segunda-feira, 1 de julho de 2019

Stendhal - O Vermelho e o Negro: Maneiras de Agir em 1830 (XXII - 2)

Livro I 

A verdade, a áspera verdade. 
Danton 


Capítulo XXII -2

MANEIRAS DE AGIR EM 1830




A palavra foi dada ao homem para esconder seu pensamento. 

R. P . MALAGRIDA



continuando...




Naquele momento considerava-se inteiramente aristocrata, ele que por muito tempo sentira-se tão chocado com o sorriso desdenhoso e a superioridade altaneira que percebia no fundo de todas as amabilidades que lhe fa​ziam na casa do sr. de Rênal. Não pôde deixar de sentir a extrema diferença. Esqueçamos até, dizia a si mesmo ao afastar-se, que se trata de dinheiro roubado aos pobres detentos, e ainda que os impedem de cantar! Jamais ocorreu ao sr. de Rênal dizer a seus hóspedes o preço de cada garrafa de vinho que lhes apresenta. E esse sr. Valenod, na enumeração de suas proprie​dades, repetida a toda hora, não consegue falar de sua casa, de seu domínio etc., se sua mulher está presente, sem dizer tua casa, teu domínio.

Essa dama, aparentemente tão sensível ao prazer da propriedade, fizera uma cena abominável, durante o almoço, a um criado que quebrara um de seus cálices, de​sem​​parelhando uma de suas dúzias; e esse criado respondera com a maior insolência. 

Que gente!, dizia-se Julien; mesmo que me dessem a metade de tudo o que roubam, não viveria com eles. Um dia acabaria por me trair; não conseguiria reter a expressão do desprezo que me inspiram. 

Mas foi preciso, de acordo com as ordens da sra. de Rênal, frequentar vários almoços do mesmo gênero; Julien ficou na moda. Perdoavam-lhe seu traje de guarda de honra, ou melhor, essa imprudência era a causa verdadeira de seus sucessos. Logo não se falou de outra coisa em Verrières senão de ver quem levaria a melhor na luta para obter o instruí​do rapaz: o sr. de Rênal ou o diretor do asilo. Esses senhores formavam com o sr. Maslon um triunvirato que há muito tiranizava a cidade. O prefeito era alvo de invejas, os liberais tinham do que se queixar dele; no entanto, era nobre e feito para a superioridade, ao passo que o pai do sr. Valenod deixara-lhe apenas 600 luíses de renda. Em relação a ele, fora preciso passar da piedade pelas roupas simples com que todos o haviam conhecido na juventude, à inveja por seus cavalos normandos, por suas correntes de ouro, por seus trajes vindos de Paris, por toda a sua prosperidade atual. 

Na onda desse mundo novo para Julien, ele acreditou descobrir um homem honesto; era um geômetra, chamava-se Gros e passava por jacobino. Tendo decidido só dizer coisas que lhe pareciam falsas a si mesmo, Julien foi obrigado a acautelar-se em relação ao sr. Gros. De Vergy chegavam-lhe grandes pacotes de temas. Aconselhavam-no a ver com frequência seu pai, e ele conformava-se a essa triste necessidade. Em suma, ele compunha bas​tante bem sua reputação, quando certa manhã foi surpreendido ao ser despertado por duas mãos que lhe tapavam os olhos. 

Era a sra. de Rênal, que fizera uma viagem à cidade e, subindo apressadamente a escada e deixando os filhos ocupados com um coelho de estimação, chegara ao quarto de Julien alguns instantes antes deles. Foi um momento delicioso, mas muito curto: a sra. de Rênal já se afastara quando os garotos chegaram com o coelho, que que​riam mostrar a seu amigo. Julien acolheu bem a todos, inclusive ao coelho. Parecia-lhe reencontrar sua família; sentiu que amava esses garotos, que gostava de tagarelar com eles. Admirava-lhes a doçura da voz, a simplicidade e a nobreza das atitudes; tinha necessidade de lavar sua imaginação de todas as maneiras de agir vulgares, de todos os pensamentos desagradáveis em meio aos quais respirava em Verrières, onde sempre havia o temor de falhar, onde o luxo e a miséria puxavam-se os cabelos. As pessoas em cuja casa almoçava faziam, a propósito de um assado, confidências humilhantes para elas e nauseabundas para quem as ouvia. 

– Vocês, nobres, têm razão de ser orgulhosos, ele dizia à sra. de Rênal. E contava-lhe todos os almoços que tivera de suportar. 

– Com que então você está na moda! E ela ria de bom grado, pensando no ruge que a sra. Valenod julgava-se obrigada a pôr toda vez que esperava Julien. Acho que ela tem projetos para o seu coração, acrescentava.

O desjejum foi delicioso. A presença das crianças, aparentemente incômoda, na verdade aumentava a felicidade comum. Essas pobres crianças não sabiam como demonstrar sua alegria de rever Julien. Os criados não haviam deixado de contar-lhes que lhe ofereciam 200 francos a mais para educar os pequenos Valenod. 

No meio da refeição, Stanislas-Xavier, ainda pálido de sua enfermidade, perguntou de repente à mãe quanto valiam sua colher de prata e a taça na qual bebia. 

– Por que isso? 

– Quero vendê-las para dar o dinheiro ao sr. Julien, para que ele não seja bobo ficando conosco. 

Julien abraçou-o, com lágrimas nos olhos. Sua mãe chorava, enquanto Julien, que pusera Stanislas sobre os joelhos, explicava-lhe que não devia usar a palavra bobo que, empregada nesse sentido, era uma maneira de falar de lacaios. Vendo o prazer que causava à sra. de Rênal, ele procurou explicar, com exemplos pitorescos que divertiam as crianças, o que era ser bobo. 

– Compreendo, disse Stanislas, é o corvo que deixa cair o queijo, que a raposa, bajuladora, apanha. 

Repleta de alegria, a sra. de Rênal cobria os filhos de beijos, o que não podia fazer sem apoiar-se um pouco sobre Julien. 

De repente, a porta abriu-se; era o sr. de Rênal. Seu rosto severo e descontente produziu um estranho contraste com a doce alegria que sua presença expulsava. A sra. de Rênal empalideceu; não se sentia em condições de negar o que quer que fosse. Julien tomou a palavra e, falando alto, pôs-se a contar ao prefeito a história da taça de prata que Stanislas queria vender. Ele tinha certeza de que essa história seria mal acolhida. Inicialmente, o sr. de Rênal franziu a sobrancelha, por hábito, só de ouvir o nome prata. A menção desse metal, ele dizia, é sempre um prefácio a algum achaque sobre meu dinheiro. 

Mas aqui havia mais do que interesse de dinheiro; havia um aumento de suspeitas. O ar de felicidade que animava sua família na ausência dele não ajudava a facilitar as coisas, num homem dominado por uma vaidade tão suscetível. Como sua mulher elogiasse a maneira cheia de graça e de espírito com que Julien dava ideias novas a seus alunos, ele respondeu: 

– Sim! Sim! Eu sei, ele torna-me odioso a meus filhos; para ele é cem vezes mais fácil ser amável com eles do que para mim, que afinal sou o chefe. Neste século, tudo tende a lançar o ódio contra a autoridade legítima. Pobre França! 

A sra. de Rênal não se deteve a examinar as nuances da acolhida que lhe dava o marido. Ela acabava de entrever a possibilidade de passar doze horas com Julien. Tinha uma série de compras a fazer na cidade e declarou que fazia questão de almoçar no cabaré; independentemente do que o marido pudesse dizer ou fazer, insistiu na ideia. As crianças ficaram encantadas com a simples palavra cabaré, que a falsa virtude moderna pronuncia com tanto prazer. 

O sr. de Rênal deixou sua mulher na primeira loja de novidades onde ela entrou, para ir fazer algumas visitas. Voltou mais carrancudo que de manhã; estava convencido de que a cidade inteira ocupava-se dele e de Julien. Em verdade, ninguém ainda lhe fizera suspeitar a parte ofensiva do falatório público. Os que tinham mexericado sobre o sr. prefeito queriam saber apenas se Julien ficaria com ele por 600 francos, ou se aceitaria os 800 oferecidos pelo diretor do asilo. 

Este último, que encontrou o sr. de Rênal nas rodas da sociedade, demonstrou-lhe frieza, conduta não desprovida de habilidade. Há pouco despropósito na província; ali as sensações são tão raras que as pessoas as aproveitam inteiramente. 

O sr. Valenod era o que chamam, a cem léguas de Paris, um gabarola, uma espécie de indivíduo impudente e grosseiro. Sua existência triunfante, desde 1815, reforçara suas belas disposições. Ele reinava, por assim dizer, em Verrières, sob as ordens do sr. de Rênal; mas, sendo muito mais ativo, não se envergonhando de nada, intrometendo-se em tudo, mexendo-se sem parar, escrevendo, falando, esquecendo as humilhações, não tendo nenhuma pretensão pessoal, acabara por abalar o crédito do prefeito aos olhos do poder eclesiástico. O sr. Valenod dissera, de certo modo, aos quitandeiros da região: deem-me os dois mais tolos dentre vocês; aos homens da lei: indiquem-me os dois mais ignaros; aos funcionário da saúde: designem-me os dois mais charlatães. Depois de reunir os mais impudentes de cada profissão, dissera-lhes: reinemos juntos. 

Os modos dessa gente feriam o sr. de Rênal. A grosseria de Valenod não se ofendia com nada, nem mesmo com os desmentidos que o padre Maslon não lhe poupava em público. 

Mas, em meio a essa prosperidade, o sr. Valenod tinha necessidade de confortar-se por pequenas insolências de detalhe contra as grandes verdades que ele sentia que todos tinham o direito de lançar-lhe. Sua atividade redobrara depois dos temores que lhe deixara a visita do sr. Appert: fizera três viagens a Besançon; escrevia vá​rias cartas a cada correio; enviava outras por desconhecidos que passavam em sua casa ao cair da noite. Talvez tivesse agido mal ao fazer destituir o velho cura Chélan; pois essa atitude vindicativa o fizera ser visto, por vários devotos de bom nascimento, como um homem profundamente mau. Aliás, esse serviço prestado o pusera na dependência absoluta do vigário-geral de Frilair, do qual recebia estranhas incumbências. Sua política estava nesse ponto quando cedeu ao prazer de escrever uma carta anônima. Para aumentar a confusão, sua mulher declarou-lhe que queria ter Julien em sua casa, e a vaidade subira-lhe à cabeça. 

Nessa posição, o sr. Valenod previa um confronto com seu antigo aliado, o sr. de Rênal. Este lhe diria palavras duras, o que pouco lhe importava; mas o prefeito podia escrever a Besançon, ou mesmo a Paris. O primo de algum ministro podia aparecer de repente em Verrières e arrebatar-lhe o asilo de mendicidade. O sr. Valenod pensou em aproximar-se dos liberais; por isso vários deles haviam comparecido ao almoço para o qual Julien fora convidado. Ele teria sido fortemente apoiado contra o prefeito. Mas eleições podiam sobrevir, e era evidente que o asilo e um mau voto eram incompatíveis. O relato dessa política, muito bem adivinhada pela sra. de Rênal, fora feito a Julien, enquanto este dava-lhe o braço para acompanhá-la de uma loja a outra, e aos poucos foram levados ao Passeio da Fidelidade, onde passaram várias horas, quase tão tranquilas quanto em Vergy. 

Nesse meio tempo, o sr. Valenod tentava evitar um confronto com o antigo chefe, assumindo ele próprio um ar audacioso em relação a este. Nesse dia o sistema funcionou, mas fez crescer a irritação do prefeito. 

Nunca a vaidade em conflito com tudo o que o amor ao dinheiro pode ter de mais áspero e mesquinho pôs um homem num estado mais lamentável do que aquele no qual se achava o sr. de Rênal, ao entrar no cabaré. Nunca, ao contrário, seus filhos haviam estado mais alegres e felizes. Esse contraste o espicaçou ainda mais. 

– Pelo que vejo, estou sendo demais em minha família! disse ele ao entrar, querendo dar um tom imponente a essas palavras. 

Como única resposta, sua mulher tomou-o à parte e falou da necessidade de afastar Julien. As horas de felicidade que ela acabava de passar haviam lhe dado o desembaraço e a firmeza necessários para seguir o plano de conduta que meditava há quinze dias. Para completar a perturbação do pobre prefeito de Verrières, ele sabia que gracejavam publicamente, na cidade, de seu apego ao dinheiro. O sr. Valenod era generoso como um ladrão, enquanto ele conduzira-se de maneira mais prudente do que brilhante nas cinco ou seis últimas arrecadações para a confraria de São José, para a congregação da Virgem, para a congregação do Santo-Sacramento etc. 

Entre os fidalgos provincianos de Verrières e dos arredores, habilmente classificados no registro dos frades coletores segundo o montante de suas oferendas, o nome do sr. de Rênal aparecera mais de uma vez em último lugar. Em vão ele dizia que não ganhava nada. O clero não brinca em tal assunto.





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ADVERTÊNCIA DO EDITOR

Esta obra estava prestes a ser publicada quando os grandes acontecimentos de julho [de 1830] vieram dar a todos os espíritos uma direção pouco favorável aos jogos da imaginação. Temos motivos para acreditar que as páginas seguintes foram escritas em 1827.


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Henri-Marie Beyle, mais conhecido como Stendhal (Grenoble, 23 de janeiro de 1783 — Paris, 23 de março de 1842) foi um escritor francês reputado pela fineza na análise dos sentimentos de seus personagens e por seu estilo deliberadamente seco.


Órfão de mãe desde 1789, criou-se entre seu pai e sua tia. Rejeitou as virtudes monárquicas e religiosas que lhe inculcaram e expressou cedo a vontade de fugir de sua cidade natal. Abertamente republicano, acolheu com entusiasmo a execução do rei e celebrou inclusive a breve detenção de seu pai. A partir de 1796 foi aluno da Escola central de Grenoble e em 1799 conseguiu o primeiro prêmio de matemática. Viajou a Paris para ingressar na Escola Politécnica, mas adoeceu e não pôde se apresentar à prova de acesso. Graças a Pierre Daru, um parente longínquo que se converteria em seu protetor, começou a trabalhar no ministério de Guerra.

Enviado pelo exército como ajudante do general Michaud, em 1800 descobriu a Itália, país que tomou como sua pátria de escolha. Desenganado da vida militar, abandonou o exército em 1801. Entre os salões e teatros parisienses, sempre apaixonado de uma mulher diferente, começou (sem sucesso) a cultivar ambições literárias. Em precária situação econômica, Daru lhe conseguiu um novo posto como intendente militar em Brunswick, destino em que permaneceu entre 1806 e 1808. Admirador incondicional de Napoleão, exerceu diversos cargos oficiais e participou nas campanhas imperiais. Em 1814, após queda do corso, se exilou na Itália, fixou sua residência em Milão e efetuou várias viagens pela península italiana. Publicou seus primeiros livros de crítica de arte sob o pseudônimo de L. A. C. Bombet, e em 1817 apareceu Roma, Nápoles e Florença, um ensaio mais original, onde mistura a crítica com recordações pessoais, no que utilizou por primeira vez o pseudônimo de Stendhal. O governo austríaco lhe acusou de apoiar o movimento independentista italiano, pelo que abandonou Milão em 1821, passou por Londres e se instalou de novo em Paris, quando terminou a perseguição aos aliados de Napoleão.

"Dandy" afamado, frequentava os salões de maneira assídua, enquanto sobrevivia com os rendimentos obtidos com as suas colaborações em algumas revistas literárias inglesas. Em 1822 publicou Sobre o amor, ensaio baseado em boa parte nas suas próprias experiências e no qual exprimia ideias bastante avançadas; destaca a sua teoria da cristalização, processo pelo que o espírito, adaptando a realidade aos seus desejos, cobre de perfeições o objeto do desejo.

Estabeleceu o seu renome de escritor graças à Vida de Rossini e às duas partes de seu Racine e Shakespeare, autêntico manifesto do romantismo. Depois de uma relação sentimental com a atriz Clémentine Curial, que durou até 1826, empreendeu novas viagens ao Reino Unido e Itália e redigiu a sua primeira novela, Armance. Em 1828, sem dinheiro nem sucesso literário, solicitou um posto na Biblioteca Real, que não lhe foi concedido; afundado numa péssima situação económica, a morte do conde de Daru, no ano seguinte, afetou-o particularmente. Superou este período difícil graças aos cargos de cônsul que obteve primeiro em Trieste e mais tarde em Civitavecchia, enquanto se entregava sem reservas à literatura.

Em 1830 aparece sua primeira obra-prima: O Vermelho e o Negro, uma crónica analítica da sociedade francesa na época da Restauração, na qual Stendhal representou as ambições da sua época e as contradições da emergente sociedade de classes, destacando sobretudo a análise psicológica das personagens e o estilo direto e objetivo da narração. Em 1839 publicou A Cartuxa de Parma, muito mais novelesca do que a sua obra anterior, que escreveu em apenas dois meses e que por sua espontaneidade constitui uma confissão poética extraordinariamente sincera, ainda que só tivesse recebido o elogio de Honoré de Balzac.

Ambas são novelas de aprendizagem e partilham rasgos românticos e realistas; nelas aparece um novo tipo de herói, tipicamente moderno, caracterizado pelo seu isolamento da sociedade e o seu confronto com as suas convenções e ideais, no que muito possivelmente se reflete em parte a personalidade do próprio Stendhal.

Outra importante obra de Stendhal é Napoleão, na qual o escritor narra momentos importantes da vida do grande general Bonaparte. Como o próprio Stendhal descreve no início deste livro, havia na época (1837) uma carência de registos referentes ao período da carreira militar de Napoleão, sobretudo a sua atuação nas várias batalhas na Itália. Dessa forma, e também porque Stendhal era um admirador incondicional do corso, a obra prioriza a emergência de Bonaparte no cenário militar, entre os anos de 1796 e 1797 nas batalhas italianas. Declarou, certa vez, que não considerava morrer na rua algo indigno e, curiosamente, faleceu de um ataque de apoplexia, na rua, sem concluir a sua última obra, Lamiel, que foi publicada muito depois da sua morte.

O reconhecimento da obra de Stendhal, como ele mesmo previu, só se iniciou cerca de cinquenta anos após sua morte, ocorrida em 1842, na cidade de Paris.



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Leia também:

Stendhal - O Vermelho e o Negro: O Primeiro Adjunto (XVII)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Um Rei em Verrières (XVIII)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Pensar faz sofrer (XIX)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: As Cartas Anônimas (XX)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Diálogo com um Mestre (XXI - 1)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Maneiras de Agir em 1830 (XXII - 1)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Maneiras de Agir em 1830 (XXII - 2)
Stendhal - O Vermelho e o Negro: Desgostos de um funcionário (XXIII - 1)

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