segunda-feira, 16 de março de 2020

Edgar Allan Poe - Contos: Aventuras de Arthur Gordon Pym: 12 — A Palha Mais Curta

Edgar Allan Poe - Contos




Aventuras de Arthur Gordon Pym 
Título original: Narrative of A. G. Pym 
Publicado em 1837





12 — A Palha Mais Curta





Há já algum tempo que tinha pensado na possibilidade de nos encontrarmos reduzidos a esta horrível alternativa e, secretamente, tinha decidido suportar a morte mais terrível a recorrer a semelhante extremo; esta resolução não foi, de maneira nenhuma enfraquecida pela fome que me torturava. Augusto e Peters não tinham ouvido a proposta e, assim, chamei Parker à parte e, pedindo a Deus que me desse a eloquência suficiente para o dissuadir do seu abominável projeto, fiz-lhe uma grande censura, supliquei-lhe com ardor, implorei-lhe em nome daquilo que tinha de mais sagrado, tentei convencê-lo, com todas as espécies de argumentos que me ocorreram, a abandonar aquela ideia e a não falar dela aos outros. 

Escutou tudo o que lhe disse, sem pôr objeções, e já estava quase convencido que o conseguiria dominar; porém, quando acabei de falar, disse-me que sabia que tudo o que eu lhe acabara de dizer era verdade e que recorrer a tal solução era a mais horrível alternativa que se podia apresentar a um ser humano, mas que já tinha sofrido o máximo que a natureza podia suportar e que era inútil que todos morrêssemos quando era possível e mesmo provável, que, com a morte de um só, os outros se salvassem. Acrescentou ainda que podia poupar-me ao trabalho de querer fazê-lo mudar de ideias, porque estava absolutamente decidido, mesmo antes do aparecimento do navio, e que só esse facto o impedira de fazer aquela proposta há mais tempo.

Supliquei-lhe então, já que não conseguia fazê-lo desistir do projeto, que, pelo menos, o adiasse para o dia seguinte, pois era possível que aparecesse algum navio em nosso socorro, argumentando com tudo o que me ocorreu e que me parecia que podia influenciar uma natureza rude como a dele. Respondeu-me que tinha esperado até ao último instante possível, para falar daquilo, e que não era capaz de viver nem mais uma hora sem comer e que, em consequência, se adiasse para o outro dia, já seria demasiado tarde, pelo menos no que lhe dizia respeito.

Vendo que nada o dissuadia e que não podia convencê-lo a bem, utilizei um tom diferente e disse-lhe que ele devia saber que eu era o que menos sofrera com todas as nossas calamidades e que, portanto, era o que naquele momento melhor estava de força e de saúde, não só em relação a ele mas também a Peters e Augusto; que utilizaria a força, se o julgasse necessário e que se ele tentasse por qualquer meio comunicar aos outros o seu terrível projeto de canibalismo, não hesitaria em o atirar ao mar.

Ao ouvir isto, agarrou-me bruscamente a garganta e, puxando de uma faca, tentou em vão atingir-me no estômago, atrocidade que só não concretizou devido ao seu estado de extrema fraqueza. Entretanto, no auge da minha cólera, empurrei-o até à borda do navio, com a firme intenção de o lançar à água, mas foi salvo deste destino pela intervenção de Peters, que se aproximou e nos separou, perguntando o motivo da disputa. Parker explicou-lhe, antes que eu conseguisse impedi-lo.

O efeito das suas palavras foi ainda mais terrível do que eu esperava. Ao que parece, Augusto e Peters há muito que alimentavam em segredo o pensamento que Parker tinha sido o primeiro a enunciar, concordaram com ele e insistiram para o pôr imediatamente em execução. Tinha imaginado que, pelo menos, um deles ainda tivesse o ânimo e a coragem suficientes para se pôr a meu lado e se opor à execução daquele terrível projeto e, com a ajuda de um deles, julgara-me perfeitamente capaz de impedir a sua concretização. Frustrada esta esperança, tornava-se indispensável que eu velasse pela minha própria segurança, pois uma resistência mais prolongada da minha parte podia ser considerada por aqueles homens exasperados pela sua situação, como uma desculpa suficiente para me recusarem tentar a minha sorte naquela tragédia, que se seguiria.

Disse-lhes que aderia de boa vontade à proposta, mas pedia apenas um adiamento de uma hora para deixar levantar o nevoeiro que nos envolvia, porque o navio que anteriormente tínhamos visto, talvez já estivesse à vista. A muito custo, consegui deles a promessa que esperariam ainda esse tempo e, como eu esperava, graças a uma brisa que se levantou, a bruma desvaneceu-se antes de passada uma hora, mas nenhum navio apareceu no horizonte e nós preparamo-nos para tirar à sorte.

É com excessiva repugnância que me detenho na pavorosa cena que se seguiu, cena que nenhum acontecimento posterior conseguiu apagar da minha memória, onde ficou gravada com os mais minuciosos pormenores e cuja recordação cruel envenenará para sempre a minha existência. Assim, vou contar esta parte do meu relato o mais depressa que a natureza dos incidentes o permitir. O único método que tínhamos à disposição para esta terrível lotaria, na qual cada um jogava a sua vida, era o da palha mais curta. Pequenas estilhas de madeira serviam para o fim desejado e foi combinado que eu as seguraria. Afastei-me para uma ponta do navio, enquanto os meus camaradas, se colocaram, silenciosamente na outra ponta, de costas viradas para mim. O momento mais cruel deste horrível drama, o mais angustiante, foi aquele em que arranjei os pedaços de madeira. Há poucas situações decisivas para o homem, em que ele não pense na conservação da sua existência com o maior interesse, interesse que cresce de minuto a minuto com a fragilidade do elo a que essa existência está suspensa. Porém, a natureza silenciosa, positiva e rigorosa da tarefa a que, agora, me dedicava (tão diferente dos tumultuosos perigos da tempestade e dos horrores graduais e progressivos da fome), fez-me refletir sobre as reduzidas possibilidades que tinha de escapar à mais terrível das mortes, a uma morte que tinha uma utilidade horrorosa, e as partículas daquela energia que me tinha aguentado tanto tempo, fugiam agora como penas levadas pelo vento, deixando-me mergulhado no mais abjeto e lamentável terror. A princípio, nem conseguia arranjar força suficiente para arrancar e reunir os pequenos pedaços de madeira, pois os meus dedos recusavam-se terminantemente a trabalhar e os meus joelhos tremiam com violência. Passaram-me rapidamente pela mente mil estratagemas absurdos para evitar arriscar-me: pensei em lançar-me aos pés dos meus camaradas e implorar-lhes que não me obrigassem àquela necessidade, em precipitar-me sobre eles de improviso, matando um deles e tornando assim inútil a escolha à sorte, em resumo, pensei em tudo, exceto em executar o que tinha para fazer. Por fim, depois de ter perdido muito tempo nesta conduta imbecil, fui chamado à realidade pela voz de Parker, que me pressionava para que os tirasse rapidamente daquela terrível inquietação que os consumia. Mas, nem assim me resignava a arranjar os pedaços de madeira. Pus-me a pensar em todas as artimanhas para fazer batota ao jogo e levar um dos meus pobres companheiros de infortúnio a tirar a palha mais curta, já que tinha sido decidido que aquele que tirasse o pedaço mais curto morreria para conservação dos outros. Quem sentir desejo de me condenar por esta aparente infâmia, deverá colocar-se numa situação exatamente igual à minha!

Por fim, já não era possível adiar por mais tempo e, sentindo o coração a saltar-me do peito, avancei para o castelo da proa, onde os meus camaradas me esperavam. Mostrei a mão com os bocadinhos de madeira e Peters tirou um imediatamente. Estava livre! Pelo menos, o seu bocado não era o mais curto; tinha agora mais uma possibilidade contra mim. Reuni toda a minha energia e estendi a mão a Augusto, que tirou um pedaço e também ficou livre. Naquele momento, as minhas hipóteses de viver ou morrer eram iguais, e apoderou-se de mim a ferocidade do tigre, sentindo por Parker, meu semelhante, meu pobre camarada, o ódio mais intenso e diabólico. Mas este sentimento foi de curta duração e, com um arrepio convulsivo e os olhos fechados, acabei por estender para ele os pedaços restantes. Passaram mais de cinco minutos, antes que ele conseguisse resolver-se e, durante este século de indecisão, não abri os olhos uma única vez. Por fim, um dos pedaços foi-me violentamente arrancado da mão. A sorte estava decidida, mas não sabia se era a favor ou contra mim. Ninguém falava e eu não ousava esclarecer a minha incerteza, olhando para o pedaço de madeira que me restava, até que Peters me agarrou a mão e eu me esforcei por olhar, mas vi imediatamente pela fisionomia de Parker que estava salvo e que era ele a vítima condenada. Respirei convulsivamente e caí desmaiado na coberta.

Voltei a mim a tempo de ver o desfecho da tragédia e assistir à morte daquele que, como autor da proposta, era, por assim dizer, o seu próprio carrasco. Não ofereceu a mínima resistência e, apunhalado pelas costas por Peters, morreu instantaneamente. Não me alongarei no terrível festim que se seguiu; estas coisas podem ser imaginadas, mas as palavras não têm poder suficiente para impressionar o espírito com o tremendo horror da realidade. Que chegue saberem que, depois de termos, até certo ponto apaziguado no sangue da vítima a sede raivosa que nos devorava, e de termos, de comum acordo atirado à água as mãos, os pés, a cabeça e as entranhas, devoramos o resto do corpo, pedaço a pedaço, durante os quatro dias inesquecíveis que se seguiram: 17, 18, 19 e 20 de julho.

No dia 19, houve uma forte chuvada que durou quinze ou vinte minutos e que nos permitiu recolher um pouco de água num bocado de pano que a nossa draga tinha pescado no camarote logo a seguir à tempestade. A quantidade de água assim recolhida, não era mais de meio-galão, mas esta providencial provisão chegou-nos para nos dar muito mais força e esperança.

No dia 21, estávamos, de novo, reduzidos ao último extremo. A temperatura mantinha-se quente e agradável, havendo algum nevoeiro e brisas ligeiras, geralmente de Norte para Oeste.

No dia 22, quando estávamos os três sentados, apertados uns contra os outros e meditando melancolicamente na nossa situação, tive uma ideia súbita que brilhou como um vivo raio de esperança. Lembrei-me que, quando o mastro do traquete tinha sido cortado, Peters, na altura das mesas da enxárcia, tinha-me passado um dos machados, pedindo-me que o pusesse, se possível num sítio seguro, que, alguns minutos antes das ondas que inundaram o brigue, tinha colocado o machado num dos catres de bombordo. Ocorreu-me então que, se fosse possível abrir a coberta por cima da despensa, conseguiríamos procurar provisões sem dificuldade.

Quando comuniquei este projeto aos meus camaradas, soltaram um grito de alegria e corremos imediatamente para o castelo da proa. Aqui, a dificuldade em descer era muito maior do que no camarote, porque a abertura era muito mais estreita, já que, segundo se lembram, todo o madeiramento à volta da escada do camarote tinha sido arrancado, enquanto a passagem do castelo da proa, não passava de uma escotilha com cerca de três pés quadrados que tinha ficado intacta. No entanto, não hesitei em tentar a aventura; atada uma corda à volta do meu corpo, como anteriormente, mergulhei com coragem, deixando-me escorregar; cheguei rapidamente ao catre e logo à primeira tentativa trouxe o machado, o qual foi saudado com êxtase, com gritos de alegria e de triunfo, e a facilidade com que o tínhamos encontrado foi considerada um presságio da nossa salvação definitiva.

Começamos às machadadas à coberta com toda a energia da esperança renovada; eu e Peters utilizamos o machado alternadamente, pois o braço ferido de Augusto impedia-o de nos ajudar. Como não conseguíamos, devido à nossa fraqueza, estar muito tempo de pé e consequentemente trabalhar sem repousar de dois em dois minutos, em breve se tornou evidente que demoraríamos horas a concluir a nossa tarefa, isto é, a abrir um buraco suficientemente largo, que desse acesso à despensa. No entanto, esta consideração não nos desencorajou e, trabalhando ioda a noite à luz da lua, na manhã do dia 23 tínhamos chegado ao fim.

Peters ofereceu-se para descer e, feitos todos os preparativos habituais, mergulhou para em breve regressar, trazendo um pequeno pote que, para nossa grande alegria, estava cheio de azeitonas, as quais foram repartidas e devoradas com a maior avidez. Peters tornou a descer e desta vez conseguiu trazer um grande presunto e uma garrafa de vinho da Madeira. Apenas bebemos um gole de vinho cada um, pois já sabíamos, por experiência própria, quais eram as consequências de o bebermos imoderadamente. O presunto, exceto cerca de duas libras junto ao osso, tinha sido completamente deteriorado pela água salgada, não sendo comestível, mas a parte sã foi partida em três bocados. Peters e Augusto, incapazes de dominarem a fome, devoraram imediatamente a parte que lhes cabia, mas eu fui mais prudente, pois lembrando-me da sede que daí devia resultar, comi apenas um pequeno pedaço da minha parte. Então descansamos um pouco da nossa labuta que tinha sido terrivelmente árdua.

Por volta do meio-dia, sentimo-nos um pouco mais recuperados e fortificados, recomeçamos os nossos ataques às provisões. Peters e eu mergulhamos alternadamente até ao pôr do sol, sempre com maior ou menor sucesso. Durante este intervalo tivemos a felicidade de encontrar mais quatro potes de azeitonas, outro presunto, uma grande garrafa empalhada contendo quase três galões de excelente vinho da Madeira e, o que ainda nos agradou mais, uma pequena tartaruga do tipo galápago: o capitão Barnard, no momento em que o Grampus ia deixar o porto, tinha recebido a bordo várias tartarugas da escuna Mary Pitts, que regressava de uma viagem ao Pacífico à caça às focas.

Mais adiante, terei várias ocasiões para falar desta espécie de tartaruga. Encontra-se principalmente, como a maior parte dos meus leitores devem saber, no arquipélago das Galápagos, cujo nome vem do próprio animal, pois a palavra galápago significava em espanhol tartaruga de água doce. Devido à sua forma particular e ao seu tamanho, às vezes também é chamada tartaruga-elefante, existindo algumas de enormes proporções. Eu próprio vi algumas que pesavam de mil e duzentas a mil e quinhentas libras, embora não me lembre que algum navegador se referisse a tartarugas desta espécie, pesando mais de oitocentas libras. O seu aspeto é singular e até repugnante. Andam de uma forma muito lenta, compassada e pesada, com o corpo elevado a cerca de um pé do solo. O pescoço é longo e excessivamente fino, sendo o seu comprimento habitual entre dezoito polegadas e dois pés. Matei uma vez uma em que a distância da carapaça até à extremidade da cabeça não era menos do que três pés e dez polegadas.

A cabeça é extraordinariamente parecida com a da serpente. Podem viver sem comer durante tanto tempo que parece incrível, e citam-se casos de tartarugas desta espécie que foram colocadas no porão de um navio, onde permaneceram dois anos sem nenhuma espécie de alimento, vindo a ser encontradas tão possantes e bem dispostas como no primeiro dia. Estes estranhos animais assemelham-se ao dromedário ou camelo do deserto, devido a uma característica especial do seu organismo, pois têm sempre uma provisão de água numa bolsa no início do pescoço. Ao matá-las, depois de as ter privado de qualquer alimento durante um ano inteiro, por vezes encontra-se nessa bolsa cerca de três galões de água doce e fresca. Alimentam-se principalmente de salsa selvagem e do aipo, de barrilha, e de nopal que é o seu preferido e que existe em grande abundância nas vertentes das colinas, perto da costa onde se encontra o próprio animal. Esta tartaruga, um alimento excelente e dos mais substanciais, serviu, sem dúvida, para conservar a vida a milhares de marinheiros empenhados na pesca à baleia e noutras expedições no Pacífico.

Aquela que tivemos a sorte de tirar da despensa não era muito grande, pesando aproximadamente sessenta e cinco ou setenta libras. Era uma fêmea, num estado excelente, bastante gorda e tendo na sua bolsa mais de um quarto de galão de água doce e límpida. Era um verdadeiro tesouro. De comum acordo, caímos de joelhos e prestamos a Deus ações de graças por aquele auxílio tão oportuno.

Tivemos grande dificuldade em fazer passar o animal pela abertura, porque resistia com tenacidade e a sua força era prodigiosa. Estava quase a escapar-se das mãos de Peters e a cair na água, quando Augusto, atando-lhe uma corda de nó corredio à volta do pescoço, a segurou por este processo até eu saltar para dentro do buraco e, ao lado de Peters, o ajudar a empurrar o animal para a coberta.

Com grande alegria, transvasamos a água contida na bolsa do animal para o cântaro que tínhamos, como se devem lembrar, tirado do camarote. Depois, partimos o gargalo de uma garrafa, de modo a fazer, com a ajuda da rolha, uma espécie de copo que mal levava um quarto de pinto. Bebemos cada um dois destes copos cheios e resolvemos apenas beber esta quantidade por dia, para que a provisão durasse mais tempo.

Como o tempo tinha estado quente e seco, durante os últimos três dias, as mantas que tínhamos tirado do camarote estavam completamente secas, assim como o nosso vestuário, de forma que passamos aquela noite (a noite de 23) numa espécie de bem-estar relativo e gozamos de um sono calmo, depois de nos termos regalado com as azeitonas e o presunto, assim como com uma pequena porção de vinho. Como receávamos que alguma das nossas provisões deslizasse borda fora durante a noite, no caso de se levantar qualquer vento, atamo-las o melhor possível aos destroços do molinete. Quanto à nossa tartaruga, que desejávamos manter viva o mais tempo possível, foi voltada de costas e igualmente presa com o maior cuidado.





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Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, Massachusetts, Estados Unidos, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, Maryland, Estados Unidos, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico estadunidense. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é geralmente considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difíceis.

Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, passando a maior parte do tempo entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos antes de ser dispensado. Depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. Sua carreira começou humildemente com a publicação de uma coleção anônima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).

Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Em Baltimore, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, morreu antes que pudesse ser produzido. A causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças cardiovasculares, raiva, suicídio, tuberculose entre outros agentes.

Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.


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Edgar Allan Poe

CONTOS

Originalmente publicados entre 1831 e 1849 



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"Arthur Gordon Pym"





O que é assustador... é o ser humano!


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