quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Edgar Allan Poe - Contos: Aventuras de Arthur Gordon Pym: 4 — Revolta e Massacre

Edgar Allan Poe - Contos




Aventuras de Arthur Gordon Pym 
Título original: Narrative of A. G. Pym 
Publicado em 1837




4 — Revolta e Massacre





O brigue tinha-se feito ao mar, tal como eu calculara, mais ou menos uma hora depois de Augusto me ter deixado o relógio. Estávamos então a 20 de junho. Devem lembrar-se que já estava no meu esconderijo há três dias. Durante todo este tempo tinha havido tanta balbúrdia a bordo, tanto vai e vem, principalmente nos alojamentos dos oficiais, que ele não pôde ir visitar-me sem correr o risco de revelar o segredo do alçapão. Quando, por fim, desceu, eu afirmei-lhe que tudo corria o melhor possível; nos dois dias que se seguiram, não sentiu, portanto, grande preocupação a meu respeito, embora continuasse sempre a espreitar uma oportunidade para descer. Mas só foi ao quarto dia que tal aconteceu. Durante este período sentiu, várias vezes, desejo de confessar aquela aventura ao pai e de me mandar subir, mas ainda estávamos nas proximidades de Nantucket e era de recear, atendendo a algumas palavras que ouvira ao capitão Barnard, que retrocedesse, se descobrisse que eu estava a bordo. 

Além disso, vendo bem as coisas, Augusto, segundo me disse, não podia imaginar que eu precisasse de auxílio urgente ou que hesitasse, num caso destes, em chamar através do alçapão. Portanto, e pensando bem, decidiu deixar-me esperar, até ter oportunidade de me visitar sem ser visto. Isso, como já disse, só aconteceu no quarto dia, depois de me ter trazido o relógio e no sétimo após a minha instalação na caixa. Então desceu, sem levar consigo água e provisões, pois tencionava apenas chamar-me a atenção para que fosse ter com ele ao alçapão, onde me entregaria tudo o que necessitasse. Quando desceu com este fim, apercebeu-se de que eu dormia, pois parece que eu ressonava muito. Segundo as minhas conjeturas sobre o assunto, deve ter sido o maldito desmaio em que caí depois de ir buscar o relógio ao alçapão, sono que deve ter durado, pelo menos, mais de três dias e três noites. Recentemente, vim a saber, por experiência própria e por testemunhos de outros, dos poderosos efeitos soporíferos dos vapores de óleo rançoso de peixe, quando num recinto fechado; e, quando penso no estado do porão onde estava encerrado, e no longo espaço de tempo durante o qual o brigue serviu de baleeiro, fico surpreendido por ter acordado, uma vez mergulhado naquele perigoso sono, por ter dormido sem interrupção durante todo aquele tempo. 

Augusto chamou-me, primeiro em voz baixa e sem fechar o alçapão, mas não obteve qualquer resposta; fechou depois o alçapão e falou-me num tom mais alto, e ainda mais alto, mas eu continuava a ressonar. Precisava de algum tempo para atravessar toda a confusão do porão e chegar ao meu esconderijo e, durante esse espaço, a sua ausência podia ser notada pelo capitão Barnard, que necessitava dos seus serviços a todo o instante para pôr em ordem e transcrever papéis relativos ao objetivo da viagem. Depois de refletir, decidiu, portanto, subir e aguardar outra ocasião para me visitar. Contribuindo ainda mais para esta resolução, foi o facto de o meu sono parecer sereno, não podendo ele supor que eu estivesse a sofrer qualquer perturbação por estar fechado. Acabara de fazer estas reflexões, quando a sua atenção foi atraída por um tumulto, completamente insólito, que parecia partir da cabina. Correu para o alçapão o mais depressa possível, fechou-o e abriu a porta do quarto. Mal tinha posto o pé de fora, uma bala passou-lhe a rasar a cabeça, e ele caiu sob um golpe de pé de cabra. 

Uma mão vigorosa mantinha-o deitado no chão do camarote, ao mesmo tempo que lhe apertava vigorosamente o pescoço; porém, podia ver o que se passava à sua volta. O pai, atado de mãos e pés, estava estendido ao longo dos degraus da escada da cabina, de cabeça para baixo, com um profundo ferimento na testa, donde o sangue corria incessantemente como um rio. Não falava e tinha um ar moribundo. O imediato debruçava-se sobre ele, olhando com uma expressão de troça enquanto lhe revistava calmamente os bolsos, donde tirou uma carteira e um cronômetro. Sete homens da tripulação, entre os quais o cozinheiro negro, revistaram as cabinas de bombordo à procura de armas, e em breve estavam munidos de espingardas e de pólvora. Excluindo Augusto e o capitão, havia, ao todo, nove homens no quarto, os mais insignes patifes de toda a tripulação. Os bandidos subiram então à coberta, levando o meu amigo com eles, depois de lhe terem atado as mãos atrás das costas. Dirigiram-se para o castelo da proa, colocando-se dois dos amotinados, armados de machados, de cada um dos lados e dois outros junto da escotilha grande. O imediato gritou: 

— Estão a ouvir, ai em baixo? Vamos a subir à coberta! Um a um, entendem! E nada de refilar! 

Passaram alguns minutos antes que alguém ousasse mostrar-se, mas, por fim, um inglês que embarcara como grumete, subiu a chorar e suplicando ao imediato, da maneira mais humilde, que lhe poupasse a vida. 

A única resposta à sua súplica foi uma machadada na cabeça. O pobre rapaz rolou pela coberta, sem soltar um gemido, e o cozinheiro negro pegou nele, como teria feito a uma criança, e atirou-o tranquilamente à água. Depois de terem ouvido a pancada e a queda do corpo, os homens que continuavam em baixo, recusaram-se terminantemente a subir; promessas e ameaças, tudo foi inútil, quando, por fim, alguém propôs encher o castelo de fumo. Foi uma grande confusão e, por instantes, poderia pensar-se que o brigue ia ser reconquistado, mas os amotinados conseguiram fechar solidamente o castelo da proa e só seis dos seus adversários puderam chegar à coberta. Estes seis, vendo-se perante forças tão desiguais e completamente privados de armas, renderam-se após uma luta muito curta. O imediato dirigiu-lhes boas palavras, sem dúvida para levar os que ainda estavam em baixo a submeterem-se, pois podiam ouvir com facilidade tudo o que se dizia na coberta. O resultado do estratagema provou a sua sagacidade assim como a sua perversidade diabólica. Todos os homens aprisionados no castelo da proa manifestaram, então, a sua intenção de se renderem, e subindo um a um, foram amarrados e atirados para junto dos outros seis prisioneiros, ao todo vinte e sete homens da tripulação que não tinham participado na revolta. 

Seguiu-se uma horrível carnificina. Os marinheiros amarrados foram arrastados para a passagem a meia-nau, onde o cozinheiro se encontrava empunhando um machado, que atingia cada uma das vítimas que depois eram lançadas ao mar pelos outros bandidos. 

Pereceram vinte e dois desta forma e Augusto já se considerava perdido, receando que chegasse a sua vez. Mas parece que os miseráveis estavam ou demasiado cansados ou talvez um pouco repugnados com a sua sangrenta tarefa, porque os quatro últimos prisioneiros, entre os quais se encontrava o meu amigo, que tinha sido lançado para a coberta com os outros, foram poupados, de momento, enquanto o imediato mandava buscar rum e todo o bando de assassinos começava uma festa de bêbados que durou até ao pôr do sol. Começaram então a discutir sobre a sorte dos sobreviventes, que estavam deitados a cerca de quatro passos deles e que não perdiam uma palavra da discussão. Em alguns dos amotinados, o vinho parecia ter produzido um efeito calmante, pois elevaram-se algumas vozes pedindo a libertação dos prisioneiros, sob a condição de eles aderirem à revolta e de aceitarem a sua parte dos lucros. 

No entanto, o cozinheiro negro, que sob todos os pontos de vista era um verdadeiro demônio e que parecia ter tanta se não mais influência do que o imediato, não queria ouvir falar de nenhuma proposta deste gênero e levantava-se constantemente para ir retomar a sua tarefa de carrasco. Felizmente, estava tão fraco devido à embriaguez, que podia ser detido pelos menos sanguinários do grupo, entre os quais se encontrava um contramestre, conhecido pelo nome de Dirk Peters. Este homem era filho de uma índia, da tribo dos Upsarokas, que ocupa as fortalezas naturais das Montanhas Negras, perto da nascente do rio Missouri. O pai, segundo penso, era um comerciante de peles, ou pelo menos tinha relações com os centros comerciais dos índios ao longo do rio Lewis. Quanto a Peters era um homem com o aspeto mais feroz que jamais vi. Era baixo, não tendo mais de quatro pés e oito polegadas de altura, mas os seus membros eram moldados de matéria hercúlea, sobretudo as mãos que eram tão monstruosamente largas e grossas que não pareciam humanas. Os braços, tal como as pernas, eram arqueados da maneira mais estranha e não pareciam dotados de sensibilidade. A cabeça também era disforme, de um tamanho prodigioso, com uma protuberância no alto, como têm muitos negros, e completamente calva. Para disfarçar este último defeito usava uma peruca feita da primeira pele que tinha à mão, por vezes a pele de um cão ou de um urso pardo da América. Naquela altura, trazia um pedaço de pele destes ursos, o que lhe aumentava a ferocidade natural da sua fisionomia, que ainda mantinha traços da raça Upsaroka. A boca ia quase de orelha a orelha; os lábios eram finos e pareciam, como outras partes do seu corpo, totalmente desprovidos de elasticidade, de forma que a sua expressão dominante nunca era alterada pela influência de nenhuma emoção. Imaginarão essa expressão se pensarem nuns dentes longos e proeminentes, que os lábios não cobriam, mesmo parcialmente. Olhando-o de forma negligente, poder-se-ia julgar que estava a rir, mas examinando-o com mais cuidado logo se verificaria que, se essa expressão fosse um sintoma de alegria, só podia ser uma alegria demoníaca. Circulavam entre os marinheiros de Nantucket numerosas anedotas sobre ele, e todas tendiam a provar a sua força prodigiosa, quando estava excitado ou quando duvidavam da sua sanidade mental. Mas, segundo parece, a bordo do Grampus era, no momento da revolta, considerado como um objete de troça.

Se me alonguei um pouco a falar de Dirk Peters, é porque, apesar de toda a sua aparente ferocidade, se transformou no principal instrumento de salvação de Augusto e porque terei oportunidade de falar de novo sobre ele ao longo do meu relato, o qual na última parte, se me permitem dizê-lo, conterá incidentes tão completamente fora do registo da experiência humana e tão inacreditáveis que só prossigo desesperado por pensar que ninguém acreditará no que digo, e por crer que, com o tempo e o progresso da ciência se confirmarão algumas das minhas afirmações mais importantes. 

Depois de muita indecisão e de duas ou três disputas violentas, decidiram, enfim, que todos os prisioneiros, exceto Augusto que Peters insistia, de uma maneira cômica, em guardar para seu secretário, seriam abandonados à deriva num dos botes mais pequenos da pesca da baleia. O imediato desceu ao camarote para ver se o capitão Barnard ainda estava vivo, pois, se bem se lembram, quando os revoltosos subiram para a coberta, deixaram-no em baixo. Pouco depois, reapareceram os dois, o capitão pálido como a morte, mas um pouco refeito dos efeitos do ferimento. Falou aos homens com uma voz quase imperceptível, suplicando-lhes que não o abandonassem à deriva e que regressassem aos seus postos, prometendo-lhes desembarcá-los onde quisessem e não fazer nada para os entregar à justiça. 

Foi o mesmo que parlamentar com o vento. Dois dos patifes, pegaram nele e atiraram-no para a embarcação que tinha sido preparada, enquanto o imediato descia ao camarote. Os quatro homens que estavam deitados na coberta foram então desamarrados e receberam ordem para descer, o que fizeram sem tentar a mínima resistência. Augusto continuava na sua dolorosa posição, embora se agitasse e implorasse a pobre consolação de se despedir do pai. Um punhado de biscoitos e um cântaro de água foram lançados aos infelizes, mas não lhes deram mastro, vela, remos ou bússola. Depois o bote foi rebocado pelo baleeiro durante alguns minutos, enquanto os revoltosos conferenciavam de novo, e por fim deixado à deriva. Entretanto, tinha-se feito noite, não se vendo nem as estrelas nem a lua, e o mar agitara-se um pouco, mas o vento não era forte. Em breve o bote desapareceu de vista e poucas esperanças havia sobre a sorte dos infelizes que transportava. 

Este incidente passou-se a 35° e 30’ de latitude Norte e 61° 20’ de longitude Oeste, por consequência a pouca distância das Bermudas. Augusto esforçou-se, por isso, em consolar-se, pensando que talvez o bote conseguisse alcançar terra ou que se aproximasse o suficiente para ser notado por algum navio costeiro. 

Foram desfraldadas todas as velas e o brigue continuou a sua rota para Sudoeste, pois os amotinados tinham em vista uma ação de pirataria. Tratava-se, tanto quanto Augusto conseguira compreender, de surpreender e abordar um navio que devia fazer rota das ilhas de Cabo Verde para Porto Rico. Não prestaram grande atenção a Augusto, que foi desamarrado e que podia correr o navio livremente. Dirk Peters tratava-o com certa bondade e tinha-o mesmo salvo da brutalidade do cozinheiro. Porém, a sua posição era das mais tristes e difíceis, porque os homens estavam sempre bêbados e não podia fiar-se na boa ou má disposição dos marinheiros em relação a ele. No entanto, disse-me que o que mais o preocupava era a minha situação e, na verdade, não tenho qualquer motivo para duvidar da sua sinceridade e amizade. Resolvera mais de uma vez revelar aos amotinados o segredo da minha presença a bordo, mas recuara sempre lembrando-se das atrocidades que vira cometer e esperando poder, em breve, socorrer-me. Para conseguir concretizar o seu plano, Augusto espreitava todas as ocasiões, mas, devido à grande vigilância que exerciam sobre ele, só passados três dias de terem abandonado o bote surgiu uma oportunidade. Na noite do terceiro dia, levantou-se vento forte de Leste e todos os homens estavam ocupados a recolher as velas. Graças à confusão que se seguiu, pôde descer até ao seu quarto, sem ser visto. Porém, qual não foi a sua surpresa e desgosto, ao descobrir que tinham feito do local um depósito de provisões e de parte do material de bordo, e que grande quantidade de correntes velhas, inicialmente arrumadas sob a escada do camarote, tinham sido retiradas para dar lugar a uma caixa e estavam agora precisamente sobre o alçapão. Tirá-las sem ser descoberto, era algo impossível e, por isso, subiu à coberta o mais depressa que pôde. 

Quando ia a chegar, o imediato apanhou-o e perguntou-lhe o que é que ele tinha ido fazer à cabina. Estava prestes a lançar o meu amigo ao mar, quando Dirk Peters interveio, salvando-lhe, mais uma vez, a vida. Puseram-lhe então algemas (havia vários pares a bordo) e ataram-lhe firmemente os pés. Depois, levaram-no para o alojamento da tripulação, e atiraram-no para um dos catres inferiores, encostado ao compartimento estanque do castelo da proa, dizendo-lhe que ele só poria os pés na coberta quando o brigue já não fosse um brigue. Foram estas as palavras do cozinheiro que o atirou para o catre, mas é impossível saber qual seria o seu significado. 

Contudo, a aventura tinha finalmente tomado uma feição a meu favor, como irão ver a seguir.



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Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, Massachusetts, Estados Unidos, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, Maryland, Estados Unidos, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico estadunidense. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é geralmente considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difíceis.

Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, passando a maior parte do tempo entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos antes de ser dispensado. Depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. Sua carreira começou humildemente com a publicação de uma coleção anônima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).

Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Em Baltimore, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, morreu antes que pudesse ser produzido. A causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças cardiovasculares, raiva, suicídio, tuberculose entre outros agentes.

Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.


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Edgar Allan Poe

CONTOS

Originalmente publicados entre 1831 e 1849 

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