Capítulo 2
continuando...
Nunca a casa lhe parecera mais nobre e mais humana.
Por que, então, desejara suplantá-los? Pois parecia inútil e arrogante ao extremo tentar melhorar aquele anônimo trabalho de criação; os labores daquelas mãos desaparecidas. Melhor seria continuar desconhecido, deixar atrás de si um arco, uma adega, um muro onde os pêssegos amadureçam do que queimar como um meteoro e não deixar cinzas. Pois afinal, dizia, animando-se enquanto olhava a grande casa lá embaixo, no vale verde, os desconhecidos senhores e senhoras que ali viveram nunca se esqueceram de deixar algo para os que viessem depois; para o teto, que pode ter goteiras; para a árvore, que pode cair. Havia sempre na cozinha um canto aquecido para o velho pastor; comida para os famintos; suas taças eram polidas, embora eles estivessem doentes, e suas janelas eram iluminadas, embora estivessem morrendo. Embora fossem lordes, agradava-lhes mergulhar na obscuridade com o caçador de toupeiras e com o pedreiro. Nobres obscuros, construtores esquecidos — assim ele os apostrofava com um calor que contradizia inteiramente os críticos que o chamavam de frio, indiferente, indolente (a verdade é que a qualidade em geral está do lado oposto àquele onde a procuramos) — assim ele apostrofava sua casa e sua gente, com termos da mais comovedora eloquência; mas, ao chegar à peroração — e o que é a eloquência sem a peroração? —, atrapalhou-se. Gostaria de ter terminado com um floreio, prometendo seguir suas pegadas e acrescentar outra pedra à construção. Mas, uma vez que a construção já ocupava nove acres, acrescentar uma única pedra parecia supérfluo. Pode-se mencionar móveis numa peroração? Pode-se falar de cadeiras, mesas e tapetes para estender ao lado das camas? Pois, o que quer que fosse necessário à peroração, era disso que a casa precisava. Deixando o discurso provisoriamente por terminar, desceu a colina a passos largos, de novo resolvido a dedicar-se a mobiliar a mansão. O aviso — de que devia se apresentar a ele imediatamente — trouxe lágrimas aos olhos da velha sra. Grimsditch, agora já um pouco envelhecida. Juntos percorreram a casa.
No porta-toalhas do quarto do rei (“e era do rei Jaime, meu senhor”, disse ela, insinuando que fazia muitos anos desde que um rei dormira sob aquele teto; mas os odiosos dias do Parlamento tinham terminado e agora havia novamente uma Coroa na Inglaterra) faltava um pé; não havia suportes para os jarros no pequeno gabinete que conduzia à sala de espera do pajem da duquesa; o sr. Greene fizera uma mancha no tapete com o seu horrível cachimbo, que ela e Judy, por mais que esfregassem, nunca tinham conseguido tirar. Na verdade, quando Orlando começou a fazer os cálculos para mobiliar com cadeiras de pau-rosa e armários de cedro, com bacias de prata, vasos de porcelana e tapetes persas cada um dos 365 quartos da casa, verificou que os gastos não seriam leves; e, se sobrassem alguns milhares de libras de sua fortuna, estas seriam suficientes apenas para pendurar algumas tapeçarias nas galerias, arrumar a sala de jantar com belas cadeiras esculpidas e prover de espelhos de prata maciça e cadeiras do mesmo metal (pelo qual tinha exagerada paixão) os dormitórios reais.
Ele então pôs-se a trabalhar com afinco, como se pode provar, sem dúvida, se olharmos seus livros. Vamos ver o inventário do que ele comprou nessa época, com as despesas anotadas à margem — mas estas nós omitimos.
“Cinquenta pares de cobertores espanhóis, idem de cortinas carmesim e brancas; sanefas de cetim branco bordadas com seda carmesim e branca...
“Setenta cadeiras de cetim amarelo e sessenta banquetas, todas forradas com assentos de entretela...
“Sessenta e sete mesas de nogueiras... “Dezessete dúzias de caixas contendo cada uma cinco dúzias de copos de Veneza...
“Cento e duas passadeiras, cada uma com trinta jardas de comprimento...
“Noventa e sete almofadas de damasco carmesim, cobertas com renda prateada, escabelos de tecido e cadeiras combinando...
“Cinquenta braços, com 12 luzes cada...”
Já — este é um efeito que as listas têm sobre nós — começamos a bocejar. Mas, se paramos, é somente porque a enumeração é tediosa, não porque tenha acabado. Há 99 páginas mais, e a soma total desembolsada chega a muitos milhares — ou seja, a milhões, em nosso dinheiro. E se o seu dia era passado dessa forma, à noite, novamente, Lorde Orlando podia ser encontrado calculando quanto custaria para nivelar um milhão de montes feitos pelas toupeiras, se os homens fossem pagos a dez pence a hora; e, novamente, quantas toneladas de pregos, a 5 1/2 pence por quarto de quartilho, seriam necessárias para consertar a cerca ao redor do parque, que tinha 15 milhas de circunferência. E assim por diante.
A narração, repetimos, é cansativa, pois um armário é muito parecido com outro, e um monte feito por uma toupeira não difere de um milhão deles. Proporcionou-lhe algumas viagens agradáveis e algumas belas aventuras, como, por exemplo, quando contratou uma cidade inteira de mulheres cegas perto de Bruges para costurarem os cortinados para o dossel de prata de uma cama; e a história de sua aventura com um mouro em Veneza, de quem comprou (somente a ponta de espada) sua escrivaninha laqueada, que mereceria ser contada por outra pessoa. Nem à obra faltava variedade; pois ali chegavam de Sussex, arrastadas por juntas, grandes árvores para serem serradas e servirem como piso das galerias; e uma arca da Pérsia, forrada de lã e serragem, da qual, finalmente, ele retiraria um simples prato ou um anel de topázio.
Por fim, não havia mais espaço nas galerias para outra mesa; nas mesas não havia espaço para outro armário; nos armários, espaço para outro vaso de flores; nos vasos não havia mais espaço para outro ramalhete; não havia espaço para nada em parte alguma; em suma, a casa estava mobiliada. No jardim, galantos, açafrões, jacintos, magnólias, rosas, lírios, ásteres, dálias em todas as suas variedades, pereiras, macieiras, cerejeiras e amoreiras, com uma enorme quantidade de arbustos raros e floridos, de árvores verdes e perenes, cresciam tão densos, com raízes tão próximas que não havia nenhum pedaço de terra sem flor, nenhum pedaço de relva sem sombra. Além disso, importara aves selvagens de plumagem alegre; dois ursos da Malásia, cujos modos rudes escondiam, ele tinha certeza, corações confiáveis.
Tudo agora estava pronto. E ao anoitecer os inúmeros candelabros de prata eram acesos, e as leves brisas que continuamente se movimentavam pelos corredores balançavam as tapeçarias verdes e azuis, de modo que parecia que os caçadores estavam cavalgando e Dafne voando; quando a prata brilhou, a laca cintilou e a lenha ardeu; quando as cadeiras esculpidas tiveram os braços recolocados; e os golfinhos nadavam pelas paredes com sereias nos dorsos; quando isto e muito mais ficou pronto a seu gosto, Orlando andava pela casa acompanhado de seus cães, e se sentiu satisfeito. Agora, pensou, tinha assunto para completar a sua peroração. Talvez fosse melhor recomeçar o discurso. Contudo, quando passeava pelas galerias, sentia que alguma coisa estava faltando. Cadeiras e mesas, embora ricamente douradas e esculpidas, sofás apoiados em patas de leão e pescoços de cisnes, camas com os mais macios edredons de penas de cisnes não bastam por si mesmos. Pessoas sentadas neles, pessoas deitadas neles, os tornam surpreendentemente melhores. Por isso Orlando iniciou uma série de esplêndidas festas para a nobreza e os cavalheiros da vizinhança. Os 365 quartos ficaram cheios, uma ocasião, por um mês. Os hóspedes se comprimiam pelas 52 escadas. Trezentos empregados se movimentavam pelas despensas. Havia banquetes quase todas as noites. De modo que em poucos anos Orlando tinha estragado o seu veludo e gastado metade de sua fortuna; mas conquistara as boas graças de seus vizinhos, exercia várias funções no condado e era anualmente presenteado com cerca de uma dúzia de volumes dedicados à sua senhoria por poetas agradecidos, com termos bajulatórios. Pois embora tivesse o cuidado de não se associar a escritores daquela época e se conservasse afastado de senhoras de sangue estrangeiro, ainda era excessivamente generoso tanto com mulheres quanto com poetas, e umas e outros o adoravam.
Mas, quando a festa estava no seu apogeu e os convidados se regozijavam, ele retirava-se sozinho para o seu quarto. Lá, quando a porta estava fechada e tinha certeza de sua privacidade, tirava um velho caderno costurado com seda roubada da caixa de costura de sua mãe e rotulado com uma letra redonda de colegial, “O Carvalho, um Poema”. Nele escrevia até meia-noite ou mais. Mas, como apagava tantas linhas quantas escrevia, a soma delas, ao final do ano, era frequentemente menor do que no começo, e era como se, durante o processo, o poema ficasse completamente por escrever. Pois é digno de nota para os historiadores das letras que ele mudou seu estilo surpreendentemente. Seus floreios foram moderados; sua abundância dominada; a época da prosa estava solidificando aquelas fontes cálidas. A própria paisagem era menos adornada com grinaldas, e até os espinheiros eram menos emaranhados e tinham menos espinhos. Talvez os sentidos estivessem um pouco mais embotados e o mel e a nata, menos sedutores ao paladar. Não se pode duvidar também que as ruas estavam mais bem-drenadas, as casas mais bem-iluminadas, e isso produzia um efeito sobre o estilo.
Um dia estava acrescentando, com enorme esforço, uma linha ou duas a “O Carvalho, um Poema” quando viu pelo rabo do olho uma sombra. Não era uma sombra, logo verificou, mas a figura de uma dama muito alta, de manto e capuz, atravessando o quadrilátero onde ficava seu quarto. Como esse era o pátio mais íntimo e a dama era uma estranha para ele, Orlando se admirou como ela chegara até ali. Três dias depois, a mesma aparição surgiu de novo; e na quarta-feira ao meio-dia voltou mais uma vez. Desta feita, Orlando estava decidido a segui-la, e ela não parecia ter medo de ser encontrada, pois diminuiu o passo quando ele se aproximou e encarou-o resolutamente. Qualquer outra mulher apanhada dessa forma, nos domínios privados de um Lorde, teria tido medo; qualquer outra mulher com aquele rosto, penteado e aspecto teria jogado a mantilha por sobre os ombros para se esconder. Pois esta dama se parecia muito com uma lebre; uma lebre assustada mas teimosa; uma lebre cuja timidez era suplantada por uma imensa e louca audácia; uma lebre que se senta empertigada e encara seu perseguidor com olhos grandes e protuberantes; com orelhas eretas mas trêmulas, com o nariz pontudo mas retorcido. Esta lebre, além disso, tinha seis pés de altura e usava um penteado de estilo antigo que a fazia parecer mais alta ainda. Assim confrontada, fitou Orlando com um olhar onde a timidez e a audácia estavam estranhamente combinadas.
Primeiro ela lhe pediu, com uma reverência correta mas meio desajeitada, que perdoasse sua intromissão. Depois, levantando-se completamente — devia ter uns seis pés e duas polegadas —, prosseguiu dizendo — mas com tal acesso de riso nervoso, tantos “ih-ihs” e “ah-ahs” que Orlando pensou que ela tivesse fugido de um manicômio — que era a arquiduquesa Harriet Griselda de Finster-Aarhorn e Scand-op-Boom, do território romeno. Desejava, acima de tudo, conhecê-lo, disse. Hospedara-se nos altos de uma padaria em Park Gates. Ela vira o seu retrato e ele era a imagem de uma irmã dela que — aqui deu uma gargalhada — estava morta há muito tempo. Ela estava visitando a corte da Inglaterra. A rainha era sua prima. O rei era um bom companheiro, mas raramente ia para a cama sóbrio. Aqui ela soltou “ihs” e “ahs” novamente. Em suma, não havia nada a fazer senão convidá-la e oferecer-lhe um copo de vinho.
Dentro da casa, seus modos retomaram a pose natural de uma arquiduquesa romena; e se não tivesse mostrado um conhecimento de vinhos raro numa dama, e feito observações sobre armas de fogo e regras de caça esportiva em seu país que eram bastante sensatas, a conversa teria carecido de espontaneidade. Pondo-se de pé, finalmente, anunciou que voltaria no dia seguinte, fez outra prodigiosa reverência e partiu. No dia seguinte Orlando cavalgou. No outro virou-lhe as costas; no terceiro puxou a cortina. No quarto choveu, e, como não podia deixar uma dama na chuva e não estava avesso à companhia, convidou-a a entrar e pediu sua opinião sobre se a armadura que pertencera a um antepassado seu seria obra de Jacobi ou de Topp. Ele se inclinava para Topp. Ela sustentou outra opinião — pouco importa qual. Mas o que é extremamente importante para o curso da nossa história é que, ilustrando seu argumento que tinha relação com o trabalho de articulação das peças, a arquiduquesa pegou a caneleira de ouro e ajustou-a na perna de Orlando.
Que ele possuía as pernas mais bem-feitas que sustentavam qualquer nobre já foi dito antes.
Talvez alguma coisa na maneira pela qual ela apertou a fivela no tornozelo; ou sua postura inclinada; ou o longo isolamento de Orlando ou a natural simpatia que existe entre os sexos; ou o vinho da Borgonha; ou o fogo — qualquer dessas causas pode ser culpada; pois certamente há culpa de um lado e de outro quando um nobre da estirpe de Orlando, acolhendo em sua casa uma senhora, e ela mais velha que ele, com um rosto de uma jarda de comprimento e olhos espantados, vestida de maneira ridícula, com um manto e um capuz embora a estação fosse quente — há culpa quando um nobre é tão rápida e violentamente dominado por um tipo de paixão que o obriga a sair da sala.
Mas que espécie de paixão seria esta?, pode-se perguntar. E a resposta tem duas faces, como o próprio Amor. Pois o Amor — mas, deixando o Amor fora do debate por um momento, o fato real era que:
Quando a arquiduquesa Harriet Griselda se inclinou para apertar a fivela, Orlando escutou repentina e inexplicavelmente o longínquo bater das asas do Amor. O distante movimento desta plumagem macia despertou nele mil lembranças de águas correntes, de carinhos na neve e infidelidade na inundação; e o som ficou mais próximo; e ele corou e tremeu; e se comoveu como nunca pensara se comover de novo; e estava pronto para levantar as mãos e deixar que o pássaro da beleza pousasse em seus ombros, quando — que horror! — um ruído como aquele que os corvos fazem quando caem sobre as árvores começou a reverberar; o ar parecia escuro com ásperas asas negras; vozes resmungavam; pedaços de palha, galhos e penas caíram; e lá pousou sobre seus ombros a mais pesada e repugnante das aves, que é o abutre. Precipitou-se, então, para fora do quarto e mandou o criado levar a arquiduquesa Harriet à sua carruagem.
Pois o Amor, ao qual podemos agora retornar, tem duas faces; uma branca, outra negra; dois corpos: um macio, outro peludo. Tem duas mãos, dois pés, duas caudas, dois, na verdade, de cada membro, um exatamente o oposto do outro. No entanto, tão estreitamente ligados que não se pode separá-los. Neste caso, o amor de Orlando começou a voar em sua direção com a face branca exposta e com o corpo macio e adorável à mostra. Foi-se aproximando mais e mais, lançando lufadas de puro prazer. De repente (à vista da arquiduquesa, presumivelmente) rodou, tomou o outro aspecto; mostrou-se negro, peludo, bruto; e era a Luxúria, o abutre, não o Amor, a Ave do Paraíso, que batia as asas traiçoeiramente sobre seus ombros. Por isso fugiu; por isso foi buscar o criado.
Mas a harpia não é tão facilmente banida. Não só a arquiduquesa continuou a morar na casa do padeiro, como Orlando era assombrado dia e noite pelos mais repugnantes fantasmas. Em vão ele tinha equipado a casa com pratas e coberto as paredes com tapeçarias, quando a qualquer momento um pássaro molhado de esterco podia instalar-se sobre sua escrivaninha. Ali estava, batendo asas entre as cadeiras; ele o via bamboleando desajeitadamente pelas galerias. Agora empoleirava-se pesadamente sobre um guarda-fogo. Quando o enxotava, ele retornava e bicava a vidraça até quebrá-la.
Assim, percebendo que sua casa era inabitável e que devia tomar medidas para acabar com o assunto imediatamente, fez o que qualquer outro jovem teria feito em seu lugar e pediu ao rei Carlos que o enviasse como embaixador extraordinário para Constantinopla. O rei estava caminhando em Whitehall, de braços dados com Nell Gwyn. Ela atirava avelãs nele. “Que pena”, suspirou a amorosa dama, “que um par de pernas como estas tenha que deixar o país.”
Os Fados, não obstante, foram implacáveis; ela não pôde fazer nada além de lhe jogar um beijo por cima do ombro, antes que Orlando partisse.
continua pag 51...
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Virginia Woolf, escritora inglesa, nasceu em 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina. Após a morte de seus pais, ela e os irmãos se mudaram para uma casa no bairro de Bloomsbury, onde realizavam encontros com personalidades e poetas da época, como como T. S. Elliot e Clive Bell. Virginia começou a escrever em 1905, inicialmente para jornais. Dez anos depois, ela lançou seu primeiro livro “A Viagem”.
No período entre a 1ª e 2ª Guerra Mundial, Virginia Woolf se tornou uma figura conhecida na sociedade inglesa. Em 1941, ela cometeu suicídio se jogando no rio Ouse, perto da residência onde morava com seu marido, o crítico literário Leonardo Woolf, em Sussex. Mas, a obra de Virginia se imortalizou. Usando com excelência a técnica do fluxo de consciência, a escritora criou livros inovadores, que lhe fizeram ser conhecida como a maior romancista lírica do idioma inglês.
A Universidade de Adelaide, uma das instituições de ensino mais antigas da Austrália, disponibilizou online toda a obra de Virginia Woolf para download gratuito. Ao todo, são dez romances e dois livros de contos que podem ser baixados em três formatos: Zip, ePub e Kindle (para dispositivos Amazon). Entre os arquivos, estão algumas das obras mais famosas da escritora inglesa, como “Mrs. Dalloway” (1925), “Rumo ao Farol” (1927), “Os Anos” (1937) e “A Marca na Parede” (1944).
As obras estão em inglês. Para fazer o download, basta clicar sobre o título e escolher a opção “download. Também estão disponíveis ensaios de Virginia Woolf, como “O Leitor Comum” (1925), no qual ela reflete sobre a arte literária com base em obras-primas de outros autores renomados.
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