terça-feira, 14 de março de 2023

O Cortiço - VI Amanhecera um domingo alegre

O CORTIÇO


Aluísio Azevedo


VI 

Amanhecera um domingo alegre no cortiço, um bom dia de abril. Muita luz e pouco calor.As tinas estavam abandonadas; os coradouros despidos. Tabuleiros e tabuleiros de roupa engomada saiam das casinhas, carregados na maior parte pelos filhos das próprias lavadeiras que se mostravam agora quase todas de fato limpo; os casaquinhos brancos avultavam por cima das saias de chita de cor. Desprezavam-se os grandes chapéus de palha e os aventais de aniagem; agora as portuguesas tinham na cabeça um lenço novo de ramagens vistosas e as brasileiras haviam penteado o cabelo e pregado nos cachos negros um ramalhete de dois vinténs; aquelas trancavam no ombro xales de lã vermelha, e estas de crochê, de um amarelo desbotado. Viam-se homens de corpo nu, jogando a placa, com grande algazarra. Um grupo de italianos, assentado debaixo de uma árvore, conversava ruidosamente, fumando cachimbo. Mulheres ensaboavam os filhos pequenos debaixo da bica, muito zangadas, a darem-lhes murros, a praguejar, e as crianças berravam, de olhos fechados, esperneando. A casa da Machona estava num rebuliço, porque a família ia sair a passeio; a velha gritava, gritava Nenen, gritava o Agostinho. De muitas outras saiam cantos ou sons de instrumentos; ouviam-se harmônicas e ouviam-se guitarras, cuja discreta melodia era de vez em quando interrompida por um ronco forte de trombone.
Os papagaios pareciam também mais alegres com o domingo e lançavam das gaiolas frases inteiras, entre gargalhadas e assobios. À porta de diversos cômodos, trabalhadores descansavam, de calça limpa e camisa de meia lavada, assentados em cadeira, lendo e soletrando jornais ou livros; um declamava em voz alta versos de “Os Lusíadas”, com um empenho feroz, que o punha rouco. Transparecia neles o prazer da roupa mudada depois de uma semana no corpo. As casinhas fumegavam um cheiro bom de refogados de carne fresca, fervendo ao fogo. Do sobrado do Miranda só as duas últimas janelas já estavam abertas e, pela escada que descia para o quintal, passava uma criada carregando baldes de águas servidas. Sentia-se naquela quietação de dia inútil a falta do resfolegar aflito das máquinas da vizinhança, com que todos estavam habituados. Para além do solitário capinzal do fundo a pedreira parecia dormir em paz o seu sono de pedra; mas, em compensação, o movimento era agora extraordinário à frente da estalagem e à entrada da venda. Muitas lavadeiras tinham ido para o portão, olhar quem passava; ao lado delas o Albino, vestido de branco, com o seu lenço engomado ao pescoço, entretinha-se a chupar balas de açúcar, que comprara ali mesmo ao tabuleiro de um baleiro freguês do cortiço.
Dentro da taverna, os martelos de vinho branco, os copos de cerveja nacional e os dois vinténs de parati ou laranjinha sucediam-se por cima do balcão, passando das mãos do Domingos e do Manuel para as mãos ávidas dos operários e dos trabalhadores, que os recebiam com estrondosas exclamações de pândega. A Isaura, que fora num pulo tomar o seu primeiro capilé, via-se tonta com os apalpões que lhe davam. Leonor não tinha um instante de sossego, saltando de um lado para outro, com uma agilidade de mono, a fugir dos punhos calosos dos cavouqueiros que, entre risadas, tentavam agarrá-la; e insistia na sua ameaça do costume: “que se queixava ao juiz de orfe!”, mas não se ia embora, porque defronte da venda viera estacionar um homem que tocava cinco instrumentos ao mesmo tempo, com um acompanhamento desafinado de bombo, pratos e guizos.
Eram apenas oito horas e já muita gente comia e palavreava na casa de pasto ao lado da venda. João Romão, de roupa mudada como os outros, mas sempre em mangas de camisa, aparecia de espaço em espaço, servindo os comensais; e a Bertoleza, sempre suja e tisnada, sempre sem domingo nem dia santo, lá estava ao fogão, mexendo as panelas e enchendo os pratos.
Um acontecimento, porém, veio revolucionar alegremente toda aquela confederação da estalagem. Foi a chegada da Rita Baiana, que voltava depois de uma ausência de meses, durante a qual só dera noticias suas nas ocasiões de pagar o aluguei do cômodo.
Vinha acompanhada por um moleque, que trazia na cabeça um enorme samburá carregado de compras feitas no mercado; um grande peixe espiava por entre folhas de alface com o seu olhar embaciado e triste, contrastando com as risonhas cores dos rabanetes, das cenouras e das talhadas de abóbora vermelha.

- Põe isso tudo ai nessa porta. Ai no número 9, pequeno! gritou ela ao moleque, indicando-lhe a sua casa, e depois pagou-lhe o carreto. - Podes ir embora, carapeta!

Desde que do portão a bisparam na rua, levantou-se logo um coro de saudações.

- Olha! quem ai vem!

- Olé! Bravo! É a Rita Baiana!

- Já te fazíamos morta e enterrada!

- E não é que o demo da mulata está cada vez mais sacudida?...

- Então, coisa-ruim! por onde andaste atirando esses quartos?

- Desta vez a coisa foi de esticar, hein?!

Rita havia parado em meio do pátio.
Cercavam-na homens, mulheres e crianças; todos queriam novas dela. Não vinha em traje de domingo; trazia casaquinho branco, uma saia que lhe deixava ver o pé sem meia num chinelo de polimento com enfeites de marroquim de diversas cores. No seu farto cabelo, crespo e reluzente, puxado sobre a nuca, havia um molho de manjericão e um pedaço de baunilha espetado por um gancho. E toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril baiano, respondia para a direita e para a esquerda, pondo à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador.
Acudiu quase todo o cortiço para recebê-la. Choveram abraços e as chufas do bom acolhimento.
Por onde andara aquele diabo, que não aparecia para mais de três meses?

- Ora, nem me fales, coração! Sabe? pagode de roga! Que hei de fazer? é a minha cachaça velha!...

- Mas onde estiveste tu enterrada tanto tempo, criatura?

- Em Jacarepaguá.

- Com quem?

- Com o Firmo...

- Oh! Ainda dura isso?

- Cala a boca! A coisa agora é séria!

- Qual! Quem mesmo? Tu? Passa fora!

- Paixões da Rita! exclamou o Bruno com uma risada. Uma por ano! Não contando as miúdas!

- Não! isso é que não! Quando estou com um homem não olho pra outro!

Leocádia, que era perdida pela mulata, saltara-lhe ao pescoço ao primeiro encontro, e agora, defronte dela, com as mãos nas cadeiras, os olhos úmidos de comoção, rindo, sem se fartar de vê-la, fazia-lhe perguntas sobre perguntas:

- Mas por que não te metes tu logo por uma vez com o Firmo? Por que não te casas com ele?

- Casar? protestou a Rita. Nessa não cai a filha de meu pai! Casar? Livra! Para quê? Para arranjar cativeiro? Um marido é pior que o diabo; pensa logo que a gente é escrava! Nada! Qual! Deus te livre! Não há como viver cada um senhor e dono do que é seu!

E sacudiu todo o corpo num movimento de desdém que lhe era peculiar.

- Olha só que peste! considerou Augusta, rindo, muito mole, na sua honestidade preguiçosa.

Esta também achava infinita graça na Rita Baiana e seria capaz de levar um dia inteiro a vê-la dançar o chorado.
Florinda ajudava a mãe a preparar o almoço, quando lhe cheirou que chegara a mulata, e veio logo correndo, a rir-se desde longe, cair-lhe nos braços. A própria Marciana, de seu natural sempre triste e metida consigo, apareceu à janela, para saudá-la. A das Dores, com as saias arrepanhadas no quadril e uma toalha por cima amarrada pela parte de trás e servindo de avental, o cabelo ainda por pentear, mas entrouxado no alto da cabeça, abandonou a limpeza que fazia em casa e veio ter com a Rita, para dar-lhe uma palmada e gritar-lhe no nariz:

- Desta vez tomaste um fartão, hein, mulata assanhada?...

E, ambas a caírem de riso, abraçaram-se em intimidade de amigas, que não têm segredos de amor uma para a outra.
A Bruxa veio em silêncio apertar a mão de Rita e retirou-se logo.

- Olha a feiticeira! bradou esta última, batendo no ombro da idiota. Que diabo você tanto reza, tia Paula? Eu quero que você me dê um feitiço para prender meu homem!

E tinha uma frase para cada um que se aproximasse. Ao ver Dona Isabel, que apareceu toda cerimoniosa na sua saia da missa e com o seu velho xale de Macau, abraçou-a e pediu-lhe uma pitada, que a senhora recusou, resmungando:

- Sai daí, diabo!

- Cadê Pombinha? perguntou a mulata.

Mas, nessa ocasião, Pombinha acabava justamente de sair de casa, muito bonita e asseada com um vestido novo de cetineta. As mãos ocupadas com o livro de rezas, o lenço e a sombrinha.

- Ah! Como está chique! exclamou a Rita, meneando a cabeça. É mesmo uma flor! - E logo que Pombinha se pôs ao seu alcance, abraçou-lhe a cintura e deu-lhe um beijo. - O João Costa se não te fizer feliz como os anjos sou capaz de abrir-lhe o casco com o salto do chinelo! Juro pelos cabelos do meu homem! - E depois, tornando-se séria, perguntou muito em voz baixa a Dona Isabel: - Já veio?... ao que a velha respondeu negativamente com um desconsolado e mudo abanar de orelhas.

O circunspecto Alexandre, sem querer declinar da sua gravidade, pois que estava fardado e pronto para sair, contentou-se em fazer com a mão um cumprimento à mulata, ao qual retrucou esta com uma continência militar e uma gargalhada que o desconcertaram.
Iam fazer comentários sobre o caso, mas a Rita, voltando-se para o outro lado, gritou:

- Olha o velho Libório! Como está cada vez mais duro!... Não se entrega por nada o demônio do judeu!

E correu para o lugar, onde estava, aquecendo-se ao belo sol de abril, um octogenário, seco, que parecia mumificado pela idade, a fumar num resto de cachimbo, cujo pipo desaparecia na sua boca já sem lábios.

- Êh! êh! fez ele, quando a mulata se aproximou.

- Então? perguntou Rita, abaixando-se para tocar-lhe no ombro. Quando é o nosso negócio?... Mas você há de deixar-me primeiro abrir o bauzinho de folha!...

Libório riu-se com as gengivas, tentando apalpar as coxas da Baiana, por caçoada, afetando luxúria. Todos acharam graça nesta pantominice do velhinho, e então, a mulata, para completar a brincadeira, deu uma volta entufando as saias e sacudiu-as depois sobre a cabeça dele, que se fingiu indignado, a fungar exageradamente.
E entre a alegria levantada pela sua reaparição no cortiço, a Rita deu conta de que pintara na sua ausência; disse o muito que festou em Jacarepaguá; o entrudo que fizera pelo carnaval. Três meses de folia! E, afinal abaixando a voz, segredou às companheiras que à noite teriam um pagodinho de violão. Podiam contar como certo!
Esta última notícia causou verdadeiro júbilo no auditório. As patuscadas da Rita Baiana eram sempre as melhores da estalagem. Ninguém como o diabo da mulata para armar uma função que ia pelas tantas da madrugada, sem saber a gente como foi que a noite se passou tão depressa. Além de que “era aquela franqueza! enquanto houvesse dinheiro ou crédito, ninguém morria com a tripa marcha ou com a goela seca!”

- Diz-me cá, ó Leocadinha! quem são aqueles jururus que estão agora no 35? indagou ela, vendo o Jerônimo à porta da casa com a mulher.

- Ah! explicou a interrogada, é o Jerônimo e mais a Piedade, um casal que ainda não conheces. Entrou ao depois que arribaste. Boa gente, coitados!

Rita carregou para dentro do seu cômodo as provisões que trouxera; abriu logo a janela e pôs-se a cantar. Sua presença enchia de alegria a estalagem toda.
O Firmo, o mulato com quem ela agora vivia metida, o demônio que a desencabeçara para aquela maluqueira, de Jacarepaguá, ia lá jantar esse dia com um amigo. Rita declarava isto às companheiras, amolando uma faquinha no tijolo da sua porta, para escamar o peixe; enquanto os gatos, aqueles mesmos que perseguiam o sardinheiro, vinham, um a um, chegando-se todos só com o ruído da afiação do ferro.
Ao lado direito da casinha da mulata, no número 8, a das Dores preparava-se também para receber nesse dia o seu amigo e dispunha-se a fazer uma limpeza geral nas paredes, nos tetos, no chão e nos móveis, antes de meter-se na cozinha. Descalça, com a saia levantada até ao joelho, uma toalha na cabeça, os braços arregaçados, viam-na passar de carreira, de casa para a bica e da bica outra vez para casa, carregando pesados baldes cheios de água. E daí a pouco apareciam ajudantes gratuitos para os arranjos do jantar, tanto do lado da das Dores, como do lado da Rita Baiana. O Albino encarregou-se de varrer e arrumar a casa desta, entretanto, que a mulata ia para o fogão preparar os seus quitutes do Norte. E veio a Florinda, e veio a Leocádia, e veio a Augusta, impacientes todas elas pelo pagode que havia de sair à noite, depois do jantar. Pombinha não apareceu durante o dia, porque estava muito ocupada, aviando a correspondência dos trabalhadores e das lavadeiras: serviço este que ela deixava para os domingos.
Numa pequena mesa, coberta por um pedaço de chita, com o tinteiro ao lado da caixinha de papel, a menina escrevia, enquanto o dono ou dona da carta ditava em voz alta o que queria mandar dizer à família. ou a algum mau devedor de roupa lavada. E ia lançando tudo no papel, apenas com algumas ligeiras modificações, para melhor, no modo de exprimir a ideia. Pronta uma carta, sobrescritava-a, entregava-a ao dono e chamava por outro, ficando a sós com um de cada vez, pois que nenhum deles queria dar o seu recado em presença de mais ninguém senão de Pombinha. De sorte que a pobre rapariga ia acumulando no seu coração de donzela toda a súmula daquelas paixões e daqueles ressentimentos, às vezes mais fétidos do que a evaporação de um lameiro em dias de grande calor.

- Escreva lá, Nhã Pombinha! disse junto dela um cavouqueiro, coçando a cabeça; mas faça letra grande, que é pra mulher entender! Diga-lhe que não mando desta feita o dinheiro que me pediu, porque agora não o tenho e estou muito acossado de apertos; mas que lho prometo pro mês. Ela que se vá arranjando por lá, que eu cá sabe Deus como me coço; e que, se o Luís, o irmão, resolver de vir, que mo mande dizer com tempo, para ver se lhe dá furo à vida por aqui; que isto de vir sem inda ter p’ronde, é fraco negócio, porque as coisas por cá não correm lá para que digamos! E depois que a Pombinha escreveu, acrescentou:

- Que eu tenho sentido muito a sua falta dela; mas também sou o mesmo e não me meto em porcarias e relaxamento; e que tenciono mandar buscá-la, logo que Deus me ajude, e a Virgem! Que ela não tem de que se arreliar por mor do dinheiro não ir desta; que, como lá diz o outro: quando não há elrei o perde! Ah! (ia esquecendo!) quanto à Libânia, é tirar daí o juízo! que a Libânia se atirou aos cães e faz hoje má vida na Rua de São Jorge; que se esqueça dela por vez e perca o amor às duas coroas que lhe emprestou!

E a menina escrevia tudo, tudo, apenas interrompendo o seu trabalho para fitar, com a mão no queixo, o cavouqueiro, à espera de nova frase.

Continua página 32...
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Leia também:

O Cortiço - VI Amanhecera um domingo alegre
O Cortiço - VII E assim ia correndo o domingo
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Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo), caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, nasceu em São Luís, MA, em 14 de abril de 1857, e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 21 de janeiro de 1913.

Era filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo e de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e irmão mais moço do comediógrafo Artur Azevedo. Sua mãe havia casado, aos 17 anos, com um comerciante português. O temperamento brutal do marido determinou o fim do casamento. Emília refugiou-se em casa de amigos, até conhecer o vice-cônsul de Portugal, o jovem viúvo David. Os dois passaram a viver juntos, sem contraírem segundas núpcias, o que à época foi considerado um escândalo na sociedade maranhense.

Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se fazia caricaturas para os jornais da época, como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses “bonecos”, que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances.

A morte do pai, em 1878, obrigou-o a voltar a São Luís, para tomar conta da família. Ali começou a carreira de escritor, com a publicação, em 1879, do romance Uma lágrima de mulher, típico dramalhão romântico. Ajuda a lançar e colabora com o jornal anticlerical O Pensador, que defendia a abolição da escravatura, enquanto os padres mostravam-se contrários a ela. Em 1881, Aluísio lança O mulato, romance que causou escândalo entre a sociedade maranhense pela crua linguagem naturalista e pelo assunto tratado: o preconceito racial. O romance teve grande sucesso, foi bem recebido na Corte como exemplo de Naturalismo, e Aluísio pôde retornar para o Rio de Janeiro, embarcando em 7 de setembro de 1881, decidido a ganhar a vida como escritor.

Quase todos os jornais da época tinham folhetins, e foi num deles que Aluísio passou a publicar seus romances. A princípio, eram obras menores, escritas apenas para garantir a sua sobrevivência. Depois, surgiu nova preocupação no universo de Aluísio: a observação e análise dos agrupamentos humanos, a degradação das casas de pensão e sua exploração pelo imigrante, principalmente o português. Dessa preocupação resultariam duas de suas melhores obras: Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890). De 1882 a 1895 escreveu sem interrupção romances, contos e crônicas, além de peças de teatro em colaboração com Artur de Azevedo e Emílio Rouède.

Em 1895 ingressou na diplomacia, momento em que praticamente cessa sua atividade literária. O primeiro posto foi em Vigo, na Espanha. Depois serviu no Japão, na Argentina, na Inglaterra e na Itália. Passara a viver em companhia de D. Pastora Luquez, de nacionalidade argentina, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados. Em 1910, foi nomeado cônsul de 1ª. classe, sendo removido para Assunção. Buenos Aires foi seu último posto. Ali faleceu, aos 56 anos. Foi enterrado naquela cidade. Seis anos depois, por uma iniciativa de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo chegou a São Luís, onde o escritor foi sepultado.

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