O Idiota
Fiódor Dostoiévski
Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira
Primeira Parte
16.
continuando...
- Será possível? -
soluçou o príncipe, torcendo as mãos.
- Cuidou então que podia ser? Mesmo
sendo uma desavergonhada, também mantenho um certo orgulho. Disse-me,
príncipe. esta noite, que eu era uma perfeição. Admirável perfeição sou eu. não
resta dúvida, que apenas para me vangloriar de espezinhar um milhão e um título
de princesa me arremesso em um esgoto! Que espécie de esposa lhe poderia eu
ser, afinal de contas? Olhe, Afanássii Ivánovitch, atirei fora, de fato, um milhão,
reparou bem? Já vê que se enganou terrivelmente ao pensar que eu me casaria
de bom grado com Gavril Ardaliónovitch por causa de setenta e cinco mil rublos!
Ora, Afanássii Ivánovitch, guarde os seus setenta e cinco mil rublos. Arre, você
nem sequer chegou a fazer uma oferta de cem mil. Rogójin subiu o lance. Pobre do Gánia, também. Mas não o hei de esquecer.
Confortá-lo-ei depois, tenho cá uma ideia. Depois, depois... Agora quero um
pouco de ar, de estúrdia! Sou uma mulher da rua! E dizer-se que estive durante
dez anos em uma prisão! Mas agora vou gozar a vida. Vamos, Rogójin, está
preparado? Então vamos!
- Vamos!!! - urrou Rogójin, quase em delírio, tamanha era a sua alegria. - Olá,
vocês todos, vinho! Ufa!...
- Mande buscar vinho, eu também bebo. E música? Não há música, então?
- Sim,
sim, haverá vinho! E música! Chegue pra lá! - berrou freneticamente ao ver
Dária Aleksiéíevna se aproximar de Nastássia Filíppovna. - Ela é minha, muito
minha! Chega. E tu, ó minha soberana... Cambaleava de alegria. Andava em
redor de Nastássia Filíppovna, gritando para toda gente. - Que ninguém se aproxime dela!
Toda aquela sua espécie de escolta invadiu a sala. Uns bebiam outros
gritavam, e todos riam, no auge da excitação, muito à vontade Ferdichtchénko
tentou confraternizar com eles. O General Epantchín e Tótskii trataram de
efetuar uma retirada precipitada. Gánia já estava também com o chapéu na
mão, mas permanecia ainda sempre calado, chumbado ao chão, embora sentisse
que devia fugir da cena que defrontava.
- Não se aproximem! - grunhia Rogójin.
- Por que está você se esgoelando? - dizia-lhe Nastássia Filíppovna, às
gargalhadas.
- Quem manda aqui ainda sou eu. Se me der na veneta ainda o ponho para fora
aos pontapés! E ainda está com o dinheiro, hein? Tire a mão desse embrulho aí
em cima da mesa. Dê-me. Neste pacote tem mesmo cem mil rublos? Credo que
embrulho horrendo! Mas que é que tu queres, Dária Aleksiéievna? Achavas então
que eu deveria me casar com o outro. com o príncipe? (Apontava para Míchkin.)
Querias que eu me arruinasse com ele? O coitado necessita é de uma aia! Como
pode ele casar? Ali o general bem podia ser a ama dele. Repara: não o quer
largar. Olhe, príncipe, eu, sua ex-noiva, agarrei o dinheiro. Sou ou não sou uma
mulher ordinária? E era com uma mulher assim, príncipe, que desejava casar?
Mas... que é isso? Está... chorando?! Ficou triste? Ora, ria como eu.
- E ao dar este conselho não pôde Nastássia Filíppovna evitar que duas grandes
lágrimas lhe deslizassem pelo rosto abaixo. - Confie no tempo, que tudo faz
passar. É preferível refletir dobrado agora do que mais tarde sem parar... Mas
vocês todos deram agora para chorar? Pois não que Kátia também está
chorando? Que é isso, Kátia? Vou deixar um presente para você e outro para
Pácha. Não pensem que me esqueço de vocês, não. E agora, Kátia, volte para os
seus. Fiz uma rapariga honesta como você perder o seu tempo com uma mulher
ordinária como eu... Pois, príncipe, a falar verdade, é melhor assim, muito
melhor. Mais tarde se arrependeria, príncipe, e não seríamos felizes. Não adianta
jurar; sei que me desprezaria! E como tudo viria a ser estúpido, depois... Não,
mais vale nos separarmos como amigos, pois não daria certo. Teria sido um
sonho, nada mais. Não sonhei eu com príncipe? Claro que sonhei! Sim, sonhei, há
muito tempo, quando morei solitária durante cinco anos, naquela casa de campo
em plena estepe. Outra coisa não fazia eu senão pensar e sonhar... sonhar e
pensar. Imaginava sempre alguém como o meu bondoso Príncipe Míchkin,
correto e direito, e ao mesmo tempo tão ingênuo que não cessaria de proclamar
diante de toda gente: “Por que censurar-te, Nastássia
Filíppovna? Em quê? Por quê? Eu... que te adoro!” Era hábito meu devanear
assim. E tanto, tanto... que, quase perdi o juízo. E eis que vinha sempre aquele
homem, quedava-se dois meses por ano, e me trazia o quê? Vergonha, desonra
corrupção, degradação, posto o que, se ia embora. Como podia eu suportar
aquilo? Milhares de vezes me vinha a tentação de me atirar na represa: mas tão
pobre criatura era eu que nem coragem para isso me sobrava... Mas agora...
Rogójin, você está pronto. Então vamos!!!
- Se estou! Não se aproximem!
- Estamos prontos! - Várias vozes fizeram coro. E as mesmas vozes gritaram: -
As tróicas estão esperando. Não ouvem os guizos?...
Nastássia Filíppovna abriu o pacote.
- Gánia, tive uma ideia formidável. Quero indenizá-lo: por que haveria você de
perder tudo? Rogójin, será verdade mesmo que ele, por causa de três rublos,
andaria de gatinhas até ao Vassílievskii?
- Que dúvida!
- Então escute, Gánia: quero ver dentro da sua alma, pela última vez. Você andou
me torturando estes três últimos meses, e agora é a minha vez. Está vendo este
rolo? Dentro dele tem cem mil rublos. Pois eu vou jogá-lo no fogo, diante de
todos que, assim, serão testemunhas. Logo a seguir atiço o fogo; e então você,
mas sem calçar as luvas, com as mãos nuas, apenas com as mangas
arregaçadas, tirará o pacote para fora da lareira. Que mal faz que você
chamusque as pontas dos dedos, já que se trata de cem mil rublos, está ouvindo
bem, cem mil rublos? Mas não vá demorar em tirar. Admirarei sua habilidade
vendo-o introduzir as mãos no fogo para salvar o dinheiro. E todos ficam sendo
testemunhas de que eu disse que o pacote ficará sendo seu. E se você não o
salvar então ele pegará fogo e se queimará todinho, pois não consentirei que mais
ninguém tente tirá-lo. Agora, recuem todos. O dinheiro é meu. É a paga de uma
noite com Rogójin. O dinheiro é, ou não é meu, Rogójin?
- Se é, minha alegria!
Se é, minha rainha!
- Então recuem todos. Eu faço o que quero. Não se metam!
Ferdichtchénko, atice o fogo. Quero labaredas bem vivas e altas. Assim!
-
Nastássia Filíppovna, minhas mãos não querem obedecer! - confessou
Ferdichtchénko, sucumbido.
- Há, assim é que se faz! - exclamou Nastássia Filíppovna. - Está vendo? -
Empunhou as tenazes, ajeitou duas achas de lenha bem acesas. Mal o fogo se
abriu em labaredas, jogou o pacot lá para dentro.
Partiu de todos um grito que se continuou em um alarido. Uns
esbarravam nos outros, querendo olhar. E exclamavam. - Ela não está no seu
juízo ! Enlouqueceu. - Não deveríamos nós... não deveríamos nós segurá-la? -
sussurrou o general para Ptítsin. trêmulo, com o rosto branco que nem um lenço,
sem poder tirar os olhos do rolo prestes a inflamar. - Está louca! Quem não vê
que ela está louca, teimava o general, o que fez Afanássii Ivánovitch, cuja lividez
se acentuava responder: - Quantas vezes não lhe disse eu que ela era uma mulher e
excêntrica?
- Mas, vamos e venhamos, são cem mil rublos!
- Deus do céu! -
ouviu-se de todos os lados em uníssono. E todos se aglomeraram à frente do
fogão. empurrando-se uns aos outros a fim de ver bem, soltando exclamações.
Houve quem subisse nas cadeiras para enxergar melhor por sobre as cabeças dos
que tapavam a cena. Dária Aleksiéievna correu para a outra sala para confabular
com Kátia e Pácha, todas três muito assustadas.
A bela alemã sumiu.
- Mátuchka!
Minha rainha! Onipotente dama! - bradou Liébediev, arremessando-se de joelhos
diante de Nastássia Filíppovna, com as mãos na direção do fogo. Mátuchka,
insigne mátuchka! São cem mil! Cem mil! Eu vi! Ordene-me que as retire.
Meter-me-ei lá dentro! Encaixo esta minha cabeça cheia de cãs lá dentro e...
Minha mulher está doente, morrendo em uma cama. Tenho treze filhos, todos
órfãos já! Enterrei meu pai não há uma semana, não tenho nem o que comer!
Nastássia Filíppovna! E tentou aproximar-se do fogo.
- Saia daí! - gritou-lhe Nastássia Filíppovna, afastando-o. - Recuem todos. Gánia,
como é, você não se mexe? Está com vergonha? Tire o dinheiro lá de dentro, não
vê que a sua sorte está ali?
Mas Gánia naquele dia já sofrera demais, e não
estava preparado para mais esta prova última, ainda por cima tão inopinada. O
grupo se bipartiu diante dele, deixando-o face a face com Nastássia Filíppovna, a
menos de três passos. Perto do fogão, ela esperava atenta, olhando-o com olhos
ardentes. Mudo, de braços cruzados as luvas e o chapéu nas mãos, com seu
fraque, ele estacara, fitando o fogo. Um sorriso de demente se perdia em seu
rosto branco que nem giz. Embora não conseguisse despregar a vista do fogo, do
maço de notas quase a se inflamar, qualquer coisa nova e diferente parecia se ter
inserido no vão da sua alma, dando-lhe ânimo para enfrentar a prova. Não se
mexeu do
seu lugar, ficando mais do que evidente perante todos que não tiraria o
dinheiro.
- Pense bem no que está fazendo! Se o dinheiro pega fogo, esta gente aqui o
estraçalha - advertia-o Nastássia
Filíppovna. - E você se dana todo. Olhe que estou falando sério. O fogo que no
começo se avivara em labaredas saindo de duas achas rubras, ficou um pouco
abafado quando o pacote caiu no seu centro. Mas uma pequenina labareda azul,
uma língua de chama delgada e comprida, deu em serpentear lambendo o
pacote. Depois o fogo subiu, envolveu-o pelos contornos e repentinamente o
papel do maço se inflamou, produzindo um clarão vivo. Todos emitiram um
suspiro ofegante.
- Senhora! - vociferou de novo Liébediev arremetendo: mas Rogójin o agarrou e
puxou violentamente para trás. E enquanto fazia isso, e depois, seu olhar
estatelado se fixava cada vez mais em Nastássia Filíppovna. Era-lhe impossível
arredar os olhos daquele semblante. O prazer embebedava-o: estava no sétimo
céu.
- Mas é uma perfeita rainha! - não cessava de repetir para quantos lhe estavam
perto revezando-se. - Isso é que é atitude! Isso é que é ter raça! Qual de vocês,
seus batedores de carteira, faria uma coisa destas? Qual?!...
O príncipe assistia,
calado e soturno.
- Por uma notinha de mil, eu tirava o pacote todo com os meus dentes! - propôs
Ferdichtchénko.
- Também eu, também eu tirava com os dentes! - grunhiu o hércules dos
munhecaços, lá da retaguarda do grupo, sinceramente alvoroçado. - Raios me
partam! Está queimando! O fogo dá cabo do dinheiro já - gritou, vendo a
labareda. E todos gritaram a uma voz, investindo para o fogão: - Está pegando
fogo! Está pegando fogo!
- Gánia, não finja! Pela última vez lhe digo: Não finja!
- Que diabo, tire logo de
uma vez! - rugiu Ferdichtchénko, avançando para Gánia em ímpeto nervoso e o
puxando pela manga. - Tire logo de uma vez, seu bestalhão. Está pegando fogo,
não seja cretino!
Gánia desvencilhou-se violentamente de Ferdichtchénko,
voltou-se e enveredou para a porta de saída. Mal deu dois passos, cambaleou e
caiu no assoalho, pesadamente.
- Desmaiou! - exclamaram.
- Mátuchka, está ardendo! - soluçou Liébediev.
- Vai se perder tudo! - ouvia-se de todos os lados. E, de onde estava,
Nastássia Filíppovna gritou para as criadas: - Kátia, Pácha, deem-lhe um copo
com água. um cálice de vodca!
Dito isto, ela mesma segurou as tenazes e com
elas retirou o pacote. Todo o papel de fora do embrulho se havia queimado,
estava em cinzas, mas se via imediatamente que o conteúdo estava intato. O
pacote fora embrulhado em pelo menos três folhas dobradas de papel de jornal e
as notas estavam perfeitas. Todos respiraram livremente. E foi Liébediev quem
comentou com grande alívio:
- Talvez uma pobre nota de mil esteja chamuscada, mas o resto está que é uma
beleza!
- É tudo dele! O maço inteiro é dele! Estão ouvindo, amigos! - declarou Nastássia
Filíppovna, depondo o pacote de notas ao Lado de Gánia. - Ele não faria isso,
aguentou a prova e portanto o seu amor-próprio ainda é maior do que o seu amor
pelo dinheiro. Mas não importa, ele chegará a isso ainda. Por dinheiro, ele
mataria alguém... Ei-lo que está voltando a si. General Iván Petróvitch. Dária
Aleksiéievna, Kátia, Pácha, Rogójin, estão me ouvindo? As notas são para ele,
são de Gánia. Dou-lhas para que faça com elas o que quiser, como recompensa
por seja lá o que for! Digam-lhe isso! Deixem o pacote ali ao lado dele...
Rogójin, marche! Príncipe, adeus! Saiba que foi o primeiro homem que
encontrei em minha vida! Afanássii Ivánovitch, adeusinho, merci! O bando dos
sequazes de Rogójin atravessou os salões em direção à porta da frente, atrás de
Rogójin e de Nastássia Filíppovna, fazendo estardalhaço, aos berros e
exclamações. No vestíbulo as empregadas deram a ela a capa de peles; a
cozinheira Márfa entrou correndo, vindo da cozinha. Nastássia Filíppovna beijouas a todas.
- Mas como pode a senhora deixar-nos sozinhas, querida Matuchka! Mas para
onde vai a senhora? E logo no seu aniversário ainda por cima, em um dia como o
de hoje! perguntavam-lhe as raparigas, em prantos beijando-lhe as mãos.
- Para onde vou? Para a sarjeta, Kátia. Já não ouviste dizer que la é que é o meu
lugar? Ou talvez vá ser lavadeira. Larguei Afanasse Ivanovitch. Saúda-o da
minha parte e não penses mal de mim...
O príncipe investiu precipitadamente
para a porta da rua onde todo o bando estava se dispondo nas quatro tróicas com
guizos. O General Epantchín conseguiu alcançá-lo escadas abaixo.
- Escute uma coisa, veja o que está fazendo, príncipe! - disse, segurando-lhe o braço.
- Desista! Não está vendo o que ela é? Falo-lhe como um pai. O príncipe olhou
para ele, e sem articular uma só palavra se desvencilhou e desceu
precipitadamente.
Na porta da rua, de onde as tróicas acabavam de partir, o
general viu o príncipe chamar o primeiro fiacre e bradar para o cocheiro. “Para
Ekaterinhóf! Siga as tróicas!” Nisto, rente ao degrau os cavalos cinzentos do
general se adiantaram; o general rumou para casa, com os seus novos planos,
suas novas esperanças e suas pérolas que. malgrado tudo, não se esquecera de
levar consigo. Entre os seus planos a fascinante figura de Nastássia Filíppovna
esvoaçou duas ou três vezes. O general suspirou. - É pena. Realmente, é uma
pena. Essa mulher está perdida! É uma louca!... Mas o príncipe se livrou de
Nastássia Filíppovna... de maneira que o que aconteceu no fundo foi bom...
E outras palavras edificantes, conquanto curtas, resumindo a situação, foram
pronunciadas por outros dois convivas de Nastássia Filíppovna que tinham
decidido fazer uma pequena caminhada. - Quer o senhor saber de uma coisa,
Afanássii Ivánovitch? Já ouvi dizer que algo de semelhante a isto é feito entre os
japoneses - observou Iván Petróvitch Ptítsin. - É o caso que quando alguém se
sente insultado vai onde está o seu inimigo e declara: “Você me desgraçou e
como vingança vou abrir meu ventre diante de você!” E com tais palavras
imediatamente rasga o ventre na presença do inimigo, sentindo, com certeza,
grande júbilo em agir assim, como se realmente se estivesse vingando. Há gente
muito esquisita, neste mundo, Afanássii Ivánovitch!
- E cuida você que se pode comparar este caso de agora com isso? - respondeu-lhe Tótskii, com um sorriso
- Hum!... Não está mal comparado, você arranjou uma excelente imagem!
Em todo o caso você viu, meu caro Iván Petróvitch, que eu fiz tudo quanto pude. E
convenha comigo que fazer mais do que fiz era impossível. E você há de admitir,
outrossim, que essa mulher tinha algumas qualidades brilhantes.., e certos pontos
de primeiríssima ordem. Senti-me tentado, naquele concílio de loucos, mesmo
que isso me rebaixasse ainda mais, a gritar alto e em bom som que ela própria
era a minha melhor desculpa a todas as suas acusações! Quem não se sentiria
muitas e muitas vezes fascinado por tal mulher a ponto de perder o juízo e... tudo
o mais? Veja por exemplo aquele estúpido Rogójin como lhe arremessou aos pés
a sua carga de dinheiro! A bem dizer, tudo quanto
acabou de se passar não foi mais do que coisa efêmera, romântica e
inverossímil; mas que houve colorido nisso tudo e originalidade, lá isso
convenhamos que houve! Deus meu, o que não se faria com um caráter
daqueles, com uma beleza daquelas! Mas apesar de todo o esforço, apesar
mesma da sua educação, tudo está perdido! Ela é um diamante que não foi
lapidado, não me fartarei de dizer muitas e muitas vezes!
E Afanássii Ivánovítch
suspirou profundamente.
continua página 159..
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Leia também:
O Idiota: Primeira Parte (1a.) Em dada manhã...
O Idiota: Primeira Parte (2a.) O General Epantchín vivia em casa própria
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O Idiota: Primeira Parte (4a.) Míchkin, sentado no canto..
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O Idiota: Primeira Parte (5a.) A Sra. Epantchiná era muito ciosa...
O Idiota: Primeira Parte (6a.) Estão todas me olhando ...
O Idiota: Primeira Parte (6b.) Parece que me reconheceu ...
O Idiota: Primeira Parte (7a.) Quando o príncipe acabou de falar...
O Idiota: Primeira Parte (8a.) - O apartamento de Gánia era no terceiro andar
O Idiota: Primeira Parte (9a.) - Fez-se silêncio completo na sala.
O Idiota: Primeira Parte (10.) - De repente um vozerio
O Idiota: Primeira Parte (11.) - O príncipe saiu da sala
O Idiota: Primeira Parte (12.a) - Kólia levou o príncipe pela Litéinaia
O Idiota: Primeira Parte (12.b) - E, escadas abaixo, o general continuava a lastima
O Idiota: Primeira Parte (13) - Muito desajeitado
O Idiota: Primeira Parte (14) - Eu não sou espirituoso
O Idiota: Primeira Parte (15a) - Kátia, a camareira
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