quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Lima Barreto - O Triste fim de Policarpo Quaresma: 3ª Parte I (b) - Patriotas

 O triste fim de Policarpo Quaresma 



Lima Barreto




A João Luiz Ferreira 
Engenheiro Civil 

Le grand inconvénient de la vie réelle et ce qui la rend insupportable à l’homme supérieur, c’est que, si l’on y transporte les principes de l’idéal, les qualités deviennent des défauts, si bien que fort souvent l’homme accompli y réussit moins bien que celui qui a pour mobiles l’égoïsme ou la routine vulgaire. 

Renan, Marc-Auréle 





TERCEIRA PARTE


I - Patriotas



continuando...

Não se demorou muito nessa ordem de pensamentos. Um seu companheiro de espera, desde que o marechal lhe falou familiarmente, começou a considerar aquele homem pequenino, taciturno, de pince-nez e foi-se chegando, se aproximando e, quando já perto, disse a Quaresma, quase como um terrível segredo:

- Eles vão ver o “caboclo”... O major há muito que o conhece?

Respondeu-lhe o major e o outro ainda lhe fez uma outra pergunta; o presidente, porém, ficara só e Quaresma avançou.

- Então, Quaresma? fez Floriano.

- Venho oferecer a Vossa Excelência os meus fracos préstimos.

O presidente considerou um instante aquela pequenez de homem, sorriu com dificuldade, mas, levemente, com um pouco de satisfação. Sentiu por aí a força de sua popularidade e senão a razão boa de sua causa.

- Agradeço-te muito... Onde tens andado? Sei que deixaste o Arsenal.

Floriano tinha essa capacidade de guardar fisionomias, nomes, empregos, situações dos subalternos com quem lidava. Tinha alguma cousa de asiático; era cruel e paternal ao mesmo tempo.
Quaresma explicou-lhe a sua vida e aproveitou a ocasião para lhe falar em leis agrárias, medidas tendentes a desafogar e dar novas bases à nossa vida agrícola. O marechal ouviu-o distraído, com uma dobra de aborrecimento no canto dos lábios.

- Trazia a Vossa Excelência até este memorial...

O presidente teve um gesto de mau humor, um quase “não me amole” e disse com preguiça a Quaresma:

- Deixa aí...

Depositou o manuscrito sobre a mesa e logo o ditador dirigiu-se ao interlocutor de ainda agora:

- Que há, Bustamante? E o batalhão, vai?

O homem aproximou-se mais, um tanto amedrontado:

- Vai bem, marechal. Precisamos de um quartel... Se Vossa Excelência desse ordem...

- É exato. Fala ao Rufino em meu nome que ele pode arranjar... Ou antes: leva-lhe este bilhete.

Rasgou um pedaço de uma das primeiras páginas do manuscrito de Quaresma, e assim mesmo, sobre aquela ponta de papel, a lápis azul, escreveu algumas palavras ao seu ministro da Guerra. Ao acabar é que deu com a desconsideração:

- Ora! Quaresma! rasguei o teu escrito... Não faz mal... Era a parte de cima, não tinha nada escrito.

O major confirmou e o presidente, em seguida, voltando-se para Bustamante:

- Aproveita Quaresma no teu batalhão. Que posto queres?

- Eu! fez Quaresma estupidamente.

- Bem. Vocês lá se entendam.

Os dous se despediram do presidente e desceram vagarosamente as escadas do Itamarati. Até à rua nada disseram um ao outro. Quaresma vinha um pouco frio. O dia estava claro e quente; o movimento da cidade parecia não ter sofrido alteração apreciável. Havia a mesma agitação de bondes, carros e carroças; mas nas fisionomias, um terror, um espanto, alguma cousa de tremendo ameaçava todos e parecia estar suspenso no ar.
Bustamante deu-se a conhecer. Era o Major Bustamante, agora Tenente-Coronel, velho amigo do marechal, seu companheiro do Paraguai.

- Mas nós nos conhecemos! exclamou ele.

Quaresma esteve olhando aquele velho mulato escuro, com uma grande barba mosaica e olhos espertos, mas não se lembrou de tê-lo já encontrado algum dia.

- Não me recordo... Donde?

- Da casa do General Albernaz... Não se lembra?

Policarpo então teve uma vaga recordação e o outro explicou-lhe a formação do seu batalhão patriótico “Cruzeiro do Sul”.

- O senhor quer fazer parte?

- Pois não, fez Quaresma.

- Estamos em dificuldades... Fardamento, calçado para as praças... Nas primeiras despesas devemos auxiliar o governo... Não convém sangrar o Tesouro, não acha?

- Certamente, disse com entusiasmo Quaresma.

- Folgo muito que o senhor concorde comigo... Vejo que é um patriota... Resolvi por isso fazer um rateio pelos oficiais, em proporção ao posto: um alferes concorre com cem mil-réis, um tenente com duzentos... O senhor que patente quer? Ah! É verdade! O Senhor é major, não é?

Quaresma então explicou por que o tratavam por major. Um amigo, influência no Ministério do Interior, lhe tinha metido o nome numa lista de guardas-nacionais, com esse posto. Nunca tendo pago os emolumentos, viu-se, entretanto, sempre tratado major, e a cousa pegou. A princípio, protestou, mas como teimassem deixou.

- Bem, fez Bustamante. O senhor fica mesmo sendo major.

- Qual é a minha quota?

- Quatrocentos mil-réis. Um pouco forte, mas... O senhor sabe; é um posto importante... Aceita?

- Pois não.

Bustamante tirou a carteira, tomou nota com uma pontinha de lápis e despediu-se jovialmente:

- Então, major, às seis, no quartel provisório.

A conversa se havia passado na esquina da Rua Larga com o Campo de Sant’Ana. Quaresma pretendia tomar um bonde que o levasse ao centro da cidade. Tencionava visitar o compadre em Botafogo, fazendo, assim, horas para a sua iniciação militar.
A praça estava pouco transitada; os bondes passavam ao chouto compassado das mulas; de quando em quando ouvia-se um toque de corneta, rufos de tambor, e do portão central do quartel-general saía uma força, armas ao ombro, baionetas caladas, dançando nos ombros dos recrutas, faiscando com um brilho duro e mau.
Ia tomar o bonde, quando se ouviram alguns disparos de artilharia e o seco espoucar dos fuzis. Não durou muito; antes que o bonde atingisse à Rua da Constituição, todos os rumores guerreiros tinham cessado, e quem não estivesse avisado havia de supor-se em tempos normais.
Quaresma chegou-se para o centro do banco e ia ler o jornal que comprara. Desdobrou-o vagarosamente, mas foi logo interrompido; bateram-lhe no ombro. Voltou-se.

- Oh! general!

O encontro foi cordial. O General Albernaz gostava dessas cerimônias e tinha mesmo um prazer, uma deliciosa emoção em reatar conhecimentos que se tinham enfraquecido por uma separação qualquer. Estava fardado, com aquele seu uniforme maltratado; não trazia espada e o pince-nez continuava preso por um trancelim de ouro que lhe passava por detrás da orelha esquerda.

- Então veio ver a cousa?

- Vim. Já me apresentei ao marechal.

- “Eles” vão ver com quem se meteram. Pensam que tratam com o Deodoro, enganam-se!... A República, graças a Deus, tem agora um homem na sua frente... O “caboclo” é de ferro... No Paraguai...

- O senhor conheceu-o lá, não, general?

- Isto é... Não chegamos a nos encontrar; mas o Camisão... É duro, o homem. Estou como encarregado das munições... É o fino o “caboclo”: não me quis no litoral. Sabe muito bem quem sou e que munição que saia das minhas mãos, é munição... Lá, no depósito, não me sai um caixote que eu não examine... É necessário... No Paraguai, houve muita desordem e comilança: mandou-se muita cal por pólvora - não sabia?

- Não.

- Pois foi. O meu gosto era ir para as praias, para o combate; mas o “homem” quer que eu fique com as munições... Capitão manda, marinheiro faz... Ele sabe lá... Deu de ombros, concertou o trancelim que já caía da orelha e esteve calado um instante. Quaresma perguntou:

- Como vai a família?

- Bem. Sabe que Quinota casou-se?

- Sabia, o Ricardo me disse. E Dona Ismênia, como vai?

A fisionomia do general toldou-se e respondeu como a contragosto:

- Vai no mesmo.

O pudor de pai tinha-o impedido de dizer toda a verdade. A filha enlouquecera de uma loucura mansa e infantil. Passava dias inteiros calada, a um canto, olhando estupidamente tudo, com um olhar morto de estátua, numa atonia de inanimado, como que caíra em imbecilidade; mas vinha uma hora, porém, em que se penteava toda, enfeitava-se e corria à mãe, dizendo: “Apronta-me, mamãe. O meu noivo não deve tardar... é hoje o meu casamento.” Outras vezes recortava papel, em forma de participações, e escrevia: Ismênia de Albernaz e Fulano (variava) participam o seu casamento.
O general já consultara uma dúzia de médicos, o espiritismo e agora andava às voltas com um feiticeiro milagroso; a filha, porém, não sarava, não perdia a mania e cada vez mais se embrenhava o seu espírito naquela obsessão de casamento, alvo que fizeram ser da sua vida, a que não atingira, aniquilando-se, porém, o seu espírito e a sua mocidade em pleno verdor.
Entristecia o seu estado aquela casa outrora tão alegre, tão festiva. Os bailes tinham diminuído; e, quando eram obrigados a dar um, nas datas principais, a moça, com todos os cuidados, à custa de todas as promessas, era levada para casa da irmã casada, lá ficava, enquanto as outras dançavam, um instante esquecidas da irmã que sofria.
Albernaz não quis revelar aquela dor de sua velhice; reprimiu a emoção e continuou no tom mais natural, naquele seu tom familiar e íntimo que usava com todos:

- Isto é uma infâmia, Senhor Quaresma. Que atraso para o país. E os prejuízos? Um porto destes fechado a comércio nacional quantos anos de retardamento não representa!

O major concordou e mostrou a necessidade de prestigiar o Governo, de forma a tornar impossível a reprodução de levantes e insurreições.

- Decerto, aduziu o general. Assim não progredimos, não nos adiantamos. E no estrangeiro que mau efeito!

O bonde chegara ao Largo de São Francisco e os dous se separaram. Quaresma foi direitinho ao Largo da Carioca e Albernaz seguiu para a Rua do Rosário.
Olga viu entrar seu padrinho sem aquela alegria expansiva de sempre. Não foi indiferença que sentiu, foi espanto, assombro, quase medo, embora soubesse perfeitamente que ele estava a chegar. Entretanto, não havia mudança na fisionomia de Quaresma, no seu corpo, em todo ele. Era o mesmo homem baixo, pálido, com aquele cavanhaque apontado e o olhar agudo por detrás do pince-nez... Nem mesmo estava mais queimado e o jeito de apertar os lábios era o mesmo que ela conhecia há tantos anos. Mas, parecia-lhe mudado e ter entrado impelido, empurrado por uma força estranha, por um turbilhão; bem examinando, entretanto, verificou que ele entrara naturalmente, com o seu passo miúdo e firme. Donde lhe vinha então essa cousa que a acanhava, que lhe tirara a sua alegria de ver pessoa tão amada? Não atinou. Estava lendo na sala de jantar e Quaresma não se fazia anunciar; ia entrando conforme o velho hábito. Respondeu ao padrinho ainda sob a dolorosa impressão da sua entrada:

- Papai saiu; e o Armando está lá embaixo escrevendo.

De fato, ele estava escrevendo ou mais particularmente: traduzia para o “clássico” um grande artigo sobre “Ferimentos por arma de fogo”. O seu último truc intelectual era este do clássico. Buscava nisto uma distinção, uma separação intelectual desses meninos por aí que escrevem contos e romances nos jornais. Ele, um sábio, e sobretudo, um doutor, não podia escrever da mesma forma que eles. A sua sabedoria superior e o seu título “acadêmico” não podiam usar da mesma língua, dos mesmos modismos, da mesma sintaxe que esses poetastros e literatecos. Veio-lhe então a idéia do clássico. O processo era simples: escrevia do modo comum, com as palavras e o jeito de hoje, em seguida invertia as orações, picava o período com vírgulas e substituía incomodar por molestar, ao redor por derredor, isto por esto, quão grande ou tão grande por quamanho, sarapintava tudo de ao invés, em-pós, e assim obtinha o seu estilo clássico que começava a causar admiração aos seus pares e ao público em geral.
Gostava muito da expressão - às rebatinhas; usava-a a todo o momento e, quando a punha no branco do papel, imaginava que dera ao seu estilo uma força e um brilho pascalianos e às suas ideias uma suficiência transcendente. De noite, lia o padre Vieira, mas logo às primeiras linhas o sono lhe vinha e dormia sonhando-se “físico”, tratado de mestre, em pleno Seiscentos, prescrevendo sangria e água quente, tal e qual o doutor Sangrado.
A sua tradução estava quase no fim, já estava bastante prático, pois com o tempo adquirira um vocabulário suficiente e a versão era feita mentalmente, em quase metade, logo na primeira escrita. Recebeu o recado da mulher, anunciando-lhe a visita, com um pequeno aborrecimento, mas, como teimasse em não encontrar um equivalente clássico para “orifício”, julgou útil a interrupção. Queria pôr “buraco”, mas era plebeu; “orifício”, se bem que muito usado, era, entretanto, mais digno. Na volta talvez encontrasse, pensou: e subiu à sala de jantar. Ele entrou prazenteiro, com o seu grande bigode esfarelado, o seu rosto redondo e encontrou padrinho e afilhada empenhados em uma discussão sobre autoridade.
Dizia ela:

- Eu não posso compreender esse tom divino com que os senhores falam da autoridade. Não se governa mais em nome de Deus, por que então esse respeito, essa veneração de que querem cercar os governantes?

O doutor, que ouvira toda a frase, não pôde deixar de objetar:

- Mas é preciso, indispensável... Nós sabemos bem que eles são homens como nós, mas, se for assim, tudo vai por água abaixo.

Quaresma acrescentou:

- É em virtude das próprias necessidades internas e externas da nossa sociedade que ela existe... Nas formigas, nas abelhas...

- Admito. Mas há revoltas entre as abelhas e formigas, e a autoridade se mantém lá à custa de assassínios, exações e violências?

- Não se sabe... Quem sabe? Talvez... fez evasivamente Quaresma.

O doutor não teve dúvidas e foi logo dizendo:

- Que temos nós com as abelhas? Então nós, os homens, o pináculo da escala zoológica iremos buscar normas de vida entre insetos?

- Não é isso, meu caro doutor; buscamos nos exemplos deles a certeza da generalidade do fenômeno, da sua imanência, por assim dizer, disse Quaresma com doçura.

Ele não tinha acabado a explicação e já Olga refletia:

- Ainda se essa tal autoridade trouxesse felicidade - vá; mas não; de que vale?

- Há de trazer, afirmou categoricamente Quaresma. A questão é consolidá-la.

Conversaram ainda muito tempo. O major contou a sua visita a Floriano, a sua próxima incorporação ao batalhão “Cruzeiro do Sul”. O doutor teve uma ponta de inveja, quando ele se referiu ao modo familiar por que Floriano o tratara. Fizeram um pequeno lunch e Quaresma saiu. Sentia necessidade de rever aquelas ruas estreitas, com as suas lojas profundas e escuras, onde os empregados se moviam como em um subterrâneo. A tortuosa Rua dos Ourives, a esburacada Rua da Assembléia, a casquilha Rua do Ouvidor davam-lhe saudades.
A vida continuava a mesma. Havia grupos parados e moças a passeio; no Café do Rio, uma multidão. Eram os avançados, os “jacobinos”, a guarda abnegada da República, os intransigentes a cujos olhos a moderação, a tolerância e o respeito pela liberdade e a vida alheias eram crimes de lesa-pátria, sintomas de monarquismo criminoso e abdicação desonesta diante do estrangeiro. O estrangeiro era sobretudo o português, o que não impedia de haver jornais “jacobiníssimos” redigidos por portugueses da mais bela água.
A não ser esse grupo gesticulante e apaixonado, a Rua do Ouvidor era a mesma. Os namoros se faziam e as moças iam e vinham. Se uma bala zunia no alto céu azul, luminoso, as moças davam gritinhos de gata, corriam para dentro das lojas, esperavam um pouco e logo voltavam sorridentes, o sangue a subir às faces pouco e pouco, depois da palidez do medo.
Quaresma jantou num restaurant e dirigiu-se ao quartel, que funcionava provisoriamente num velho cortiço condenado pela higiene, lá pelos lados da Cidade Nova. Tinha o tal cortiço andar térreo e sobrado, ambos divididos em cubículos do tamanho de camarotes de navio. No sobrado, havia uma varanda de grade de pau e uma escada de madeira levava até lá, escada tosca e oscilante, que gemia à menor passada. A casa da ordem funcionava no primeiro quartinho do sobrado e o pátio, já sem as cordas de secar ao sol a roupa, mas com as pedras manchadas das barrelas e da água de sabão, servia para a instrução dos recrutas. O instrutor era um sargento reformado, um tanto coxo, e admitido no batalhão com o posto de alferes, que gritava com uma demora majestosa: “om - brô”... armas!
O major entregou a sua quota ao coronel e este esteve a mostrar-lhe o modelo do fardamento.
Era muito singular essa fantasia de seringueiro: o dólmã era verde-garrafa e tinha uns vivos azulferrete, alamares dourados e quatro estrelas prateadas, em cruz, na gola.
Uma gritaria fê-los vir até à varanda. Entre soldados entrava um homem, a se debater, a chorar e a implorar, ao mesmo tempo, levando de quando em quando uma reflada.

- É o Ricardo! exclamou Quaresma. O senhor não o conhece, coronel? continuou ele com interesse e piedade.

Bustamante estava impassível na varanda e só respondeu depois de algum tempo:

- Conheço... É um voluntário recalcitrante, um patriota rebelde.

Os soldados subiram com o “voluntário” e Ricardo logo que deu com o major, suplicou-lhe:

- Salve-me, major!

Quaresma chamou de parte o coronel, rogou-lhe e suplicou-lhe, mas foi inútil... Há necessidade de gente... Enfim, fazia-o cabo.

Ricardo, de longe, seguia a conversa dos dous: adivinhou a recusa e exclamou:

- Eu sirvo sim, sim, mas deem-me o meu violão.

Bustamante perfilou-se e gritou aos soldados:

- Restituam o violão ao cabo Ricardo!


continua na página 76...
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Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881, sete anos antes da assinatura da Lei Áurea. Trabalhando como jornalista, valeu-se de uma linguagem objetiva e informal, mais tarde valorizada por seus contemporâneos e pelos modernistas, para relatar o cotidiano dos bairros pobres do Rio de Janeiro como poucos…

Definida pelo próprio autor como “militante”, sua produção literária está quase inteiramente voltada para a investigação das desigualdades sociais. Em muitas obras, como no seu célebre romance Triste Fim de Policarpo Quaresma e no conto O Homem que Sabia Javanês, o método escolhido por Lima Barreto para tratar desse tema é o da sátira, cheia de ironia, humor e sarcasmo.

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MINISTÉRIO DA CULTURA
Fundação Biblioteca Nacional 
Departamento Nacional do Livro
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