Porto Alegre - Bairro Humaitá/Navegantes
quando nada dá certo, seu moço
chama o guri dos altos da cidade,
não vai resolver
ele demora
e parece que não chega
eu não entendo essa gente
sem nome que só vai levando
quer chegar lá
e acredita nesse guri
olha aí olha aí o guri
ele não chega
olha aí olha aí o guri
que sabe vigiar
olha aí olha aí o teu guri
quando ele vem é para punir
olha aí olha aí o teu guri
isso o danado bem sabe
olha aí olha aí o teu guri
tudo de novo
rua alagada
casa levantada
e o danado do guri
que não vem
tudo bem
o guri do alagado
é o meu guri
o guri nos altos da cidade
e da limousine
é o teu guri
olha aí olha aí
de quem é este guri?
O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice, ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega
Chega suado e veloz do batente
Traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar
Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro com carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos está um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo eu não disse, seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
Composição: Chico Buarque
obrigado, professora Cida e alunos e alunas da T51 e T52. ontem, nas aulas de língua estrangeira , na EJA, o começo das chuvas e durante as chuvas - mesmo prevendo os alagamentos - continuaram nas suas salas de aula. repetiram cantaram estudaram o chico e o guri, olha aí... quando nada dá certo, não chamem o guri, chamem os alunos e alunas da EJA.
eita, GENTE forte!
quando nada dá certo, seu moço
chama o guri dos altos da cidade,
não vai resolver
ele demora
e parece que não chega
eu não entendo essa gente
sem nome que só vai levando
quer chegar lá
e acredita nesse guri
olha aí olha aí o guri
ele não chega
olha aí olha aí o guri
que sabe vigiar
olha aí olha aí o teu guri
quando ele vem é para punir
olha aí olha aí o teu guri
isso o danado bem sabe
olha aí olha aí o teu guri
tudo de novo
rua alagada
casa levantada
e o danado do guri
que não vem
tudo bem
o guri do alagado
é o meu guri
o guri nos altos da cidade
e da limousine
é o teu guri
olha aí olha aí
de quem é este guri?
O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice, ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega
Chega suado e veloz do batente
Traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar
Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro com carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos está um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo eu não disse, seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
Olha aí!
Ai, o meu guri, olha aí
Olha aí!
É o meu guri!
Composição: Chico Buarque
Imagens do Prof. Mateus Ceni de Oliveira |
obrigado, professora Cida e alunos e alunas da T51 e T52. ontem, nas aulas de língua estrangeira , na EJA, o começo das chuvas e durante as chuvas - mesmo prevendo os alagamentos - continuaram nas suas salas de aula. repetiram cantaram estudaram o chico e o guri, olha aí... quando nada dá certo, não chamem o guri, chamem os alunos e alunas da EJA.
eita, GENTE forte!
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