No se puede hacer la revolucion sin las mujeres
Livro Um
baitasar
Memórias
morrer é o nosso destino,
mas não há razão para a fome existir em tanta tierra fértil – a não ser
pela ganância lucrativa da fome que escraviza o trabalho – e produtiva de tantas
hijas y hijos fuertes y hermosos, vivendo en sus chozas humildes y sus pequeñas trocas com Piedras Altas
meu povoado de
recordações
outra aldeia
otros campesinos y campesinas
a mesma fome pendurada en
la Montaña, agarrada em sua carne-viva, um entalhe da casca esgravatada por
enxadas, semeada e colhida para viajar
bem longe daquele mundo adubado por covas campesinas
é uma pena que não
poderei levá-la até a vila de las Piedras Altas, meu tempo e saúde, por
certo, não me permitem muitas regalias, mas bem que gostaria de mostrar mí choza,
haverá de estar por lá
una cabaña
sem elegância nem estilo da cidade, um lugar de morar como outras daquele sítio
há muita beleza por lá, y la Montaña, mesmo desfigurada, consentia em nos receber, a gente se acomodava do jeito que dava – deformados da humanidade que acumula coisas e ignorância –, a justeza injusta das cidades não cabia dentro de las Piedras Altas, penso que as duas vidas – en la Montaña y en las ciudades – poderiam ser boas, mas não são
a cada dia, mais e mais, sinto a falta de mi hermosa hermana, convencia pelo encantamento das suas melodias que
os lugares que os espíritos procuravam não estavam ali, en mí pequeño
cuerpo, não esqueço a paz que sentia em seu colo
nunca, en tiempo algún,
voltei a sentir mãos mais amorosas e dedos tão delicados acariciando meus
cabelos, acalmando mi espíritu amedrontado com a saudade de mi madre
os cheiros de Blanca y
mi madre se confundiam até que se tornaram um só
cresci en Piedras
Altas até meus oito ou dez anos – el tiempo de las niñas y niños no es
muy seguro de medir –, por isso, mis pequeños recuerdos estão
misturados con otros tiempos, otros lugares
nem tudo que vou te dizendo são memórias daquela niña que fui, outras coisas, pessoas e lugares vieram depois – se misturando –, fazendo esa vieja
estoy muy agradecida con
tu voluntad de escutar-me
quando penso en la
Montaña... mi primero recuerdo é a água, nosso sítio siempre contou
com uma fonte permanente de água, nenhum desenho, projeto, ornamentações,
decorações maravilhosas ou conhecimento de engenharia para fazer uso da água
além das necessidades de cada cabaña
a benção dos espíritos
com a água
mesmo quando as águas da
chuva se tornavam um recurso escasso, o arroio nunca deixava de escorrer entre
las peidras, un pequeño delgado y sutil filete, o fio da vida oferecida en
la armonía del lugar
lembro do teto colocado
rebaixado na entrada de nuestra choza, para que o visitante – um passo antes de entrar – inclinasse a cabeça com reverência e respeito
o anão, pelo seu tamanho pequeño,
não era obrigado a se dobrar, mas nunca deixou de fazer a ternura da
reverência antes de entrar en nuestra choza
sentávamos à mesa, feita
de madeira rústica estendida no chão, acobertada siempre por uma toalha
de pano vermelho y pequeños pontos brancos, com panecillos y tortillas esperando
para serem devoradas por nossa fome
lá estava papá com
um altar repleto de santos por trás de su cabeza, acima de todos,
pairando el aire, belíssima e piedosa, a Virgem do Rosário
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