mulheres descalças
café ralo e mandioca cuzida
Ensaio 127Bzg – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
usiô augusto nunca desmanchava seu nariz aprumado alevantado pras muié da casa – modo dioiá arrogante e abusado. muntu menos, despistava a boca do descaso educado e caridoso com antônia açunta – qui nasceu omobinrin braid, a miúda de trança – iqui ganhô nome inatie aye da sua mãinha, nos tempo da chácara
a chácara do siô duarte foi lugá qui abastecia a villa risonha com suas fruta do arvoredo das pera, maçã, pêssego, laranjas diversa, marmelo, lima, limão, ainda tinha farinha de mandioca, e tumbém criação pra quase cem boi e vaca – sempre tinha duas vaca qui era aproveitada pra leitaria da chácara
a miúda de trança saltava da cama com mãinha, entre trêis e quatro hora do dia qui num tinha nascido pras claridade – durumindo ou com sonância dela mesma, com tempo bão ou avariado pelo frio, chuva e vento – num tinha descanso, era dia depois de dia, todo dia assim, tinha veiz qui as duas andava sem sabê qui tava andando, a mais véia nunca dava risada, fazia uqui podia e num podia, num ficava nada pra sê feito
antes de saí do quarto do despejo arrumava as trança da miúda, depois a mais véia preparava as lenha do fogão de barro, começava avivá o fogo pras água da manhã; caminhava inté o estábulo e tirava as vaca do presépio cercado pra amarrá em dois poste – uma leitaria pra cada estaca –, as vaca e mãinha dava leite pra muntus na chácara, todo dia elas fazia o leite farto jorrá
era assim antes do dia acordá, todas manhã, bem cedinho da madruga quieta – parecia qui nada mais se mexia nem gemia, num tinha grito, mais sobrava delicadeza e cuidado –, num tinha como pará, num tinha como tê descanso, num tinha como tê otra direção, otro costume
tumbém recebia as carne do matadôro em santa teresa, chegava tudo certinho – as carne mole pra casa grande, e os miúdo pru mocotó dos despejado –, levantava as mão e segurava firea as carne ainda quente do abate dos boi vivo e recortado
prus resto do quarto do despejo udia só tinha começo depois do café ralo e a mandioca cuzida
____________________
histórias de avoinha: Toque, minha filha.
histórias de avoinha: Onde está a gaiola do Venuto?
histórias de avoinha: Deus te abençoe, minha filha
histórias de avoinha: um corpo febrento e para sempre culpada
histórias de avoinha: a dança dos dedo
histórias de avoinha: os pé e as bota de garrão
histórias de avoinha: Oh!... prugunta pra todas criança
histórias de avoinha: um império invisível
histórias de avoinha: uma sombra sem corpo não cruza as pernas
histórias de avoinha: Bagaço hipócrita!
histórias de avoinha: a vaga de marido
histórias de avoinha: a lua na escuridão
histórias de avoinha: chegô no piano
histórias de avoinha: o silêncio no brejo dos pensamento
histórias de avoinha: borboleta preta
histórias de avoinha: Obrigada, Açunta!
histórias de avoinha: ôum velório de vida
histórias de avoinha: o siô ajeitado e as duas miúda
histórias de avoinha: Simão
mulheres descalças: é mansa...
mulheres descalças: Mas você devia!
mulheres descalças: Dez sacas, o amigo concorda?
mulheres descalças: o descuido da miúda
café ralo e mandioca cuzida
Ensaio 127Bzg – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
usiô augusto nunca desmanchava seu nariz aprumado alevantado pras muié da casa – modo dioiá arrogante e abusado. muntu menos, despistava a boca do descaso educado e caridoso com antônia açunta – qui nasceu omobinrin braid, a miúda de trança – iqui ganhô nome inatie aye da sua mãinha, nos tempo da chácara
a chácara do siô duarte foi lugá qui abastecia a villa risonha com suas fruta do arvoredo das pera, maçã, pêssego, laranjas diversa, marmelo, lima, limão, ainda tinha farinha de mandioca, e tumbém criação pra quase cem boi e vaca – sempre tinha duas vaca qui era aproveitada pra leitaria da chácara
a miúda de trança saltava da cama com mãinha, entre trêis e quatro hora do dia qui num tinha nascido pras claridade – durumindo ou com sonância dela mesma, com tempo bão ou avariado pelo frio, chuva e vento – num tinha descanso, era dia depois de dia, todo dia assim, tinha veiz qui as duas andava sem sabê qui tava andando, a mais véia nunca dava risada, fazia uqui podia e num podia, num ficava nada pra sê feito
antes de saí do quarto do despejo arrumava as trança da miúda, depois a mais véia preparava as lenha do fogão de barro, começava avivá o fogo pras água da manhã; caminhava inté o estábulo e tirava as vaca do presépio cercado pra amarrá em dois poste – uma leitaria pra cada estaca –, as vaca e mãinha dava leite pra muntus na chácara, todo dia elas fazia o leite farto jorrá
era assim antes do dia acordá, todas manhã, bem cedinho da madruga quieta – parecia qui nada mais se mexia nem gemia, num tinha grito, mais sobrava delicadeza e cuidado –, num tinha como pará, num tinha como tê descanso, num tinha como tê otra direção, otro costume
tumbém recebia as carne do matadôro em santa teresa, chegava tudo certinho – as carne mole pra casa grande, e os miúdo pru mocotó dos despejado –, levantava as mão e segurava firea as carne ainda quente do abate dos boi vivo e recortado
prus resto do quarto do despejo udia só tinha começo depois do café ralo e a mandioca cuzida
____________________
Leia também:
histórias de avoinha: Toque, minha filha.
histórias de avoinha: Onde está a gaiola do Venuto?
histórias de avoinha: Deus te abençoe, minha filha
histórias de avoinha: um corpo febrento e para sempre culpada
histórias de avoinha: a dança dos dedo
histórias de avoinha: os pé e as bota de garrão
histórias de avoinha: Oh!... prugunta pra todas criança
histórias de avoinha: uma sombra sem corpo não cruza as pernas
histórias de avoinha: Bagaço hipócrita!
histórias de avoinha: a lua na escuridão
histórias de avoinha: o silêncio no brejo dos pensamento
histórias de avoinha: borboleta preta
histórias de avoinha: ôum velório de vida
histórias de avoinha: o siô ajeitado e as duas miúda
histórias de avoinha: Simão
mulheres descalças: é mansa...
mulheres descalças: Mas você devia!
mulheres descalças: Dez sacas, o amigo concorda?
mulheres descalças: o descuido da miúda
Nenhum comentário:
Postar um comentário