João Cândido - 22 de novembro de 1910
Não foi o primeiro nem será o último líder popular a ser condenado pelo domínio dos fatos...
Vamos por partes:
1ª parte
O Almirante Negro vira Navegante Negro, isso tudo lá pelos anos de 1973
2ª parte
A verdade histórica sendo restabelecida depois de 100(?) anos...
"Almirante Negro"
Ver artigo principal: Revolta da Chibata
No dia 22 de novembro de 1910, João Cândido, ao assumir, por indicação dos demais líderes, o comando do Minas Gerais e de toda a esquadra revoltada, controla o motim, faz cessar as mortes, e envia radiogramas pleiteando a abolição dos castigos corporais na Marinha de Guerra brasileira. Foi designado à época, pela imprensa, como Almirante Negro. Por quatro dias, os navios de guerra Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro apontaram os seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca, os revoltosos declararam: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira". A rebelião terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos. Entretanto, no dia seguinte ao desarmamento dos navios rebelados, dia 27, o governo promulgou em 28 de novembro um decreto permitindo a expulsão de marinheiros que representassem risco, o que era um nítida quebra de palavra, uma traição do texto da lei de anistia aprovada no dia 25 pelo Senado da República e sancionada pelo presidente Hermes da Fonseca, conforme publicação no diário oficial de 26 de Novembro, levado ao Minas Gerais pelo capitão Pereira Leite.
Expulsão da Marinha
Pouco tempo depois do decreto que quebrou a anistia e de boatos de que o Exército iria se vingar dos marinheiros, houve a eclosão de um novo motim entre os fuzileiros navais, ligados à Marinha, no quartel da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, em 9 de Dezembro de 1910. Não tinha ligação com a Revolta da Chibata, nada exigia, não tinha qualquer organização. Durante o dia 10 o motim foi reprimido pelas autoridades, Marinha e Governo, com um bombardeio implacável sobre pouco mais de duas centenas de amotinados ilhados (na Revolta da Chibata eram 2.379 homens, 3 encouraçados e um cruzador, alvos móveis e fortemente armados), e serviu de justificativa para Hermes da Fonseca demandar e obter do Senado aprovação do estado de sítio (lei marcial) neste mesmo dia. João Cândido chegou a ordenar tiro de canhão sobre os marinheiros-fuzileiros amotinados na Ilha das Cobras para provar sua lealdade ao governo. Mas de nada adiantou. Com o estado de sítio, centenas de marinheiros foram dados como mortos ou desaparecidos e 2000 marinheiros foram expulsos da Marinha. Nove foram fuzilados a bordo do Navio Satélite, que levava 105 marinheiros rebeldes para serem jogados nos seringais do Acre, destino dos 96 que lá ainda chegaram vivos.
Apesar de não haver participado da conspiração (se é que houve) deste segundo levante, João Cândido foi expulso da Marinha, sob a falsa acusação de ter favorecido os fuzileiros rebeldes. Foi preso em 13 de Dezembro no quartel do exército, e transferido no dia de natal (24 de dezembro de 1910) para uma masmorra na Ilha das Cobras, onde 16 de seus 17 companheiros de cela morreram asfixiados. Em abril de 1911 foi transferido para oHospital dos Alienados, como louco, mas recebeu alta e voltou para a Ilha das Cobras, de onde foi solto em 1912, absolvido das acusações juntamente com nove companheiros. À época, o seu defensor foi o rábula Evaristo de Moraes, contratado pela Ordem de Nossa Senhora do Rosário e dos Homens Pretos, que declinou o recebimento dos honorários que lhe eram devidos.
Banido da Marinha, João Cândido sofreu grandes privações, vivendo precariamente, trabalhando como estivador e descarregando peixes na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro.
De acordo com a sua ficha, nos quinze anos em que permaneceu na Marinha, foi castigado em nove ocasiões, preso entre dois a quatro dias em celas solitárias "a pão e água", além de ter sido duas vezes rebaixado de cabo a marinheiro. A sua ficha registra ainda dez elogios por bom comportamento nos últimos três meses antes da revolta.
A sua vida pessoal foi profundamente abalada pelo suicídio de sua segunda esposa (1928). Em 1930 foi novamente detido, acusado de subversão.
Nota com o rodapé: o baitasar adulterou a ordem das partes, afinal, tudo começa com João Cândido, na Revolta da Chibata, mas parece que não gostamos muito da história (desconfiamos das bocas e canetas envesgadas?), apreciamos conhecer essas estórias através da música, das novelas, dos cinemas (como se os escritores e poetas não tivessem lado)... enfim, o baitasar gosta d'O Mestre-Sala dos Mares (título liberado), música do Aldir Blanc e João Bosco, com a Elis cantando, desde a sua primeira audição, ele não lembra o ano (nem tem importância), e depois, muitos anos depois, descobriu que o tal mestre-sala era o Almirante Negro (título original), uma outra história começou a ser cantada... começamos nossa pequena estória com Elis, o resto é apenas domínio dos fatos.
Não foi o primeiro nem será o último líder popular a ser condenado pelo domínio dos fatos...
Vamos por partes:
1ª parte
O Almirante Negro vira Navegante Negro, isso tudo lá pelos anos de 1973
2ª parte
A verdade histórica sendo restabelecida depois de 100(?) anos...
"Almirante Negro"
- (O Mestre-Sala Dos Mares) - letra sem censura, em 20/agosto/2010 (Rio-RJ)
O Mestre-Sala dos Mares (título liberado)
Compositores: Aldir Blanc e João Bosco
Ano: 1973
--------------------------------------------------------
"ALMIRANTE NEGRO" (Título original)
-------------------------------------------------------
(Letra original)
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como Almirante Negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava - não!
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o Almirante Negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo...
3ª parte
O negro rebelado que virou Almirante Negro, depois de 100 anos vira novela (perderam(?) o centenário da Revolta da Chibata). Será interessante observar como a teoria do domínio dos fatos aparecerá na preguiça histórica ou liberdade poética do autor.
Não entenderam?
As aulas de história... tão importantes...
João Cândido anistiado na Revolta da Chibata é preso e condenado por participar da Revolta da Ilha das Cobras (não participou, mas as provas não eram necessárias, apenas o domínio dos fatos)
Revolta da Chibata - De Lá Pra Cá - 28/03/2010
Esse pedacinho o baitasar foi buscar na enciclopédia livre Wikipédia
Revolta da Chibata
O Mestre-Sala dos Mares (título liberado)
Compositores: Aldir Blanc e João Bosco
Ano: 1973
--------------------------------------------------------
"ALMIRANTE NEGRO" (Título original)
-------------------------------------------------------
(Letra original)
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como Almirante Negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar, na alegria das fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro gritava - não!
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o Almirante Negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo...
3ª parte
O negro rebelado que virou Almirante Negro, depois de 100 anos vira novela (perderam(?) o centenário da Revolta da Chibata). Será interessante observar como a teoria do domínio dos fatos aparecerá na preguiça histórica ou liberdade poética do autor.
Não entenderam?
As aulas de história... tão importantes...
João Cândido anistiado na Revolta da Chibata é preso e condenado por participar da Revolta da Ilha das Cobras (não participou, mas as provas não eram necessárias, apenas o domínio dos fatos)
Revolta da Chibata - De Lá Pra Cá - 28/03/2010
Esse pedacinho o baitasar foi buscar na enciclopédia livre Wikipédia
Revolta da Chibata
Ver artigo principal: Revolta da Chibata
No dia 22 de novembro de 1910, João Cândido, ao assumir, por indicação dos demais líderes, o comando do Minas Gerais e de toda a esquadra revoltada, controla o motim, faz cessar as mortes, e envia radiogramas pleiteando a abolição dos castigos corporais na Marinha de Guerra brasileira. Foi designado à época, pela imprensa, como Almirante Negro. Por quatro dias, os navios de guerra Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro apontaram os seus canhões para a Capital Federal. No ultimato dirigido ao Presidente Hermes da Fonseca, os revoltosos declararam: "Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira". A rebelião terminou com o compromisso do governo federal em acabar com o emprego da chibata na Marinha e de conceder anistia aos revoltosos. Entretanto, no dia seguinte ao desarmamento dos navios rebelados, dia 27, o governo promulgou em 28 de novembro um decreto permitindo a expulsão de marinheiros que representassem risco, o que era um nítida quebra de palavra, uma traição do texto da lei de anistia aprovada no dia 25 pelo Senado da República e sancionada pelo presidente Hermes da Fonseca, conforme publicação no diário oficial de 26 de Novembro, levado ao Minas Gerais pelo capitão Pereira Leite.
Expulsão da Marinha
Pouco tempo depois do decreto que quebrou a anistia e de boatos de que o Exército iria se vingar dos marinheiros, houve a eclosão de um novo motim entre os fuzileiros navais, ligados à Marinha, no quartel da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, em 9 de Dezembro de 1910. Não tinha ligação com a Revolta da Chibata, nada exigia, não tinha qualquer organização. Durante o dia 10 o motim foi reprimido pelas autoridades, Marinha e Governo, com um bombardeio implacável sobre pouco mais de duas centenas de amotinados ilhados (na Revolta da Chibata eram 2.379 homens, 3 encouraçados e um cruzador, alvos móveis e fortemente armados), e serviu de justificativa para Hermes da Fonseca demandar e obter do Senado aprovação do estado de sítio (lei marcial) neste mesmo dia. João Cândido chegou a ordenar tiro de canhão sobre os marinheiros-fuzileiros amotinados na Ilha das Cobras para provar sua lealdade ao governo. Mas de nada adiantou. Com o estado de sítio, centenas de marinheiros foram dados como mortos ou desaparecidos e 2000 marinheiros foram expulsos da Marinha. Nove foram fuzilados a bordo do Navio Satélite, que levava 105 marinheiros rebeldes para serem jogados nos seringais do Acre, destino dos 96 que lá ainda chegaram vivos.
Apesar de não haver participado da conspiração (se é que houve) deste segundo levante, João Cândido foi expulso da Marinha, sob a falsa acusação de ter favorecido os fuzileiros rebeldes. Foi preso em 13 de Dezembro no quartel do exército, e transferido no dia de natal (24 de dezembro de 1910) para uma masmorra na Ilha das Cobras, onde 16 de seus 17 companheiros de cela morreram asfixiados. Em abril de 1911 foi transferido para oHospital dos Alienados, como louco, mas recebeu alta e voltou para a Ilha das Cobras, de onde foi solto em 1912, absolvido das acusações juntamente com nove companheiros. À época, o seu defensor foi o rábula Evaristo de Moraes, contratado pela Ordem de Nossa Senhora do Rosário e dos Homens Pretos, que declinou o recebimento dos honorários que lhe eram devidos.
Banido da Marinha, João Cândido sofreu grandes privações, vivendo precariamente, trabalhando como estivador e descarregando peixes na Praça XV, no centro do Rio de Janeiro.
De acordo com a sua ficha, nos quinze anos em que permaneceu na Marinha, foi castigado em nove ocasiões, preso entre dois a quatro dias em celas solitárias "a pão e água", além de ter sido duas vezes rebaixado de cabo a marinheiro. A sua ficha registra ainda dez elogios por bom comportamento nos últimos três meses antes da revolta.
A sua vida pessoal foi profundamente abalada pelo suicídio de sua segunda esposa (1928). Em 1930 foi novamente detido, acusado de subversão.
Nota com o rodapé: o baitasar adulterou a ordem das partes, afinal, tudo começa com João Cândido, na Revolta da Chibata, mas parece que não gostamos muito da história (desconfiamos das bocas e canetas envesgadas?), apreciamos conhecer essas estórias através da música, das novelas, dos cinemas (como se os escritores e poetas não tivessem lado)... enfim, o baitasar gosta d'O Mestre-Sala dos Mares (título liberado), música do Aldir Blanc e João Bosco, com a Elis cantando, desde a sua primeira audição, ele não lembra o ano (nem tem importância), e depois, muitos anos depois, descobriu que o tal mestre-sala era o Almirante Negro (título original), uma outra história começou a ser cantada... começamos nossa pequena estória com Elis, o resto é apenas domínio dos fatos.
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