Thomas Mann
A Montanha Mágica
Capítulo IV
Temor nascente. Dos dois avôs e do passeio de barca ao crepúsculo
continuando...
Mas havia ainda esse Settembrini, o oposicionista doidivanas e “homo humanus”, como se
definia a si próprio, o homem que o censurara com abundantes palavras enfáticas, porque
qualificara a combinação de estupidez e enfermidade, de contradição e de dilema para o
sentimento humano. Que tal era ele? Era proveitoso ocupar-se com esse homem? Hans Castorp
sabia ainda muito bem o quanto, em diversos daqueles sonhos excessivamente agitados que aqui
em cima lhe enchiam as noites, exasperara-se por causa do sorriso fino e seco do italiano, que se
esboçava sob a bonita curva do bigode; recordava-se de o ter tratado de tocador de realejo e de
haver procurado afastá-lo do lugar, porque lhe parecia demais ali. Mas isso se passara num sonho,
e Hans Castorp acordado era diferente, menos livre de inibições do que quando sonhava. Em
estado de vigília, tudo isso podia ser de outro modo; talvez fizesse bem tentando conformar-se
intimamente com essa maneira de ser, completamente nova para ele, que representava
Settembrini; quem sabia se não eram dignas de ser estudadas sua rebeldia e sua crítica, posto
fossem choramingueiras e gárrulas? O próprio Settembrini chamara-se de pedagogo.
Evidentemente desejava exercer influência, e o jovem Hans Castorp anelava por alguém que o
influenciasse. Naturalmente não era preciso levar a docilidade a ponto de se deixar induzir por
Settembrini a arrumar as malas e a partir antes do tempo, conforme a sugestão que este lhe dera
recentemente com toda a seriedade.
Placet experiri, pensou sorrindo: pois, para isso, sabia bastante latim, ainda que não se
pudesse qualificar de homo humanus. Assim, não perdia Settembrini de vista e escutava com gosto,
embora com atenção crítica, tudo quanto o italiano produzia no decorrer das entrevistas que se
realizavam ocasionalmente, durante os comedidos passeios prescritos pelo regime, até o banco na
encosta da montanha ou até Davos-Platz. Havia também outras oportunidades para fazê-lo,
quando Settembrini, após a refeição, era o primeiro a levantar-se e, com as suas calças xadrez e
com um palito entre os dentes, atravessava indolentemente a sala, a fim de fazer, em completo
desacordo com o regulamento e os costumes, uma visitinha à mesa dos dois primos. Postava-se
então diante deles, numa atitude graciosa, com os pés cruzados, e palestrava gesticulando com o
palito. Ou talvez puxasse uma cadeira, para instalar-se num canto entre Hans Castorp e a
professora, ou então entre o jovem e Miss Robinson, e para observar como os nove comensais
comiam a sobremesa à qual ele mesmo parecia ter renunciado.
– Peço que me admitam nesta roda ilustre – dizia, apertando as mãos dos primos e
abrangendo as demais pessoas numa única reverência. – Esse cervejeiro aí... para nem mencionar
o aspecto desolador da senhora cervejeira... Mas esse Sr. Magnus acaba de fazer uma conferência
etnopsicológica. Querem saber pormenores? “Nossa querida Alemanha é um grande quartel; não
há dúvida. Mas ela encerra muita energia, e eu não trocaria as nossas sólidas virtudes pela cortesia
dos outros. Que me adianta a cortesia, se me enganam pela frente e por trás?” E outras coisinhas
nesse estilo, que simplesmente não aguento mais. Além disso, tenho à minha frente uma pobre
criatura com rosas de cemitério nas faces, uma solteirona da Transilvânia, que não para de falar
de seu “cunhado”, um homem do qual ninguém sabe nada nem quer saber. Numa palavra, não
aguentei mais. Preferi bater em retirada.
– Pois é, em debandada, o senhor se pôs a fugir – disse a Srª. Stöhr. – Posso imaginar.
– Exatamente! – exclamou Settembrini. – Fugi! Estou vendo que aqui sopram outros
ventos. Não há dúvida, cheguei a bom porto. Sim, senhora, em debandada... Ah, se todos
soubessem cunhar frases assim!... Posso informar-me dos progressos da saúde da prezada
senhora?
Era horroroso observar a afetação da Srª. Stöhr. – Ah, meu Deus! – disse ela. – É sempre
a mesma coisa; o senhor sabe muito bem. Damos dois passos para a frente e três para trás. Cada
vez que a gente acaba de cumprir cinco meses da pena, vem o velho acrescentar mais meio ano.
Ai de mim, são verdadeiros suplícios de Tântalo! Vai-se empurrando, empurrando, e quando se
pensa que a pedra está em cima...
– Ah, como a senhora é gentil! Concede a esse coitado do Tântalo uma pequena mudança
de ocupação. Para variar, deixa-o rolar o famoso bloco de mármore. É o que se pode chamar de
genuína bondade da alma... Bem, talvez me possa explicar uma coisa: passam-se histórias
misteriosas em torno da senhora. Já ouvi falar de sósias, de corpos astrais, mas nunca acreditei
nessas coisas. No entanto, o caso da senhora me faz duvidar...
– Parece-me que o senhor quer se divertir à minha custa.
– Nem um pouquinho. Não penso nisso. A senhora me tranqüilize, antes de mais nada,
quanto a certas facetas obscuras da sua existência e logo poderemos pensar em diversões. Ontem
à noite, entre as nove e meia e dez horas, saí ao jardim, para fazer um pouco de exercício. Meus
olhos vagaram ao longo da fachada, e notei que a lampadazinha elétrica na sacada da senhora
luzia através da escuridão. Concluí que a senhora estava observando o repouso, como ordenam o
dever, a razão e o regulamento. “Ali jaz a nossa bela doente”, disse eu de mim para mim,
“obedecendo fielmente às prescrições, para que possa o mais depressa possível voltar aos braços
do Sr. Stöhr.” E, faz poucos minutos, que ouço? Que àquela mesma hora e senhora foi vista no
cinematógrafo – o Sr. Settembrini pronunciava essa palavra à italiana, com o acento na quarta sílaba – no cinematógrafo da colunata do estabelecimento termal, e depois na confeitaria, com vinho doce
e merengues, e dizem...
A Srª. Stöhr retorcia os ombros de tanto rir; afogava risinhos no guardanapo; dava
cotoveladas em Joachim Ziemssen e no taciturno Dr. Blumenkohl; piscava um olho de modo
entre astucioso e petulante, e demonstrava de todas as formas possíveis a mais idiota satisfação
consigo própria. Para esquivar-se do controle, costumava colocar na sacada a lampadazinha acesa.
Então fugia em busca de algumas distrações no bairro inglês. Enquanto isso, seu marido, em
Cannstatt, estava à sua espera. Por outro lado, não era ela a única paciente que tinha esse hábito.
– ... e dizem – continuou Settembrini – que a senhora saboreava esses merengues em
companhia... de quem? Em companhia do Capitão Miklosich, de Bucareste. Há quem afirme que
ele usa espartilho, mas, meu Deus, que importância pode ter isto, no nosso caso? Por amor de
Deus, madame, onde estava a senhora? É acaso capaz de se desdobrar? Sem dúvida, achava-se
dormindo, e enquanto a parte terrestre da sua existência se entregava ao repouso solitário, a parte
espiritual espairecia em companhia do Capitão Miklosich e de outras coisas doces...
– Não se sabe se convém desejar o contrário – acrescentou Settembrini –, quer dizer, que
a senhora tivesse saboreado sozinha aquelas coisas doces e feito o repouso com a assistência do
Capitão Miklosich...
– Hi, hi, hi...
– Conhecem os senhores a história de anteontem? – perguntou o italiano, sem transição. – Alguém foi raptado, levado pelo Diabo, ou mais precisamente pela senhora sua mãe, uma dama
muito enérgica, que me agradou bastante. Trata-se do jovem Schneermann, Anton Schneermann,
que tinha o seu lugar ali na mesa da Srta. Kleefeld. Como os senhores veem, está vazio. Será
preenchido daqui a pouco; não me preocupo com esse problema. Mas Anton desapareceu nas
asas da tempestade, num abrir e fechar de olhos e bem de repente. Achava-se aqui havia um ano
e meio, com as suas dezesseis primaveras, e justamente agora acabavam de impor-lhe mais seis
meses. E que aconteceu então? Não sei quem teria dado certas informações à Srª. Schneermann.
Em todo caso, ela ficou sabendo das relações de seu filhinho com Baco etcceteris. Sem aviso
prévio entra em cena uma matrona, três palmos mais alta do que eu, encanecida e furiosa.
Administra, sem dizer nada, uma porção de bofetadas ao Sr. Anton, segura-o pelo pescoço e
mete-o no trem. “Se ele deve ir a pique”, grita ela, “pode muito bem fazê-lo na planície.” E lá se
vão...
Riram-se todos os que podiam ouvir o Sr. Settembrini, pois contara a história com muita
graça. Manifestou-se que o italiano andava bem informado sobre as últimas notícias, ainda que
considerasse com crítico sarcasmo a vida coletiva dali de cima. Estava a par de tudo. Conhecia os
nomes e grande parte do passado dos recém-chegados. Relatou que ontem Fulano ou Fulana
sofrerá uma ressecção de costelas. Sabia de fonte fidedigna que a partir do outono próximo já
não seriam admitidos doentes que tivessem temperaturas acima de 38,5°. Segundo a sua
afirmação, dera-se à noite passada o seguinte incidente: o cachorrinho da Srª. Kapatsoulias, de
Mitilene, sentara-se sobre o botão do sinal luminoso no criado-mudo da sua dona. Desse fato
haviam resultado muitas correrias e grande tumulto, tanto mais que a Srª. Kapatsoulias não fora
encontrada sozinha, mas sim em companhia do assessor Düstmund, de Friedrichshagen. Nem
sequer o Dr. Blumenkohl pôde deixar de sorrir ao escutar essa história. A bela Marusja esteve a
ponto de se asfixiar com o seu lencinho perfumado de flor de laranjeira, e a Srª. Stöhr soltou uns
gritos estridentes, comprimindo o seio esquerdo com ambas as mãos.
Mas, aos dois primos, Lodovico Settembrini falava bem de si próprio e da sua origem,
quer nos passeios, quer por ocasião das reuniões noturnas ou depois do almoço, quando a
maioria dos pensionistas já saíra da sala e os três cavalheiros permaneciam ainda sentados por
alguns instantes à extremidade da mesa, enquanto as criadas tiravam os pratos e Hans Castorp
fumava o Maria Mancini, cujo sabor, no decorrer da terceira semana, tornara a agradar-lhe um
pouco. Com atenção crítica e frequentemente com estranheza, embora disposto a aceitar a
influência do italiano, escutava o jovem essas palavras que lhe abriam um mundo singular,
completamente novo.
Settembrini falava de seu avô, que fora advogado em Milão, mas antes de tudo grande
patriota, uma mistura de agitador público, orador e publicista. Também ele pertencera à oposição,
tal qual o neto, mas praticara a coisa num estilo mais elevado, mais audacioso. Ao passo que
Lodovico, como ele mesmo observava com amargura, via-se reduzido a escarnecer a vida e a
condição do pessoal do Sanatório Internacional Berghof, a castigá-las com críticas zombeteiras e
protestar contra elas em nome de uma humanidade bela e cheia de atividade, dera o avô muito
que fazer aos governos, conspirando contra a Áustria e a Santa Aliança, que naquela época
haviam oprimido a sua despedaçada pátria, reduzindo-a a uma pesada servidão. Fora ele membro
fervoroso de certas sociedades secretas, difundidas na Itália – um carbonário, como explicou
Settembrini, abaixando de repente a voz, como se ainda fosse perigoso falar dessas coisas. Numa
palavra, segundo os relatos do neto, afigurava-se esse Giuseppe Settembrini aos dois ouvintes
como um indivíduo sombrio, apaixonado, insurgente, um rebelde e um conjurado. Não obstante
o respeito que os primos, por motivos de cortesia, procuravam sentir, não conseguiram apagar
por completo das suas feições uma expressão de antipatia desconfiada e até de repugnância.
Verdade é que se tratava de um caso especial: o que ouviam passara-se numa época remota, fazia
quase cem anos, pertencia à história, e do ensino de história, sobretudo da antiga, era-lhes
teoricamente familiar a mentalidade em questão, o fenômeno do apego desesperado à liberdade e
do ódio inflexível à tirania, se bem que nunca esperassem entrar em contato tão direto com esse
espírito. Além disso houvera, como ficaram sabendo, na natureza revolucionária e conspiradora
desse avô, um grande amor à pátria, que ele desejava ver livre e unida. Com efeito, a sua atividade
sediciosa fora o fruto e a emanação desse sentimento respeitável, e por estranha que parecesse a
cada um dos primos essa mistura de rebeldia e patriotismo – já que estavam acostumados a
identificar o espírito patriótico com um senso de ordem conservador –, tinham de admitir, no seu
íntimo, que, sob as circunstâncias especiais daquela época e daquele país, podia ter havido
identidade entre insurreição e dever cívico, de um lado, e do outro entre comedimento leal e
indiferença preguiçosa, quanto à causa pública.
Mas o avô de Settembrini não fora somente um patriota italiano, senão também um
concidadão e um irmão em armas de todos os povos sedentos de liberdade. Pois, após o malogro
de certa tentativa de golpe de mão e de golpe de Estado, empreendida em Turim, e da qual ele
participara com palavras e ações, escapando só por milagre aos esbirros do Príncipe Metternich,
empregara seus anos de desterro a lutar e derramar seu sangue, ora na Espanha, em prol da
Constituição, ora na Grécia, para a independência do povo helênico. Ali é que viera ao mundo o
pai de Settembrini – talvez fosse por isso que ele chegara a ser um grande humanista e adorador
da Antiguidade clássica. Nascera, aliás, de mãe de sangue alemão, pois Giuseppe casara-se com
uma moça suíça e levara-a consigo em todas as suas andanças ulteriores. Mais tarde, depois de
dez anos de exílio, pudera regressar à sua terra. Exercera em Milão a profissão de advogado, mas
absolutamente não renunciara ao direito de concitar a nação pela palavra falada e escrita, em
versos e em prosa, à liberdade e à instauração da república unida, de esboçar, com um brio
passional e imperioso, programas revolucionários, e de proclamar, num estilo claro, a unificação
dos povos libertados em prol da felicidade universal. Um pormenor mencionado por Settembrini,
o neto, impressionou sobremaneira o jovem Hans Castorp: durante toda a sua vida, o avô
Giuseppe mostrara-se aos seus compatriotas vestido de preto, alegando que usava luto pela Itália,
sua pátria, que definhava na miséria e na escravidão. Ao ouvir isso, Hans Castorp voltou a fazer
uma comparação que já fizera diversas vezes mentalmente: lembrou-se de seu próprio avô, que
também, durante todo o tempo em que o neto o conhecera, sempre usara roupas pretas, mas
com um espírito totalmente diferente do que animara esse outro avô; recordou os trajes fora de
moda, mediante os quais a natureza genuína de Hans Lorenz Castorp, aquela que pertencia a uma
época remota, se adaptara ao presente, a título provisório e com acentuação da antipatia que os
tempos modernos lhe inspiravam, até o dia em que, no seu leito de morte, assumira solenemente
a sua forma verdadeira e própria, com a golilha pregueada do tamanho de um prato. Havia
deveras uma profunda diferença na maneira de ser dos dois avôs. Hans Castorp refletia sobre ela,
enquanto o seu olhar se fixava no vazio, e meneava a cabeça de uma forma cautelosa que tanto
podia significar um sinal de admiração por Giuseppe Settembrini quanto uma manifestação de
surpresa e desgosto. Por outro lado, esforçava-se lealmente para não condenar o que lhe parecia
estranho, procurando não ir além da comparação e do exame dos fatos. Diante dele, na sala,
surgia o rosto comprido do velho Hans Lorenz, que, pensativo, se inclinava sobre a concavidade
redonda, levemente dourada, da pia batismal, a relíquia da família na sua progressão imutável; e a
boca do avô formara as sílabas “bis, tris, tetra”, esses sons surdos e piedosos que evocavam a
lembrança de lugares onde as pessoas avançavam num andar reverente, cadenciado. E ao mesmo
tempo via Hans Castorp como Giuseppe Settembrini, segurando a bandeira tricolor numa das
mãos e brandindo um sabre na outra, erguia, num juramento sagrado, os olhos negros ao céu e se
lançava à frente de um grupo de defensores da liberdade contra a falange do despotismo. Ambas
essas atitudes tinham, sem dúvida, sua beleza e seu valor, pensava Hans Castorp, empenhando-se
em ser justo, tanto mais que, pessoalmente, ou com parte do seu ser, se sentia um pouco parcial.
Pois o avô de Settembrini combatera com o fim de obter direitos políticos, ao passo que a seu
próprio avô ou, pelo menos, aos antepassados dele, haviam pertencido, originariamente, todos os
direitos, e fora a canalha que os arrancara no decorrer de quatro séculos, por meio da violência
e de chavões... Eis que um e outro tinham andado vestidos de preto, o avô do norte e o do sul,
cada qual com o objetivo de interpor uma rigorosa distância entre si mesmo e o malvado
presente. Mas um agira assim por piedade, em homenagem ao passado e à morte, para os quais
pendia a sua natureza; o outro, ao contrário, por rebeldia, a fim de honrar um progresso inimigo
da piedade. “Certamente, isto são dois mundos, dois pontos cardeais”, disse Hans Castorp de si
para si, e enquanto o Sr. Settembrini prosseguia contando, o jovem viu-se, por assim dizer,
colocado entre eles, lançando olhares examinadores ora a um ora a outro. Parecia-lhe então que
uma coisa semelhante já lhe ocorrera antes. Recordou um solitário passeio de barca, ao
crepúsculo, num lago de Holstein, passeio que fizera em fins de verão, alguns anos atrás. Fora
perto das sete horas; o sol já se pusera e a lua quase cheia se elevara a leste, por cima das margens
do lago cobertas de arbustos. E durante dez minutos, enquanto Hans Castorp sulcava, remando,
as águas silenciosas, reinara uma constelação perturbadora, fantástica qual um sonho. A oeste
resplandecera, como em pleno dia, uma luz vítrea, prosaica, decidida; mas bastara voltar a cabeça
para deparar com uma paisagem de luar, igualmente típica, entremeada de brumas úmidas e cheia
de mágico encanto, Esse contraste esquisito durara um quarto de hora, pouco mais ou menos,
antes de se completar o triunfo da noite e da lua. Com um pasmo alegre, os olhos deslumbrados
e confundidos de Hans Castorp haviam passado de uma iluminação e de uma paisagem à outra,
do dia para a noite e da noite para o dia. E nesse instante, ao comparar os dois avôs, não pôde
deixar de se lembrar daquela impressão.
continua pág 101...
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Leia também:
Capítulo II
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Capítulo III
Capítulo IV
Temor nascente. Dos dois avôs e do passeio de barca ao crepúsculo (b)
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A Montanha Mágica (Der Zauberberg, no original alemão) é um romance de Thomas Mann que foi publicado em 1924. É considerado o romance mais importante de seu autor e um clássico da literatura de língua alemã do século XX que foi traduzido para inúmeros idiomas, sendo de domínio público em países como Estados Unidos, Espanha, Brasil, entre outros.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
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