No se puede hacer la revolucion sin las mujeres
Livro Um
baitasar
Memórias
no hay maldición, no hay
brujas, apenas solidão no coração de mi hermana, um
coração que gosta mais que ontem, sempre um pouquinho a mais todo dia, não
cansa dos seus sabores
Blanca
não se queria sagrada, não mesmo, mas a ventania que derrubava tudo, a caverna
degenerada do seu homem e o seu desejo duro e firme até o fundo, queria o homem
da sua escolha, um hombre separado
del rebaño por la Montaña, estava impaciente com suas dores
naqueles dias e noites,
depois da partida do José Qualquer, minha irmã se perdeu em desinteresse e
tristeza, tudo se arrastava em quefazeres de juntar gravetos, esmagar baratas,
cuspir nas moscas, quebrar o milho, assar tortillas... sem alegrias
resignada pela tristeza
desesperançada, um bagaço definhando seco de umidades, ressecando, a tristeza
resistindo
angustiada pelo tempo do
próprio acabamento
meus olhos não precisavam
mais ficar espremidos, fingidos de dormir, ficavam despertos até quase doer o
amanhecer, vencidos pelo cansaço... eu dormia
mi hermana seguía
desinteresada dentro de su proprio nido
na morte se perdem os
movimentos e a solidão é completa e indiferente, a vida desiste e perde
importância, acabou o descontentamento, a alegria, o corpo desfalecido da vida é apenas
carne que se desmancha de si mesmo, perde as memórias, os perfumes e aromas, sólo
queda el olor de la muerte
não ouvia minha irmã
reclamando da própria dor dentro do silêncio das lágrimas enquanto morria e
ficava viva, sofria sem agitação, fúria ou violência, a dor insuportável da
permanência amaldiçoada no próprio cadáver
ficávamos metidas na
exaustão da escuridão sem os tocos de vela, o manto pesado da solidão
vestia-nos dos pés à cabeça com a memória do já vivido, sussurrado na penumbra
a voz da mulher sagrada
crescia e aumentava a dor daquela solidão de saudades, Mira me, mis ojos
quieren mirar te. Necessito de tus ojos, deja me cegar o aparece de vez
nenhuma resposta
sussurrando lamentos, apenas o silêncio de um vento fraco respirando palavras
quietas na sua dor
foi a primeira vez que
senti vontade de rugir, queria parar de escutar as lágrimas abafadas da minha
irmã tão profundamente molestada pela saudade
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Livro Um:
Memórias - 01: a lua cheia
Memórias - 02: a servidão natural
Memórias - 03: um negócio inesgotável
Memórias - 04: la sina de papá
Memórias - 09: ¡vaya hombre, no me dejes!Memórias - 11: a caverna dos espíritos amorososMemórias - 13: a Virgem do Rosário
Memórias - 14: palpitesMemórias - 18: ¡Estamos haciendo historia!
Memórias - 27: soy una anciana
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