Moacyr Ayres da Siqueira
A poesia na voz do poeta
O Dia dos Pais para um Gaudério
Senti uma coisa estranha
e o primeiro frasco de canha
que avistei na minha frente,
tirei a rolha no dente
como quem da vida apanha
e a mágoa o devora...
fui pondo a rolha fora
curtindo minha revolta
naquele vidro mal cheio,
pra quem porta tanto anseio
frasco a pouco mais de meio
é certo que a rolha não volta!
É que hoje é dia dos pais,
aquele que não tem mais
o seu pra dar um abraço,
que faça assim como eu faço
neste gesto reverente...
tire a rolha no dente
e ponha o primeiro trago
num recanto do galpão
esporeando o coração
com este modesto presente
que repontei do meu pago!...
E quando eu for no reponte
do nosso “Pai Soberano”
e o primeiro frasco de canha
que avistei na minha frente,
tirei a rolha no dente
como quem da vida apanha
e a mágoa o devora...
fui pondo a rolha fora
curtindo minha revolta
naquele vidro mal cheio,
pra quem porta tanto anseio
frasco a pouco mais de meio
é certo que a rolha não volta!
É que hoje é dia dos pais,
aquele que não tem mais
o seu pra dar um abraço,
que faça assim como eu faço
neste gesto reverente...
tire a rolha no dente
e ponha o primeiro trago
num recanto do galpão
esporeando o coração
com este modesto presente
que repontei do meu pago!...
E quando eu for no reponte
do nosso “Pai Soberano”
levado do cotidiano
para além do horizonte,
quero ter um filho amigo
pensando em mim neste dia,
lembrando este verso que deixo
ao modo próprio que digo;
pausado e com muita calma,
pondo uma guampa no queixo
de “água benta” pura e fria
esporeando o coração
e se um trago cai no chão
ali estará minh’alma!
quero ter um filho amigo
pensando em mim neste dia,
lembrando este verso que deixo
ao modo próprio que digo;
pausado e com muita calma,
pondo uma guampa no queixo
de “água benta” pura e fria
esporeando o coração
e se um trago cai no chão
ali estará minh’alma!
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