr. de Marsay: um dos representantes mais brilhantes da jeunesse dorée de A comédia humana.
[74] O duque de Bordeaux: filho do duque de Berry, herdeiro único do ramo mais velho da casa de Bourbon, nasceu em 1820. No momento desta palestra devia ter, pois, aproximadamente cinco anos.
Honoré de Balzac - A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (02)
Honoré de Balzac - A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (04)