sábado, 26 de novembro de 2016

Cinema no Sábado 07: Auto-ajuda - Esse cinema de encontros e desencontros

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é uma promessa do que vai acontecer, e já está no ar





Un homme et une femme (1966)







Um Homem, uma Mulher/Um Homme et Une Femme


De Claude Lelouch, França, 1966
Com Anouk Aimée, Jean-Louis Trintignant, Pierre Barouh, Valerie Legrange. Antoine Sire, Soud Amidou
Argumento e roteiro Pierre Uytterhoeven e Claude Lelouch
Fotografia Claude Lelouch
Música Francis Lai, letras Pierre Barouh
Produção Films 13, Claude Lelouch, distribuição Warner Bros.
Cor e P&B, 103 min





Um Homem e Uma Mulher | Trailer Original




50 Anos de Filmes


Texto de Valdir Sanches, convidado especial. * Um homem e seu cachorro caminhando pelo cais sob um tempo feio, o mar cinza, a névoa escondendo o céu, valorizam tremendamente uma cena… de amor. É que Anne e Jean-Louis estão de tal forma apaixonados, que vêem uma beleza muito especial no andar daquele homem, com seu cão.

Claude Lelouch disse que o mau tempo é um dos atores do filme. Mas há outro, se assim se pode dizer: a recorrência das cenas em preto-e-branco. Com estes dois elementos, o diretor consegue criar uma atmosfera intimista, em cenas de grande sensibilidade, durante vários momentos do filme. Não em todos, porque ele joga também com a cor, para mostrar a realidade crua, sem nenhum enquadramento ou recurso especiais, em situações de flashback – quando revela o passado do casal da trama. É verdade que na cor estão também cenas inesquecíveis, com o mar como cenário. Mas é só no preto-e-branco que a magia acontece.

Anouk Amée talvez esteja perfeita em qualquer outro filme, mas neste, além disso, o papel lhe cai à medida. Deu uma Anne sóbria, um pouco ensismemada, mas sobretudo bela. Ela perde o trem para Paris, quando visita sua filha pequena num internato de Deauville (não por acaso uma cidade costeira). Ocorre que Jean-Louis (também muito bem feito por Jean-Louis Trintignant), veio visitar o filho no mesmo internato, e está voltando para a capital, em seu carro – um Mustang vermelho, ícone da geração dos anos 1960, quando o filme foi rodado. A diretora do internato ajeita uma carona…

Duas pessoas – um homem e uma mulher – iniciam, no carro em movimento, o diálogo reticente dos que acabam de se conhecer. O que eles dizem, nesse primeiro momento, não é passado para o espectador. Em lugar das vozes, surgem os primeiros acordes – mas só eles – da música tema. É uma promessa do que vai acontecer, e já está no ar.

O Mustang vermelho segue pela estrada molhada, e a conversa (agora audível) evolui. Assistimos a tudo através do pára-brisa, em muitos momentos com o rosto dos personagens borrados pela chuva e pelo movimento do limpador. Anne é roteirista de cinema. E Jean-Luis, o que faz? Piloto de carro de corrida. A atmosfera intimista é invadida pela cor, pelo ronco dos motores e a alta velocidade do carro que ele está testando. Voltam o preto-e-branco, a chuva no pára-brisa. Anne é casada? Sim. O marido surge em cor, se arriscando como dublê de cinema.

Presente, passado, preto-e-branco, cor. Vemos que o marido morre na filmagem de uma explosão. Anne afinal não é casada, mas viúva. À porta da casa dela, os dois recém conhecidos se despedem (preto-e-branco…) e marcam novo encontro, para visitar os filhos.

Na nova visita às crianças, o diretor cria momentos enternecedores para mostrar a paixão envolvendo crescentemente os pais delas. Um almoço “em família”, as crianças correndo pela praia, de cores desbotadas pelo mau tempo. Um passeio de barco embalado pela atmosfera nostálgica do dia chuvoso e pela bela música de Francis Lai, o autor da trilha sonora.

Mas eis o carro de novo na estrada para Paris. Desta vez estamos dentro dele, e vemos Jean-Louis mudar a marcha e pousar sua mão sobre a de Anne – o primeiro gesto explícito do romance. Ela reage. “Você não me falou sobre sua mulher”. Cor: uma loira (em tudo diferente de Anne) preocupada com o marido, que vai correr as 24 Horas de Le Mans. Ele se acidenta gravemente. Ela se desespera, se suicida. Preto-e-branco: Jean-Louis se despede de Anne. Conta-lhe que vai disputar o rally de Monte Carlo.

Claude Lelouch participou da corrida para gravar cenas reais. Anne espera ansiosamente, em Paris. Mas desta vez, nada acontece a Jean-Louis. Ele recebe um telegrama dela (“Eu te amo”), viaja uma noite inteira no carro do rally (um Mustang branco, sujo e com seu número de corredor na porta) e chega de surpresa à praia, onde Anne e as duas crianças passeiam. Nestes momentos, o tema Um Homem, Uma Mulher toca inteiro…

Num documentário sobre o filme, o diretor diz que sua obra é “entrecortada”, pois filmou cerca de 3.500 planos. A modernização da película permitiu-lhe agilidade para gravar até cem planos em um dia. Algo inteiramente novo, distante da realidade anterior, em que se levavam horas para ajustar um plano. Em Um Homem, Uma Mulher, o ajuste durava 15 minutos e começavam a filmar. “Filmamos direto, somos mais repórteres do que um equipe de cineastas”, disse Lelouch durante a filmagem. Prova disso é que em muitos momentos ele próprio empunhou a câmera.

O filme ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor roteiro original, e a Palma de Ouro em Cannes. A música tema ficou conhecida no mundo todo.








Love Story (1970)







Dirigido por:Arthur Hiller
Realizado em: Dec 16, 1970
Duração: 99 Min
Genero: Drama / Romance
Artistas: Ali MacGraw / Ryan O'Neal / John Marley / Ray Milland / Russell Nype / Katharine Balfour / Sydney Walker / Robert Modica / Walker Daniels / Tommy Lee Jones / John Merensky / Andrew Duncan / Charlotte Ford / Sudie Bond / Julie Garfield






Love Story (1970) - Official Trailer








O que acharia se eu dissesse que acho que estou apaixonado por você?










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