mulheres descalças
mulheres descalças
praça pública é lugar de vagabundo!!
Ensaio 127Bb – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
baitasar
continuando...
a praça virada do avesso pru barão, as costa pra mãe áfrica, num era dança nem briga, era cortejo pra dá chute, soco, tapa e cuspida no camaradinhu
a praça parô, mais num parô pruqui queria escutá as resposta do mito moringue, eles tudo sabe uqui ele tem pra dizê, num escapa de trêis ou quatro dito do mito matá, torturá, mentí e traí, sabê as resposta num interessava pras gritaria do deboche e provocação, Não solta o negro, não! Chuta a cara do criolo!o berrêro acusatório sem desafogo num tinha fome da verdade pruqui quem uiva e ruge só tem alegria na amargura assustada dos otro, Manda cortar uma das orelhas! Isso ou cortar o nariz!
é gente qui gosta de brincá de fazê coisa ruim e ensaiá o cacoete do ódio, tirano num cansa de brigá tanto, Mais vale um negro atado que dez pulando de galho em galho!
os berro é pra surrá os assustado inté eles ficá manso, Assim a praça estraga a mercadoria! É só fazer o negro obedecer, É só fazer uso do vergalhão, corrente e tronco!
o moringue procurô com as vista o rumo da voz atrevida qui anunciô aquela purugunta petulante e abusada, Mas o que fez esse rapaz, repetiu a purugunta com deboche enquanto oiava entre os curioso, na volta dele mesmo, os insulto desalentado continuava, E vosmecê com isso, Se não se usa mão forte os criolos tomam conta, Escravo bom vive para o seu serviço e nada mais, Vive a vida assim até morrer, Essa Villa tem dono!
Mas o que fez esse rapaz, o barão voltô puruguntá pra praça pública
É assunto que não diz respeito a vosmecê!
e do meio dos vagabundo público aboiô o aviso do amedrontamento, O criolo e o metido a perguntador precisam uma boa tunda!
E um nabo bem ardido!
a provocação qui vem da turba é incerta inté o ajuste do desimpedimento qui faz colocá as garra no sofrente sem a vigilância da decência, sem as formalidade das lei
Vizinho, é simples de explicar. Preste atenção: O criolo é vagabundo, é vagabundo porque é criolo! Entendeu, vizinho?
o barão oiô na sua volta, tumbém oiêi na volta, os abicu tava quase tudo ali, atento e preocupado com os cordêro da missa, gente temente à deus, mais o deus qui eles tem medo parece sê um deus demente; oiava duma cara pra otra, a praça demente a deus gritava animada o ódio acusatório de ouví dizê isso, ouví dizê aquilo; o deus qui tá solto nas boca da praça num é um deus misericordioso, e os cordêro parece gostá de sê o advogado do diabo em nome da cruz
parece qui prus cordêro das missa num bastô um crucificado sem culpa, eles precisa de mais sangue pra sutentá seu desamô, é no medo qui eles se apóia e confirma o seu testemunho
o piano tumbém parô
a moça, qui tumbém tava desajustada entre as harmonia e a melodia, cansada das própria lamúria instrumentista, foi inté a janela atiçada pelos ruído dos grito
ela oiava pra movimentação enlouquecida na praça sem sabê uqui fazê. num sentia nada da cintura pra cima ou pra baixo, achava tudo muntu estranho, Muito alvoroço para tão pouco perigo, foi terminá de pensá qui tudo aquilo era menó qui parecia sê e viu o chute na boca qui o pretu levô sem retrucá, depois de tá dominado com as corrente. ela começô sangrá, descia na perna o mesmo sangue qui descia do pretu
a violência num era coisa muntu estranha pra ela, apesá do pai da pianística num deixá a rua chegá perto da janela, Saia da janela, minha filha amada, ele continuava parado no meio do salão pianístico, ela continuava com usóio na praça, em silêncio, as vista na direção do pretu enfiado nas corrente, subindo a rua na direção da sua janela
Olhe lá fora, papai!
o pai deu os passo qui faltava pra chegá inté a janela e tê uqui vê, pra tê uqui conversá. a fia oiô o pai qui oiava da janela, sentiu a ponta dos dedo ficá ungida, É só mais um negro bêbado tentando levantar. E não vai conseguir, é uma pena. Nunca me criaram problemas e, se vocês duas querem saber, eu não lucro com eles. Acho que alguns são um péssimo exemplo e não são de confiança, mas não justifica tanta veemência, a guria respirô de alívio quando percebeu qui ele num tava zangado, ele só tava enfastiado, ela tava mais assustada qui devia
Por que será que as pessoas se comportam assim, a purugunta qui a moça pianística fez pareceu tê dado eco no curação frio do pai, ficô animada pra continuá, apesá de sabê qui o pai num ia deixá a vida antiga, por que gritam tanto? Não existe outra maneira de resolver isso tudo? Por que tanta raiva?
Seres humanos, somos apenas seres humanos, respondeu pra fia, e podia mais tê dito se meió tivesse examinado a questão da purugunta, anunciando pra fia qui usqui tão ali é gente cheia de raiva contra a sina da vida quié morrê, eles procura alongá a vida morrendo nosotro, é como oferecê a vida dum resto de gente em nome da sua continuação na vida
a pianística sentiu um cansaço imenso, uma vontade desmembrada do próprio corpo, o medo da própria mudez das ideia
o pai continuava parado na janela, quando ele ficava zangado ou distraído num ia nem pra frente nem pra tráis; muntu menos, prus lado, ele ficava fincado no chão enquanto o nariz fungava forte. era o feitio dele pra tê mais tempo, mostrá a própria presença na volta dele, mais parece qui num era o caso de brabeza, ele tava atento com os movimento na praça; num vê nada engraçado nem achava justo, e tumbém, num ia fazê nada pra impedí aquela alcateia, a turba num podia sê parada só pela vontade dum hôme, Veja, minha filha, somos assim, Não, papai, Sim, minha filha, somos parte desta brabeza, a guria num queria sê daquilo, deu dois passô pra tráis
Minha filha, o que temos na praça além do negro? Vagabundos, bêbados, animais, burros fúnebres, lodaçal nas chuvas, poeira ao sol, olhares maliciosos do diabo, descampado, casinhas de aspecto simples, pobres, e gente de bem, parô a língua destravada pruqui sabe quias palavra dita sem pensá, no meió da fúria, sem a quietude do mormaço, no fundo, mostra os segredo do faladô
a ruga qui se fez na sua testa mostrava qui ele procurava as lembrança das palavra já dita sem a meditação dos pensamento, algum rompante qui possa tê soltado da garganta e sê usado prum mal-entendido
durante a vida qui construiu naquela casa, ele fez crescê um muro com parede alta na volta da sua família, lugá sagrado da consagração, ninguém entra ou sai sem a vontade do chefe da família, ele, um comandante com vontade firme qui pode oferecê um bofetão na cara atrevida ou um abraço iluminado nas submissa muié à sua vontade de dono de tudo
naquela casa com muro alto ele era o dono de tudo
depois da medição das palavra própria, puruguntô, Esqueci alguma coisa? É isso, minha filha... Praça pública é lugar de gente vagabunda.
continua...
histórias de avoinha: praça pública é lugar de vagabundo!
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continua...
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