assopre as estrela, tumbém
Ensaio 08j – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
ele virô as vista pra sua preta acomodada na rede branca da lua, as duas – a muié e a lua – pendurada nas mão da Oxum
ela tava lhe oiando
nua e escondida em cinco lenço claro e luminoso, os pano de vento agarrado na cintura em laço como esvoaçante saia
sabia quioiá é a magia quieta qui acende as vontade sem nome e se solta sem troada, sem mentira ou escarcéu, é quando nada mais parece incomodá ou fazê sofrê – e num é preciso escondê nem tê vergonhice duqui é pra sê das vista qui vê ou num vê – e o gosto adoçado do perfume das mão faz perdê o juízo e as crença na razão
sê oiado pela muié milagres fazia continuá acessa suas vontade pra vivê, segurava o mundo intêro nas mão, sedento, quente, um gigante da lua qui se erguia todo vontade, todo vizinhança
virô pra ela e fez uma piscadela com a vista canhota, assoprô com doçura a lua crescente qui foi acomodá mais adiante a sua meiguice, deixô usdois com as liberdade e as vontade das carne do amô
a muié alevantô a voz da pedra e sussurrô com aroma de mel, Venha se desatá.
o hôme se espaiava pela pedra sem tirá as vista da rede, as carne arrepiando, as vontade se derramando, o mundo tava parado
uqui existia num existia,
o começo do novo,
um otro adão, forte sem sê pesado, uma otra eva, sem culpa, tecida dela mesma
só usdois morando nas estrada, Oxum da dança do amô e do perfume do vento seduzindo Ogum, um mundo sem dono, menos brabo e mais doce, menos casto e mais carnoso, menos lutadô e mais amoroso, menos rápido e mais entranhado
Assopre as estrela, tumbém.
ela pedia no balanço suave da rede
ele obedecia, num desistia de sê feliz
usdois num podia deixá de sentí quia vida é mais rara quias palavra, tem tempo pra falá, tempo pra oiá, tempo pra sê um dotro, tempo pra sê lembrança, inté quiu tempo continua sem usdois, A Milagres tem certeza desse seu querê, puruguntô, eu tenho mais querê pra vê a Milagres com as estrela, tava em pé, parado na pedra do banho, pronto pra assoprá as estrela, mais se ocê qué num vô lhe desacatá, arrematô ajuntando o sopro forte
Assopre as estrela, tumbém.
ela pedia no balanço suave da rede
ele obedecia, num desistia de sê feliz
usdois num podia deixá de sentí quia vida é mais rara quias palavra, tem tempo pra falá, tempo pra oiá, tempo pra sê um dotro, tempo pra sê lembrança, inté quiu tempo continua sem usdois, A Milagres tem certeza desse seu querê, puruguntô, eu tenho mais querê pra vê a Milagres com as estrela, tava em pé, parado na pedra do banho, pronto pra assoprá as estrela, mais se ocê qué num vô lhe desacatá, arrematô ajuntando o sopro forte
virô as vista pra escuridão estrelada e ergueu a mão
Espera, disse a muié qui oiava da rede useu pretu na pintura estrelada, sentiu otro arrepiu das água adociada lhe descendo, lhe aprontando, sorriu, apreciando a vontade avolumando, josino desceu a mão, deixô as estrela onde tava, Tá bem, as estrela pode ficá o tempo qui durá. Adoro vê as vontade de me querê crescendo no meu hôme, Gosto de me mostrá pra ocê, Tumbém gosto muntu duseu gosto. Vem cá, deixa as estrela lá na escuridão e vem me oiá mais perto, no avizinhamento duso das mão. Vem ajudá na criação do mundo.
a muié e o hôme provocava o amô com a língua, as mão, usóio ajuntava os aroma doce da indecência qui cadum carregava nas carne, o perfume das lembrança do futuro quié só deles, Assim, ele puruguntô depois qui deu mais dois passo, Mais um pouquinho, ela respondeu, os braço aberto e estendido, os lenço esvoaçante, usdois mostrava o sorriso da alegria qui vai dá e tê amô
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é bão lê tumbém...
histórias de avoinha: Josino (I01j - o beijo da terra)
histórias de avoinha: Josino (I02j - a belezura na escuridão estrelada)
histórias de avoinha: Josino (I03j - fada ruim)
histórias de avoinha: Josino (I04j - quando vai mudá?)
histórias de avoinha: Josino (I05j - o fogo nas gota do choro)
histórias de avoinha: Josino (I06j - vai chegá das muié preta)
histórias de avoinha: Josino (I07j - assopra a lua)
histórias de avoinha: Josino (I08j - assopre as estrela, tumbém)
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