No se puede hacer la revolucion sin las mujeres
Livro Um
baitasar
Memórias
las mujeres aguardam cozinhando ao redor das fogueiras que se desmancham junto com as primeiras
claridades, esgravatam por alento, as caras redondas e vermelhas assam como
fogo
los hombres sobem
la Montaña
los perros insatisfeitos ficam perto das cabañas
las gallinas bebericando
la tierra
isso se desmancha do
passado no presente, o paraíso e o destino não mudam para quem dorme em cama de
pedra: as covas de maíz
foi tudo muito rápido, o
arrebatamento temporário do touro para a cobertura das vaquinhas leiteiras, a invasão dos milicianos do coronel, la
muerte de las vacas, la tristeza de papá
as chamas ainda ardiam
quando José Qualquer disse que estava decidido a ficar en la Montaña, Não
vou voltar!
¿Qué es esto?
Não quero
voltar.
¡No seas loco, te van arrastrar a fuerza!
Subo la Montaña e não me acham.
¿Y vamo vivir a
escondidas?
Se for
preciso...
¿Y por qué esso
ahora?
Blanca sabia que não bastava ele se esconder, ela precisava ser
escondida. A fúria do confisco provisório do touro recaia sobre todos no
povoado de Piedras Altas, nunca mais sairiam de la Montaña de
choros e lamentos, cachorros e galinhas, ratos e baratas, o começo do
fim do mundo
queriam esse tal de José Qualquer preso por trazer o touro para cobrir as vacas interditadas, el hombre que prometeu tirá-la daquele chão de latidos e cacarejos estava embaraçado en la Montaña
O que foi, Blanca?
¿No vas a volver
a tu puesto?
A vontade me
falta.
¿Qué esperas de
esta montaña?
as coxas se
afrouxaram, as carnes esfriaram, escapava por entre os dedos a estrada de saída
para outro mundo
um mundo de
vestidos novos e cheirosos, água abundante e perfumes, conversas alegres,
comida farta à mesa, escola para os filhos, sem cachorros ou galinhas, uma casa
com pisos de madeira e telhados de barro cozido, sem palhas, sem piolhos,
banheiros de louça branca, sem buracos no chão, longe das mordidas de peçonhas,
calçados para caminhar no ir e vir do mercado de alimentos
tanta coisas
novas para ir ao encontro e o outro não lhe quer deixar escapar, sonha em ficar
escondido
o sonho dele era
o pesadelo de Blanca, o seu luto, quem nunca ficou acorrentado por conta
da vontade do seu dono não dá o devido tamanho e importância à liberdade,
brinca de faz-de-conta porque sempre tem uma opção que não seja à morte
quem nasceu na
liberdade não lhe sabe o cheiro
Espero aqui o
respeito que nunca tive ou terei no mundo dessa liberdade.
la joven deja
escapar un gemido, Tonto tonto tonto...
La Montaña no
respecta a nadie, sólo toma lo que necessita.
É uma vida mais
natural...
¿Lo que hay de
natural en abonar la tierra con el proprio cuerpo?
Todos vamos
adubar, mais cedo ou mais tarde, esse tempo chega para todos.
Por acá, siempre
es muy pronto cuando uno sierve de abono.
Aqui é o
paraíso!
Un paraíso que
manca, juega fuera la vida.
aquilo não era justo, Blanca sabia que la Montaña não queria lhe retirar daquele mundo de covas, adubos, tiranias e mortes injustas, su hombre estava enfraquecido confiando em paraísos
Livro Um:
Memórias - 01: a lua cheia
Memórias - 02: a servidão natural
Memórias - 03: um negócio inesgotável
Memórias - 04: la sina de papá
Memórias - 09: ¡vaya hombre, no me dejes!Memórias - 11: a caverna dos espíritos amorososMemórias - 13: a Virgem do Rosário
Memórias - 14: palpitesMemórias - 18: ¡Estamos haciendo historia!
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