quinta-feira, 9 de junho de 2016

Teatro Pedagógico: cotidiano

Parábolas de uma Professora



cotidiano

baitasar e paulo e marko




e o cotidiano se vem inexorável

Eu quero saber, Aguinaldo.

Sim... Cabayba.

Quando o xerox do abrigo estará funcionando novamente? Já que o computador nem se pensa em consertar, certo?

Xerox é abaixamento mental, por favor!

E os vidros das salas de aula que estão quebrados, quando os vidros serão trocados? Vai-se esperar terminar as chuvas do outono? O inverno está vindo. Em dias de chuva ou muito frio é um caos! Temos que afastar as classes das janelas, é uma balbúrdia, uma algazarra de crianças, e elas não querem mais nada, é o motivo que esperam para as conversas, o arrastar de classes, cadeiras, empurra aqui, empurra dali, é tudo muito chato!

E os que não estão quebrados serão limpos? Aguinaldo, uma limpeza nos vidros deixaria as salas mais claras e convidativas para o ato de aprender.


Como é difícil dar aula assim. Sem condições.

Que tal um jato de água com a mangueira dos bombeiros? Essas funcionárias não podem, de vez em quando, passar um paninho nas janelas?

Passam o dia sem fazer nada. Encostadas. Escondidas. Pena que não são minhas empregadas...

Espero que o ônibus para o passeio ao zoológico já esteja locado, os bilhetes já voltaram com as autorizações dos responsáveis. E, gurias, o tal passeio para aquele parque das águas vai ou não sair? Onde é mesmo o tal parque? E se chover?

Alguém já lembrou das lâmpadas que não alumiam?

Aquele passeio que tem cavalo, charrete, boi, vaca, mato, lago... Não contem comigo. Não entro no ônibus nem amarrada. É suicídio! Sol e mosquito o dia todo. Procura aluno daqui, encontra aluna dali. É um inferno! Programa de índio!

Enquanto não limpam as janelas, não daria para trocar as lâmpadas que estão queimadas na minha sala?

Não temos lâmpadas queimadas nos corredores, mas sumiram!

Vê se pode, estão roubando as lâmpadas, coisa de marginal!

E as cortinas das salas ninguém vai dar um jeitinho de lavar ou trocar? Aquelas mais rasgadas até poderiam ser trocadas!

Alguém sabe se os vales já chegaram?

Professor, não temos mais vales. O colega está desinformado mesmo! Não temos mais vale alimentação. O valor dos vales sai no contra-cheque que já deve estar depositado em nossa conta.

Não. agora temos o TRI...

Aguinaldo! Afinal, como funciona a escala de uso da sala de vídeo? Toda vez que vou me inscrever está agendada, nunca consigo que meus alunos vejam os desenhos do Walt...

Percebeste que na maioria das vezes são sempre os mesmos professores que fazem uso da sala?

E o laboratório de informática como vai ser usado este ano? Os computadores funcionam?

Funcionam, lá de vez em quando... já que na maioria dos horários o laboratório está cobrindo falta de professor.

Ou não funcionam...

Vamos ter estagiárias este ano?

Deus salve as estagiárias! Sem elas, a escola teria que parar.

Aguinaldo! Queria colocar para discussão no grupo uma coisa muito chata que vem se repetindo e que eu peço em todas as reuniões que não aconteça, mas sempre se repete a história do quadro de giz ficar cheio de tarefas no último período. O que custa apagar o quadro de giz e deixá-lo pronto para o seu uso no turno da tarde?

Realmente, é um saco chegar na sala de aula e encontrar as tarefas da manhã todas no quadro de giz. Quando não são palavrões e desenhos obscenos.

Mas nós, da manhã, também encontramos o quadro cheio com as tarefas da tarde anterior.

Não. Não. Isso é sobra da noite. É coisa da EJA.

Neste próximo feriado, gurias, vamos ou não fazer uma ponte? O feriado é quinta-feira, mas que tal pagarmos a sexta-feira num sábado e emendarmos tudo?

Eu queria saber dos critérios da escola para pagar o passeio de algumas turmas. Até hoje só consegui sair uma vez com meus alunos.

Os alunos ajudam com o que podem? E os que não tem condição a escola paga a diferença?

Queria saber se já chegaram as bolas e as cordas de sisal para as aulas de educação física. Este ano é melhor separar material para os professores volantes, que estão sempre nos pedindo bolas, cordas, redes de voleibol.

É só uma questão de separar um material para o uso dos volantes, sem estresse.

Temos professores volantes que vão substituir as aulas de matemática ou arte-educação, por exemplo, e levam os alunos para o pátio, para jogarem bola. Como se as aulas de educação física se resumissem em jogar bola e pular corda.

Mas vocês da educação física bem que gostam de um joguinho de bola!

Aguinaldo, algumas das gurias da limpeza bem que poderiam, vez que outra, dar uma passadinha na sala de educação física e fazer uma limpeza na poeira e, também, varrer o chão, passar uma cera cheirosinha.

Não me venham com cera, tenho alergia!

Elas me dizem que até tentam, mas é tanta bola jogada pelo chão, joguinhos espalhados, rede de voleibol atirada num canto, cadernos de chamada, apito, bombas de encher bola, bolas velhas e furadas misturadas com as novas, e por aí vai...

Por falar em limpeza, por favor, os banheiros estão horríveis!

Esta gurizada não tem nenhuma educação, os papéis ficam jogados pelo chão, água em abundância pelas torneiras, vasos sanitários entupidos...

Cabayba, estou me referindo aos banheiros dos professores, as colegas bem que poderiam dar uma mãozinha colocando os papéis no cesto, acionando a descarga, evitando fazer pipi no assento do vaso sanitário, fechando a porta ao saírem, não esquecer a chave da porta na bolsa ou bolso. Na correria da incontinência é o maior sufoco sair atrás de uma chave que ninguém viu, etc, etc...

Deus, por favor! Uma chave para cada professora!


Quem vem de preto amanhã?

Aguinaldo! Quando irão construir o muro em volta da escola?

olho para cabayba. eu não lembro de nenhuma discussão sobre algo tão mediévico, estamos esquecendo as questões sociais e as suas fomes, cavaleiros da távola redonda ou quadrada ou triangular e seus muros não irão fazer a justiça social, nem melhorar os conceitos pedagógicos enrolados e amarrados nas camisas de força seletivas dos conteúdos a serem ministrados, das provas a serem vencidas e dos bois a serem abatidos por dia letivo, nem irão apagar da memória a escola fria e indiferente

Muro?

lia pergunta surpresa

Ora, o muro da escola, parede forte que circunda um recinto ou separa um lugar do outro, usado muito como defesa para os forte-apache, nossa proteção.

eis uma explicação didática desnecessária

Ah, eu entendi... É mais ou menos como um lugar cerrado para guardar colmeias de alunos, nossos pequenos operários e nossas pequenas operárias, aprendizes de fazedores de mel, vivendo no entorno da rainha e do zangão, sem nenhuma consciência de si.

Não entendi a razão do deboche.

Não é cinismo. Apenas, estou tentando didaticamente aprender a necessidade do isolamento antropológico da escola, através de muros pedagógicos tão altos. Medo da ocupação? A necessidade da construção de tal muro talvez se explique pela oportunidade de fazer bons negócios com o dinheiro público, criando regras pessoais em que todos perdem um pouquinho e alguns ganham muito, cada um a sua fração.

tanto quanto eu, a lia não consegue assimilar a ideia da necessidade de muros, não é prioridade, queremos antes entender que a sua construção não seja para proteger a sociedade da escola, evitando uma contaminação conservadora por contato ou assimilação dos conteúdos

Não se trata de isolamento, mas não há como negar a violência que vem se apoderando de todos os espaços e já está batendo à porta das escolas.

meu deus, entendi, temos medo que os excluídos das ruas queiram entrar na nossa escola. afinal, não seria justo, sermos invadidas por essa horda de bárbaros, filhos de gengis kan. existe a possibilidade de ocorrência simultânea, numa mesma área geográfica, crescem como musgos, talvez devamos rezar para umas excluírem as outras

Sugiro, então, que se construa junto com os muros um fosso bem fundo, com muita água e, também, com alguns jacarés ou piranhas nadando e montando guarda. Acho que assim todos estaremos mais seguros.

Não podemos esquecer da ponte levadiça.

A esquerdalha está brincando com algo muito sério, fazem pilhéria com a segurança de todos dentro da escola.

quanta ingenuidade, quanto desperdício de energia e recursos. vou sugerir que sejam construídos muros com finalidades mais específicas, por exemplo, o muro das lamentações. teríamos um muro lamentante para a nossa nênia pedagógica secular; ou ainda, um muro de arrimo construído usualmente em talude, que suporta e retém um volume de terra ou de alunos; talvez, venha a ser necessário construir um muro de testa, pequena parede construída junto à boca de saída de bueiro ou de comporta, para proteger contra desmoronamento ou correnteza ou uma tentativa de ocupação de alunos em busca de liberdade e humanidade, teremos o muro dos berros uivantes, façam muros em torno dos feios, mal cuidados e puídos da vida, construam muros em torno das deficiências das pernas ou dos olhos, ou dos ouvidos, os mudos, os desassossegados, os desbraçados

Quando faremos o planejamento do trabalho a ser realizado? É tarefa só do professor referência ou será uma tarefa do coletivo como um todo?

Quê planejamento? O planejamento da construção do muro?

Não sei, gurias e guris. Estou chegado na escola, fui remanejada e quero saber como fazem para encontrar, coincidir, os planejamentos com as avaliações. Quando estivermos no conselho de classe e indicarmos um aluno para uma turma de progressão qual critério utilizado, e o caminho contrário, sair da turma de progressão para o seu ano-ciclo, ocorrerá seguindo que planejamento?

Turma de progressão? Isso não tem mais não.

Vai ocorrer, não se apresse.

Quando nos reunimos para fazer tudo isso?

Nas reuniões pedagógicas semanais!

E hoje o que foi ou está sendo?

Hoje é mais claramente uma reunião administrativa, nas reuniões pedagógicas a Camila toma o timão da reunião e só vai...

Para onde?



os sentidos que mais uso são os olhos e os ouvidos. aprenderia mais com a boca lacrada. devia permanecer fechada, como se estivesse doente, com feridas na bochecha. aprendi


fazemos cartazes bonitos para as mães enquanto as portas da biblioteca se fecham para ela e seus filhos e filhas, para que se preenchem papéis burocráticos no vazio de outras partes na escola, A biblioteca não vai abrir, Como posso devolver esse livro e retirar outro e ler e sorrir e chorar, O que acontece, A biblioteca está às escuras e os livros esperando, Esperamos por quem, Por alguém, lá dentro só tem livros, O que é biblioteca, Onde é a biblioteca, Não sei


vem chegando as férias, bem devagarinho, nem se percebe, tanta é a má vontade dela se oferecer e se deixar tocar, parece com preguiça, Professor Abá, o senhor sabe que os meus netos estudam aqui no turno da manhã, eles têm entre oito e treze anos, diz a dona dos cabelos espumando na cor do leite, nossa conselheirista dos conselhos. tem uma maneira doce de escutar, usa os olhos, adoro conversar com ela, Conheço dois, foram meus alunos ano passado. sinto que ele a trata com deferência especial. o respeito de se saber na frente de uma pessoa que sabe muito, São crianças muito queridas, continua, mas a percebo com um olhar triste, Tudo bem com eles na escola, ele pergunta, Até hoje, sim, mas não sei como vão reagir a tudo que vem por aí. a tristeza tomava conta de seu corpo que se dobrava a força da mão, amassada como uma bola de papel, pronta para o cesto, acabada para o entulho inútil, O que há com eles, É com a mãe deles, professor, O que está acontecendo, Apareceu um caroço nas costas da minha nora e os médicos descobriram que é câncer. Ela reuniu os filhos e contou tudo, nada escondeu, vai precisar fazer uma cirurgia. Os médicos não dizem se vai ficar curada, tudo é incerto, tão de repente. Vivi tantos anos com boa saúde, criei meus filhos, com o amor do pai deles, estou velha e continuo disposta de corpo e mente, a alma é que vem claudicando, mas é minha nora que precisa de muita saúde, precisa da chance que tive de criar meus filhos, Quem sabe descobriram o tumor a tempo... com um bom médico e esta cirurgia, ela tenha uma boa chance. eis mais um desconhecedor dos caminhos difíceis do povo quando busca consertar sua saúde desarranjada, morre-se da diarréia. os contos de fadas não funcionam na vida real da periferia, Professor, um bom médico e uma cirurgia imediata só pagando, é muito dinheiro, não tenho nem para os meus óculos. Minha nora tem que esperar o agendamento e torcer que não demore, diz numa resignação triste, impotente para encontrar a solução que precisa


os safados que roubam o nosso dinheiro da saúde, da educação, da moradia, da segurança, da previdência são os primeiros a serem atendidos com o dinheiro roubado da nossa vida, com a nossa morte. não nos basta escrever ou ler para sair do sufoco, muito menos solidariedade piegas, confessada culpada e oferecida em sacrifício por alguma divindade, precisamos da nossa vida. estamos como terra pouco produtiva pela estiagem de pasto e água, secas, rachadas, torrões cansados dos números entre mortos e feridos. não basta adubar, somos de carne e muito osso, gente de verdade desossando. chega de morrer fora de hora, por acidente do descuido, e ainda, ficar repetindo, Sou muito agradecida. basta de conviver com a morte, miséria e esmorecimento, O meu pai foi fazer exame do coração, e não sei como, descobriram alguma coisa diferente na tal de próstata. é o desabafo de outro assustado com o desconhecido e sinistro percebido nos olhos de seu pai, O que é próstata, professor, É uma glândula dos indivíduos do sexo masculino, está situada na junção da bexiga com a uretra, eis nosso professor, sempre atento e solícito, Glândula o quê, Uretra fica aonde, Faz o quê essa tal uretra, Indivíduos do sexo masculino, pergunto, quero saber se é apenas neles. engraçado, colocam na cabeça que têm que nos ensinar a ler, fazer continhas, usar o computador, mas quando se encontram inesperadamente, sem querer, quase por descuido, com um assunto importante para nossas vidas e que desconhecemos, fazem uma cara de espanto. assustadora essa eja que se parece com a escola das crianças, é de assustar, me faz sentir culpada por ser tão pobre e miserável e não estar tão bem informada. acha que pensamos primeiro em sobreviver à fome e ao descaso para depois conservar viva a preocupação com nossa saúde e agradecidas pelo beijo de consolo na boca. parece julgar que sentimos o amor, a solidariedade, o sexo, de maneira diferente, já que a violência, o soco na cara, a cusparada, o descaso, aparece quase sempre se repetindo e se torna real nas nossas vidas através das suas fantasias de bondade e generosidade. quero gritar que também tenho muito tesão pelo homem que ainda não encontrei, o bom messias, o bom exemplo, ou da morte em algum templo, definitiva, Por quanto tempo ainda vamos viver no desencanto e desalento, esperando quem sabe, a vinda do Messias em seu pranto de dor, não sei, mas nos corações doloridos que se voltam à esperança e ao amor, o tempo finda a tolerância fabricada na ignorância, anestesiada por esta vida de negação


o novo pra mim é quando morro, Bom pessoal, não entendo muito, não é minha área, desconversando a hipocrisia, mais um, não entende nada sobre totalidade e todos. não sabe explicar e se diz um indivíduo do sexo masculino mais informatizado. não consegue nos fazer esquecer da escola que nos abandonou. desafio-o, Se dizem saber e têm medo de sair umas poucas linhas do não previsto e não esperado, o não combinado, por não sei quem, não sabem nada, Professor esquece isto, não dá bola, nós queremos o quadro cheio. Gosto de copiar. A gente quer aula. estou já meio desajeitada e inconformada com a incapacidade das pessoas superarem o medo das aparências e convencimentos, deste fazer e não fazer. eu tenho certeza que não fui convidada a opinar sobre o que deveriam ensinar. agora, o melhor que têm a fazer é aprender a escutar um pouco. não precisa escutar muito, nem quero que se assustem com muita mudança nas suas maneiras de não ver e pensar, menos metidos, Fico imaginando o que venho fazer aqui, já ouvi com outras palavras mais bonitas, que tudo o que se modifica e progride está fora daqui, Nunca disse a vocês ou a qualquer outro aluno: sou um dos homens mais bem informados. nosso professor não vê o que enxerga, o pior cego é aquele que não quer ver e lá vou eu dar a luz pra esse homem que não vê e que não sabe que não vê, mas acho que, na verdade, ele não sabe aprender. espero não estar perdendo meu tempo com este ausente, Professor, as pessoas não falam apenas com a boca, mas sentadas na cadeira, caminhando, olhando, até na maneira de respirar e suspirar, muitas vezes, o pensamento das pessoas chega antes da boca abrir. paro para respirar, encontro-me, aqui, também sentada, tantas pessoas juntas, todas esperando, algumas falando, todas ouvindo, talvez sonhando, esperando, enquanto vou olhando


seria constrangedor ler meus pensamentos e minhas intenções, com certeza não estou rezando o pai-nosso nem a ave-maria, estou pecando e desejando e olhando o homem da próxima, que afinal, não é tão próxima assim, aliás, nem conheço a próxima de nenhum que fuzilava com os olhos, como se os estivesse examinando nas suas impurezas. ajudam-me a pecar com seus andares e pêndulos, seus andares sutis para os lados, ao mesmo tempo em que avançam, não andam em círculos, mas não sabem o que fazer com nossos olhares de fêmeas predadoras. têm medo. fingem um constrangimento que não percebo nos seus andares de lugares para lugares. ainda não sabem do quanto queremos comê-los, se imaginam comedores. fodem, mas é com a nossa paciência. enquanto fujo em outras formas de pensar, o professor Abá continua tenteando com sua inocência programada, Tento explicar-lhes o que a professora de ciências poderia fazer com mais competência, mas vou comentar com vocês alguma coisa do que li na enciclopédia Barsa, alguém tem essa enciclopédia em casa, pergunta. silêncio


este professor definitivamente é muito bonzinho, um grande irmão, mas não entende nada da gente, é muito espontâneo e queridinho, não sabe que leva tempo para tirarmos da memória a escola que nos abandonou, leva tempo para acreditar que existe outra escola, uma escola que não abandona, Será que sabe o que está fazendo, Excreção e reprodução constituem duas funções biológicas básicas para as nossas vidas, assim, temos o aparelho urinário e os órgãos genitais, na espécie humana o aparelho urinário se constitui de dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e a uretra, no homem os órgãos genitais compreendem o pênis, os testículos, o epidídimo, o escroto, o cordão espermático, as vesículas seminais e a próstata, Ufa,vou correr atrás dessa Barsa e pedir ajuda, essa deve ser boa, Até aqui, tudo bem, outra pergunta idiota. ele deve tá de brincadeira, A próstata é uma glândula localizada na base da bexiga do tamanho de uma ameixa e envolve a uretra, participando da formação do esperma, às vezes, a próstata aumenta de tamanho e, à proporção que o homem avança em idade, continua aumentando, Sim, e daí, ela aumenta até estourar, interrompe um de meus colegas, O que é esperma, professor, Gente, tive uma ideia. Por que não pesquisamos na Internet, nos propõe uma pesquisa através do computador, Acho que vai ser divertido descobrir o computadore, a internete e a apóstata, tudo ao mesmo tempo, ouço num comentário abafado, Agora, Já, Claro, entraremos em um site de busca atrás da palavra ‘próstata’. está entusiasmado com o seu achado, Como é que se escreve próstata, professor. enfim uma boa ideia, vamos estudar computador aprendendo sobre a próstata



a gente sempre tá torcendo, mas no dia do jogo é mais forte a angústia, é mais difícil desligar o radinho, ele fica ligado todo dia no esporte, não se tem outra coisa pra fazer, então saímos pra passear, olhar as pessoas, namorar, ler gibi na beira do rio, tomar um chimarrão e ficar proseando


deixa a gente por aqui, na paz, tá sereno



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