O Festival de Besteira
O Maior Festival de Besteira que já Assolou e voltou Assolar o País
O contingente da Dops que atua no Aeroporto Internacional do Galeão — não é pra me gambá* — é dos que mais têm contribuído para o Festival de Besteira que Assola o País. Ainda recentemente tentou prender um diplomata russo que estava no Brasil havia dois anos, baseando-se numa informação de Ibrahim Sued de que o cara tinha sido expulso dos Estados Unidos há seis meses, como espião soviético. O elemento da Dops que comandou a operação foi Murilo Néri, coleguinha de Ibrahim na TV-Rio e que, animado pelo fogo patriótico, esqueceu um detalhe importante: um cara que está no Brasil há dois anos não pode ter sido expulso dos Estados Unidos há seis meses. Essa mancada, aliás, foi merecedora de cobertura completa da Pretapress.
O Maior Festival de Besteira que já Assolou e voltou Assolar o País
Desrespeito à região glútea
O contingente da Dops que atua no Aeroporto Internacional do Galeão — não é pra me gambá* — é dos que mais têm contribuído para o Festival de Besteira que Assola o País. Ainda recentemente tentou prender um diplomata russo que estava no Brasil havia dois anos, baseando-se numa informação de Ibrahim Sued de que o cara tinha sido expulso dos Estados Unidos há seis meses, como espião soviético. O elemento da Dops que comandou a operação foi Murilo Néri, coleguinha de Ibrahim na TV-Rio e que, animado pelo fogo patriótico, esqueceu um detalhe importante: um cara que está no Brasil há dois anos não pode ter sido expulso dos Estados Unidos há seis meses. Essa mancada, aliás, foi merecedora de cobertura completa da Pretapress.
Agora esta brilhante folha informativa, em sua edição de anteontem, descobre mais uma proverbial mancada da Dops do Galeão, digna de medalha. Vou transcrever porque tenho uma reivindicação a fazer:
“A Dops da Guanabara tentou revistar, no Aeroporto do Galeão, um grupo de turistas russos, inclusive duas crianças, que transitavam pelo Rio a caminho de Montevidéu. A intervenção da Dops foi solicitada pelas autoridades da Alfândega (também muito bem representada no Festival de Besteira — o parêntese é nosso) que segregaram o grupo e o entregaram aos policiais, por suspeita de que uma russa levava ‘algo esquisito’ sob o vestido. Os turistas chegaram a telefonar para a Embaixada da União Soviética no Rio, mas a intervenção dos diplomatas não foi necessária, porque Alfândega e Dops, depois do vexame que deram, chegaram à conclusão de que qualquer providência no caso cabia às autoridades de Montevidéu (de resto, desde o início da fofoca). Na verdade, a turista russa não trazia contrabando, como supunham os argutos e inteligentes rapazes da Alfândega e da Dops: ela tem um defeito físico na região glútea que se acentua com o andar.”
Vejam vocês: não contentes em se darem a vexames periódicos, os tiras ainda arrastam pessoas respeitáveis a vexames piores. Onde já se viu revistar região glútea de mulher, tenha ela o rebolado que tiver? A região glútea de cada um (principalmente das mulheres) só deve ser franqueada a médicos e enfermeiros para o caso de aplicação de injeções. Nenhuma outra desculpa justifica qualquer devassa.
Portanto, aqui fica o nosso apelo às autoridades afoitas: respeitem ao menos a região glútea.
Portanto, aqui fica o nosso apelo às autoridades afoitas: respeitem ao menos a região glútea.
Continua... o festival de besteiras
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Leia também:
Stanislaw PP - FeBeAPá: O Festival de Besteira (1)
Stanislaw PP - FeBeAPá: O Festival de Besteira (2)
Stanislaw PP - FeBeAPá: O Festival de Besteira (3)
Stanislaw PP - FeBeAPá: O Festival de Besteira (4)
Stanislaw PP - FeBeAPá: O puxa-saquismo desvairado
Stanislaw PP - FeBeAPá: Meio a meio
Stanislaw PP - FeBeAPá: O informe secreto
Stanislaw PP - FeBeAPá: Nas tuberosidades isquiáticas
Stanislaw PP - FeBeAPá: A conspiração
Stanislaw PP - FeBeAPá: Garotinho corrupto
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* Trocadilhesca corruptela da expressão “não é pra me gabar, não”.
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Leia também:
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Stanislaw PP - FeBeAPá: A conspiração
Stanislaw PP - FeBeAPá: Garotinho corrupto
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* Trocadilhesca corruptela da expressão “não é pra me gabar, não”.
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SÉRGIO PORTO nasceu no Rio de Janeiro em 1923 e morreu na mesma cidade em 1968. Foi cronista, radialista, homem de teatro e TV, compositor. Conhecido nacionalmente por meio do pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, publicou, além de Febeapá, coletâneas de crônicas, textos sobre futebol, entre outros.
SÉRGIO PORTO nasceu no Rio de Janeiro em 1923 e morreu na mesma cidade em 1968. Foi cronista, radialista, homem de teatro e TV, compositor. Conhecido nacionalmente por meio do pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, publicou, além de Febeapá, coletâneas de crônicas, textos sobre futebol, entre outros.
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