sábado, 9 de dezembro de 2017

18. O Guardador de Rebanhos - XVIII - Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada - Alberto Caeiro

Fernando Pessoa





XVIII - Quem me Dera que eu Fosse o Pó da Estrada




Quem me dera que eu fosse o pó da estrada 
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm 
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio 
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo. . . 

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro 
E que ele me batesse e me estimasse... 

Antes isso que ser o que atravessa a vida 
Olhando para trás de si e tendo pena ...





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O Guardador de Rebanhos
Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
(Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/guardador.htm)


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Leia também:

15. O Guardador de Rebanhos - XV - As Quatro Canções - Alberto Caeiro




17. O Guardador de Rebanhos - XVII - No meu prato - Alberto Caeiro


19. O Guardador de Rebanhos - XIX - O Luar - Alberto Caeiro


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