quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Edgar Allan Poe - Contos: Um Homem na Lua (02)

Edgar Allan Poe - Contos




Um Homem na Lua 
Título original: The Unparalleled Adventure of One Hans Pfaall 
Publicado em 1835






Cheio o coração de delirantes fantasias 
Que eu capitaneio, 
Com uma lança de fogo e um cavalo de ar 
Viajo através da imensidade.

— Canção de Tom O’Fedlan



continuando...


«Uma noite transportei, prudentemente, para um sítio afastado da cidade, cinco barricas de dimensões iguais e uma sexta barrica maior, seis tubos de zinco de três polegadas de diâmetro e de quatro pés de comprimento, cada um fabricado ad hoc, uma grande quantidade de certa substância metálica ou semimetálica, que não nomearei, e uma dúzia de garrafões cheios de um ácido muito vulgar. O gás que devia resultar desta combinação é um gás que ninguém, exceto eu, fabricou até hoje, ou que pelo menos não foi, até hoje, aplicado da forma como eu o apliquei. 
«A única coisa que direi é que se trata de uma das partes constitutivas do azote, considerado como irredutível, e cuja densidade é trinta e sete vezes e quatro décimos aproximadamente menor que a do hidrogénio. Não é inodoro mas é insípido; arde, quando puro, com uma chama esverdeada e ataca instantaneamente a vida animal. Eu não tinha inconveniente algum em revelar o segredo, mas já disse que este pertence a um cidadão de Nantes (França), que me comunicou com essa condição. 
«O mesmo indivíduo confiou-me, sem que eu lhe pedisse, um processo para construir os balões com certo tecido animal que torna impossível as fugas de gás; mas como me parecesse muito dispendioso esse processo, optei por revestir a cambraia com borracha. Faço constar esta circunstância porque, provavelmente, o indivíduo em questão fará um destes dias uma ascensão com o novo gás e com a matéria citada, e não é justo que eu o prive das honras da sua originalíssima invenção.
«Em cada um dos sítios que os cinco barris pequenos deviam ocupar abri um buraco; os cinco buracos formavam um círculo de vinte cinco pés de diâmetro. No centro deste círculo cavei um buraco mais profundo para colocar a barrica maior. «Em cada um dos cinco buracos pus uma caixa de lata contendo cinquenta libras de pólvora, e no buraco maior um barrilzito com trezentas e cinquenta. Depois fiz passar, de um buraco a outro, uma corda untada com breu, e coloquei finalmente as cinco barricas nos lugares respetivos. 
«Além dos artigos anteriormente encomendados, transportei para o depósito geral, oculto convenientemente, um dos aparelhos aperfeiçoados de Grimm para a condensação do ar atmosférico. No entanto, descobri imediatamente que esta máquina precisava de modificações importantes para ser empregada como eu desejava; mas graças à minha teimosia e perseverança consegui fazer as modificações necessárias. 
«Depressa ficou tudo preparado. O balão podia conter mais de quarenta mil pés cúbicos de gás e sustentaria facilmente, segundo os meus cálculos, não só a mim e a todo o equipamento, mas também setenta e cinco libras de lastro. Envernizei três vezes o pano e vi com satisfação que a cambraia fazia o mesmo efeito que a seda: tinha a mesma solidez e, além disso, custara mais barato. 
«Preparado tudo, exigi de minha mulher o juramento de que não falaria de nenhum dos meus atos a partir da primeira visita à livraria; eu, pela minha parte, prometi voltar o roais depressa que as circunstâncias me permitissem. 
«Na realidade, a sua situação não me preocupava, por pouco que fosse. Trata-se de uma dessas mulheres capazes de se desembaraçarem sozinhas e de seguir para diante sem a minha ajuda. Finalmente, e para dizer tudo, tenho a ideia de que sempre me considerou um folgazão, um simples contrapeso, uma espécie de homem bom unicamente para fazer castelos no ar e nada mais; no fundo, não devia incomodar-se muito por se ver livre de mim. 
«Estava uma noite sombria quando nos despedimos pela última vez. Levando comigo, como ajudantes de campo, os três credores que tantos desgostos me tinham causado, trasladei o balão com a sua barquinha e os demais acessórios pelas ruas afastadas até ao lugar onde tinha o depósito geral. Encontrei intactos todos os objetos e imediatamente começámos a tarefa. 
«Era o dia 1.º de abril. Na noite, muito sombria, como disse anteriormente, mal se distinguia uma estrela, e caía uma chuvinha muita incomodativa. No entanto, o que mais me preocupava era o balão, que, apesar do verniz protetor do pano, pesava cada vez mais por causa da humidade. Receava também que a pólvora se estragasse. Por isso apressava os meus ajudantes, fazendo-lhes acelerar o passo. Eles não deixavam de manifestar o descontentamento que sentiam e enchiam-me de perguntas que naturalmente não tinham resposta. Não compreendiam a vantagem que podiam obter, empapando-se de água até aos ossos, só para se fazerem cúmplices de um assunto estranho. Tantas coisas me disseram que comecei a inquietar-me seriamente, porque me apercebi de que aqueles idiotas acreditavam que eu estava combinado com o diabo para realizar um trabalho sobre-humano. 
«Houve momentos em que os vi dispostos a deixar-me ali plantado, e tive que utilizar toda a minha inteligência para os convencer de que receberiam até ao último centavo logo que toda a tarefa terminasse. Naturalmente que me ajudou muito para os convencer a confiança que tinham, no fundo, em que eu chegaria a ser imensamente rico, embora lhes fosse indiferente o que sucedesse ao meu corpo e à minha alma. 
«Ao fim de quatro horas, aproximadamente, considerei que o balão estava bem cheio. Pendurei a barquinha e pus dentro dela todo o meu equipamento: um telescópio, um barómetro com algumas modificações importantes, um termómetro, um eletrômetro, um compasso, uma bússola, um relógio de segundos, um sino, uma buzina, etc., etc., assim como um globo de vidro, no qual tinha feito previamente o vácuo, fechando-o hermeticamente, sem esquecer o aparelho condensador, cal viva, um pau de lacre, abundante provisão de água e víveres suficientes, tais como pemmican, que, num pequeno volume, contém enorme quantidade de substâncias nutritivas. Por fim, pus também na barquinha um casal de pombos e uma gata. «Estava quase a nascer o sol e compreendi que tinha chegado o momento de efetuar a partida. Deixei cair, como que casualmente, o charuto aceso, e ao baixar-me para o apanhar procurei deitar o fogo à mecha, cujo extremo, como disse, já sobressaía um pouco por debaixo do bordo inferior de um dos barris. 
«Nenhum dos meus três verdugos deu conta desta manobra, pela sua rapidez. Saltei depois para a barquinha e, cortando a última corda que me retinha ao solo, vi com alegria que o balão subia rapidamente com as suas cento e cinquenta libras de lastro. Poderia até levar o dobro. 
«No entanto, apenas subira a uma altura de cinquenta jardas quando soou debaixo de mim um rumor espantoso e o ar se encheu de uma espessíssima tromba de fogo e de fumo, no meio da qual voavam pedaços de madeira, de ferro e membros humanos. Senti desfalecer o meu coração e acocorei-me no fundo da barquinha, tremendo de horror. 
«Compreendi então que tinha carregado demasiado a mina e que ia sofrer as consequências disso. Efetivamente, não tinha ainda passado um segundo quando notei que todo o sangue me afluía às fontes e, subitamente, uma explosão que não esquecerei nunca, fez estremecer as trevas e pareceu separar em dois o firmamento. Mais tarde, quando pude refletir, atribuí a extrema violência da explosão à sua verdadeira causa, isto é, ao facto de estar colocado imediatamente por cima dos barris, e portanto dentro do seu poderoso raio de ação. 
«Mas no momento da explosão não pensei senão em salvar a vida. O balão, a princípio, torceu-se, depois dilatou-se furiosamente e começou a dançar com uma velocidade vertiginosa, e, por fim, cambaleando como um bêbedo, lançou-me pela borda da barquinha, ficando preso, a uma altura espantosa, com a cabeça para baixo, ao extremo de uma corda muito curta e muito delgada na qual se envencilhou providencialmente o meu pé esquerdo. 
«É impossível, absolutamente impossível, formar uma ideia justa do horror da minha situação. Abri convulsivamente a boca para respirar; um tremor de febre sacudia todos os nervos e músculos do meu corpo, os olhos desorbitavam-se, sentia-me atacado de náuseas, e por fim perdi o conhecimento. 
«Não posso dizer quanto tempo permaneci naquele estado, mas devia ter decorrido muito, porque, ao recobrar em parte o uso dos meus sentidos, era dia claro. O balão encontrava-se a prodigiosa altura por cima da imensidade oceânica, e até aos limites onde a vista alcançava não se divisava o menor vestígio de terra. 
«Tenho de confessar, no entanto, que as minhas sensações, ao voltar a mim, não eram tão extremamente dolorosas como seria de esperar. Realmente havia muito de loucura naquela plácida contemplação com a qual examinava o meu estado. Passei a mão pelos olhos perguntando a mim mesmo, com assombro, que acidente poderia fazer inchar assim as minhas veias e enegrecer
as minhas unhas. Depois examinei cuidadosamente a cabeça, sacudi-a várias vezes e apalpei-a com minuciosa atenção, até que me convenci de que não era tão grande como o balão. Em seguida, com o hábito do homem que sabe onde estão os seus bolsos, meti as mãos nos das calças, e ao dar conta que perdera o caderno de apontamentos e o estojo dos palitos dos dentes procurei explicar a causa desta desaparição; e como não o consegui, fiquei muito triste. Pareceu-me então sentir uma dor viva no pé esquerdo e a obscura consciência da minha situação começou a agitar-se no meu espírito. 
«Mas — coisa estranha! — não senti nem assombro nem terror. A única emoção experimentada foi uma espécie de satisfação ao pensar na destreza necessária para sair de conjuntura tão singular. Durante alguns minutos, fiquei mergulhado na mais profunda meditação. Lembra-me de que cerrei os lábios, que pus o dedo indicador na ponta do nariz e que fiz toda a espécie de gestos e de caretas habituais nas pessoas que, comodamente instaladas numa cadeira, meditam sobre assuntos confusos e importantes. 
«Quando supus suficientemente coordenadas as minhas ideias, procurei levar, com toda a precaução, as mãos às costas, e ao cabo de um pouco de paciência consegui tirar do cinturão a grossa anilha de ferro que o terminava. Depois coloquei-a entre os dentes, e desfiz o nó da gravata; é claro que tinha de descansar um pedaço, de tal forma esta operação era fatigante; mas consegui acabá-la com êxito, e atando um dos extremos da gravata ao anel prendi o outro, muito apertado, ao punho direito. Levantei então o corpo por meio de um prodigioso esforço muscular, e consegui, à primeira tentativa, lançar a anilha, como me propunha, ao rebordo circular da barquinha. 
«O meu corpo formava então com este um ângulo de 45 graus aproximadamente, o que não significa que estivesse a 45 graus por baixo da perpendicular. Nada disso. Continuava colocado num plano quase paralelo ao nível do horizonte, porque a nova posição que tinha conquistado teve por efeito inclinar o fundo da barquinha e, portanto, a minha posição era a mais penosa possível. 
«Tinha todos os motivos para abençoar o acaso, mas a verdade é que estava de tal forma estupefato que permaneci suspenso durante um quarto de hora, sem dar conta daquela extraordinária situação, nem tentar o mais ligeiro esforço, perdido numa calma singular e com a mais idiota beatitude. Não devia tardar muito em desvanecer-se esta disposição do meu ânimo para se transformar num sentimento de horror, de espanto e de absoluto desespero. O sangue, tanto tempo acumulado na cabeça e na garganta, e que me causara um saudável delírio, cuja ação substituía a energia física, começava agora a recobrar o nível habitual. Com a clarividência aumentava a percepção do perigo, deixando-me contudo o sangue-frio e a coragem necessários para afrontá-lo. Mas, afortunadamente, essa debilidade não durou muito tempo. A energia do desespero veio oportunamente e, com gritos e esforços frenéticos, lancei-me convulsivamente numa sacudidela geral de todo o meu corpo, conseguindo por fim agarrar-me ao rebordo da barquinha, e, saltando por cima dele, caí de cabeça no fundo. 
«Passou algum tempo antes que eu pudesse ocupar-me do balão. Já senhor de mim, examinei-o demoradamente e certifiquei-me de que não sofrera nenhuma avaria. Todos os meus instrumentos estavam sãos e salvos e nada se perdera nem do lastro nem das provisões. Olhei para o relógio: marcava seis horas. 
«O balão subia rapidamente e o barômetro marcou uma altura de três milhas e três quartos. Justamente debaixo de mim aparecia no oceano um pequeníssimo objeto negro de forma ligeiramente alargada e com as dimensões de uma pedra de dominó, com a qual se parecia de uma maneira extraordinária. Foquei o meu telescópio sobre esse objeto e vi então que se tratava de um navio de guerra inglês. Além dele não via mais que o oceano e o céu, no qual brilhava o sol. 
«Já é tempo de explicar a Vossas Excelências o objeto da minha viagem. Lembram-se Vossas Excelências de que a minha deplorável situação me fizera pensar no suicídio. Não era que eu estivesse desgostoso da vida, mas porque me sentia afogado pela miséria da minha situação. Nesse estado de espírito, desejando viver mas fatigado, no entanto, da vida, o livro que caiu nas minhas mãos por acaso, junto ao oportuno descobrimento do meu primo de Nantes, fez-me tomar uma resolução definitiva. Resolvi abandonar o mundo, mas continuar a existir; em resumo, para evitar os enigmas: resolvi, sem preocupações, emigrar para a Lua. E para que me não suponham mais louco do que na realidade o. estou, procurarei expor da melhor maneira possível as considerações que me induziram a crer factível essa tentativa, por muito difícil e cheia de perigos que se imagine. 
«O que primeiro precisamos de ter em conta é a distância positiva da Terra à Lua. A distância média ou aproximativa entre os centros dos dois planetas é 59 vezes, mais uma fração, o raio equatorial da Terra, ou seja aproximadamente 237000 milhas. Digo a distância média ou aproximativa porque é fácil de conceber que, sendo a forma da órbita lunar a de uma elipse cuja excentricidade não é inferior a 0,05484 do seu eixo médio, e ocupando ele o eixo da Terra, o foco desta elipse, se eu conseguisse encontrar a lua no seu perigeu a distância mencionada seria muito menor. 
«No entanto, pondo de parte esta hipótese, é indubitável que, de todas as maneiras, eu tinha que deduzir das 237000 milhas o raio da Terra, quer dizer, 4000, e o raio da Lua, isto é, 1080, ou seja um total de 5080. De forma que não precisava de percorrer mais do que uma distância aproximada de 231920 milhas, o que, no final de contas, não era muito extraordinário. É muito frequente efetuarem-se na Terra viagens com uma velocidade de 60 milhas por hora; e embora eu tivesse motivos para crer que poderia avançar mais rapidamente, conformando-me com a velocidade de 60 milhas não precisava de mais de cento e sessenta e um dias para chegar à superfície da Lua. 
«Vou explicar a Vossas Excelências em que se baseia o meu convencimento de poder aumentar a velocidade. 
«O segundo ponto a examinar não era menos importante. Segundo as indicações barométricas, sabemos que, ao elevarmo-nos por cima da superfície terrestre a uma altura de 1000 pés, deixamos uma trigésima parte da massa atmosférica abaixo de nós; aos 10600 pés ultrapassa-se uma terça parte aproximadamente; e aos 18000, que é quase a altura do Cotopaxi, ultrapassamos a metade da massa fluída, e, por consequência, metade da parte ponderável do ar que envolve o nosso globo. Calculou-se, portanto, que a uma altura que não excede a centésima parte do globo terrestre — quer dizer, 80 milhas — deve ser tal a rarefação que a vida animal não pode subsistir de qualquer maneira. Mas não deixo de observar que todos estes cálculos se baseiam unicamente sobre o nosso conhecimento experimental das propriedades do ar e das leis mecânicas que regem a sua dilatação e a sua compressão, no que poderíamos chamar, falando comparativamente, a proximidade da Terra. E ao mesmo tempo considera-se como um facto positivo que a uma distância determinada, mas inacessível, da sua superfície, a vida animal é e deve ser essencialmente incapaz de modificação. 
«A maior altura a que chegou um homem é a de 25000 pés; refiro-me à expedição aeronáutica dos senhores Gay-Lussac e Biot. É uma altura bastante medíocre, sobretudo se a compararmos com as 80 milhas em questão, e, como é natural, eu não podia deixar de duvidar das anteriores afirmações. 
«Supondo uma ascensão a uma altura determinada, a quantidade do ar atravessado durante todo o período ulterior da ascensão não é de forma alguma proporcional à altura adicional conseguida, como se pode ver do que foi anteriormente mencionado, mas num sentido de constante diminuição. É portanto evidente que, elevando-nos o mais possível, não podemos, literalmente falando, chegar a um limite por cima do qual a atmosfera cesse, por completo, de existir. Deve existir , visto que pode existir num estado de rarefação infinita. 
«Por outro lado, já sabia que não faltam argumentos para demonstrar que existe um limite real e determinado da atmosfera para além da qual não há, de nenhum modo, ar respirável. Mas os que opinam desta maneira esqueceram uma circunstância que poderia ser, não uma refutação peremptória da sua doutrina, mas um ponto digno de séria investigação. Comparemos os intervalos entre os retornos sucessivos do cometa Encke ao seu periélio, tendo em conta todas as perturbações devidas à atração planetária, e veremos que os períodos diminuem gradualmente, quer dizer, que o grande eixo da elipse do cometa se vai reduzindo numa proporção lenta mas perfeitamente gradual. É precisamente o caso que deve dar-se se supusermos que o cometa sofre a resistência de um meio etéreo excessivamente rarefeito que penetra as regiões da sua órbita. Evidentemente que, retardando-se desta maneira a velocidade do cometa, aumenta a sua força centrípeta, e enfraquece a sua força centrífuga. Ou, por outras palavras: a atração solar seria cada vez mais poderosa e o cometa aproximar-se-ia cada vez mais a cada nova revolução. Não há, verdadeiramente, outra forma de explicar esta variante.



continua...




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Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, Massachusetts, Estados Unidos, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, Maryland, Estados Unidos, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico estadunidense.[1][2] Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é geralmente considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica.[3] Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difíceis.

Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, passando a maior parte do tempo entre bebidas e mulheres. Nesse período, teve uma séria discussão com seu pai adotivo e fugiu de casa para se alistar nas forças armadas, onde serviu durante dois anos antes de ser dispensado. Depois de falhar como cadete em West Point, deixou a sua família adotiva. Sua carreira começou humildemente com a publicação de uma coleção anônima de poemas, Tamerlane and Other Poems (1827).

Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova Iorque. Em Baltimore, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos, morreu antes que pudesse ser produzido. A causa de sua morte é desconhecida e foi por diversas vezes atribuída ao álcool, congestão cerebral, cólera, drogas, doenças cardiovasculares, raiva, suicídio, tuberculose entre outros agentes.

Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.


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Edgar Allan Poe

CONTOS

Originalmente publicados entre 1831 e 1849 






Edgar Allan Poe - Contos: Um Homem na Lua (01)

Edgar Allan Poe - Contos: Um Homem na Lua (03)


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