quinta-feira, 14 de abril de 2022

Julio Verne - A Volta ao Mundo em 80 Dias, Capítulo XXXIII

Júlio Verne



A Volta ao Mundo em 80 Dias





CAPÍTULO XXXIII

EM QUE PHILEAS FOGG SE MOSTRA À ALTURA DAS CIRCUNSTÂNCIAS



Uma hora depois, o vapor Henrietta ultrapassava o farol que sinaliza a entrada do Hudson, dobrava a ponta de Sandy Hooke dava ao mar. Durante a jornada, costeou Long Island, ao largo das luzes de Fire Island, e correu rapidamente para leste.
No dia seguinte, 13 de dezembro, ao meio dia, um homem subiu ao convés para determinar as coordenadas. Supõem, por certo, que este homem era o capitão Speedy! Nada disso. Era Phileas Fogg.
Quanto ao capitão Speedy, estava fechado e bem fechado à chave no seu camarote, e soltava uivos que denotavam uma cólera, bem perdoável, levada ao paroxismo.
O que tinha acontecido era muito simples. Phileas Fogg queria ir a Liverpool, o capitão não quis conduzi-lo para lá. Então Phileas Fogg tinha aceitado comprar passagem para Bordeaux, e, nas trinta horas que esteve no navio, tinha manobrado tão bem recorrendo às suas bank-notes, que a tripulação, marinheiros e fogueiros — tripulação um pouco contrabandista, que estava em péssimos termos com o capitão — lhe pertencia. Eis por quê Phileas Fogg comandava em lugar do capitão Speedy, por quê o capitão estava trancado no camarote, e por quê enfim o Henrietta se dirigia para Liverpool. E bastava, era evidente, ver Mr. Fogg manobrar, para saber que Mr. Fogg tinha sido marujo.
E agora, como acabaria a aventura, é o que mais tarde se saberá. Contudo, Mrs. Aouda não deixava de se sentir inquieta, apesar de nada dizer. Fix, esse, tinha ficado estupefato a princípio. Quanto a Passepartout, achava simplesmente adorável.
— Entre onze a doze nós, tinha dito o capitão Speedy, e com efeito o Henrietta se mantinha nesta média de velocidade.
Se, pois — que ainda havia “se”! — se, pois, o mar não ficasse muito ruim, se o vento não saltasse para leste, se não sucedesse nenhuma avaria ao barco, nenhum acidente à máquina, o Henrietta, nos nove dias contados de 12 de dezembro a 21, poderia atravessar as três mil milhas que separam Nova Yorkde Liverpool. É verdade que uma vez lá, o negócio do Henrietta somando-se ao do Banco, poderia levar o gentleman um pouco mais longe de onde queria.
Durante os primeiros dias, a navegação se fez em excelentes condições. O mar não estava muito duro; o vento parecia fixo a nordeste; largaram-se as velas, e, sob suas goletas, o Henrietta andou como um verdadeiro transatlântico.
Passepartout estava encantado. A última proeza de seu patrão, da qual não queria ver as consequências, o entusiasmou. Jamais a tripulação vira um rapaz mais alegre, mais ágil. Fazia mil gentilezas para os marinheiros e os assombrava por suas piruetas de malabarista. Com prodigalidade lhes dava os melhores nomes e as bebidas mais atraentes. Para ele, manobravam como gentlemen, e os fogueiros atiçavam as fornalhas como uns heróis. Seu bom humor, muito comunicativo, contagiava todos. Esquecera o passado, os aborrecimentos, os perigos. Só pensava na meta da viagem, tão próxima, e às vezes ardia de impaciência como se tivesse sido aquecido nas fornalhas do Henrietta. Muitas vezes também, o digno rapaz rodeava Fix; o olhava com olho “que se diria comprido”! mas não lhe falava, porque já não existia nenhuma intimidade entre os dois antigos amigos.
Demais, Fix, cumpre dizer, já não compreendia nada! A conquista do Henrietta, a compra de sua tripulação, aquele Fogg manobrando como um marinheiro consumado, todo este conjunto de coisas o aturdia. Não sabia mais o que pensar! Mas, afinal, um gentleman que começava roubando cinquenta e cinco mil libras podia muito bem acabar por roubar uma embarcação. E Fix foi naturalmente levado a crer que o Henrietta, dirigido por Fogg, não iria de jeito nenhum para Liverpool, mas para algum ponto do mundo onde o ladrão, agora pirata, se poria tranquilamente em segurança! Esta hipótese, devemos confessar, não poderia ser mais plausível, e o detetive começava a arrepender-se muito seriamente de ter embarcado nessa.
Quanto ao capitão Speedy , continuava a uivar no camarote, e Passepartout, encarregado de lhe levar alimentos, não o fazia, apesar de ser muito vigoroso, sem as maiores precauções. Mr. Fogg, esse, nem mesmo parecia duvidar que houvesse um capitão a bordo.
No dia 13, passaram pela extremidade da Terra Nova. São más paragens. Durante o inverno sobretudo, os nevoeiros são frequentes, os furacões temíveis. Desde a véspera, o barômetro, que baixara repentinamente, fazia pressentir uma mudança próxima na atmosfera. Com efeito, durante a noite, a temperatura se modificou, o frio tornou-se mais intenso, e ao mesmo tempo o vento rodou para sudeste.
Era um contratempo. Mr. Fogg, para não se afastar de sua rota, teve de ferrar as velas e forçar o vapor. Contudo, o andamento do navio foi diminuindo, tendo em conta o estado do mar, cujas imensas ondas quebravam contra a roda de proa. O navio começou a arfar violentamente, em prejuízo da sua velocidade. O vento virava pouco a pouco furacão, e já se previa o momento em que o Henrietta não pudesse mais se manter sobre as ondas. Ora, se fosse preciso fugir diante do temporal, surgiria o desconhecido com todas as suas consequências.
O semblante de Passepartout carregou-se ao mesmo tempo que o céu, e, por dois dias, o excelente moço passou por transes mortais. Mas Phileas Fogg era um marinheiro ousado, que sabia resistir ao mar, e continuou o seu caminho sem sequer diminuir o vapor. O Henrietta, quando não podia levantar-se sobre a vaga, atravessava-a, o mar varria-lhe o convés, mas passava. Por vezes a hélice emergia, agitando suas pás no ar vertiginosamente, quando alguma montanha de água levantava sua popa para fora da superfície da água. Porém, o navio ia sempre em frente.
Contudo o vento não soprou tão forte quanto poderiam ter esperado. Não se tornou um deste tufões que passam a uma velocidade de noventa milhas por hora. Soprou suportavelmente, mas infelizmente soprou com obstinação do sudeste e não permitiu que se largasse o pano. E contudo, como veremos, teria sido muito útil que tivesse vindo em auxílio do vapor.
Dia 16 de dezembro, era o septagésimo quinto desde a partida de Londres. Em resumo, o Henrietta não tinha ainda um atraso inquietante. Metade da travessia, mais ou menos, já estava feita, e as piores paragens tinham sido vencidas. No verão, poderiam ter tido certeza de sucesso. No inverno, estavam à mercé do mau tempo. Passepartout não emitia sua opinião. No fundo, tinha esperanças, e, se faltasse vento, punha fé no vapor.
Ora, naquele dia, o maquinista tendo subido à coberta, encontrou Mr. Fogg e falou acaloradamente com ele.
Sem saber bem porque — por um pressentimento sem dúvida — Passepartout experimentou uma vaga inquietação. Teria dado uma de suas orelhas para ouvir com a outra o que era dito. Contudo, pôde apanhar algumas palavras, pronunciadas por seu patrão:
— Tem certeza do que disse? perguntou Mr. Fogg.
— Certeza absoluta, senhor, respondeu o maquinista. Não se esqueça de que, desde nossa partida, temos tido as fornalhas sempre acesas, e que se temos suficiente carvão para ir a pouco vapor de Nova Yorka Bordeaux, não temos o bastante para ir a todo o vapor de Nova Yorka Liverpool.
— Pensarei nisso, respondeu Mr. Fogg.
Passepartout tinha compreendido. Ficou mortalmente inquieto.
Ia faltar carvão!
— Ah! se meu patrão passa por esta, disse ele consigo, ficará famoso!
E tendo encontrado Fix, não conseguiu se conter de colocá-lo a par da situação.
— Pois então, lhe respondeu o agente com os dentes cerrados, julga mesmo que vamos para Liverpool!
— Claro que sim!
— Imbecil! respondeu o inspetor, que se afastou, encolhendo os ombros.
Passepartout esteve a ponto de fazê-lo engolir o qualificativo, cujo sentido verdadeiro não podia aliás compreender; mas disse para si que o infortunado Fix deveria estar muito desapontado, muito humilhado em seu amor próprio, depois de ter tão atabalhoadamente seguido uma pista falsa em redor do mundo, e desculpou-o.
E agora que decisão iria tomar Phileas Fogg? Era difícil de imaginar! Entretanto pareceu que o fleumático gentleman tinha tomado uma, porque naquela mesma tarde mandou chamar o maquinista, e lhe disse:
— Atice o fogo e vá em frente até acabar completamente o combustível.
Instantes depois, a chaminé do Henrietta vomitava turbilhões de fumaça.
O navio continuou assim a andar a todo vapor; mas, como tinha sido avisado, dois dias mais tarde, dia 18, o maquinista fez saber que o carvão acabaria naquele dia.
— Que não deixem o fogo baixar, respondeu Mr. Fogg. Pelo contrário. Abram as válvulas.
Naquele dia, por volta do meio dia, depois de ter tomado a altura do sol, e calculado a posição do navio, Phileas Fogg fez vir Passepartout, e deu-lhe a ordem de ir buscar o capitão Speedy . Era como se tivessem mandado o bom moço desacorrentar um tigre, e ele desceu ao tombadilho, se dizendo:
— Positivamente ficará raivoso!
Com efeito, alguns minutos mais tarde, em meio a gritos e pragas, uma bomba chegava ao tombadilho. Esta bomba, era o capitão Speedy . E era evidente que ela iria explodir.
— Onde estamos? tais foram as primeiras palavras que pronunciou no meio das sufocações de cólera, e se não ficasse apoplético, jamais ficaria.
— Onde estamos? repetiu, a face congestionada.
— A setecentas e setenta milhas de Liverpool (300 léguas), respondeu Mr. Fogg com uma calma imperturbável.
— Pirata! exclamou Andrew Speedy.
— Mandei-o chamar, senhor...
— Corsário!
— ...senhor, retomou Phileas Fogg, para pedir que me venda o seu navio.
— Não! por todos os diabos, não!
— É que vou ser obrigado a queimá-lo.
— Queimar meu navio!
— Sim, pelo menos seus altos, porque estamos sem combustível.
— Queimar meu navio! gritou o capitão Speedy, que já nem podia mais sequer pronunciar as sílabas. Um navio que vale cinquenta mil dólares (250.000 F).
— Aqui tem sessenta mil (300.000 F)! respondeu Phileas Fogg, oferecendo ao capitão um maço de bank-notes.
Isso teve um efeito mágico sobre Andrew Speedy. Não se é americano sem que a visão de sessenta mil dólares lhe cause uma certa emoção. O capitão esqueceu em um instante sua cólera, sua encarceramento, todos as queixas contra seu passageiro. O navio tinha vinte anos. Aquilo poderia vir a ser uma mina de ouro!... A bomba não poderia mais explodir. Mr. Fogg arrancara seu estopim.
— E o casco de ferro ficará para mim, disse em um tom singularmente doce.
— O casco de ferro e a máquina, senhor. Fechado?
— Fechado.
E Andrew Speedy, pegando o maço de bank-notes, contou e embolsou.
Durante esta cena, Passepartout estava lívido. Quanto a Fix, quase que teve um enfarto. Quase vinte mil libras gastas, e ainda por cima este Fogg abandonava ao vendedor o casco e a máquina, isto é, quase o valor total do navio! É bem verdade que a quantia roubada do Banco era de cinquenta e cinco mil libras! Quando Andrew Speedy tinha embolsado o dinheiro:
— Senhor, disse Mr. Fogg, que tudo isso não lhe cause admiração. Saiba que perco vinte mil libras se não estiver em Londres dia 21 de dezembro, às oito e quarenta e cinco da noite. Ora, perdi o paquete de Nova York, e como se recusava a me levar a Liverpool...
— E fiz bem, pelos cinquenta mil diabos do inferno, exclamou Andrew Speedy, pois com isso ganhei pelo menos quarenta mil dólares.
Depois, mais pausadamente:
— Sabe uma coisa, acrescentou, capitão?...
— Fogg.
— Capitão Fogg, pois bem, há um yankee no senhor.
E depois de ter feito ao seu passageiro o que ele julgava um comprimento, ia embora, quando Phileas Fogg lhe disse:
— Agora este navio me pertence?
— Claro, da quilha até à ponta dos mastros; tudo o que for madeira, claro.
— Bem. Faça demolir as divisões internas e aquecer a caldeira com os destroços.
Imaginem o que foi preciso consumir de madeira seca para conservar o vapor com suficiente pressão. Naquele dia, o tombadilho, os camarotes de convés, as cabinas, os alojamentos, a falsa coberta, tudo foi abaixo.
No dia seguinte, 19 de dezembro, queimou-se a mastreação, as peças de substituição, as antenas. Abateram-se os mastros, foram cortados a machadadas. Passepartout, rachando, cortando, serrando, fazia o trabalho de dez homens. Era um furor de demolição.
No dia seguinte, 20, os pavezes, as obras mortas, e a maior parte da coberta foram devorados. O Henrietta não era mais que uma embarcação rasa como um pontão.
Mas, nesse dia, foi avistada a costa da Irlanda e as luzes de Fastenet.
Contudo, às dez horas, o navio estava ainda na altura de Queenstown. Phileas Fogg não tinha mais de vinte e quatro horas para chegar a Londres! Ora, era o tempo necessário para o Henrietta chegar a Liverpool — mesmo navegando a todo o vapor. E o vapor iria faltar afinal ao audacioso gentleman.
— Senhor, disse então o capitão Speedy, que tinha acabado se interessando por seus projetos, lamento de verdade. Tudo está contra si! Não estamos senão diante de Queenstown.
— Ah! exclamou Mr. Fogg, é Queenstown, esta cidade de que vemos as luzes é Queenstown?
— Sim.
— Podemos entrar no porto?
— Não antes das três. Só com maré cheia.
— Esperemos! respondeu tranquilamente Phileas Fogg, sem revelar em seu rosto que, por uma suprema inspiração, iria tentar mais uma vez vencer a sorte adversa!
Com efeito, Queenstown é um porto da costa da Irlanda na qual os transatlânticos que vêm dos Estados Unidos deixam na passagem as suas malas postais. As cartas são levadas a Dublin por expressos sempre prontos para partir. De Dublin chegam a Liverpool por vapores de grande velocidade — precedendo em doze horas os barcos mais rápidos das companhias marítimas.
Estas doze horas que assim ganhava o correio da América, Phileas Fogg pretendia também ganhá-las. Em lugar de chegar no Henrietta, no dia seguinte à tarde, em Liverpool, chegaria ao meio dia, e, por conseguinte, teria tempo para estar em Londres antes das oito horas e quarenta e cinco minutos da noite. Pela uma da madrugada, o Henrietta entrou com o mar alto no porto de Queenstown, e Phileas Fogg, depois de ter recebido um vigoroso aperto de mão do capitão Speedy , deixava-o no casco arrasado do seu navio, que ainda valia a metade do que tinha vendido!
Os passageiros desembarcaram depressa. Fix, neste momento, teve um desejo feroz de deter o senhor Fogg. Mas não o fez! Por quê? Que combate se travava nele? Teria mudado de ideias a respeito de Mr. Fogg? Compreendera afinal que se enganara? Todavia, Fix não abandonou Mr. Fogg. Com ele, com Mrs. Aouda, com Passepartout, que já nem gastava o tempo para respirar, subiu no trem de Queenstown à uma e meia da madrugada, chegou a Dublin com o dia nascendo, e embarcou logo num desses vapores — verdadeiros fusos de aço, só movidos por máquinas — que desdenhando elevar-se sobre as ondas, passam invariavelmente através delas.
Ao meio dia menos vinte, em 21 de dezembro, Phileas Fogg desembarcou afinal no cais de Liverpool. Não estava a mais de seis horas de Londres.
Mas neste momento, Fix se aproximou, pôs a mão no seu ombro, e, exibindo seu mandado:
— É o senhor Phileas Fogg? disse ele.
— Sim, senhor.— Eu o prendo, em nome da Rainha!



continua pag 214...

_______________________



Julio Verne nasceu em Nantes em 8 de fevereiro de 1828. Fugiu de casa com 11 anos para ser grumete e depois marinheiro. Localizado e recuperado, retornou ao lar paterno. Em um furioso ataque de vergonha por sua breve e efêmera aventura, jurou solenemente (para a sorte de seus milhões de leitores) não voltar a viajar senão em sua imaginação e através de sua fantasia.
Promessa que manteve em mais de oitenta livros.
Sua adolescência transcorreu entre contínuos choques com o pai, para quem as veleidades exploratórias e literárias de Júlio pareciam totalmente ridículas.
Finalmente conseguiu mudar-se para Paris onde entrou em contato com os mais prestigiados literatos da época. Em 1850 concluiu seus estudos jurídicos e, apesar insistência do pai para que voltasse a Nantes, resistiu, firme na decisão de tornar-se um profissional das letras.
Foi por esta época que Verne, influenciado pelas conquistas científicas e técnicas da época, decide criar uma literatura adaptada à idade científica, vertendo todos estes conhecimentos em relatos épicos, enaltecendo o gênio e a fortaleza do homem em sua luta por dominar e transformar a natureza.
Em 1856 conheceu Honorine de Vyane, com quem casou em 1857.
Por essa época, era um insatisfeito corretor na Bolsa, e resolveu seguir o conselho de um amigo, o editor P. J. Hetzel, que será seu editor in eternum, e converteu um relato descritivo da África no Cinco Semanas em Balão (1863). Obteve êxito imediato. Firmou um contrato de vinte anos com Hetzel, no qual, por 20.000 francos anuais, teria de escrever duas novelas de novo estilo por ano. O contrato foi renovado por Hetzel e, mais tarde, por seu filho. E assim, por mais de quarenta anos, as Voyages Extraordinaires apareceram em capítulos mensais na revista Magasin D'éducation et de Récréation.
Em A Volta ao Mundo em 80 Dias, encontramos, ao mesmo tempo, muito da breve experiência de Verne como marinheiro e como corretor de Bolsa. Nada mais justo, também, que o novo estilo literário inaugurado por Júlio Verne, fosse utilizado por uma nova arte que surgia: o cinema. Da Terra à Lua (Georges Mélies, 1902), La Voyage a travers l'impossible (Georges Mélies, 1904), 20.000 lieus sous les mers (Georges Mélies, 1907), Michael Strogof (J. Searle Dawley, 1910), La Conquête du pôle (Georges Mélies, 1912) foram alguns dos primeiros filmes baseados em suas obras. Foram inúmeros.
A Volta ao Mundo em 80 dias foi filmado em 1956, com enredo milionário, dirigido por Michael Anderson, música de Victor Young, direção de fotografia de Lionel Lindon. David Niven fez Phileas Fogg, Cantinflas, Passepartout, Shirley MacLaine, Aouda. Em 1989, foi aproveitado para uma série de TV, com a participação da BBC, dirigida por Roger Mills. No mesmo ano, outra série de TV, agora nos EE.UU., dirigida por Buzz Kulik, com Pierce Brosnan (Phileas Fogg), Eric Idle (Passepartout), Julia Nickson-Soul (Aouda), Peter Ustinov (Fix).
Apesar de tudo, a vida de Verne não foi fácil. Por um lado sua dedicação ao trabalho minou a tal ponto sua saúde que durante toda a vida sofreu ataques de paralisia. Como se fosse pouco, era diabético e acabou por perder vista e ouvido. Seu filho Michael lhe deu os mesmos problemas que dera ao pai e, desgraça das desgraças, um de seus sobrinhos lhe disparou um tiro à queima-roupa deixando-o coxo. Sua vida efetiva também não foi das mais tranquilas e todos os seus biógrafos admitem ter tido uma amante, um relacionamento que só terminou com a morte da misteriosa dama.
Verne também se interessou pela política, tendo sido eleito para o Conselho de Amiens em 1888 na chapa radical, reeleito em 1892, 1896 e 1900.

Morreu em 24 de Março de 1905


_____________________


Leia também:

Julio Verne - A Volta ao Mundo em 80 Dias, Capítulo XXXIII


_________________________


A Volta ao Mundo em 80 Dias é um romance de aventura escrito pelo francês Júlio Verne e lançado em 1873. A obra retrata a tentativa do cavalheiro inglês Phileas Fogg e seu valete, Passepartout, de circum-navegar o mundo em 80 dias.

Data da primeira publicação: 30 de janeiro de 1873
Autor: Júlio Verne
Editora: Pierre-Jules Hetzel
País: França
Personagens: Phileas Fogg, Passepartout, Princesa Aouda, Inspetor Fix, James Forster

Nenhum comentário:

Postar um comentário