1
Estudos de Costumes
- Cenas da Vida Privada
Memórias de duas jovens esposas
SEGUNDA PARTE
LII – A SRA. GASTÃO À CONDESSA DE L’ESTORADE
Estudos de Costumes
- Cenas da Vida Privada
Memórias de duas jovens esposas
SEGUNDA PARTE
LII – A SRA. GASTÃO À CONDESSA DE L’ESTORADE
Chalé
Um silêncio de dois anos aguçou tua curiosidade, perguntas-me por que não te escrevi; mas, minha querida Renata, não há frases nem palavras nem linguagem para traduzir minha felicidade: nossas almas têm a força de suportá-la, eis tudo em poucas palavras. Não temos de fazer o menor esforço para ser feliz, entendemo-nos em tudo. Em três anos não houve a menor dissonância nesse concerto, o menor desacordo de expressão nos nossos sentimentos, a menor diferença nas nossas vontades, mesmo as mais insignificantes. Enfim, minha querida, nem um só desses numerosos dias deixou de produzir seu fruto particular, nem um só instante que a fantasia não o tenha tornado delicioso. Não somente a nossa vida, temos disso certeza, jamais será monótona, mas nunca será, por outro lado, bastante extensa para conter a poesia do nosso amor, fecundo como a natureza e como ela variado. Não, nem uma decepção! Nós nos queremos mais do que no primeiro dia e a cada momento descobrimos novos motivos para nos amarmos. Todas as noites ao passearmos, depois do jantar, projetamos ir a Paris por curiosidade, da mesma forma que se diz: “Irei à Suíça”.
— Como! — exclama Gastão. — Estão reformando tal bulevar, a Madalena está
terminada. Temos afinal de ir examinar isso tudo.
Pois bem! No dia seguinte ficamos deitados, fazemos o desjejum no quarto;
chega o meio-dia, está calor, nós nos concedemos uma sesta; depois ele pede que eu
o deixe contemplar-me e me olha exatamente como se eu fosse um quadro;
embebe-se nessa contemplação, que, podes imaginar, é recíproca. Vêm-nos então,
quer a um, quer a outro, lágrimas aos olhos, pensamos em nossa felicidade e
estremecemos. Sou sempre sua senhora, o que quer dizer que pareço amar menos
do que sou amada. Esse engano é delicioso. Há tanta sedução para nós, mulheres,
em ver o sentimento vencer o desejo, em ver o senhor ainda tímido deter-se no
ponto em que ansiamos que ele se detenha! Pediste que te dissesse como ele é;
mas, minha Renata, é impossível fazer o retrato de um homem a quem se ama, não
se pode alcançar a verdade. Além disso, confessemos sem hipocrisia um singular e
triste resultado de nossos costumes: nada há tão diferente quanto o homem da
sociedade e o homem do amor; a diferença é tão grande que um pode não se parecer
em nada com o outro. Aquele que imita a mais graciosa atitude do mais gracioso
dançarino, para nos dizer ao pé da lareira, à noite, uma palavra de amor, pode não
ter nenhuma das graças secretas que uma mulher deseja. Inversamente, um
homem que parece feio, sem maneiras, mal envolto em trajos negros, oculta um
amante que possui o espírito do amor e que não será ridículo, em nenhuma dessas
posições em que nós mesmas naufragamos, apesar de nossas graças exteriores.
Encontrar num homem um acordo misterioso entre o que ele parece ser e o que é,
encontrar um homem que na vida secreta do casamento tenha essa graça inata que
não se dá, não se adquire, que a estatuária antiga desenvolveu nos casamentos
voluptuosos e castos de suas estátuas, essa inocência da naturalidade que os antigos
puseram nos seus poemas, e que no desnudamento parece ter ainda vestes para as
almas, todo esse ideal que ressalta de nós mesmas e que se prende ao mundo das
harmonias, que sem dúvida é o gênio das coisas; enfim, esse imenso problema
buscado pela imaginação de todas as mulheres, pois bem, Gastão é a sua solução
viva. Ah! Querida, eu não sabia o que era o amor, a mocidade, o espírito e a beleza
reunidos. O meu Gastão nunca é afetado, a sua graça é instintiva, desenvolve-se
sem esforços. Quando caminhamos, sozinhos, pelos bosques, seu braço enlaçando-me a cintura, eu com o meu sobre seu ombro, seu corpo preso ao meu, as cabeças
tocando-se, vamos com passos iguais, num movimento uniforme e tão doce, de tal
forma idêntico, que para as pessoas que nos vissem passar pareceríamos um
mesmo ser deslizando sobre a areia das alamedas, à feição dos imortais de Homero.
Essa harmonia está no desejo, no pensamento, na palavra. Algumas vezes, sob a
folhagem ainda úmida devido a uma chuva passageira, quando à tarde as ervas são
de um verde lustrado pela água, damos passeios completos, sem nos dizer uma só
palavra, ouvindo o ruído das gotas que caem, gozando as cores rubras que o poente
espalha nos cimos ou nos cascos pardacentos. Certamente, nesse momento, nossos
pensamentos são uma prece secreta, confusa, que ascende ao céu como uma
desculpa por nossa felicidade. Algumas vezes exclamamos juntos, no mesmo
instante, ao ver uma extremidade da alameda que se curva bruscamente e que, de
longe, nos oferece imagens deliciosas. Se soubesses quanto mel e profundeza
existem num beijo quase tímido que se troca, no meio dessa santa natureza... é da
gente crer que Deus nos fez somente para rezar-lhe assim. E voltamos sempre mais
apaixonados um pelo outro. Esse amor entre esposos que pareceria, em Paris, um
insulto à sociedade só é permitido entre amantes, no fundo dos bosques.
Gastão, minha querida, tem a estatura mediana que foi sempre a dos homens de
energia; não é gordo nem é magro e é muito bem-proporcionado; seus membros são
roliços; é ágil nos seus movimentos; salta um fosso com a ligeireza de um animal
selvagem. Seja qual for a posição em que se ache, há nele como que um sentido que
o faz encontrar o equilíbrio, e isso é raro nos homens que têm o hábito da
meditação. Embora moreno, é de uma alvura extraordinária. Seus cabelos são
negros como azeviche e produzem contrastes vigorosos com os tons trigueiro-claros
de seu pescoço e de sua fronte. Tem a cabeça melancólica de Luís XIII. Deixou
crescer os bigodes e a mosca, mas eu fiz com que cortasse as suíças e a barba, que se
estão tornando vulgares. Sua santa miséria conservou-o puro de todas as máculas
que estragam tantos rapazes. Tem dentes magníficos, uma saúde de ferro. Seu olhar
azul tão vivo, mas para mim de uma doçura magnética, acende-se e brilha como um
relâmpago quando a sua alma se agita. Como todas as criaturas fortes e de
inteligência poderosa, é de uma uniformidade de gênio que te surpreenderia, como
me surpreendeu. Ouvi muitas mulheres me confiarem seus pesares íntimos, mas
essas variações de gênio, essas inquietações dos homens descontentes consigo
mesmos, que não querem ou não sabem envelhecer, que têm não sei que eternas
recriminações contra sua aloucada mocidade, em cujas veias correriam venenos,
cujo olhar tem sempre um fundo de tristeza, que se mostram rabugentos, para
ocultar suas desconfianças, que nos vendem uma hora de tranquilidade por manhãs
desagradáveis, que se vingam em nós por não poderem ser amáveis, e que
concebem por nossa beleza um ódio secreto, todas essas dores, a mocidade não as
conhece, pois são atributos dos casamentos desproporcionados. Oh! Minha querida,
não cases Atenaís senão com um rapaz moço. Se soubesses como saboreio esse
sorriso constante, que um espírito fino e delicado faz variar incessantemente, esse
sorriso que fala, que no canto dos lábios encerra pensamentos de amor, mudos
agradecimentos e que liga sempre as alegrias passadas às presentes! Entre nós nada
é jamais esquecido. Das menores coisas da natureza fizemos cúmplices de nossa
felicidade: tudo é vivo, tudo nos fala de nós, nesses bosques encantadores. Um
velho carvalho musgoso, junto à casa do guarda na estrada, diz-nos que nos
sentamos cansados à sua sombra e que Gastão me explicou, ali, os musgos que
estavam a nossos pés, fez-me a história deles e que desses musgos subimos, de
ciência em ciência, até o fim do mundo. Nossos dois espíritos têm algo de tão
fraternal que julgo serem duas edições da mesma obra. Como vês, tornei-me
literária. Temos, os dois, o hábito ou o dom de ver cada coisa em toda a sua
extensão, de tudo perceber nelas, e a prova que um ao outro damos constantemente
dessa pureza de sentido interior é um prazer sempre renovado. Já chegamos ao
ponto de considerar esse entendimento do espírito como uma prova de amor; e, se
um dia ele nos falhasse, seria para nós o que uma infidelidade é para os outros
casais.
Minha vida, saturada de prazeres, parecer-te-á, de resto, excessivamente
laboriosa. Primeiro, querida, precisas saber que Luísa Armanda Maria de Chaulieu
arruma ela mesma o seu quarto.
Jamais consentiria que cuidados mercenários, que uma mulher ou uma moça
estranha se iniciasse (mulher literária!) nos segredos de meu quarto. Minha
religião engloba as menores coisas necessárias ao seu culto. Não é ciúme, mas, sim,
respeito de si própria. Por isso meu quarto é arrumado com o cuidado que uma
jovem apaixonada pode dispensar aos seus adornos. Sou meticulosa como uma
velha solteirona. Meu quarto de banho em vez de ser um caos é uma deliciosa
alcova. Minhas pesquisas tudo previram. O senhor, o soberano, pode entrar a
qualquer momento; seu olhar não será afligido, espantado, nem desencantado:
flores, perfumes, elegância, tudo seduz os olhos. Enquanto Gastão dorme, pela
manhã, levanto-me, sem que ele até agora o suspeitasse, passo para aquele
gabinete, onde, ilustrada pelas experiências de minha mãe, faço desaparecerem os
vestígios do sono com loções de água fria. Enquanto dormimos, a pele, menos
excitada, desempenha mal as suas funções; torna-se quente, tem como que uma
bruma visível ao olhar de um ouçam, uma espécie de atmosfera. De sob uma esponja
que goteja, uma mulher sai mocinha. É essa talvez a explicação do mito de Vênus
saída das águas. A água dá-me então as graças excitantes da aurora; penteio-me,
perfumo os cabelos e, depois dessa toilette minuciosa, insinuo-me como uma cobra,
para que, ao despertar, o senhor me encontre pimpona como uma manhã
primaveril. Ele fica seduzido por essa frescura de flor recentemente desabrochada,
sem poder explicar o porquê. Mais tarde, a toilette do dia incumbe à minha
camareira e se faz no quarto de vestir. Há, também, como deves imaginar, a toilette
de deitar. Assim é que faço três para o senhor meu marido, e algumas vezes quatro;
mas isso, querida, está em relação a outros mitos da Antiguidade.
Também temos nossos trabalhos. Nós nos interessamos muito pelas nossas flores, pelos belos exemplares da nossa estufa e pelas nossas árvores. Somos botânicos de verdade, gostamos apaixonadamente de flores, o chalé as tem em profusão. Nossos relvados estão sempre verdes, nossos maciços são tão cuidados como os dos jardins dos mais ricos banqueiros. Por isso, nada é tão belo como nosso cercado. Somos muito gulosos de frutas, cuidamos das nossas árvores frutíferas, dispostas e podadas de modo elegante. Mas no caso em que essas ocupações campestres não satisfaçam o espírito do meu adorado, aconselhei-o a concluir no silêncio da solidão algumas peças de teatro que ele iniciou nos seus dias de miséria e que são realmente belas. Essa espécie de trabalho é a única na literatura que se pode abandonar e recomeçar, pois exige demoradas reflexões e não requer os rebuscamentos de estilo. Não se pode sempre fazer diálogos; demandam viveza, rapidez, saídas, que o espírito traz em si como as plantas produzem suas flores que se encontram mais facilmente esperando-as do que buscando-as. Essa caça às ideias agrada-me. Sou colaboradora do meu Gastão e assim jamais o deixo, nem mesmo quando ele vagueia nos vastos campos da imaginação. Adivinhas agora como me avenho nos longos serões do inverno? Nosso serviço é tão suave que desde que nos casamos não tivemos uma censura, nem uma observação a fazer à nossa criadagem. Quando interrogados a nosso respeito, os criados tiveram o espírito de mentir, fazendo-nos passar pela dama de companhia e pelo secretário de patrões que estivessem viajando; certos de nunca sofrer uma recusa, não saem sem pedir licença; aliás, são felizes e veem perfeitamente que sua situação não pode mudar a não ser por sua própria culpa. Deixamos os jardineiros venderem o excedente de nossos frutos e legumes. A encarregada do estábulo faz outro tanto com o leite, a nata e a manteiga fresca. Apenas reservam para nós os mais belos produtos. Esse pessoal está muito satisfeito com os seus lucros, e nós encantados com essa abundância que nenhuma fortuna pode ou sabe conseguir nessa terrível Paris, onde os belos pêssegos valem cada um o rendimento de cem francos. Tudo isso, querida, tem um sentido: quero ser o mundo para Gastão; o mundo é divertido, logo, meu marido não se deve entediar nesta solidão. Eu julgava ser ciumenta, quando era amada e me deixava amar; hoje, porém, experimento o ciúme das mulheres que amam, o verdadeiro ciúme, enfim. Por isso, um único de seus olhares que se me afigura indiferente me faz tremer. De quando em quando, a mim mesma digo: “E se ele não me amasse mais?” e estremeço. Oh! Estou exatamente diante dele como a alma cristã está diante de Deus.
Também temos nossos trabalhos. Nós nos interessamos muito pelas nossas flores, pelos belos exemplares da nossa estufa e pelas nossas árvores. Somos botânicos de verdade, gostamos apaixonadamente de flores, o chalé as tem em profusão. Nossos relvados estão sempre verdes, nossos maciços são tão cuidados como os dos jardins dos mais ricos banqueiros. Por isso, nada é tão belo como nosso cercado. Somos muito gulosos de frutas, cuidamos das nossas árvores frutíferas, dispostas e podadas de modo elegante. Mas no caso em que essas ocupações campestres não satisfaçam o espírito do meu adorado, aconselhei-o a concluir no silêncio da solidão algumas peças de teatro que ele iniciou nos seus dias de miséria e que são realmente belas. Essa espécie de trabalho é a única na literatura que se pode abandonar e recomeçar, pois exige demoradas reflexões e não requer os rebuscamentos de estilo. Não se pode sempre fazer diálogos; demandam viveza, rapidez, saídas, que o espírito traz em si como as plantas produzem suas flores que se encontram mais facilmente esperando-as do que buscando-as. Essa caça às ideias agrada-me. Sou colaboradora do meu Gastão e assim jamais o deixo, nem mesmo quando ele vagueia nos vastos campos da imaginação. Adivinhas agora como me avenho nos longos serões do inverno? Nosso serviço é tão suave que desde que nos casamos não tivemos uma censura, nem uma observação a fazer à nossa criadagem. Quando interrogados a nosso respeito, os criados tiveram o espírito de mentir, fazendo-nos passar pela dama de companhia e pelo secretário de patrões que estivessem viajando; certos de nunca sofrer uma recusa, não saem sem pedir licença; aliás, são felizes e veem perfeitamente que sua situação não pode mudar a não ser por sua própria culpa. Deixamos os jardineiros venderem o excedente de nossos frutos e legumes. A encarregada do estábulo faz outro tanto com o leite, a nata e a manteiga fresca. Apenas reservam para nós os mais belos produtos. Esse pessoal está muito satisfeito com os seus lucros, e nós encantados com essa abundância que nenhuma fortuna pode ou sabe conseguir nessa terrível Paris, onde os belos pêssegos valem cada um o rendimento de cem francos. Tudo isso, querida, tem um sentido: quero ser o mundo para Gastão; o mundo é divertido, logo, meu marido não se deve entediar nesta solidão. Eu julgava ser ciumenta, quando era amada e me deixava amar; hoje, porém, experimento o ciúme das mulheres que amam, o verdadeiro ciúme, enfim. Por isso, um único de seus olhares que se me afigura indiferente me faz tremer. De quando em quando, a mim mesma digo: “E se ele não me amasse mais?” e estremeço. Oh! Estou exatamente diante dele como a alma cristã está diante de Deus.
Ai de mim! Renata, continuo a não ter filhos. Chegará com certeza o momento
em que serão necessários os sentimentos de pai e de mãe para animar este retiro,
em que ambos precisaremos ver vestidinhos, capinhas, cabecinhas morenas ou
louras saltando, correndo através dos maciços e dos nossos caminhos floridos. Oh!
Que monstruosidade, flores sem frutos. Punge-me a lembrança da tua bela família.
Minha vida restringiu-se, ao passo que a tua aumentou, irradiou. O amor é
profundamente egoísta, enquanto a maternidade tende a multiplicar nossos
sentimentos. Senti bem essa diferença ao ler tua boa e terna carta. Tua felicidade
causou-me inveja, ao ver-te vivendo em três corações! Sim, és feliz! Cumpriste
sensatamente as leis da vida social, ao passo que eu estou à margem de tudo.
Somente filhos amantes e amados podem consolar uma mulher da perda de sua
beleza. Breve terei trinta anos, e nessa idade uma mulher começa a ouvir terríveis
lamentações interiores. Se ainda sou bela, entrevejo os limites da vida feminina;
depois, que será de mim? Quando eu tiver quarenta anos, ele não os terá, será ainda
jovem, e eu já estarei velha. Quando esse pensamento me penetra no coração, fico
uma hora a seus pés, fazendo-o jurar que, quando sentir menos amor por mim, o
dirá imediatamente. Mas é uma criança e jura-o como se seu amor jamais devesse
diminuir, e é tão belo que... compreendes! Eu o creio. Adeus, querido anjo;
passaremos ainda alguns anos sem nos escrever? A felicidade é monótona nas suas
expressões; será talvez por causa dessa dificuldade que Dante parece maior às
almas amantes no seu Paraíso do que no seu Inferno? Não sou Dante, sou apenas
tua amiga, não te quero cacetear. Tu, sim, podes escrever-me porque tens nos teus
filhos uma felicidade variada que vai num crescendo, ao passo que a minha... Não
falemos mais nisso. Mando-te mil carinhos.
continua pág 368...
________________
________________
Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850) foi um produtivo escritor francês, notável por suas agudas observações psicológicas. É considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.[1][2] Sua magnum opus, A Comédia Humana, consiste de 95 romances, novelas e contos que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Napoleão Bonaparte em 1815.
Entre seus romances mais famosos destacam-se A Mulher de Trinta Anos (1831-32), Eugènie Grandet (1833), O Pai Goriot (1834), O Lírio do Vale (1835), As Ilusões Perdidas (1839), A Prima Bette (1846) e O Primo Pons (1847). Desde Le Dernier Chouan (1829), que depois se transformaria em Les Chouans (1829, na tradução brasileira A Bretanha), Balzac denunciou ou abordou os problemas do dinheiro, da usura, da hipocrisia familiar, da constituição dos verdadeiros poderes na França liberal burguesa e, ainda que o meio operário não apareça diretamente em suas obras, discorreu sobre fenômenos sociais a partir da pintura dos ambientes rurais, como em Os Camponeses, de 1844. Além de romances, escreveu também "estudos filosóficos" (como A Procura do Absoluto, 1834) e estudos analíticos (como a Fisiologia do Casamento, que causou escândalo ao ser publicado em 1829).
Balzac tinha uma enorme capacidade de trabalho, usada sobretudo para cobrir as dívidas que acumulava. De certo modo, suas despesas foram a razão pela qual, desde 1832 até sua morte, se dedicou incansavelmente à literatura. Sua extensa obra influenciou nomes como Proust, Zola, Dickens, Dostoyevsky, Flaubert, Henry James, Machado de Assis, Castelo Branco e Ítalo Calvino, e é constantemente adaptada para o cinema. Participante da vida mundana parisiense, teve vários relacionamentos, entre eles um célebre caso amoroso, desde 1832, com a polonesa Ewelina Hańska, com quem veio a se casar pouco antes de morrer.
_____________________
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)
Balzac, Honoré de, 1799-1850.
A comédia humana: estudos de costumes: cenas da vida privada / Honoré de Balzac; orientação, introduções e notas de Paulo Rónai; tradução de Vidal de Oliveira; 3. ed. – São Paulo: Globo, 2012.
(A comédia humana; v. 1) Título original: La comédie humaine ISBN 978-85-250-5333-1 0.000 kb; ePUB
1. Romance francês i. Rónai, Paulo. ii. Título. iii. Série.
12-13086 cdd-843
Índices para catálogo sistemático:
1. Romances: Literatura francesa 843
____________________
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada - Ao "Chat-Qui-Pelote" (1)
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (01)
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (07)
Segunda Parte: Memórias de duas jovens esposas...________________
Honoré de Balzac (Tours, 20 de maio de 1799 — Paris, 18 de agosto de 1850) foi um produtivo escritor francês, notável por suas agudas observações psicológicas. É considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.[1][2] Sua magnum opus, A Comédia Humana, consiste de 95 romances, novelas e contos que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Napoleão Bonaparte em 1815.
Entre seus romances mais famosos destacam-se A Mulher de Trinta Anos (1831-32), Eugènie Grandet (1833), O Pai Goriot (1834), O Lírio do Vale (1835), As Ilusões Perdidas (1839), A Prima Bette (1846) e O Primo Pons (1847). Desde Le Dernier Chouan (1829), que depois se transformaria em Les Chouans (1829, na tradução brasileira A Bretanha), Balzac denunciou ou abordou os problemas do dinheiro, da usura, da hipocrisia familiar, da constituição dos verdadeiros poderes na França liberal burguesa e, ainda que o meio operário não apareça diretamente em suas obras, discorreu sobre fenômenos sociais a partir da pintura dos ambientes rurais, como em Os Camponeses, de 1844. Além de romances, escreveu também "estudos filosóficos" (como A Procura do Absoluto, 1834) e estudos analíticos (como a Fisiologia do Casamento, que causou escândalo ao ser publicado em 1829).
Balzac tinha uma enorme capacidade de trabalho, usada sobretudo para cobrir as dívidas que acumulava. De certo modo, suas despesas foram a razão pela qual, desde 1832 até sua morte, se dedicou incansavelmente à literatura. Sua extensa obra influenciou nomes como Proust, Zola, Dickens, Dostoyevsky, Flaubert, Henry James, Machado de Assis, Castelo Branco e Ítalo Calvino, e é constantemente adaptada para o cinema. Participante da vida mundana parisiense, teve vários relacionamentos, entre eles um célebre caso amoroso, desde 1832, com a polonesa Ewelina Hańska, com quem veio a se casar pouco antes de morrer.
_____________________
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
(Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil)
Balzac, Honoré de, 1799-1850.
A comédia humana: estudos de costumes: cenas da vida privada / Honoré de Balzac; orientação, introduções e notas de Paulo Rónai; tradução de Vidal de Oliveira; 3. ed. – São Paulo: Globo, 2012.
(A comédia humana; v. 1) Título original: La comédie humaine ISBN 978-85-250-5333-1 0.000 kb; ePUB
1. Romance francês i. Rónai, Paulo. ii. Título. iii. Série.
12-13086 cdd-843
Índices para catálogo sistemático:
1. Romances: Literatura francesa 843
____________________
Leia também:
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada - Ao "Chat-Qui-Pelote" (1)
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (01)
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: O Baile de Sceaux (07)
Primeira Parte: Memórias de duas jovens esposas...
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: Memórias de duas jovens esposas (1)
A Comédia Humana / Cenas da Vida Privada: Memórias de duas jovens esposas (1)
A Comédia Humana/Cenas da Vida Privada: Memórias de duas jovens esposas (52)
Nenhum comentário:
Postar um comentário