Vamos trabalhar sem fazer alarde
Pra pisar com força o chão da cidade
A vida não tem segredo
Quem sentado espera a morte é covarde
Mas quem faz a sorte é que é de verdade
É só acordar mais cedo
É só regar, pra alimentar o arvoredo
Por essa luta eu não retrocedo
Pra ver toda a mocidade
Com os frutos da liberdade
Escorrendo de entre os dedos
Que é pra enterrar de uma vez seus medos
Vamos trabalhar sem fazer alarde
Pra pisar com força o chão da cidade
A vida não tem segredo
Quem sentado espera a morte é covarde
Mas quem faz a sorte é que é de verdade
É só acordar mais cedo
Se não mudar, o barco bate no rochedo
E vai pro fundo como um brinquedo
É bom cantar a verdade
Pro povo de uma cidade
E deixar de arremedo
E aí vai virar mais um samba-enredo
É só regar, pra alimentar o arvoredo
Por essa luta eu não retrocedo
Pra ver toda a mocidade
Com os frutos da liberdade
Escorrendo de entre os dedos
Que é pra enterrar de uma vez seus medos
Se não mudar, o barco bate no rochedo
E vai pro fundo como um brinquedo
É bom cantar a verdade
Pro povo de uma cidade
E deixar de arremedo
E aí vai virar mais um samba-enredo.
Que é pra enterrar de uma vez seus medos
Pra isso é só acordar mais cedo...
João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro
Diogo Nogueira - Nó Na Madeira (Ao Vivo)
Espelho
Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia, ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz
Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai
(E de fazer canções como as que fez meu pai)
(E de fazer canções como as que fez meu pai)
Num dia de tristeza, me faltou o velho
E falta lhe confesso, que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás
Eh, vida à toa
Vai no tempo, vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai
(Troquei de mal com Deus por me levar meu pai)
(Troquei de mal com Deus por me levar meu pai)
E assim crescendo, eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber, eu era adulto já
Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar
(E o meu medo maior é o espelho se quebrar)
(E o meu medo maior é o espelho se quebrar)
(E o meu medo maior é o espelho se quebrar)
(E o meu medo maior é o espelho se quebrar)
(E o meu medo maior é o espelho se quebrar)
Composição: Paulo César Pinheiro / João Nogueira
João Nogueira & Paulo César Pinheiro
- "Parceria" [1994] (Álbum Completo)
Depoimentos Cariocas – Paulo César Pinheiro
Grande parceiro de João Nogueira
João Nogueira em “Clássicos do Samba”
Depoimentos Cariocas – Paulo César Pinheiro
Grande parceiro de João Nogueira
João Nogueira em “Clássicos do Samba”
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