sábado, 22 de abril de 2023

Memórias - 08 mi ojos fingidos de dormidos

No se puede hacer la revolucion sin las mujeres

Livro Um

baitasar

Memórias

08 – mi ojos fingidos de dormidos


lembro daquela primeira noite do estranho acampado em nossa cabaña

eu ali, deitada, assustada, fingindo dormir, espreitava Blanca e aquele estranho que nos mató iluminados por un pequeño tocón de vela

mi corazón acelerava até estremecer e sair em galopes por minha garganta, parecia um tambor enfeitiçado, pum pum pumpumpum...

pronto para sair pela boca pedindo ayuda

mi ojos fingidos de dormidos são sabiam, mas por certo desconfiavam, minha irmã assentada em cima de su hombre fizera mais uma escolha para su vida

mi boca em silêncio, eu toda comovida com tantas palavras trocadas en su ojos, ¿y si todo eso no era más que un sueño?, os olhos inundando os olhos, as mãos agarrando-se nas margens

guardo memória desta paisagem, minha irmã escolhendo o seu jeito, separando o seu tempo das vontades del hombre, primeiro ele pareceu fazer um muxoxo de dor, como um desassossego que precisa se desvelar, romper para depois se arredondar num sorriso de confiança e entrega

nem que passe toda minha vida irei esquecer su voz de contentamiento, o seu jeito de entregar querendo tudo

el hombre sentou na esteira, Blanca se aconchegou sobre seu colo, sentia a naturalidade da vida se derramando toda líquida, um pântano de águas

ele foi empurrado para trás até ficar estendido, as ordens de permanecer deitado chegavam pelos dedos mágicos da mulher em reboliço

o pelo emaranhado do cabo roçando na pele avermelhada hizo sonreir a Blanca, os dentes pintados com cera de leite se mostravam

talvez, não mereça esa mujer atrevida com suas carnes famintas

ella dijo, Nunca he montado a caballo, mas agora sentia gosto da montaria, sus ojos queimavam

os lábios avermelhados e úmidos beijavam atrevidos, sabia que as cercas só existem para os vivos, a mão do coração en el pelo negro de ese hombre, negros como as noites da coruja, deseja que ese hombre não sinta falta da aguardiente, mas de subir su montaña de maíz

precisa escapar do seu destino, oferecer-se para outra vida


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