quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Moby Dick: 16a - O Navio

Moby Dick


Herman Melville



16 - O NAVIO


Na cama, discutimos nossos planos para o dia seguinte. Mas, para minha surpresa e grande apreensão, Queequeg me fez entender que estivera consultando Yojo – assim chamava seu pequeno deus negro –, e Yojo lhe havia dito duas ou três vezes, e insistido muito de todos os modos possíveis, que, ao invés de irmos juntos até a frota de baleeiros no porto e escolhermos juntos nossa embarcação; que, em vez disso, Yojo recomendava que a escolha do navio fosse só minha, visto que Yojo continuaria a nos proteger; e, para nos ajudar, já havia optado por um navio que eu, Ishmael, encontraria infalivelmente, como se tivesse aparecido por acaso; e naquele navio eu deveria embarcar de pronto, sem por ora me preocupar com Queequeg.
Esqueci de dizer que, em muitas coisas, Queequeg tinha muita confiança na excelência do julgamento e na surpreendente capacidade de adivinhação de Yojo; tratava Yojo com muita estima; como um deus muito bom, que talvez desejasse o bem de todos, mas cujos desígnios benevolentes nem sempre se realizavam.
Agora, esse plano de Queequeg, ou melhor, de Yojo, sobre a escolha de nossa embarcação; ele não me agradou em nada. Eu tinha contado com a sagacidade de Queequeg para escolher o baleeiro mais adequado para transportar a nós e aos nossos destinos com segurança. Mas, como todos os meus protestos não tiveram nenhum efeito sobre Queequeg, fui obrigado a ceder; assim, me preparei para cuidar desse pequeno assunto com energia e vigor, com o intuito de resolvê-lo rapidamente. Saí na manhã seguinte bem cedinho, deixando Queequeg e Yojo fechados em nosso quarto – pois parecia que, para Queequeg e Yojo, era uma espécie de Quaresma ou de Ramadã, um dia de abstinência, humilhação e oração; como era, nunca fiquei sabendo, porque embora tenha me esforçado muito nunca consegui entender suas liturgias e seus XXXIX Artigos – deixei, portanto, Queequeg jejuando com seu cachimbo, e Yojo se esquentando no fogo sacrifical de aparas, e dirigi-me ao porto. Depois de dar muitas voltas e fazer muitas perguntas, fiquei sabendo que havia três navios prontos para uma viagem de três anos – o Mulher do Demônio, o Petisco e o Pequod. Não sei a origem do nome Mulher do Demônio; Petisco é óbvio; mas, quanto a Pequod, você deve lembrar que era o nome da famosa tribo de índios de Massachusetts, atualmente tão extinta quanto os antigos Medos. Dei uma espiada no Mulher do Demônio; de lá fui para o Petisco; por fim, subi a bordo do Pequod, olhei à minha volta por uns instantes e decidi que esse era o navio que queria para nós.
Uma pessoa pode ter visto muitos navios singulares durante sua vida; – de proa quadrada; montanhosos juncos Japoneses; galeotas semelhantes a caixas de manteiga, e sei lá mais o quê; mas acredite no que digo, ninguém nunca viu uma preciosidade tão antiga quanto o velho Pequod. Era um navio antigo, antes pequeno do que qualquer coisa; tinha o aspecto antiquado de um animal de garras. Longamente amadurecido e marcado por tufões e calmarias dos quatro oceanos, seu velho casco era escurecido como o de um granadeiro francês que tivesse lutado do mesmo modo no Egito e na Sibéria. Sua venerável proa parecia barbada. Seus mastros – feitos em algum lugar da costa do Japão, onde os mastros originais se perderam num temporal – erguiam-se tão aprumados quanto as espinhas dos três velhos reis de Colônia. Seu antigo convés era gasto e enrugado, como as lajes da catedral de Canterbury, veneradas pelos peregrinos, onde Becket sangrou até morrer. Mas a essas antiguidades foram acrescentados traços novos e maravilhosos, relativos às proezas realizadas por mais de meio século. O velho Capitão Peleg, durante muitos anos seu capitão, antes de comandar uma outra embarcação, e agora aposentado, era um dos principais proprietários do Pequod – esse velho Peleg, enquanto foi comandante, reforçou sua singularidade original revestindo o navio com materiais e dispositivos tão peculiares que só podiam ser comparados ao broquel entalhado do Thorkill-Hake. Estava enfeitado como um imperador bárbaro da Etiópia, com pesados berloques de marfim polido em volta de seu pescoço. Era um troféu. Uma embarcação canibal, que se enfeitava com os ossos dos inimigos. Em toda a volta, sua amurada aberta e sem painéis era adornada como uma única e contínua mandíbula, com os longos dentes pontiagudos de um cachalote, colocados ali como pinos, para segurar seus velhos músculos e tendões de cânhamo. Tais músculos não corriam por entre meras roldanas de madeira nativa, mas viajavam velozmente por entre peças do marfim marinho. Escarnecendo da clássica roda de torniquete em seu admirável timão, exibia uma cana de leme em seu lugar; mas a cana de leme era lavrada numa só peça, curiosamente entalhada na maxila longa e estreita de seu inimigo natural. O timoneiro que manobrasse aquela cana numa tempestade sentir-se-ia como o Tártaro, quando este freia seu corcel arisco segurando-o pelos dentes. Um navio nobre, mas de certa forma melancólico! Todas as coisas nobres têm esse toque.
Ora, quando procurei no tombadilho por um oficial, para me oferecer como candidato à viagem, de início não vi ninguém; mas não pude deixar de perceber um tipo curioso de tenda, ou melhor, wigwam, armada atrás do mastro grande. Parecia uma dessas construções temporárias que se encontram nos portos. Tinha a forma de um cone, com cerca de três metros de altura; feita com enormes pranchas flexíveis de ossos pretos, retirados do meio e da parte superior do maxilar da baleia franca. Com as largas pontas fixadas no convés, as pranchas se juntavam formando um círculo, uma apoiada sobre a outra, unindo-se no cume que formava um tufo, do qual saíam fibras soltas e peludas que balançavam como o topete da cabeça de um velho sachem dos Pottowottamie. Uma abertura triangular voltada para a proa do navio dava uma visão completa da proa para quem estivesse dentro da tenda. 
Um pouco escondida naquela edificação estranha, encontrei, por fim, uma pessoa que pelo aspecto parecia ter autoridade; e que, sendo meio-dia, com o trabalho suspenso a bordo, aproveitava o descanso das agruras do comando. Estava sentado numa velha cadeira de carvalho com curiosas incrustações; o assento era feito de uma trama sólida do mesmo material elástico usado para a construção do wigwam.
Não havia nada de muito singular, talvez, no aspecto do homem idoso que vi; era moreno e bronzeado, como a maior parte dos velhos marinheiros, e vestia-se com a pesada roupa azul de piloto, cortada em estilo Quacre; ao redor dos olhos percebia-se uma rede muito fina, quase microscópica, de pequenas rugas, que devem ter surgido durante suas viagens com tempestades contínuas, tendo o rosto sempre voltado ao vento; por essa razão, os músculos em volta dos olhos se contraíam. Essas rugas em volta dos olhos são muito eficazes para lançar olhares mal-humorados.

“É o capitão do Pequod?”, perguntei, dirigindo-me à porta da barraca. 

“Supondo que eu seja o capitão do Pequod, o que é que desejas?”, perguntou. 

“Desejo embarcar.”

“Desejas embarcar? Vejo que não és de Nantucket – já estiveste a bordo de uma baleeira?” 

“Não, senhor. Nunca.”

“Não sabes nada sobre pescar baleias, ousaria dizer – hein?”

“Nada, senhor; mas posso aprender depressa. Já fiz várias viagens na marinha mercante e acredito que –” 

“Que se dane a marinha mercante. Não me venha com esse calão. Vês esta perna? – Arrancá-la-ei do teu corpo, se falares em marinha mercante outra vez. Só faltava essa, marinha mercante! Imagino que te orgulhes por ter servido em navios mercantes. Mas por que, homem, desejas ir à pesca de baleias, hein? – Não parece um pouco suspeito, hein? – Não és pirata, não? – Não roubaste o teu último capitão, não? Não pensas em matar os oficiais quando chegares ao mar?”

Protestei minha inocência. Sabia que, sob sua máscara de insinuações meio humorísticas, o velho marinheiro, como todo Quacre solitário de Nantucket, estava cheio dos preconceitos insulares e tampouco confiava em forasteiros, a não ser nos que vinham de Cape Cod ou de Vineyard. 

“Mas o que te leva à pesca de baleias? Quero saber antes que embarques.”

“Bem, senhor, quero ver como é a pesca de baleias. Eu quero ver o mundo.” 

“Queres ver como é a pesca de baleias, não é? Já deste uma olhada no capitão Ahab?”

“Quem é o capitão Ahab, senhor?”

“Ai, ai, ai, já esperava por isso. O capitão Ahab é o capitão deste navio.”

“Então me enganei. Pensei estar falando com o capitão.” 

“Estás falando com o Capitão Peleg – eis com quem estás falando, meu jovem rapaz. Cabe a mim e ao Capitão Bildad preparar o Pequod para a viagem, abastecê-lo com tudo o que for necessário, incluindo a tripulação. Somos ao mesmo tempo proprietários e agentes. Mas, como ia dizendo, se quiseres saber como é a pesca de baleias, como dizes querer, posso ajudar-te antes que te comprometas irrevogavelmente. Dá uma olhada no capitão Ahab, meu jovem rapaz, e verás que ele tem apenas uma perna.” 

“O que quer dizer com isso, senhor? Que perdeu uma perna por causa de uma baleia?”

“Perdeu por causa de uma baleia! Meu jovem rapaz, aproxima-te: ela foi devorada, mastigada e esmigalhada pelo cetáceo mais monstruoso que jamais despedaçou um barco! – ai, ai, ai!”

Fiquei um pouco alarmado com sua firmeza, talvez um pouco emocionado pela tristeza sincera que havia em sua exclamação final, mas repliquei da maneira mais calma que pude, “O que o senhor diz é a verdade; mas como eu poderia adivinhar que essa baleia em particular é tão feroz, ainda que eu pudesse ter imaginado isso simplesmente pela ocorrência do acidente?”. 

“Nota bem, meu jovem rapaz, os teus pulmões são macios, percebes? Tu não falas grosso. É mesmo certo que estiveste no mar antes, tens certeza?”

“Senhor”, eu disse, “pensei que tivesse lhe contado sobre quatro viagens em navios mercantes…”

“Para com isso! Lembra-te do que eu disse sobre a marinha mercante – não me irrites –, não tolero isso. Mas vamos nos entender. Dei-te uma ideia do que é a pesca da baleia; continuas interessado?” 

“Sim, senhor.” 

“Muito bem. És capaz de lançar um arpão goela abaixo de uma baleia viva, e depois saltar atrás dele? Responde depressa!”

“Sim, senhor, se fosse absolutamente indispensável fazê-lo; quero dizer, se não houvesse outra alternativa; se fosse o caso.”

“Muito bem. Então, tu não apenas queres ir à pesca de baleias, para ter uma experiência da pesca de baleias, como também queres ir ver o mundo? Não foi o que disseste? Achei que sim. Pois bem, aproxima-te então, olha por cima da proa, volta aqui e conta-me o que vês lá.”

Por uns instantes fiquei parado, perplexo com uma ordem tão estranha, sem saber se achava graça ou se levava a sério. Mas, reunindo todos os seus pés-de-galinha num só olhar mal-humorado, o Capitão Peleg fez com que eu obedecesse.
Dirigindo-me então à proa e dando uma olhada ao redor, percebi que o navio, balançando com a maré em volta da âncora, apontava obliquamente para o mar aberto. A perspectiva era ilimitada, mas excessivamente monótona e hostil; sem a mais mínima variação que eu pudesse perceber.

“Bem, que tens a dizer?”, perguntou Peleg, quando voltei. “O que viste?”

“Pouca coisa”, respondi. “Nada além de água; um horizonte considerável, e parece-me que aí vem uma tempestade.”

“Pois bem, o que entendes por conhecer o mundo? Queres dar a volta até o cabo Horn para ver mais mundo ainda, hein? Não vês o mundo de onde estás?” 

Fiquei um pouco desconcertado, mas precisava ir à pesca de baleias; queria ir; e o Pequod era um bom navio – considerei-o o melhor – e tudo isso repeti para Peleg. Vendo-me tão determinado, ele expressou seu desejo de me embarcar.

“E podes assinar os papéis imediatamente”, acrescentou. “Vem comigo.” Dizendo isto, levou-me à cabine embaixo do convés.

Sentado sobre o painel de popa estava uma pessoa que me pareceu surpreendente e pouco comum. Era o capitão Bildad, que, junto com o capitão Peleg, era um dos principais acionistas da embarcação; as ações restantes, como ocorre em geral nos portos, estavam distribuídas por uma multidão de pensionistas; viúvas, órfãos e oficiais da justiça; cada um possuía aproximadamente o valor de um pedaço de madeira, ou um metro de uma tábua, ou ainda um ou dois pregos do navio. O povo de Nantucket investe seu dinheiro em navios baleeiros do mesmo modo que você investe o seu em ações garantidas pelo Estado, que rendem bons juros.
Ora, Bildad, assim como Peleg e muitos outros moradores de Nantucket, era um Quacre, uma vez que a ilha havia sido originalmente colonizada por essa seita; e até hoje seus habitantes guardam em grande medida as peculiaridades dos Quacres, modificadas às vezes por influência de elementos exteriores e heterogêneos. Alguns desses Quacres são os mais sanguinários de todos os marinheiros e caçadores de baleias. São Quacres guerreiros; são Quacres vingadores.  
Entre eles há alguns que usam nomes das Escrituras – um hábito bastante comum na ilha – e que durante a infância assimilaram os tratamentos dramáticos de “tu” e “vós”, do idioma Quacre; além disso, por suas aventuras corajosas, intrépidas e audaciosas de vidas subseqüentes, mil traços de caráter juntam-se de forma singular a essas características insuperáveis, traços dignos de um rei dos mares Escandinavo, ou de um poeta da Roma pagã. Quando essas coisas se unem num homem de força excepcional, com um cérebro globular e um coração equilibrado; que, graças à imobilidade e isolamento de muitas vigílias noturnas em águas remotas, sob constelações jamais vistas no hemisfério norte, foi levado a pensar de forma independente e autônoma; e que recebeu as impressões suaves ou selvagens da natureza de seu próprio seio virgem e confiante, e aprendeu, por meio delas principalmente, mas com o auxílio de certas vantagens acidentais, a língua elevada, corajosa e altiva – então esse homem se torna único em toda a população de um país – uma poderosa e admirável criatura, talhada para as nobres tragédias. Não deve ser menosprezado, sob o ponto de vista dramático, se por nascimento ou por outras circunstâncias ele parece dominado por uma morbidez involuntária em sua natureza profunda. Porque todos os grandes homens trágicos são criados com uma certa morbidez. Mas tenha certeza disso, ó, ambição juvenil, toda grandeza mortal é apenas doença. Mas por ora não nos ocupemos de tal homem, mas de um outro; um homem que, apesar de estranho, é apenas o resultado de uma característica Quacre modificada por circunstâncias individuais.
Tal como o Capitão Peleg, o Capitão Bildad era um próspero baleeiro aposentado. Ao contrário do Capitão Peleg – que não se importava nada com as coisas ditas sérias, e que se sentia mesmo inclinado a fazer pouco delas –, o Capitão Bildad não apenas tinha sido educado de acordo com os preceitos mais severos da seita Quacre de Nantucket, como também toda sua vida subseqüente no mar, e a visão de muitas adoráveis criaturas inteiramente nuas nas ilhas, por volta do cabo Horn – tudo aquilo em nada alterou seu caráter Quacre e em nada modificou uma só peça de seu vestuário. Apesar dessa rigidez, faltava consistência ao senso comum do valoroso Capitão Bildad. Embora se recusasse, por escrúpulos conscientes, a usar armas contra invasores de terra, ele próprio invadira desbragadamente o Atlântico e o Pacífico; e, embora fosse inimigo jurado do derramamento de sangue, ele próprio, em seu casaco reto, vertera tonéis de sangue de Leviatã. Como fazia o devoto Bildad, nas tardes contemplativas de seus dias, para reconciliar esses fatos em suas reminiscências, não sei; mas não parecia se preocupar muito, e provavelmente há muito tempo chegara à sábia e sensata conclusão de que a religião de um homem é uma coisa, e o mundo prático, uma outra bem diferente. Este mundo paga juros. Foi promovido de grumete, com as roupas curtas de tecido grosseiro, a arpoador, com um grande colete de barriga de sável; depois se tornou chefe do bote, imediato, comandante e finalmente armador; como disse antes, Bildad concluiu sua carreira de aventuras se aposentando da vida ativa com a boa idade de sessenta anos e dedicou o resto dos seus dias a usufruir de uma renda bem merecida. 
Mas, lamento dizê-lo, Bildad tinha a fama de ser um avarento incorrigível e de ter sido, no tempo em que ia ao mar, um chefe implacável e severo. Contaramme em Nantucket, apesar de se tratar de uma história curiosa, que quando ele era comandante do baleeiro Categut, ao descer em terra, quase toda a tripulação ia para o hospital, de tanta exaustão e cansaço. Para um devoto, especialmente um Quacre, era sem dúvida um homem severo, para não dizer pior. Mas não costumava xingar seus homens, diziam; no entanto, de algum jeito obrigava-os a fazer uma quantidade excessivamente cruel de trabalho. Quando Bildad era imediato, ter seu olhar cinzento dirigido a você fazia com que você se sentisse completamente nervoso, até que você acabasse pegando alguma coisa – um martelo ou um passador – e começasse a trabalhar como um louco no que fosse, não importando o quê. Ociosidade e inatividade sucumbiam diante dele. Sua pessoa era a própria encarnação do espírito utilitário. Em seu corpo alto e magro não havia nada supérfluo, nem excesso de barba, e seu queixo tinha uma penugem macia e econômica, como a penugem gasta de seu chapéu de abas largas.

Continua na página 82...

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Moby Dick: 16a - O Navio
Moby Dick: 16b - O Navio
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Moby Dick é um romance do escritor estadunidense Herman Melville, sobre um cachalote (grande animal marinho) de cor branca que foi perseguido, e mesmo ferido várias vezes por baleeiros, conseguiu se defender e destruí-los, nas aventuras narradas pelo marinheiro Ishmael junto com o Capitão Ahab e o primeiro imediato Starbuck a bordo do baleeiro Pequod. Originalmente foi publicado em três fascículos com o título "Moby-Dick, A Baleia" em Londres e em Nova York em 1851,
O livro foi revolucionário para a época, com descrições intrincadas e imaginativas do personagem-narrador, suas reflexões pessoais e grandes trechos de não-ficção, sobre variados assuntos, como baleias, métodos de caça a elas, arpões, a cor do animal, detalhes sobre as embarcações, funcionamentos e armazenamento de produtos extraídos das baleias.
O romance foi inspirado no naufrágio do navio Essex, comandado pelo capitão George Pollard, que perseguiu teimosamente uma baleia e ao tentar destruí-la, afundou. Outra fonte de inspiração foi o cachalote albino Mocha Dick, supostamente morta na década de 1830 ao largo da ilha chilena de Mocha, que se defendia dos navios que a perturbavam.
A obra foi inicialmente mal recebida pelos críticos, assim como pelo público por ser a visão unicamente destrutiva do ser humano contra os seres marinhos. O sabor da amarga aventura e o quanto o homem pode ser mortal por razões tolas como o instinto animal, sendo capaz de criar seus fantasmas justamente por sua pretensão e soberba, pode valer a leitura.


E você com o quê se identifica?

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