quarta-feira, 3 de junho de 2020

José Saramago - Ensaio sobre a cegueira... O médico perguntou-lhe (03)

Ensaio sobre a cegueira




A Pilar
A minha filha Violante


Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara

Livro dos Conselhos




continuando...



O médico perguntou-lhe, Nunca lhe tinha acontecido antes, quero dizer, o mesmo de agora, ou parecido, Nunca, senhor doutor, eu nem sequer uso óculos, E diz-me que foi de repente, Sim, senhor doutor, Como uma luz que se apaga, Mais como uma luz que se acende, Nestes últimos dias tinha sentido alguma diferença na vista, Não, senhor doutor, Há, ou houve, algum caso de cegueira na sua família, Nos parentes que conheci ou de quem ouvi falar, nenhum, Sofre de diabetes, Não, senhor doutor, De sífilis, Não, senhor doutor, De hipertensão arterial ou intracraniana, Da intracraniana não sei, do mais sei que não sofro, lá na empresa fazem-nos inspecções, Deu alguma pancada violenta na cabeça, hoje ou ontem, Não, senhor doutor, Quantos anos tem, Trinta e oito. Bom, vamos lá então observar esses olhos. O cego abriu-os muito, como para facilitar o exame, mas o médico tomou-o por um braço e foi instalá-lo por trás de um aparelho que alguém com imaginação poderá ver como um novo modelo de confessionário, em que os olhos tivessem substituído as palavras, com o confessor a olhar directamente para dentro da alma do pecador, Apoie aqui o queixo, recomendou, mantenha os olhos abertos, não se mexa. A mulher aproximou-se do marido, pôs-lhe a mão no ombro, disse, Verás como tudo se irá resolver. O médico subiu e baixou o sistema binocular do seu lado, fez girar parafusos de passo finíssimo, e principiou o exame. Não encontrou nada na córnea, nada na esclerótica, nada na íris, nada na retina, nada no cristalino, nada na mácula lútea, nada no nervo óptico, nada em parte alguma. Afastou-se do aparelho, esfregou os olhos, depois recomeçou o exame desde o princípio, sem falar, e quando outra vez terminou tinha na cara uma expressão perplexa, Não lhe encontro qualquer lesão, os seus olhos estão perfeitos. A mulher juntou as mãos num gesto de alegria e exclamou, Eu bem te tinha dito, eu bem te tinha dito, tudo se ia resolver. Sem lhe dar atenção, o cego perguntou, Já posso tirar o queixo, senhor doutor, Claro que sim, desculpe, Se os meus olhos estão perfeitos, como diz, então por que estou eu cego, Por enquanto não lhe sei dizer, vamos ter de fazer exames mais minuciosos, análises, ecografia, encefalograma, Acha que tem alguma coisa a ver com o cérebro, É uma possibilidade, mas não creio, No entanto o senhor doutor diz que não encontra nada de mau nos meus olhos, Assim é, Não percebo, O que quero dizer é que se o senhor está de facto cego, a sua cegueira, neste momento, é inexplicável, Duvida que eu esteja cego, Que ideia, o problema está na raridade do caso, pessoalmente, em toda a minha vida de médico, nunca me apareceu nada assim, e atrevo-me mesmo a dizer que em toda a história da oftalmologia, Acha que tenho cura, Em princípio, porque não lhe encontro lesões de qualquer tipo nem malformações congênitas, a minha resposta deveria ser afirmativa, Mas pelos vistos não o é, Só por cautela, só porque não quero dar-lhe esperanças que depois venham a mostrar-se sem fundamento, Compreendo, Pois é, E deverei seguir algum tratamento, tomar algum remédio, Por enquanto não lhe receitarei nada, seria estar a receitar às cegas, Aí está uma expressão apropriada, observou o cego. O médico fez que não ouvira, afastou-se do banco giratório em que se tinha sentado para a observação, e, mesmo de pé, escreveu numa folha de receita os exames e análises que considerava necessários. Entregou o papel à mulher, Aqui tem, minha senhora, volte cá com o seu marido quando tiver os resultados, se entretanto houver alguma modificação no estado dele, telefone-me, A consulta, senhor doutor, Paga à empregada da recepção. Acompanhou-os à porta, balbuciou uma frase de confiança, do género Vamos a ver, vamos a ver, é preciso não desesperar, e quando se encontrou de novo só entrou no pequeno quarto de banho anexo e ficou a olhar-se no espelho durante um longo minuto, Que será isto, murmurou. Depois regressou ao gabinete, chamou a empregada, Mande entrar o seguinte. 

Nessa noite o cego sonhou que estava cego.

Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que depois roubou o carro não tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer intenção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais que obedecer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo que são, como toda a gente sabe, duas das melhores características do género humano, podendo ser encontradas até em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples ladrãozeco de automóveis sem esperança de avanço na carreira, explorado pelos verdadeiros donos do negócio, que esses é que se vão aproveitando das necessidades de quem é pobre. No fim das contas, estas ou as outras, não é assim tão grande a diferença entre ajudar um cego para depois o roubar e cuidar de uma velhice caduca e tatebitate com o olho posto na herança. Foi só quando já estava perto da casa do cego que a ideia se lhe apresentou com toda a naturalidade, exactamente, assim se pode dizer, como se tivesse decidido comprar um bilhete de lotaria só por ter visto o cauteleiro, não teve nenhum palpite, comprou a ver o que dali sala, conformado de antemão com o que a volúvel fortuna lhe trouxesse, algo ou coisa nenhuma, outros diriam que agiu segundo um reflexo condicionado da sua personalidade. Os cépticos acerca da natureza humana, que são muitos e teimosos, vêm sustentando que se é certo que a ocasião nem sempre faz o ladrão, também é certo que o ajuda muito. Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do afinal falso samaritano, naquele derradeiro instante em que a bondade nada poderia ter prevalecido referimo-nos o oferecimento de lhe ficar a fazer companhia enquanto a mulher não chegasse quem sabe se o efeito da responsabilidade moral resultante da confiança assim outorgada não teria inibido a tentação criminosa e feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será possível encontrar mesmo nas almas mais perdidas. Plebeiamente concluindo como não se cansa de ensinar-nos o provérbio antigo, o cego, julgando que se benzia, partiu o nariz.

A consciência moral, que tantos insensatos têm ofendido e muitos mais renegado, é coisa que existe e existiu sempre, não foi uma invenção dos filósofos do Quaternário, quando a alma mal passava ainda de um projecto confuso. Com o andar dos tempos, mais as actividades da convivência e as trocas genéticas, acabámos por meter a consciência na cor do sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca. Acresce a isto, que é geral, a circunstancia particular de que, em espíritos simples, o remorso causado por um mal feito se confunde frequentemente com medos ancestrais de todo o tipo, donde resulta que o castigo do prevaricador acaba por ser. sem pau nem pedra, duas vezes o merecido. Não será possível, portanto, neste caso, deslindar que parte dos medos e que parte da consciência afligida começaram a apoquentar o ladrão assim que pôs o carro em marcha. Sem dúvida nunca poderia ser tranquilizador ir sentado no lugar de alguém que segurava com as mãos este mesmo volante no momento em que cegou, que olhou através deste pára-brisas e de repente ficou sem ver, não é preciso ser-se dotado de muita imaginação para que tais pensamentos façam acordar a imunda e rastejante besta do pavor, aí está ela já a levantar a cabeça. Mas era também o remorso, expressão agravada duma consciência, como antes foi dito, ou, se quisermos descrevê-lo em termos sugestivos, uma consciência com dentes para morder, que estava a pôr-lhe diante dos olhos a imagem desamparada do cego quando fechava a porta, Não é preciso, não é preciso, dissera o coitado, e daí para o futuro não seria capaz de dar um passo sem ajuda.

O ladrão redobrou de atenção ao transito para impedir que pensamentos tão assustadores lhe ocupassem por inteiro o espírito, sabia bem que não podia permitir-se o mais pequeno erro, a mais pequena distracção. A polícia andava por ali, bastava que algum deles o mandasse parar, Faça favor, a carta e o livrete, outra vez a cadeia, a dureza da vida. Usava de todo o cuidado em obedecer aos semáforos, em caso algum avançar com o vermelho, respeitar o amarelo, esperar com paciência que saia o verde. A certa altura apercebeu-se de que tinha começado a olhar as luzes de um modo que se estava a tornar obsessivo. Passou então a regular a velocidade do carro de maneira a ter sempre por diante um sinal verde, mesmo que para o conseguir tivesse de aumentar a velocidade ou, pelo contrário, reduzi-la ao ponto de irritar os condutores que vinham de trás. Por fim, desorientado, tenso a mais não poder, acabou por enfiar o carro por uma rua transversal secundária onde sabia não haver semáforos, e arrumou-o quase sem olhar, que lá bom condutor era ele. Sentia-se à beira de um ataque de nervos, por estas exactas palavras o havia pensado, Estou aqui estou a ter um ataque de nervos. Abafava-se dentro do automóvel. Desceu os vidros dos dois lados, mas o ar de fora, se se movia, não refrescou a atmosfera interior. Que faço, perguntou. O barracão aonde deveria levar o carro ficava longe, numa povoação fora da cidade, com o estado de espírito em que se encontrava nunca conseguiria lá chegar, Apanha-me aí um polícia, ou tenho um desastre, e ainda é pior, murmurou. Pensou então que o melhor seria sair do automóvel por um bocado, arejar as ideias, Talvez me limpe os aranhiços da cabeça, lá porque o tipo ficou cego não quer dizer que a mim me suceda o mesmo, isto não é uma gripe que se pega, dou uma volta ao quarteirão e já me passa. Salu, nem valia a pena fechar o carro, daí a nada estaria de volta, e afastou-se. Ainda não tinha andado trinta passos quando cegou.

No consultório, o último paciente a ser atendido foi o velho de bom génio, aquele que dissera tão boas palavras sobre o pobre diabo que cegara de repente. Ia só para combinar a data da operação a uma catarata que lhe aparecera no único olho que lhe restava, a venda preta tapava uma ausência. não tinha nada que ver com o caso de agora, São mazelas que vêm com a idade, dissera-lhe o médico tempos atrás, quando estiver madura tiramo-la, depois nem vai reconhecer o mundo em que vivia. Quando o velho da venda preta saiu e a enfermeira disse que não havia mais pacientes na sala de espera, o médico pegou na ficha do homem que aparecera cego, leu-a uma vez, duas vezes, pensou durante alguns minutos e finalmente ligou o telefone para um colega, com quem teve a seguinte conversação, Queres saber, tive hoje um caso estranhíssimo, um homem que perdeu totalmente a visão de um instante para outro, o exame não mostrou qualquer lesão perceptível nem indícios de malformações de nascença, diz ele que vê tudo branco, uma espécie de brancura leitosa, espessa, que se lhe agarra aos olhos, estou a tentar exprimir o melhor possível a descrição que fez, sim, claro que é subjectivo, não, o homem é novo, trinta e oito anos, tens notícia de algum caso semelhante, leste, ouviste falar, bem me parecia, por agora não lhe vejo solução, para ganhar tempo mandei-lhe fazer umas análises, sim, podemos observá-lo juntos um destes dias, depois do jantar vou passar os olhos pelos livros, rever bibliografia, talvez encontre uma pista, sim, bem sei, a agnosia, a cegueira psíquica, poderia ser. mas então tratar-se-ia do primeiro caso com estas características, porque não há dúvida de que o homem está mesmo cego, a agnosia, sabemo-lo é a incapacidade de reconhecer o que se vê, pois, também pensei nisso, a possibilidade de se tratar de uma amaurose, mas lembra-te do que comecei por te dizer, esta cegueira é branca, precisamente o contrário da amaurose, que é treva total, a não ser que exista por aí uma amaurose branca, uma treva branca, por assim dizer, sim, já sei, foi coisa que nunca se viu, de acordo, amanhã telefono-lhe, digo-lhe que queremos examiná-lo os dois. Terminada a conversa, o médico recostou-se na cadeira, deixou-se ficar assim uns minutos, depois levantou-se, despiu a bata em movimentos cansados, lentos. Foi à casa de banho para lavar as mãos, mas desta vez não perguntou ao espelho, metafisicamente, Que será aquilo, recuperara o espírito científico, o facto de a agnosia e a amaurose se encontrarem identificadas e definidas com precisão nos livros e na prática, não significava que não viessem a surgir variantes, mutações, se a palavra é adequada, e esse dia parecia ter chegado. Há mil razões para que o cérebro se feche, só isto, e nada mais, como uma visita tardia que encontrasse cerrados os seus próprios umbrais. O oftalmologista tinha gostos literários e sabia citar a propósito.

À noite, depois do jantar, disse à mulher, Apareceu-me no consultório um estranho caso, poderia tratar- se de uma variante da cegueira psíquica ou da amaurose, mas não consta que tal coisa se tivesse verificado alguma vez, Que doenças são essas, a amaurose e a outra, perguntou a mulher. O médico deu uma explicação acessível a um entendimento normal, que satisfez a curiosidade dela, depois foi buscar à estante os livros da especialidade, uns antigos, do tempo da faculdade, outros recentes, alguns de publicação recentíssima, que ainda mal tivera tempo de estudar. Procurou nos índices, a seguir, metodicamente, pôs-se a ler tudo o que ia encontrando sobre a agnosia e a amaurose, com a impressão incómoda de saber-se intruso num domínio que não era o seu, o misterioso território da neurocirurgia, acerca do qual não possuía mais do que umas luzes escassas. Noite dentro, afastou os livros que estivera a consultar, esfregou os olhos fatigados e reclinou-se na cadeira. Nesse momento a alternativa apresentava-se-lhe com toda a clareza. Se o caso fosse de agnosia, o paciente estaria vendo agora o que sempre tinha visto, isto é, não teria ocorrido nele qualquer diminuição da acuidade visual, simplesmente o cérebro ter-se- ia tornado incapaz de reconhecer uma cadeira onde estivesse uma cadeira, quer dizer, continuaria a reagir correctamente aos estímulos luminosos encaminhados pelo nervo óptico, mas, para usar uns termos comuns, ao alcance de gente pouco informada, teria perdido a capacidade de saber que sabia e, mais ainda, de dizê-lo. Quanto à amaurose, aí, nenhuma dúvida. Para que efectivamente o caso fosse esse, o paciente teria de ver tudo negro, ressalvando-se, já se sabe, o uso de tal verbo, ver, quando de trevas absolutas se tratava. O cego afirmara categoricamente que via, ressalve-se também o verbo, uma cor branca uniforme, densa, como se se encontrasse mergulhado de olhos abertos num mar de leite. Uma amaurose branca, além de ser etimologicamente uma contradição, seria também uma impossibilidade neurológica, uma vez que o cérebro, que não poderia então perceber as imagens, as formas e as cores da realidade, não poderia da mesma maneira, para dizê-lo assim, cobrir de branco, de um branco contínuo, como uma pintura branca sem tonalidades, as cores, as formas e as imagens que a mesma realidade apresentasse a uma visão normal, por muito problemático que sempre seja falar, com efectiva propriedade, de uma visão normal. Com a consciência claríssima de se encontrar metido num beco onde aparentemente não havia saída, o médico abanou a cabeça com desalento e olhou em redor. A mulher já se tinha retirado, lembrava-se vagamente de que ela se aproximara um momento e lhe dera um beijo no cabelo, Vou-me deitar, devia ter dito, a casa estava agora silenciosa, em cima da mesa os livros espalhados, Que será isto, pensou, e de súbito sentiu medo, como se ele próprio fosse cegar no instante seguinte e já o soubesse. Susteve a respiração e esperou. Nada sucedeu. Sucedeu um minuto depois, quando juntava os livros para os arrumar na estante. Primeiro percebeu que tinha deixado de ver as mãos, depois soube que estava cego.





continua... 15



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José Saramago (1922-2010) foi um importante escritor português. Destacou-se como romancista, teatrólogo, poeta e contista. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, o Prêmio Camões, entre outros.

José Saramago nasceu em Azinhaga de Ribatejo, no concelho de Golegã, distrito de Santarém. Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Filho de camponeses com dois anos de idade mudou-se com a família para Lisboa.

José Saramago estreou na literatura com o romance “Terra do Pecado” (1947). Foi diretor literário de uma editora, jornalista e tradutor. Colaborou com vários jornais e revistas, entre eles, o Diário de Lisboa, A Capital e a Seara Nova, onde exerceu a função de cronista.

Sua trajetória literária passou por várias fases, a primeira, foi marcada pela poesia, com "Os Poemas Possíveis" (1966) e “Provavelmente Alegria” (1970), e pela crônica “Deste Mundo e do Outro” (1971).

A partir do final dos anos 70 dedicou-se ao teatro, escreveu “A Noite” (1979), peça que tem como cenário uma redação de um jornal na noite de 24 para 25 de abril de 1974. A peça recebeu o Prêmio da Associação de Críticos Portugueses.

A ficção de Saramago começou com o romance “Manual de Pintura e Caligrafia” (1976). Publicou dois volumes de contos “Objeto Quase” (1978) e “Poética dos Cinco Sentidos” (1979).

Como romancista o autor se consagrou ao receber o “Prêmio Cidade de Lisboa” com “Levantando do Chão” (1980), que se tornou Best-Seller internacional.

Com as obras, “Memorial do Convento” (1982), “O Ano da Morte de Ricardo Reis” (1984), (Prêmio do Pen Clube Português, o Prêmio da Crítica, o Prêmio Dom Diniz e o Prêmio do Jornal The Independente), “A Jangada de Pedra” (1988) e “História do Cerco de Lisboa” (1989), desenvolveu uma espécie de historicismo fantástico.

José Saramago pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Foi presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores, entre 1985 e 1994.

O escritor publicou um título no campo da literatura infanto-juvenil, “A Maior Flor do Mundo” (2001), livro escrito em parceria com o ilustrador João Caetano, que recebeu o Prêmio Nacional de Ilustração.

José Saramago faleceu em Tias, Espanha, no dia 18 de junho de 2010.


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Leia também:

José Saramago - Ensaio sobre a cegueira... O disco amarelo
José Saramago - Ensaio sobre a cegueira... Ao mover-se
José Saramago - Ensaio sobre a cegueira... O mal da rapariga dos óculos escuros (04)

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Um homem subitamente deixa de ver, vítima de uma cegueira branca, que começa a se espalhar, causando caos na cidade. Mas será que o caos foi causado pela cegueira? Ou o caos já existia, mas só "visto" com a chegada da cegueira?
Neste livro, Saramago aguça fortemente todos os nossos sentidos, implicando "a responsabilidade de ter olhos, quando os outros os perderam".
Um ritmo alucinante de escrita que nos faz parar para pensar se respeitamos os valores mais básicos da sociedade.
É preciso cegarem-se todos, para que enxerguemos a essência de cada um?


Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara


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