quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Edgar Allan Poe - Contos: Aventuras de Arthur Gordon Pym: 11 — A Garrafa de Porto

Edgar Allan Poe - Contos




Aventuras de Arthur Gordon Pym 
Título original: Narrative of A. G. Pym 
Publicado em 1837





11 — A Garrafa de Porto





Passamos o resto do dia num estado de letargia estúpida, sempre a olhar para o navio, até que as trevas, ocultando-o da nossa vista, nos fizeram, de certo modo, cair em nós. Então, a agonia da fome e da sede voltou, absorvendo todas as outras preocupações e considerações. Contudo, nada podíamos fazer até de manhã e, instalando-nos o melhor possível, esforçamo-nos por recuperar um pouco. Pela minha parte, consegui-o, para além do que esperava, e dormi até ao nascer do dia, quando os meus camaradas, que tinham sido menos favorecidos do que eu, me acordaram para recomeçarmos as tristes tentativas na despensa.

Tudo estava completamente calmo, com o mar mais sereno que jamais vi, enquanto a temperatura estava quente e agradável. O brigue fatal desaparecera no horizonte. Começamos as operações por arrancar, com bastante dificuldade, outra cadeia do traquete; uma vez as duas presas aos pés de Peters, tentou mais uma vez chegar à porta da despensa, pensando que talvez a conseguisse forçar, desde que lá chegasse em menos tempo, o que tinha esperança que acontecesse, pois a carcaça do navio estava em melhor posição do que antes.

Na verdade, conseguiu chegar muito depressa à porta e, aí, soltando um dos pesos dos tornozelos, utilizou-o para a forçar; mas todos os seus esforços foram vãos, porque o madeiramento era muito mais resistente do que ele pensava. Estava completamente esgotado por aquela longa permanência debaixo de água e era indispensável que um de nós o substituísse. Parker ofereceu-se imediatamente para o serviço, mas, depois de três viagens infrutíferas, nem sequer tinha conseguido chegar até à porta. O estado deplorável do braço de Augusto, tornava-o incapaz para qualquer tentativa, pois, mesmo que conseguisse chegar à porta, não teria força para a arrombar; portanto, era a mim que me incumbia agora usar todas as minhas forças para salvar a comunidade.

Peters tinha deixado uma das cadeias na passagem e eu vi, assim que mergulhei, que não tinha peso suficiente para me manter em pé debaixo de água. Assim, resolvi que a minha primeira viagem, seria apenas para encontrar o outro peso. Com este objetivo, tateava o chão do corredor, quando senti algo duro, que apanhei imediatamente, nem tendo tempo para verificar de que se tratava; depois voltei-me e subi à superfície. A minha descoberta era uma garrafa e podem imaginar a nossa alegria ao verificarmos que estava cheia de Vinho do Porto. Demos graças a Deus por aquele consolo e socorro tão oportuno, depois do que, com o meu canivete, tiramos a rolha e bebemos cada um um gole, sentindo-nos espantosamente reconfortados e como que inundados de calor, de forças e de ânimo. Voltamos a rolhar a garrafa com todo o cuidado e, com a ajuda de um lenço, amarramo-la de forma que não se partisse.

Descansei um pouco, após esta feliz descoberta, e voltei a descer, recuperando a cadeia, com a qual subi imediatamente. Depois de a ter amarrado a um pé, desci pela terceira vez apenas para verificar que nunca conseguiria arrombar a porta da despensa. Subi desolado.

Decididamente, era preciso renunciar a todas as esperanças e vi nas fisionomias dos meus camaradas que se tinham resignado a morrer. O vinho tinha-lhes provocado uma espécie de delírio, do qual eu me livrara, talvez, devido à minha última imersão. Falavam de forma incoerente e de assuntos que nada tinham a ver com a nossa situação: Peters enchia-me de perguntas sobre Nantucket, enquanto Augusto, aproximando-se de mim com um ar muito sério, me pedia que lhe emprestasse um pente, pois, segundo dizia, tinha os cabelos cheios de escamas e desejava limpá-los antes de desembarcar. Parker parecia um pouco menos afetado e insistia para que eu tornasse a descer e lhe trouxesse o primeiro objete que apanhasse. Aceitei e, logo à primeira tentativa, depois de cerca de um minuto debaixo de água, subi com uma pequena mala de couro que pertencia ao capitão Barnard. Abrimo-la imediatamente, com a débil esperança que contivesse algo que se comesse ou bebesse; mas apenas lá encontramos uma caixa com navalhas de barba e duas camisas de linho. Tornei a mergulhar, mas subi sem nada. Quando a minha cabeça saía da água, ouvi o barulho de qualquer coisa a partir-se na coberta e, ao subir, vi que os meus companheiros de infortúnio se tinham ignobilmente aproveitado da minha ausência para beber o resto do vinho e que tinham deixado cair a garrafa, na precipitação de a reporem no lugar antes da minha chegada. Fiz-lhes notar a sua falta de coração e Augusto desatou a chorar. Os outros dois tentaram rir e dar ao caso um ar de brincadeira, mas espero nunca mais ver um riso assim, pois as convulsões dos seus rostos eram completamente horríveis. Era evidente que a excitação provocada nos seus estômagos vazios, originara um efeito violento e instantâneo e que estavam muito embriagados. Só a muito custo, consegui que se deitassem, caindo logo a seguir num sono profundo acompanhado de um sonoro ressonar.

Encontrei-me então sozinho no brigue, por assim dizer, e os meus pensamentos eram da natureza mais terrível e sinistra. A única perspetiva que se me apresentava era morrer de fome lentamente ou, vendo as coisas pelo melhor, ser tragado pela primeira tempestade que se levantasse, porque não podíamos acalentar qualquer esperança de, no nosso estado de fraqueza, sobreviver a outra.

A fome torturante que sentia era quase insuportável e sentia-me capaz de fazer os maiores extremos para a apaziguar. Com o meu canivete cortei um pedaço de couro da mala e tentei comê-lo, mas foi-me completamente impossível engolir o mínimo bocado que fosse. No entanto, parecia-me que mascar pequenos fragmentos de couro me aliviava um pouco o sofrimento. Perto da noite, os meus companheiros acordaram um a um e todos num estado de fraqueza e de horror indescritível, causado pelo vinho, cujos vapores já se tinham evaporado. Tremiam, como se estivessem atacados por uma febre violenta, e imploravam água soltando gritos lancinantes. O seu estado comovia-me muito e não podia deixar de me regozijar pelo feliz acidente que me tinha impedido de me tentar pelo vinho, poupando-me assim àquelas sinistras e aflitivas sensações. Além disso, a sua conduta alarmava-me e causava-me grande inquietação, porque era evidente que, a menos que o seu estado melhorasse, não me poderiam prestar qualquer assistência na nossa salvação comum. Ainda não tinha desistido da ideia de trazer mais qualquer coisa do camarote, mas só podia recomeçar com as tentativas se um deles estivesse suficientemente lúcido para segurar a corda enquanto eu descia. Parker parecia um pouco melhor do que os outros e esforcei-me por o reanimar por todos os meios possíveis. Lembrando-me que talvez um banho de mar tivesse um efeito positivo, atei-lhe uma corda à volta do corpo e depois, conduzindo-o até à escada do camarote, sempre inerte e passivo, empurrei-o para a água e retirei-o imediatamente. Tive ocasião para me felicitar pela experiência, porque ele pareceu recuperar a vida e a força e, ao subir, perguntou-me com um ar perfeitamente normal, qual era o motivo por que o tratava daquela maneira. Quando lhe expliquei os meus objetivos, agradeceu-me muito e disse-me que se sentia muito melhor depois do banho; depois falou sensatamente da nossa situação. Resolvemos então aplicar o mesmo tratamento a Augusto e Peters, o que fizemos a seguir, provocando nos dois um alívio enorme. Esta ideia da imersão súbita fora-me sugerida por qualquer velha leitura de caráter médico sobre os efeitos da aspersão e do duche nos casos em que o doente sofre de delirium tremens.

Vendo que podia novamente confiar nos meus camaradas para segurarem na corda, mergulhei mais três ou quatro vezes no camarote, embora já fosse noite e uma ondulação bastante suave, mas alta, vinda do norte, fizesse balouçar um pouco o nosso batelão. Durante estas tentativas consegui trazer duas grandes facas de cozinha, um cântaro com capacidade de três galões, mas vazio, e uma manta, mas nada que servisse para nos mitigar a fome. Depois de ter encontrado estes objetos continuei os meus esforços até estar completamente esgotado, mas não encontrei mais nada. Durante a noite, Parker e Peters revezaram-se na mesma tarefa, mas nada apanharam e, convencidos que nos estávamos a esgotar em vão, abandonamos aquela empresa com desespero.

Passamos o resto da noite na mais terrível angústia moral e física que podem imaginar. A manhã do dia 16 chegou por fim e os nossos olhos sondaram todos os pontos do horizonte com avidez, à procura de socorro, mas em vão. O mar continuava tranquilo, mas com ondas grandes de norte, como na véspera. Há seis dias que não comíamos nem bebíamos nada, exceto a garrafa de Porto, e era evidente que não poderíamos resistir muito mais tempo, a não ser que encontrássemos alguma coisa. Nunca vi, e espero não vir a ver, seres humanos tão macilentos como Peters e Augusto. Se os encontrasse em terra no estado em que se encontravam agora, nem suspeitaria que os conhecia. As suas fisionomias tinham-se alterado completamente, e eu só a muito custo reconhecia neles os indivíduos que me acompanhavam dias antes. Parker, embora extremamente magro e tão fraco que mal podia levantar a cabeça, não estava tão acabado como os outros dois. Sofria com grande paciência, nunca se queixava e tentava incutir-nos a esperança por todos os meios que conseguia inventar. Quanto a mim, embora tivesse estado doente no início da viagem e fosse de constituição fraca, era o que sofria menos; não estava tão magro e conservara num grau surpreendente as minhas capacidades mentais, enquanto os outros estavam completamente abatidos e pareciam ter caído numa segunda infância fazendo gestos tolos, como os idiotas, e dizendo os mais absurdos disparates. No entanto, de vez em quando, pareciam reviver bruscamente, como que inspirados pela consciência da sua situação. Então punham-se em pé, de um salto, como que impulsionados por acesso momentâneo de vigor e falavam dos problemas de uma maneira perfeitamente racional, mas cheia do mais profundo desespero. É possível que os meus camaradas tenham tido do seu estado a mesma opinião que eu tinha do meu, e que eu me tenha tornado involuntariamente culpado das mesmas extravagâncias e das mesmas imbecilidades, mas isso é uma questão que me é impossível verificar.

Por volta do meio-dia, Parker declarou que via terra do lado de bombordo e tive a maior dificuldade para o impedir de se deitar à água para a alcançar a nado. Peters e Augusto não prestaram grande atenção ao que ele dizia, parecendo os dois absorvidos numa sombria contemplação. Olhando na mesma direção, foi-me impossível distinguir qualquer coisa que se parecesse com terra; aliás sabia perfeitamente que estávamos longe de qualquer terra para sentir uma esperança dessa natureza. Assim, demorei muito tempo a convencer Parker do seu engano. Desatou então a chorar como uma criança com grandes gritos e soluços, durante duas ou três horas; por fim, esgotado pela fadiga e pelo desespero, adormeceu.

Peters e Augusto fizeram então algumas tentativas infrutíferas para mascarem pedaços de couro. Aconselhei-os a mascarem o couro e a deitá-lo fora, mas estavam demasiado cansados para seguirem o meu conselho. Porém, eu continuei a mascar alguns pedaços de vez em quando e senti algum alívio, mas o meu grande sofrimento era provocado pela falta de água e só resisti ao desejo de beber água do mar lembrando-me das terríveis consequências que daí resultaram para outros indivíduos em idênticas circunstâncias.

O dia decorria desta forma, quando, de repente, avistei uma vela a Este, na direção da nossa proa, do costado de bombordo. Parecia-me ser um grande navio, navegando na nossa direção e a uma distância de doze ou quinze milhas. Nenhum dos meus companheiros o tinha ainda visto e evitei dizer-lhes imediatamente, receando que, mais uma vez, as nossas esperanças fossem vãs. À medida que se aproximava, vi nitidamente que tinha a proa na nossa direção e as velas pequenas abertas. Não me pude conter por mais tempo e mostrei-o aos meus companheiros de infortúnio. Levantaram-se de um salto, entregando-se de novo às mais extravagantes demonstrações de alegria, chorando e rindo como os idiotas, saltando e batendo com os pés na coberta, arrancando os cabelos, rezando e blasfemando alternadamente. Estava tão influenciado pela sua conduta, assim como pela perspetive de salvação, que já considerava certa, que não resisti a juntar-me a eles, a participar nas suas loucuras e a dar plena liberdade a todas as explosões da minha alegria e felicidade, espojando-me e rolando pela coberta, batendo palmas, gritando e fazendo outras infantilidades semelhantes, até que voltei a mim e caindo no mais extremo desespero e miséria humana, ao ver que o navio nos apresentava a ré e navegava numa direção totalmente oposta à que o vira seguir de início.

Demorei algum tempo a explicar a nossa nova infelicidade aos meus nobres camaradas. Respondiam a tudo o que eu dizia com olhares fixos e gestos que significavam que não se brinca com coisas sérias. Foi a conduta de Augusto que mais me impressionou, pois, apesar de tudo o que lhe disse para o convencer, persistia em afirmar que o navio se aproximava a toda a velocidade na nossa direção e em fazer preparativos para subir a bordo. Apontava algumas algas que flutuavam ao longo do brigue, afirmando que era uma embarcação do navio, chegando a esforçar-se para saltar para ela, urrando e gritando de maneira confrangedora; por fim fui obrigado a usar a força para o impedir de se atirar ao mar.

Quando nos recuperamos um pouco, da nossa emoção, continuamos a olhar o navio até que o perdemos finalmente de vista, pois o céu encobriu-se e levantou-se uma pequena brisa. Quando desapareceu completamente, Parker voltou-se, de repente, para mim com uma tal expressão no rosto que senti um calafrio. Tinha um ar tranquilo e um sangue-frio que nunca tinha notado nele e, antes que abrisse a boca, tive um pressentimento do que ia dizer. Propôs-me, em poucas palavras, o sacrifício de um de nós para salvação dos outros.





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Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, Massachusetts, Estados Unidos, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, Maryland, Estados Unidos, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico estadunidense. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é geralmente considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difíceis.

Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, passando a maior parte do tempo entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos antes de ser dispensado. Depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. Sua carreira começou humildemente com a publicação de uma coleção anônima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).

Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Em Baltimore, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, morreu antes que pudesse ser produzido. A causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças cardiovasculares, raiva, suicídio, tuberculose entre outros agentes.

Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.


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Edgar Allan Poe

CONTOS

Originalmente publicados entre 1831 e 1849 



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