mulheres descalças
um império carinhoso e caridoso
Ensaio 127Bq – 2ª edição 1ª reimpressão
baitasar
Boca fechada não erra, mulher burra! Esqueceu dos conselhos que repete para sua filha? Coitadinha, a Chiquinha não merece uma mãe que comete tantos erros, as própria palavra latejava na cabeça da dona rosinha, como todo aviso qui se dava pra esquivá dos carinho desconfiado e descomedido do siô augusto, um marido muntu cismado com sua reputação e autoridade, ele tava decidido mantê as duas pela força do macho e do bicho, ora fingindo ora disfarçado de marido carinhoso e atencioso
mais hoje, era otro dia, otra história, ela tava decidindo chegá inté o fim duqui queria dizê
Paizinho... e mais num disse, esperô tê toda atenção do siô augusto, ele num parecia muntu à vontade pra tê essa ou qualqué otra conversa
O que foi, Mãezinha, dava pra sentí a impaciência na voz do siô augusto e nehuma boa vontade pra escutá
Chegou o tempo de desembrulhar com as palavras...
Desembrulhar o quê, Mãezinha?
a atenção do siô augusto num era atenção pra escutá, ele passô a vida tentando se desatá das conversa com dona rosinha, pra ele bastava num deixá faltá a comida, as coberta e a casa, Não se deve falar a respeito das coisas feias, dona Rosinha. Nada se deve falar na casa que não seja coisa bonita, essas coisas que é feita tudo direitinho e do jeito que sempre foi. O jeito normal de ser, a cara continuava aborrecida, mais hoje, a cara aborrecida do siô augusto num ia fazê dona rosinha engolí as palavra qui tava planejada dizê, foi só continuá do lugá onde parô
... a mulher que está crescendo, pronto, tava quase tudo dito, dona rosinha disse uqui tava precisando sê destravado do silêncio, uma coleção de mistério sem ruído, mudo e fechado
as mensagem escondida com medo das primêra batida dos tambô, as ferida ardida na língua e nos canto da boca, quanto mais guardava as palavra mais ferida nascia na boca, tava cansada de vivê com aquela feridama toda
como conhecê o amô sem vivê o amô, cadum devia se pruguntá
as coisa da vida passa e nunca mais volta... tem como educá com amô, tem como adestrá pra odiá, mais num tem como ensiná qui o tempo foge e num se deixa domá, isso só o tempo mostra
num sei dizê nem aconsêiá dona rosinha, num tem razão pra prevení ou convencê, ela sabe qui a vida vai se mostrá nos espêio do tempo, pra onde tudo vai num tem como sabê, mais num tem redoma de vidro nem reza qui possa evitá a vida desbotando
o painho da pianística num sabia uqui pruguntava e, como sempre acontece nessas dúvida, fechô o centro da cara; foi a primêra veiz qui dona rosinha se atreveu subí usóio do chão, viu no siô augusto uqui ele era: um hôme amargo qui ela nunca tinha gostado
coçava a cara com a ponta dos dedo da mão da aliança, eles dois num era casado no padre e, muntu menos, no papel do juiz, mais o siô augusto achô qui era meió visto com o disfarce daquela argola grossa qui faiscava banho de riqueza, foi pra sê assim qui ele mandô fazê as duas aliança moiada em ouro
num queria provocá dúvida qui a rosinha é sua muié de tá casada e tudo, gostava de marcá as coisa quié sua; precisa dessas amarração pra continuá lutando contra seus mau desejo, Não sou eu que sinto raiva, pelo menos, nem sempre. A sinhá Rosinha que me provoca, mas eu confio na Mãezinha, não confio nos outros. Homens são perigosos. Não respeitam a propriedade mulher, a tentação vence sempre. Não convido nenhum aqui em casa, assim, eles já sabem que precisam nos deixar em paz. E a Mãezinha ajuda, isto eu posso elogiar, está bem ajustada no seu lugar de mulher casada e mãe dedicada.
a otra mão mão continuava deitada no colo coçando as virilha, sorriu quando lembrô da primêra veiz com dona rosinha, Ela deitada no lençol branco imaculado, usóio fechado inté depois da luz se apagá na escuridão do quarto das núpcia qui num teve, assustada nos seus treze para quatorze anos, a respiração abundosa qui parava e recomeçava, nunca se queixô do preço pago, a menina não precisa ter medo, a plumage preta e rara já dava siná qui encrespava forte, ele entrevado nas entrada e saída, ela obedecendo os ditame abusivo do siô augusto, usóio e as mão cerrada, eu não queria entrar com a mesma indignidade que fodia as vagabundas pecadoras. Mulher da gente não é santa, mas não precisa saber das nojeiras que fazemos com as rameiras faceiras. Não podemos desaforar as famílias da Villa. Mulher casada é mulher casada, tem a obrigação de se entregar só para o esposo, diferente das putas do beco dos pecados, essas têm a obrigação de abrir as pernas para quem está pagando. Vendeu tem que entregar a mercadoria. Mulher casada quanto mais recatada e do lar é mais respeitada. E a mulher sem-vergonha quanto mais oferecida mais vai ser usada, quanto mais usada mais vai arrecadar e lucrar. É a lei da oferta e procura. Um jeito muito fácil e divertido de ganhar o seu sustendo. Essas vagabundas não têm do que reclamar. É isso: é dando que elas recebem e quanto mais corajosa mais vai receber. Trato feito, trato pago.
mais a fome de sê dono de tudo foi maió qui as duas corporação junta: a família e a villa; inté pruqui na família quem manda é ele, E a Villa há de entender que os homens têm vontades que precisam ser saciadas, fez uqui tava acostumado fazê, num pruguntô, num avisô nada, num pediu licença, usô e abusô inté a cama branca e imaculada ficá manchada de sangue e bosta, mostrô sua força dura e firme do macho branco dono de tudo, Menina! Levanta e vai se lavar... me trás uns dois panos brancos de limpeza... sem choro... depois a mocinha reza que passa... mais num esperô a mocinha rosinha voltá, durumiu na sujêra que fez com um riso animado de quem fez um bão negócio
o recado tava dado: tinha iniciado seu império invisível dos carinho caridoso, onde num vai faltá nada, mais vai querê tudo qui a mercadoria vale, aproveitava do seu jeito truculento e cruel aquele banquete das labareda desmedida qui só ele acendia e apagava, dona rosinha ou as moça do beco dos pecado era só carne pra sê comida, a pólvora pra acendê o fogo
ele fez uqui eles sabia fazê meió: pisoteava os capim do jardim sem dó, sem piedade e sem nehuma generosidade
histórias de avoinha: Toque, minha filha.
Ensaio 127Bj – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: Onde está a gaiola do Venuto?
Ensaio 127Bk – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: Deus te abençoe, minha filha
Ensaio 127Bl – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: um corpo febrento e para sempre culpada
Ensaio 127Bm – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: a dança dos dedo
Ensaio 127Bn – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: os pé e as bota de garrão
Ensaio 128A – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: Oh!... prugunta pra todas criança
Ensaio 128B – 2ª edição 1ª reimpressão
Ensaio 127Bp – 2ª edição 1ª reimpressão
histórias de avoinha: uma sombra sem corpo não cruza as pernas
Ensaio 127Br – 2ª edição 1ª reimpressão
um império carinhoso e caridoso
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baitasar
Boca fechada não erra, mulher burra! Esqueceu dos conselhos que repete para sua filha? Coitadinha, a Chiquinha não merece uma mãe que comete tantos erros, as própria palavra latejava na cabeça da dona rosinha, como todo aviso qui se dava pra esquivá dos carinho desconfiado e descomedido do siô augusto, um marido muntu cismado com sua reputação e autoridade, ele tava decidido mantê as duas pela força do macho e do bicho, ora fingindo ora disfarçado de marido carinhoso e atencioso
mais hoje, era otro dia, otra história, ela tava decidindo chegá inté o fim duqui queria dizê
Paizinho... e mais num disse, esperô tê toda atenção do siô augusto, ele num parecia muntu à vontade pra tê essa ou qualqué otra conversa
O que foi, Mãezinha, dava pra sentí a impaciência na voz do siô augusto e nehuma boa vontade pra escutá
Chegou o tempo de desembrulhar com as palavras...
Desembrulhar o quê, Mãezinha?
a atenção do siô augusto num era atenção pra escutá, ele passô a vida tentando se desatá das conversa com dona rosinha, pra ele bastava num deixá faltá a comida, as coberta e a casa, Não se deve falar a respeito das coisas feias, dona Rosinha. Nada se deve falar na casa que não seja coisa bonita, essas coisas que é feita tudo direitinho e do jeito que sempre foi. O jeito normal de ser, a cara continuava aborrecida, mais hoje, a cara aborrecida do siô augusto num ia fazê dona rosinha engolí as palavra qui tava planejada dizê, foi só continuá do lugá onde parô
... a mulher que está crescendo, pronto, tava quase tudo dito, dona rosinha disse uqui tava precisando sê destravado do silêncio, uma coleção de mistério sem ruído, mudo e fechado
as mensagem escondida com medo das primêra batida dos tambô, as ferida ardida na língua e nos canto da boca, quanto mais guardava as palavra mais ferida nascia na boca, tava cansada de vivê com aquela feridama toda
como conhecê o amô sem vivê o amô, cadum devia se pruguntá
as coisa da vida passa e nunca mais volta... tem como educá com amô, tem como adestrá pra odiá, mais num tem como ensiná qui o tempo foge e num se deixa domá, isso só o tempo mostra
num sei dizê nem aconsêiá dona rosinha, num tem razão pra prevení ou convencê, ela sabe qui a vida vai se mostrá nos espêio do tempo, pra onde tudo vai num tem como sabê, mais num tem redoma de vidro nem reza qui possa evitá a vida desbotando
o painho da pianística num sabia uqui pruguntava e, como sempre acontece nessas dúvida, fechô o centro da cara; foi a primêra veiz qui dona rosinha se atreveu subí usóio do chão, viu no siô augusto uqui ele era: um hôme amargo qui ela nunca tinha gostado
coçava a cara com a ponta dos dedo da mão da aliança, eles dois num era casado no padre e, muntu menos, no papel do juiz, mais o siô augusto achô qui era meió visto com o disfarce daquela argola grossa qui faiscava banho de riqueza, foi pra sê assim qui ele mandô fazê as duas aliança moiada em ouro
num queria provocá dúvida qui a rosinha é sua muié de tá casada e tudo, gostava de marcá as coisa quié sua; precisa dessas amarração pra continuá lutando contra seus mau desejo, Não sou eu que sinto raiva, pelo menos, nem sempre. A sinhá Rosinha que me provoca, mas eu confio na Mãezinha, não confio nos outros. Homens são perigosos. Não respeitam a propriedade mulher, a tentação vence sempre. Não convido nenhum aqui em casa, assim, eles já sabem que precisam nos deixar em paz. E a Mãezinha ajuda, isto eu posso elogiar, está bem ajustada no seu lugar de mulher casada e mãe dedicada.
a otra mão mão continuava deitada no colo coçando as virilha, sorriu quando lembrô da primêra veiz com dona rosinha, Ela deitada no lençol branco imaculado, usóio fechado inté depois da luz se apagá na escuridão do quarto das núpcia qui num teve, assustada nos seus treze para quatorze anos, a respiração abundosa qui parava e recomeçava, nunca se queixô do preço pago, a menina não precisa ter medo, a plumage preta e rara já dava siná qui encrespava forte, ele entrevado nas entrada e saída, ela obedecendo os ditame abusivo do siô augusto, usóio e as mão cerrada, eu não queria entrar com a mesma indignidade que fodia as vagabundas pecadoras. Mulher da gente não é santa, mas não precisa saber das nojeiras que fazemos com as rameiras faceiras. Não podemos desaforar as famílias da Villa. Mulher casada é mulher casada, tem a obrigação de se entregar só para o esposo, diferente das putas do beco dos pecados, essas têm a obrigação de abrir as pernas para quem está pagando. Vendeu tem que entregar a mercadoria. Mulher casada quanto mais recatada e do lar é mais respeitada. E a mulher sem-vergonha quanto mais oferecida mais vai ser usada, quanto mais usada mais vai arrecadar e lucrar. É a lei da oferta e procura. Um jeito muito fácil e divertido de ganhar o seu sustendo. Essas vagabundas não têm do que reclamar. É isso: é dando que elas recebem e quanto mais corajosa mais vai receber. Trato feito, trato pago.
mais a fome de sê dono de tudo foi maió qui as duas corporação junta: a família e a villa; inté pruqui na família quem manda é ele, E a Villa há de entender que os homens têm vontades que precisam ser saciadas, fez uqui tava acostumado fazê, num pruguntô, num avisô nada, num pediu licença, usô e abusô inté a cama branca e imaculada ficá manchada de sangue e bosta, mostrô sua força dura e firme do macho branco dono de tudo, Menina! Levanta e vai se lavar... me trás uns dois panos brancos de limpeza... sem choro... depois a mocinha reza que passa... mais num esperô a mocinha rosinha voltá, durumiu na sujêra que fez com um riso animado de quem fez um bão negócio
o recado tava dado: tinha iniciado seu império invisível dos carinho caridoso, onde num vai faltá nada, mais vai querê tudo qui a mercadoria vale, aproveitava do seu jeito truculento e cruel aquele banquete das labareda desmedida qui só ele acendia e apagava, dona rosinha ou as moça do beco dos pecado era só carne pra sê comida, a pólvora pra acendê o fogo
ele fez uqui eles sabia fazê meió: pisoteava os capim do jardim sem dó, sem piedade e sem nehuma generosidade
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