João Bosco, Aldir Blanc - Acordes e Poesia...
e História
João Bosco
- Papel Mache
Quando o amor acontece
Aldir Blanc - dois pra lá dois pra cá
Mestre Sala dos Mares
Em 1974 foi lançada a música O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc, um verdadeiro hino sobre João Cândido e a rebelião. Em plena ditadura militar, a letra várias vezes foi vetada pela Censura Federal , sob a alegação de que fazia apologia a um negro. Ou seja, racismo oficial. Gravada por Elis Regina e pelo próprio João Bosco, a canção se transformou num clássico da MPB.
Nação | TVE - Revolta da Chibata - Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910
Introdução (o que foi)
A Revolta da Chibata foi um importante movimento de motim naval, ocorrido no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.
Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
Principais causas da Revolta da Chibata
O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.
Reivindicações
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).
Segunda revolta e consequências
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.
Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.
João Cândido fala sobre a Revolta da Chibata
A REVOLTA DA CHIBATA
| Eduardo Bueno
Elis Regina - Mestre Sala dos Mares
Ao vivo no México, ela apresentou versão inédita e livre de censura da música de João Bosco e Aldir Blanc
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como Almirante Negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das fragatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Pelas pontas das chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava não
Glória aos piratas, as mulatas, as sereias
Glória a farofa, a cachaça, as baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o Almirante Negro
Que tem por monumento as pedras pisadas no cais
Mas faz muito tempo...
"... esse ainda é um país vil, sórdido e ímpio e que precisa se tornar mais digno e decente... e o único jeito de torná-lo decente é conhecendo a sua história..."
JOÃO CÂNDIDO, A LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS 01
JOÃO CÂNDIDO, A LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS 02
e História
João Bosco
- Papel Mache
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Aldir Blanc - dois pra lá dois pra cá
Mestre Sala dos Mares
Em 1974 foi lançada a música O Mestre-Sala dos Mares, de João Bosco e Aldir Blanc, um verdadeiro hino sobre João Cândido e a rebelião. Em plena ditadura militar, a letra várias vezes foi vetada pela Censura Federal , sob a alegação de que fazia apologia a um negro. Ou seja, racismo oficial. Gravada por Elis Regina e pelo próprio João Bosco, a canção se transformou num clássico da MPB.
Nação | TVE - Revolta da Chibata - Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910
Introdução (o que foi)
A Revolta da Chibata foi um importante movimento de motim naval, ocorrido no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.
Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.
Principais causas da Revolta da Chibata
O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.
O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.
Reivindicações
O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).
Segunda revolta e consequências
Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.
O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.
Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.
João Cândido fala sobre a Revolta da Chibata
A REVOLTA DA CHIBATA
| Eduardo Bueno
Elis Regina - Mestre Sala dos Mares
Ao vivo no México, ela apresentou versão inédita e livre de censura da música de João Bosco e Aldir Blanc
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como Almirante Negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das fragatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos negros
Pelas pontas das chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava não
Glória aos piratas, as mulatas, as sereias
Glória a farofa, a cachaça, as baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o Almirante Negro
Que tem por monumento as pedras pisadas no cais
Mas faz muito tempo...
"... esse ainda é um país vil, sórdido e ímpio e que precisa se tornar mais digno e decente... e o único jeito de torná-lo decente é conhecendo a sua história..."
Eduardo Bueno
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