segunda-feira, 18 de maio de 2020

Los Poetas del Amor... Jorge Debravo (Costa Rica)

Los Poetas del Amor (68)




Mulher, todo o meu sangue está presente
com você nessa luta que você tem.
Com você está meu amor incandescente
e no seu choro e na tua luta você me contém.
 

Sou homem, nasci
Eu tenho pele e esperança.
Eu exijo, portanto,
deixe-me usá-las.
Mas eu exijo calor em minhas raízes,
almoço nas minhas entranhas.
Eu não peço eternidades
cheio de estrelas brancas.
Peço ternura, jantar,
silêncio, pão, casa ... 

Eu sou um homem, isto é,
animal com palavras.
E eu exijo, portanto,
deixe-me usá-las.


Estamos sem amor, meu irmão,
e isso é como estar cego no meio da terra.





Desvestido

La noche, deseosa, apenumbrada,
te quitó sin pensar las zapatillas...
y -por sentirse blanca y alumbrada-
desnudó blancamente tus rodillas.

Luego -por diversión, sin decir nada-
la noche se llevó tu blusa larga
y te arrancó la falda ensimismada
como una cosa tímida y amarga.

Después te colocaste travesura:
desnudaste tus pechos por ternura
y -hablando de un amor vago, inconexo-

porque sí y porque no, a medio reproche,
desnudaste también, entre la noche
la noche pequeñita de tu sexo.







Parto

Mujer, toda mi sangre está presente
contigo en esa lucha que sostienes.
Contigo está mi amor incandescente
y en tu llanto y en tu duelo me contienes.
Nunca en la vida estuve tan de prisa,
tan lleno de relámpagos y ruegos,
como ahora que ha muerto tu sonrisa
y están con tu dolor todos tus llantos y fuegos.
Nunca estuvo mi amor tan a tu lado,
nunca como esta noche de tortura,
cuando sufre mi amor crucificado
en el mismo tablón de tu amargura!






Hombre

Soy hombre , he nacido,
tengo piel y esperanza.
Yo exijo, por lo tanto,
que me dejen usarlas.
No soy dios: soy un hombre
(como decir un alga).
Pero exijo calor en mis raíces,
almuerzo en mis entrañas.
No pido eternidades
llenas de estrellas blancas.
Pido ternura, cena,
silencio, pan, casa...

Soy hombre, es decir,
animal con palabras.
Y exijo, por lo tanto,
que me dejen usarlas.







Hombre - Jorge Debravo
(Interpretado por José Capmany)





Nosotros Los Hombres - Jorge Debravo




Vengo a buscarte, hermano, porque traigo el poema,
que es traer el mundo a las espaldas.
Soy como un perro que ruge a solas, ladra
a las fieras del odio y de la angustia.


Traigo sueños, tristezas, alegrías, mansedumbres,
democracias quebradas como cántaros,
religiones mohosas hasta el alma,
rebeliones en germen echando lenguas de humo,
árboles que no tienen
suficientes resinas amorosas.


Estamos sin amor, hermano mío,
y esto es como estar ciegos en mitad de la tierra.


Traigo muertes para asustar a todos
los que juegan con muertes.
Vidas para alegrar a los mansos y tiernos,
esperanzas y uvas para los dolorosos.


Pero traigo ante todo
un deseo violento de abrazar,
atronador y grande
como tormenta oceánica.


Quiero hacer con los brazos
un solo brazo dulce
que rodee la tierra.


Yo deseo que todo, que la vida sea
como el agua y el viento.
Que nadie tenga nunca más patria que el vecino.
Que nadie diga más la finca mía, el barco...,
sino la finca nuestra, de Nosotros los Hombres.





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Jorge Debravo nasceu em Guayabo de Turrialba (Costa Rica) em 31 de janeiro de 1938 e morreu em San José em 4 de agosto de 1967. Aos 29 anos de idade.

Seus pais eram Joaquín Bravo Ramírez e Cristina Brenes, camponeses pobres. Jorge era o homem mais velho e único de cinco filhos. Papai era analfabeto. Jorge andou toda a infância descalço; Ele tinha que acordar às três da manhã e eles nunca compravam livros para ele. Não havia escola em Guayabo e a mais próxima, em Santa Cruz, ficava a quatro horas de distância.

Mamãe o ensinou a colocar o nome e as letras. Ele escreveu em folhas de bananeira com um pedaço de pau. E depois ela comprou bonés e frutas cozidas que lhe deram uma tinta roxa profunda.

Para ajudar papai, ele trabalhou até as duas da tarde. A partir dessa hora, ele fez um milharal e, com o que tirou, comprou um dicionário. Foi o primeiro livro que ele teve.

Na escola de Santa Cruz, a professora Dona Teresa de Albán mudou-se e conseguiu uma bolsa do conselho de educação para ele terminar o ensino fundamental em Turrialba. Ele tinha 14 anos e entrou na quinta série; durou um mês e eles mudaram-no para a sexta série.

Lá, em Turrialba, ele começou a se tornar conhecido publicando seus primeiros versos em "El Turrialbeño". Em Turrialba, ela morava com a avó paterna e, quando chegou ao terceiro ano, ficou mais velho, parou de estudar e começou a trabalhar como funcionário da Previdência Social.

Em 1959, ele se casou com Margarita Salazar e em 1960 eles tiveram uma filha pequena, Lucrecia, e no ano seguinte Raimundo.

Em 1961, a Caja del Seguro o enviou a San Isidro del General como inspetor. Eles deram a ele essa promoção porque ele tinha um relacionamento muito bom com os trabalhadores e ele se mudou com a família para lá. Em 1965, ele terminou seu bacharelado.

No ano seguinte, mandaram-no para Heredia, sempre na Caja. Esse escritório de inspetor permitiu que ele se aproximasse de muitas misérias. Em Naranjo, um político eminente teve um benefício com mais de 200 trabalhadores, mas recusou-se a pagar-lhes seguro. Por medo de não quererem ser demitidos viviam com muito medo e não diziam o nome dos trabalhadores prejudicados. Ele conseguiu ganhar a confiança de alguém que lhe deu todos os nomes. E assim ele conseguiu garantir o direito a todos.

É por isso e pelas obras que ele sofreu quando criança que sua poesia está mergulhada em tanto humanismo, naquele amor ao próximo que torna a lei suprema continuar, acabar com a fome e a miséria.

Ele morreu em 1967, quando acabara de se matricular na Universidade. Ele acabara de comprar uma motocicleta para se locomover devido ao seu trabalho e um motorista bêbado atropelou-o, cegando a vida do poeta da Costa Rica.


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