XII
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,´
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:amar é um combate de relâmpagose dois corpos por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos tênues caminhos do sangueaté precipitar-se como um cravo noturno,até ser e não ser senão na sombra um raio.
Te amo
XLIV
Saberás que não te amo e que te amoposto que de dois modos é a vida,a palavra é uma asa do silêncio,o fogo tem uma metade de frio.
Eu te amo para começar a amar-te,para recomeçar o infinitoe para não deixar de amar-te nunca:por isso não te amo todavia.
Te amo e não te amo como se tivesseem minhas mãos as chaves da fortunae um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.
Ainda te necessito
Ainda te necessito
LXVI
Não te quero senão porque te queroe de querer-te e não querer-te chegoe de esperar-te quando não te esperopassa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,te odeio sem fim, e odiando-te rogo,e a medida de meu amor viageiroé não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiroseu raio cruel, meu coração inteiro,roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morroe morrerei de amor porque te queroporque te quero, amor a sangue e fogo.
Se tu me esqueces
história do homem e do poeta....
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