sexta-feira, 23 de setembro de 2022

O Sol é para todos (2)

Harper Lee

O Sol é para todos


Para o sr. Lee e Alice, em retribuição ao amor e afeto


Os advogados, suponho, um dia foram crianças.
CHARLES LAMB



PRIMEIRA PARTE

2


Dill nos deixou no começo de setembro para voltar para Meridian. Nós o acompanhamos quando foi pegar o ônibus das cinco da tarde e fiquei péssima sem ele até lembrar que as aulas começariam em uma semana. Nunca esperei tanto uma coisa em toda a minha vida. Durante o inverno, passei horas na casa da árvore olhando o pátio da escola, espiando a criançada com o potente telescópio que Jem tinha me dado, aprendendo as brincadeiras, acompanhando o casaco vermelho de Jem nas rodas de cabra-cega e compartilhando em segredo suas derrotas e pequenas vitórias. Eu estava louca para me juntar a eles.
No primeiro dia de aula, Jem aceitou com certa má vontade me levar para a escola, o que costumava ser feito pelos pais, mas Atticus disse que Jem ia adorar me mostrar onde era a minha sala. Acho que, no meio dessa história, uma certa quantia mudou de mãos, pois, quando viramos a esquina dos Radley, ouvi um tilintar estranho nos bolsos de Jem. Quando diminuímos o passo perto da escola, Jem teve o cuidado de me explicar que durante o período que ficássemos na escola não era para eu importuná-lo, pedir para encenar um capítulo de Tarzã e os homens-formiga, constrangê-lo contando suas histórias pessoais ou ficar atrás dele na hora do recreio e ao meio-dia. Era para eu ficar com os alunos do primeiro ano e ele com os do quinto. Em resumo, eu tinha de deixá-lo em paz.

— Você está dizendo que não podemos mais brincar? — perguntei.

— Em casa, continua tudo como sempre — avisou —, mas você vai ver que na escola as coisas são diferentes.

Era mesmo. Antes de terminar a manhã, nossa professora, a srta. Caroline Fisher, me arrastou até a frente da sala e bateu na palma da minha mão com uma régua, depois me deixou de pé no canto até o meio-dia.
A srta. Caroline tinha apenas vinte e um anos. Tinha cabelos castanhos e sedosos, maçãs do rosto rosadas e unhas pintadas com esmalte vermelho. Usava sapatos de salto alto e um vestido de listras vermelhas e brancas. Tinha a aparência e o cheiro de uma bala de menta listrada. Morava do outro lado da rua, uma casa depois da nossa, no quarto de frente do andar de cima da casa da srta. Maudie Atkinson. Quando a srta. Maudie nos apresentou à professora, Jem ficou agitado por vários dias.
A professora escreveu o nome no quadro-negro e disse:

— Está escrito: Sou a srta. Caroline Fisher. Nasci no norte do Alabama, no condado de Winston.

A classe murmurou apreensiva, temendo que ela tivesse alguma das peculiaridades dos nascidos naquele condado. (Quando o Alabama se separou da União, em 11 de janeiro de 1861, o condado de Winston se separou do Alabama; qualquer criança de Maycomb sabia disso.) O norte do Alabama estava cheio de fabricantes de bebidas alcoólicas, membros da igreja episcopal, indústrias de aço, republicanos, professores e outras pessoas sem qualquer lastro.
A srta. Caroline começou a aula lendo para nós uma história sobre gatos. Os gatos conversavam muito entre si, usavam roupinhas lindas e moravam numa casa acolhedora, embaixo do forno da cozinha. Quando a sra. Gato ligou para a lanchonete e pediu ratos de chocolate, a classe toda estava muito agitada, parecia um balde cheio de minhocas. A professora parecia não se dar conta de que seus alunos do primeiro ano, meninos e meninas que usavam roupas remendadas, camisas de brim e saias de saco de farinha, a maioria dos quais tinha colhido algodão e dado comida aos porcos desde que aprenderam a andar, eram imunes à literatura fantástica. Ao terminar a leitura, a srta. Caroline perguntou à classe:

— Ah, não acharam essa história uma graça?

Então foi até o quadro-negro, escreveu o alfabeto em letras de forma enormes, virou-se para a classe e perguntou:

— Alguém sabe o que é isso?

Todo mundo sabia, porque a maioria estava repetindo o ano.
Acho que ela me escolheu porque sabia o meu nome. Enquanto eu lia o alfabeto, surgiu uma leve ruga entre as sobrancelhas dela e, depois de me fazer ler em voz alta quase todo o Meu primeiro livro e as cotações da Bolsa no Mobile Register, ela concluiu que eu era alfabetizada e me olhou com mais do que um mero desagrado. Mandou eu dizer ao meu pai para não me ensinar mais nada, pois podia atrapalhar a minha leitura.

— Ensinar? — perguntei, surpresa. — Ele não me ensinou nada, srta. Caroline. Atticus não tem tempo de me ensinar nada — acrescentei, quando ela sorriu e balançou a cabeça. — À noite ele fica tão cansado que só fica sentado na sala e lê.

— Se ele não ensinou, quem foi? — perguntou a srta. Caroline de bom grado. — Alguém ensinou. Você não nasceu lendo o Mobile Register.

— Jem diz que sim. Ele leu em algum lugar que eu sou uma Bullfinch e não uma Finch. E que meu nome verdadeiro é Jean Louise Bullfinch, fui trocada por outro bebê ao nascer e na verdade sou uma…

A srta. Caroline deve ter achado que eu estava mentindo.

— Não vamos nos deixar levar pela nossa imaginação, querida — ela disse. — Peça a seu pai para não lhe ensinar mais nada. É melhor começar a ler do zero. Diga a ele que vou assumir a tarefa daqui em diante e tentar desfazer o dano…

— Como disse, senhora?

— Seu pai não sabe ensinar. Agora vá se sentar.

Murmurei um pedido de desculpas e fiquei pensando no meu erro. Nunca aprendi a ler deliberadamente, mas dava uma olhada nos jornais sem ninguém autorizar. Será que aprendi nas longas horas passadas na igreja? Não conseguia me lembrar de não saber ler os hinos. Agora que era obrigada a pensar no assunto, concluí que ler foi uma coisa que simplesmente me aconteceu, como aprender a abotoar a parte de trás do pijama sem me virar para olhar ou dar laços no cadarço do sapato. Não lembro quando foi que as linhas que Atticus indicava com o dedo passaram a se dividir em palavras, mas eu tinha olhado para elas todas as noites da minha vida enquanto ouvia as notícias do dia, os atos a serem promulgados em lei, os diários de Lorenzo Dow — qualquer coisa que Atticus estivesse porventura lendo à noite, quando eu me esgueirava para o colo dele. Eu não gostava de ler até o dia em que tive medo de não poder ler mais. Ninguém ama respirar.
Eu sabia que a srta. Caroline estava aborrecida comigo, por isso deixei o assunto de lado e fiquei olhando pela janela até a hora do recreio, quando Jem me afastou do grupinho do primeiro ano no pátio. Ele me perguntou como estava indo a escola. Contei.

— Jem, se eu não fosse obrigada a ficar, ia embora, a maldita professora disse que Atticus está me ensinando a ler e que tem de parar com isso…

— Não se preocupe, Scout — consolou-me Jem. — A nossa professora disse que a srta. Caroline está introduzindo um novo método de ensino que aprendeu na faculdade. Logo, todas as séries vão usar esse método e não vai mais ser preciso aprender só com livros. É assim: se quiser aprender sobre vacas, você vai ordenhar uma, entendeu?

— Tudo bem, Jem, mas não quero estudar vacas, eu…

— Claro que quer. Você precisa entender de vacas, elas são uma parte importante da vida no condado de Maycomb.

Limitei-me a perguntar se Jem tinha ficado maluco.

— Só estou tentando explicar o novo método de ensino no primeiro ano, sua teimosa. Chama-se Sistema Decimal de Dewey.

Como nunca questionei as afirmações de Jem, não vi motivo para fazer isso agora. O Sistema Decimal de Dewey consistia, em parte, na srta. Caroline ficar mostrando grandes fichas para nós nas quais estava escrito o, gato, rato, homem e você. Aparentemente, não se esperava qualquer comentário de nossa parte e a classe recebia em silêncio aquelas revelações impressionistas. Fiquei entediada e comecei a escrever uma carta para Dill. A srta. Caroline me pegou escrevendo e repetiu que eu devia dizer a meu pai para não me ensinar.

— Além do mais — disse ela —, no primeiro ano não usamos letra cursiva, só letra de forma. Só no terceiro ano é que você vai aprender caligrafia.

A culpada de tudo aquilo era Calpúrnia. Para que eu não a azucrinasse nos dias de chuva, ela fazia uns garranchos e me mandava copiar o alfabeto com letra firme numa tabuinha e embaixo, um capítulo da Bíblia. Se eu copiasse direito, era premiada com um sanduíche de pão, manteiga e açúcar. No método de Calpúrnia, não havia lugar para sentimentalismo: eu quase nunca a agradava e ela quase nunca me premiava.

— Levante a mão quem vai merendar em casa — disse a srta. Caroline, interrompendo meu novo ressentimento em relação a Calpúrnia.

As crianças que moravam na cidade levantaram a mão e ela olhou o resto da classe.

— Quem trouxe merenda, coloque-a sobre a carteira.

Latas de melado surgiram do nada e os reflexos do metal dançaram no teto. A srta. Caroline percorreu as carteiras olhando o que havia nas lancheiras, concordando quando gostava do que via e franzindo um pouco o cenho quando não gostava. Parou na carteira de Walter Cunningham.

— Onde está sua merenda? — perguntou.

Pela cara de Walter Cunningham dava para ver que ele tinha lombriga. Os pés descalços mostravam como tinha pegado a doença. As pessoas pegavam lombriga andando sem sapatos em estábulos e chiqueiros. Se Walter tivesse sapatos, teria usado no primeiro dia de aula para depois tirar e só voltar a usá-los em meados do inverno. Mas a camisa era limpa e o macacão, remendado com capricho.

— Esqueceu a sua merenda hoje? — insistiu a srta. Caroline.

Walter olhou bem para a frente. Vi um músculo saltar em seu rosto magro.

— Esqueceu a merenda? — repetiu a professora. O rosto de Walter se contorceu de novo.

— Sim, senhora — ele resmungou, por fim.

A srta. Caroline foi até a mesa dela e abriu a bolsa.

— Aqui tem uma moeda de vinte e cinco centavos — ela disse para Walter. — Vá até a cidade comer. Amanhã você me devolve.

Walter balançou a cabeça.

— Não, obrigado, senhora — ele resmungou baixinho.

A srta. Caroline disse com impaciência:

— Ande, Walter, venha aqui pegar o dinheiro.

Ele balançou a cabeça novamente. Quando ele balançou a cabeça pela terceira vez, alguém cochichou:

— Conta pra ela, Scout.

Virei para trás e vi que quase todos os alunos que moravam na cidade e todos os que vinham de ônibus estavam olhando para mim. A srta. Caroline e eu já tínhamos nos desentendido duas vezes e eles me olhavam com a ingênua certeza de que com a familiaridade vem a compreensão.
Levantei-me para interceder por Walter:

— Hum… srta. Caroline...

— O que foi, Jean Louise?

— Ele é um Cunningham.

Voltei a me sentar.

— Como assim, Jean Louise?

Pensei que eu tivesse deixado as coisas bem claras. Para nós, estava bastante evidente: Walter Cunningham tinha contado uma bela mentira. Ele não tinha esquecido a merenda, ele não tinha o que levar. Não tinha naquele dia, não teria no dia seguinte, nem no próximo. E certamente nunca tinha visto três moedas de 25 centavos juntas na vida.
Tentei de novo.

— Walter é um Cunningham, srta. Caroline.

— Como assim, Jean Louise?

— Tudo bem, daqui a pouco a senhora vai conhecer todo mundo do condado. Os Cunningham não aceitam nada que não possam devolver depois: nem cestas de mantimentos da igreja, nem vales alimento do governo. Nunca tomaram nada de ninguém, se viram para viver com o que têm. Não é muito, mas dão um jeito.

Meu conhecimento a respeito dos Cunningham — de um ramo deles, pelo menos — era baseado em fatos do inverno anterior. O pai de Walter era um dos clientes de Atticus. Uma noite, após uma séria conversa dos dois na nossa sala a respeito de um morgadio, o sr. Cunningham disse, ao sair:

— Sr. Finch, não sei quando poderei pagá-lo.

— Não se preocupe com isso, Walter — tranquilizou-o Atticus.

Perguntei o que era morgadio e Jem respondeu que era quando alguém ficava com a corda no pescoço. Perguntei a Atticus se o sr. Cunningham um dia ia nos pagar.

— Em dinheiro, não — respondeu Atticus —, mas antes do fim do ano estaremos pagos. Espere só. Esperamos.

Um dia de manhã, Jem e eu achamos uma pilha de lenha no quintal. Mais tarde, um saco de nozes na escada dos fundos. No Natal, um engradado de salsaparrilha e azevinho. Na primavera, quando encontramos um saco de estopa cheio de nabos, Atticus disse que o sr. Cunningham tinha pago a dívida com folga.

— Por que ele paga assim? — perguntei.

— Porque é como pode pagar. Ele não tem dinheiro.

— Nós estamos pobres, Atticus?

Meu pai concordou com a cabeça.

— Estamos, sim. Jem franziu o nariz.

— Pobres como os Cunningham?

— Não exatamente. Os Cunningham são gente do campo, lavradores, e a Depressão os afetou mais.

Atticus disse que quem tinha diploma estava pobre porque quem vivia da terra também estava. Como o condado de Maycomb era agrícola, os médicos, dentistas e advogados não eram pagos. A questão da sucessão hereditária era apenas uma das dores de cabeça do sr. Cunningham. As terras que não eram abrangidas pelo morgadio estavam hipotecadas e o pouco que ele conseguia ganhar ia para pagar os juros. Se fizesse tudo direito, podia conseguir um trabalho na Bolsa de Empregos, mas então teria que abandonar a terra, que ficaria arruinada, e ele preferia passar fome para ficar com a terra e votar como bem entendesse. Atticus disse que o sr. Cunningham era de uma raça de homens turrões.
Como não tinham dinheiro para custear um advogado, nos pagavam com o que tinham.

— Sabia — disse Atticus — que o dr. Reynolds também trabalha assim? Para algumas famílias, ele faz um parto em troca de um saco de batatas. Srta. Scout, se me conceder a sua atenção, posso lhe explicar o que é um morgadio. Às vezes, as definições de Jem são muito pouco exatas.

Se eu tivesse conseguido explicar tudo isso à srta. Caroline, teria evitado um problema para mim e uma situação delicada para ela, mas eu não tinha capacidade de explicar tão bem quanto Atticus. Por isso, disse:

— A senhora está envergonhando o Walter, srta. Caroline. Ele não tem dinheiro em casa para lhe pagar e a senhora certamente não precisa de lenha para o fogão.

A srta. Caroline ficou paralisada; em seguida me agarrou pela gola e me arrastou até a mesa dela.

— Jean Louise, já estou farta de você esta manhã. Está começando mal em todos os sentidos, minha cara. Estenda a mão — ela ordenou.

Pensei que ela fosse cuspir na minha mão, que era o único motivo para uma pessoa em Maycomb estender a mão: uma cusparada era a maneira consagrada de selar os acordos verbais. Perguntando-me qual teria sido o acordo que nós duas tínhamos feito, virei-me para a classe em busca de resposta, mas todos me olhavam confusos. A srta. Caroline pegou a régua, me deu meia dúzia de reguadas e me mandou ficar de pé no canto. Quando finalmente se deram conta de que a srta. Caroline tinha me batido, toda a classe explodiu em uma grande risada.
A srta. Caroline ameaçou fazer a mesma coisa com todos, e a classe explodiu em risadas outra vez e só ficou num silêncio gélido quando a srta. Blount apareceu na porta. Nascida em Maycomb e até então ainda não iniciada nos mistérios do Sistema Decimal, a srta. Blount pôs as mãos na cintura e avisou:

— Se eu ouvir mais um barulho vindo desta sala, expulso todos vocês. Srta. Caroline, a bagunça na sua sala não está deixando o sexto ano se concentrar nas pirâmides.

Meu castigo no canto durou pouco. Fui salva pelo sinal do recreio, e a srta. Caroline ficou olhando a classe sair em fila. Como fui a última a sair, vi quando ela se afundou na cadeira e enterrou a cabeça nos braços. Se tivesse sido mais simpática comigo, eu teria pena dela. Era tão bonitinha.


continua página 021...
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Leia também:

O Sol é para todos (2)
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Copyright © 1960 by Harper Lee, renovado em 1988 
Copyright da tradução © José Olympio
Título do original em inglês 
TO KILL A MOCKINGBIRD 

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Um dos romances mais adorados de todos os tempos, O sol é para todos conta a história de duas crianças no árido terreno sulista norte-americano da Grande Depressão no início dos anos 1930. Jem e Scout Fincher testemunham a ignorância e o preconceito em sua cidade, Maycomb – símbolo dos conservadores estados do sul dos EUA, empobrecidos pela crise econômica, agravante do clima de tensão social. A esperta e sensível Scout, narradora da trama, e Jem, seu irmão mais velho, são filhos do advogado Atticus Finch, encarregado de defender Tom Robinson, um homem negro acusado de estuprar uma jovem branca. Mas não é só nessa acusação e no julgamento de Robinson que os irmãos percebem o racismo do pequeno município do Alabama onde moram. Nos três anos em que se passa a narrativa, deparam-se com diversas situações em que negros e brancos se confrontam. Ao longo do livro, os dois irmãos e seu pequeno amigo de férias, Dill, passam por tensas aventuras, grandes surpresas e importantes descobertas. Nos episódios vividos ao lado de personagens cativantes, como Calpúrnia, Boo Radley e Dolphus Raymond, aprendem e ensinam sobre a empatia, a tolerância, o respeito ao próximo e a necessidade de se estar sempre aberto a novas idéias e perspectivas. O sol é para todos é o único livro de Harper Lee. Sucesso instantâneo de vendas nos EUA, que se tornou um grande best-seller mundial. Recebeu muitos prêmios desde sua publicação, em 1960, entre eles, o Pulitzer. Traduzido em 40 idiomas, vendeu mais de 30 milhões de exemplares em todo o mundo e, em 1962, foi levado às telas com Gregory Peck – ganhador do Oscar por sua interpretação de Atticus Finch – Brock Peters, Robert Duvall e outros. O Librarian Journal dos EUA deu sua maior honraria à história elegendo-a o melhor romance do século XX. Em 2006, uma pesquisa na Inglaterra colocou O sol é para todos no primeiro lugar da lista de livros mais importantes, seguido da Bíblia e de O senhor dos anéis, de J. R. R. Tokien. Também entrou para a lista da Time Magazine dos Cem Melhores Romances de Todos os Tempos.


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