parábolas de uma professora
o coração livre para voar
Ensaio 002A – 3ª.ed
baitasar e paulo e marko e kamilá
Querida professora, a mim parece chamar atenção, as tantas vezes que sucumbimos frente às falas destrutivas e desesperançadas que fragmentam e nos implodem em pequeninos pedaços voadores, dentro de nós mesmos, transformando em poeira nossas tentativas íntimas, o paulo e o marko pensam tanto o impossível como o possível, mas são diferentes no uso da amorosidade das palavras, essas aflições acontecem tantas vezes, e não sabemos se ocorrem por intenção deliberada ou por não pensar e sentir diferente. Guardamos silêncio para o enfrentamento final quando o bem vencerá definitivamente o mal. Eis o imobilismo na crença que haverá somente um embate e que todos os desgastes dos enfrentamentos anteriores se dão sem razão. Ao assumir uma posição crítica e não lírica deixamos de assumir os defeitos e as dificuldades dos outros para estabelecer parcerias razoáveis de comprometimento com a esperança, dentro de uma práxis libertadora do outro em mim que retorna ao outro que está fora de mim.
é isso, concordo com o paulo, a utopia do impossível hoje, possível amanhã
mas continuo calada, precisamos caminhar, não há fadas ou bruxas, precisamos caminhar com nossas pernas, errando ou acertando, para começar nos basta o movimento, parando vez que outra para recuperar diálogos e enfrentamentos íntimos, fixando regras de ação
o coração livre para voar com esperança
ficar atenta a insônia do medo e não se esconder, levantar da cômoda cadeira da cátedra, movimento e reflexão, retirar o disco do toca-disco, virar o vinil e tocar o lado B, nem tudo que é novo supera a qualidade do antigo, mas não podemos impedir a chegada do novo
quanta sonoridade no antigo também, Não se deveria optar pelo novo apenas como consequência da novidade, decide-se pelo novo através da reflexão que temos do velho e o desejo de fazer diferente do antigo.
Concordo, Lia... o paulo está solto e falante, como queria ter essa força que não se preocupa com os olhares azedos e vazios, aquilo que é novo – a notícia ou a colheita – não nos embaraça tanto como o novo que chega pelas ideias de fazer diferente
O que fazer com esse medo do novo que pensa, sugere, critica...
Bem, Lia... não se diz querer o novo das ideias por astúcia ou ingenuidade, pois tanto uma como a outra farão da novidade mentiras diárias. Cresceremos com as ideias do novo fazer e pensar na discussão permanente entre mim e o eu, entre o eu e o nós, entre nós e o todo, entre o todo e o que repito que é meu, pois sempre retorno ao início que sou eu.
Isso não é fácil, Paulo. É quase como nascer de novo.
Nenhuma dor é nova, Lia. Mas meu sorriso pode ficar diferente. Estou refletido em mim mesmo quando estou clareando e esclarecendo minhas próprias perguntas.
Sou astuta, ingênua ou progressista?
Essa é uma boa pergunta para se fazer, é preciso urgência na resposta, mas não pressa; por ora, já basta estar permanentemente atenta, mesmo sofrendo muito com o esforço.
Em movimento...
Isso, em movimento.
fico animada e penso que precisamos superar estes papéis mágicos e autoritários de papai-mamãe, precisamos de novos olhares sobre o nosso fazer na escola, sacudindo a poeira do tempo e descobrindo aos poucos um novo eu que já existia e permanecia escondido pela poeria da imperturbabilidade ingênua ou solércia medrosa
_____________________
Leia também:
parábolas: ensaio 001A / Camarada, Ofélia!
parábolas: ensaio 002A / o coração livre para voar
parábolas: ensaio 003A / macho, branco e dono de tudo
o coração livre para voar
Ensaio 002A – 3ª.ed
baitasar e paulo e marko e kamilá
Querida professora, a mim parece chamar atenção, as tantas vezes que sucumbimos frente às falas destrutivas e desesperançadas que fragmentam e nos implodem em pequeninos pedaços voadores, dentro de nós mesmos, transformando em poeira nossas tentativas íntimas, o paulo e o marko pensam tanto o impossível como o possível, mas são diferentes no uso da amorosidade das palavras, essas aflições acontecem tantas vezes, e não sabemos se ocorrem por intenção deliberada ou por não pensar e sentir diferente. Guardamos silêncio para o enfrentamento final quando o bem vencerá definitivamente o mal. Eis o imobilismo na crença que haverá somente um embate e que todos os desgastes dos enfrentamentos anteriores se dão sem razão. Ao assumir uma posição crítica e não lírica deixamos de assumir os defeitos e as dificuldades dos outros para estabelecer parcerias razoáveis de comprometimento com a esperança, dentro de uma práxis libertadora do outro em mim que retorna ao outro que está fora de mim.
é isso, concordo com o paulo, a utopia do impossível hoje, possível amanhã
mas continuo calada, precisamos caminhar, não há fadas ou bruxas, precisamos caminhar com nossas pernas, errando ou acertando, para começar nos basta o movimento, parando vez que outra para recuperar diálogos e enfrentamentos íntimos, fixando regras de ação
o coração livre para voar com esperança
ficar atenta a insônia do medo e não se esconder, levantar da cômoda cadeira da cátedra, movimento e reflexão, retirar o disco do toca-disco, virar o vinil e tocar o lado B, nem tudo que é novo supera a qualidade do antigo, mas não podemos impedir a chegada do novo
quanta sonoridade no antigo também, Não se deveria optar pelo novo apenas como consequência da novidade, decide-se pelo novo através da reflexão que temos do velho e o desejo de fazer diferente do antigo.
Concordo, Lia... o paulo está solto e falante, como queria ter essa força que não se preocupa com os olhares azedos e vazios, aquilo que é novo – a notícia ou a colheita – não nos embaraça tanto como o novo que chega pelas ideias de fazer diferente
O que fazer com esse medo do novo que pensa, sugere, critica...
Bem, Lia... não se diz querer o novo das ideias por astúcia ou ingenuidade, pois tanto uma como a outra farão da novidade mentiras diárias. Cresceremos com as ideias do novo fazer e pensar na discussão permanente entre mim e o eu, entre o eu e o nós, entre nós e o todo, entre o todo e o que repito que é meu, pois sempre retorno ao início que sou eu.
Isso não é fácil, Paulo. É quase como nascer de novo.
Nenhuma dor é nova, Lia. Mas meu sorriso pode ficar diferente. Estou refletido em mim mesmo quando estou clareando e esclarecendo minhas próprias perguntas.
Sou astuta, ingênua ou progressista?
Essa é uma boa pergunta para se fazer, é preciso urgência na resposta, mas não pressa; por ora, já basta estar permanentemente atenta, mesmo sofrendo muito com o esforço.
Em movimento...
Isso, em movimento.
fico animada e penso que precisamos superar estes papéis mágicos e autoritários de papai-mamãe, precisamos de novos olhares sobre o nosso fazer na escola, sacudindo a poeira do tempo e descobrindo aos poucos um novo eu que já existia e permanecia escondido pela poeria da imperturbabilidade ingênua ou solércia medrosa
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