domingo, 6 de abril de 2025

Dostoiévski - O Idiota: Terceira Parte (6a) - Visto o quê, prossigo

O Idiota


Fiódor Dostoiévski

Tradução portuguesa por José Geraldo Vieira

Terceira Parte
6.

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     Visto o quê, prossigo.

 “Não quero mentir; a realidade me colheu com demasiada força em suas garras no decorrer destes seis meses; e algumas vezes me arrebatou a ponto de me obrigar a esquecer a minha sentença de morte. Ou melhor: cheguei a não pensar nela e até a trabalhar. Já que estou falando nisto convém citar as circunstâncias. Quando, há oito meses, adoeci gravemente, cortei todas as minhas amarras com o mundo, e desisti de andar com quantos tinham sido meus camaradas. Como sempre fui um taciturno, os meus companheiros facilmente me esqueceram.
Naturalmente mesmo sem esta decisão minha acabariam me esquecendo. O meu ambiente doméstico, ou para ser mais exato, a minha ‘família’ também predispunha ao solipsismo. Há cinco meses que me apartei de vez, de tudo e de todos, confinando-me em um dos cômodos de casa. Acostumados a me obedecer, dos meus nunca ninguém ousou me aparecer, exceto nas horas marcadas para a arrumação do quarto e para me trazerem as refeições. Minha mãe acatava o meu estado de ânimo e sempre que vinha à minha presença permanecia ali toda trêmula, perto da porta, e não abria a boca. Dava nas crianças para não fazerem barulho, pois isso me incomodava. De fato muitas vezes, ao menor ruído, eu fazia um escarcéu. (A criançada deve estar com saudades de mim!) Acho que atormentei muito o meu ‘fiel e bom’ Kólia, como eu o chamava. Além mesmo dos limites da sua paciência. Mais tarde isso chegou a saturá-lo. Não vejo nisso nada de extraordinário. As criaturas foram feitas para se atormentarem reciprocamente. Percebia que ele não se exasperava com a minha irritabilidade, resolvido de antemão a não ser ríspido com um inválido. Provavelmente encaixou isso na cabeça para imitar a mansidão cristã do príncipe, o que, afinal, acabei achando engraçado. Não passa de um garoto muito novo e ávido do mundo; de maneira que tinha mesmo que imitar tudo. Acabei compreendendo e aceitando que ele tratasse, em uma hora oportuna, de traçar o seu próprio caminho. Gosto muito dele. Não deixei também de implicar com Súrikov, que mora em uma mansarda do meu prédio e que corre levando recados de um para outro, desde manhã até à noite. Tanto andei a lhe querer provar que era um imbecil em Suportar a sua pobreza que se encolheu e desistiu de me encontrar. É uma natureza muito mansa, o mais suave dos seres vivos. (N.B.: dizem que a mansuetude é uma força tremenda. Devo interrogar o príncipe, a tal respeito. Aliás a expressão é dele.) Mas em março, quando me dei ao trabalho de subir aquelas escadas todas para lhe dar os meus pêsames por haver o seu filhinho morrido enregelado, conforme soube, caí na asneira de, lá em cima, querer explicar ao pobre diabo, outra vez, embora inoportunamente, que tudo isso era consequência da sua ‘burrice’. E sorri, lançando uma olhadela para o cadaverzinho. Então os lábios do homem se puseram a tremer e, contendo as lágrimas de antes, pôs uma das mãos no meu ombro e com a outra me apontou a porta, dizendo muito brandamente, com menos do que um sussurro: ‘Saia, senhor!’  
Saí e apreciei aquilo muitíssimo; apreciei logo, instantaneamente, mesmo no momento justo em que ele me apontou para a saída. Durante muito tempo aquelas duas palavras produziram em mim uma impressão dolorosa, quando calhava pensar nelas. A impressão que me causavam era uma espécie de desprezível piedade para com ele, coisa que eu absolutamente não queria sentir. Mesmo na hora aguda do insulto (sei bem que aquilo foi um insulto, embora involuntário), mesmo em tal ocasião não demonstrou ira! Se os seus lábios tremeram não foi isso provocado por acesso de ira, não, juro! Com a mão no meu ombro pronunciou o seu significativo ‘Saia, senhor!’, absolutamente sem ira. O que havia era dignidade; muita mesmo, conquanto inadequada inteiramente ao caso, tanto que, a bem dizer, havia até algo de cômico e grotesco na cena; mas cólera, não; não havia cólera. O máximo que se deve ter dado foi ter ele sentido desprezo por mim. Depois disso, encontrando-me umas duas ou três vezes pela escada, cumprimentou-me tirando o chapéu, coisa que antes não fazia. Antes parava, de chapéu na cabeça, dizia qualquer coisa a esmo; destas duas ou três vezes continuou subindo, resvalando por mim muito confuso. Se me desdenhava, fazia-o à sua maneira: desprezava-me mansamente. Ou quem sabe lá se me tirou o chapéu, cumprimentando apenas o filho de um seu credor, visto em tempos ter pedido dinheiro emprestado à minha mãe, nunca tendo podido, depois, ser perfeitamente estrito em seus pagamentos. Com efeito esta interpretação parece mais viável. Estou certo que se eu tivesse resolvido dar tudo como não se tendo passado, ele em menos de dez minutos me viria pedir perdão: decidi, porém, não modificar meu feitio. Foi mais ou menos nessa época; isto é, quando o filhinho de Súrikov morreu de friagem, em meados de março, que inesperadamente dei em me sentir bem melhor durante uns quinze dias. Passei então a sair, pouco antes do crepúsculo. Eu gostava do mês de março, quando começa o degelo. Andando pelas ruas via acender os bicos de gás. Andava às Vezes horas e horas a fio. Aconteceu, uma noite, na Rua das Seis Quitandas, um indivíduo que parecia um gentil-homem passar adiante de mim. Não lhe distingui a fisionomia, reparei somente que levava não sei o que embrulhado em jornais; vestia uma espécie de sobretudo horroroso, curto demais para o seu tamanho e muito ralo para a estação. Bem no instante em que ele passava por mim rente a um lampião, notei que qualquer coisa caiu do seu bolso. Apressei-me em pegá-la, pois alguém, um homem metido em um cafetã, pulara na minha frente; vendo porém que eu a estava pegando nem fez menção de discutir, contentando-se apenas em arriscar uma olhadela e continuar o seu caminho. Tratava-se de uma carteira velha, de marroquim, recheada (percebi logo) de tudo que fosse possível, menos dinheiro. O homem que a perdera já ia a uns quarenta passos na minha frente e logo se Sumiu na multidão. Pus-me a correr e a chamar por ele; como não podia dizer nome nenhum e apenas gritava ‘êh!, êh!’, ele não se voltou. Súbito, atirou-se à esquerda e desapareceu no portal de uma casa. Quando alcancei a entrada, que era muito escura, não vi ninguém. O prédio era enorme, uma dessas construções monstruosas destinadas a inquilinos de classe baixa, que muitas vezes contém até mais de cem cômodos e que dão uma renda fabulosa. Quando entrei correndo me pareceu ver um homem já na parte mais afastada do pátio. Devido à escuridão não consegui distingui-lo a não ser muito mal. Avancei e chegando ao fundo dei com a entrada para as escadas. Umas escadas estreitas e imundas; não havia luz de espécie alguma. Ouvi passos, ruídos de quem está subindo. Subi também, certo de que enquanto lhe abrissem a porta eu conseguiria alcançá-lo. Os lances da escada eram Curtos, mas os andares eram tantos que nunca mais que eu chegava. E fui ficando sem fôlego. Antes de atingir o quinto andar escutei que uma porta se abriu e logo se fechou, lá em cima. Galguei os lances, cheguei a um corredor, vi uma porta, comecei a tomar respiração e toquei a campainha. Só alguns minutos depois foi a porta aberta por uma mulher que voltou a assoprar o fogo debaixo de um samovar. Escutou-me em silêncio, creio que não entendeu uma Única palavra do que eu disse, e sempre calada me abriu uma porta que dava para uma outra peça; vi-me em um cômodo estreitinho e miserável, mobiliado com o indispensável. Havia uma cama para casal, com cortinados onde jazia estirado um homem; Tieriéntitch, pois este foi o nome com que ela chamou esse homem avisando a minha entrada, resmungou qualquer coisa, com um tom pastoso de bêbado e mostrou uma outra porta oposta à que a mulher tornou a fechar. Em um castiçal de lata uma vela quase gasta iluminava uma garrafa. Tive o expediente de abrir a tal porta, logo me vendo em um outro cômodo.  
Esse cômodo era menor do que o anterior e estava atulhado de coisas, de tal maneira que me vi atrapalhado para andar. Um estreito Leito de solteiro, em um lado, tomava muito espaço. O resto dos móveis consistia de três cadeiras amontoadas com roupa de toda sorte e uma mesa ordinária em frente de um sofazinho forrado com encerado; mas isso desarrumado de tal jeito que não havia lugar para se passar entre a mesa e a cama. Brilhava no centro da mesa uma vela de sebo fincada em um castiçal idêntico ao outro. Na cama chorava um garotinho que, a julgar pelos sons que emitia, não podia ter mais do que três semanas. Estava sendo ‘trocado’ por uma mulher pálida de expressão doentia, ainda moça, de roupão, com ares de se ter acabado de levantar de uma doença. Mas a criança não se sentiu confortada com a fralda limpa e desandou a berrar, querendo decerto a maminha. No sofá dormia uma outra criança, de uns três anos, coberta, penso eu, com o casaco do pai. Junto da mesa estava um homem com um paletó muito coçado (tinha acabado de tirar o sobretudo que jogou sobre a cama). Estava desmanchando um pacote azul que continha duas libras de pão de trigo e duas pequenas salsichas. Reparei ainda em um bule de chá sobre a mesa e em uma pada de pão preto. Uma maleta meio aberta e dois embrulhos de roupas apareciam debaixo da cama.
Aquilo é que era desordem. Mas logo à primeira vista me impressionou serem homem e mulher gente de alguma educação, e que a pobreza reduzira àquela condição degradante a que se chega quando a desordem triunfa de todo esforço para combatê-la e ainda por cima conduz uma pessoa a achar no seu crescimento cotidiano uma espécie de cruel e (como no caso) vingadora satisfação. 
Quando entrei, o homem, que acabara de entrar antes de mim e estava desenrolando as suas provisões, falava com a mulher que, não tendo ainda acabado de arrumar o bebê, desandou a soluçar. As notícias deviam ser más, como de hábito. O homem, que aparentava uns vinte e oito anos, tinha um rosto sombrio e esgotado, bigodes pretos e queixo escanhoado. Deu-me a impressão de ser mais educado e simpático do que a mulher. Tinha um rosto apático, com igual expressão nos olhos, havendo apenas uma sombra de orgulho mal contido. A minha entrada ocasionou uma cena estranha.
Pessoas existem, de cuja irritadiça sensibilidade deriva um extraordinário prazer com que se nutrem, principalmente, quando essa irritabilidade atinge um clímax que prontamente condiz com eles. Em tais momentos positivamente preferem ser insultadas a não o serem. E são sempre, depois, perseguidas por remorso, se têm compreensão, naturalmente, e são capazes de se dar conta de que foram dez vezes mais excitadas do que precisavam ser. Aquele homem me fitou, por algum tempo, com assombro, ao passo que na mulher notei maior espanto, como se houvesse algo de monstruoso em ter alguém entrado ali e estar a vê-los. Investiu logo contra mim, em fúria; não tive tempo nem para articular duas palavras; e embora visse que eu estava decentemente vestido, ele sentiu, acho eu, que era um hediondo insulto aquela minha ousadia de lhe sondar o antro sem cerimônia alguma e em reparar no horripilante ambiente que tanto O envergonhava. Contentava-o, sem dúvida, essa Oportunidade de descarregar sobre qualquer um a sua raiva pelo seu mau fado. No primeiro minuto pensei que me ia atacar. 
Tornou-se branco como uma mulher em histeria, assustando a própria esposa. - Como ousa o senhor ir penetrando assim dessa maneira? Ponha-se lá fora! exclamou, tremendo, pronunciando com dificuldade as palavras. Mas, de repente, viu a sua carteira na minha mão. - Acho que o senhor deixou cair isto na rua - disse-lhe eu tão secamente quanto pude. (De fato era a melhor coisa a fazer.) Pasmou defrontando-me com absoluto terror, e por algum tempo não teve jeito para apanhá-la. Só depois foi que arrebatou a carteira e, boquiaberto, bateu com a mão na testa. - Bom Deus! Onde, como encontrou o senhor isto? Expliquei-lhe em breves palavras, e fazendo até o possível para ser ainda mais seco, como tinha pegado a carteira, corrido atrás dele, chamando-o e como, por fim, por acaso e quase adivinhando o caminho, o acompanhara escadas acima.  
- Ó Céus! - gritou, virando-se para a esposa. - Aqui estão todos os nossos documentos, o último dos meus instrumentos, tudo... Oh, meu caro senhor, compreenderá o que acaba de fazer por mim? Eu ficaria perdido!
Nesse ínterim segurei a maçaneta da porta para me ir sem lhe responder. Mas estava sem fôlego, eu próprio, e a minha atrapalhação provocou tal acesso de tosse que mal me pude suster. Vi o homenzinho correndo de um lado e de outro, para pegar uma cadeira que estivesse sem roupas; finalmente, esvaziando uma da roupa que atirou para o assoalho, a trouxe, ajudando-me a sentar. Creio que levei tossindo uns três minutos, ou mais. Quando sosseguei, dei com ele sentado perto, em uma outra cadeira da qual também tinha arremessado a roupa para o pavimento; e me olhava atentamente.
- O senhor parece estar doente - disse, no tom em que os médicos iniciam a consulta com os seus clientes.
- Sou eu próprio um médico (não disse doutor) - e ao dizer isso algo o fez apontar para o quarto, como protestando contra o seu ambiente.
- Vejo que o senhor...
Fui logo dizendo o mais ligeiro possível, enquanto me levantava: - Estou tuberculoso. 
Ele também se levantou logo. 
- Decerto o senhor está exagerando. Se tomar cuidado de acordo com... - mas ainda estava tão atarantado que não pôde tomar uma atitude condigna, atrapalhado ainda por cima com a carteira na mão esquerda. 
- Oh! Não se incomode - atalhei eu, pegando outra vez na maçaneta da porta - B... n examinou-me a semana passada, e o meu caso já está liquidado. (Não sei por que me servi de novo de B... n.) Com licença... - experimentei de novo abrir a porta, deixando o meu grato doutor muito embaraçado em sua vergonha; mas nisto a tosse me atacou e desta vez pior. Ele então insistiu comigo para sentar e ficar descansando. Virou-se para a mulher que de onde se achava articulou umas palavras de cordial gratidão. E ao falar ficou tão desapontada que uma onda de sangue parecia querer romper a pele macerada das suas faces. Permaneci tão a contragosto naquela confusão que eu estava piorando ainda mais. E então o nosso caro doutor começou a ser tomado de remorsos; percebi logo.  
- Se eu soubesse... - começou ele, desconcertado, mexendo-se sem nunca mais parar - Estou-lhe de tal maneira grato, comportei-me tão mal com o senhor! Mas, como o senhor vê... - mostrava outra vez o cômodo - no presente momento estou em uma tal situação...
- Oh! Nem preciso olhar. O habitual é isso. Vai ver que o senhor perdeu o seu lugar e veio a Petersburgo tratar do caso e tentar arranjar outra coisa...
- Como é que o senhor soube? - indagou admirado.
- Basta um relance para se descobrir isso - disse eu com involuntária ironia. 
- Bandos e bandos de gente acorrem das províncias, cheios de esperança, correndo atrás de coisas. E acabam vivendo assim.
Ele então, sem mais aquela, desandou a falar acaloradamente com os lábios crispados. A sua história era uma longa queixa e devo confessar que me comoveu. Aliás a história de toda essa gente. Como médico de província tivera um emprego público; mas certas intrigas, nas quais a sua própria mulher estivera envolvida, revoltaram o seu brio, acabando por perder a calma. Uma mudança de autoridades locais favorecera os desígnios dos seus inimigos que espezinharam a sua reputação e fizeram representações contra ele. Perdera o lugar, gastara as economias para vir a Petersburgo tratar do caso. Aqui durante muito tempo não houve meios de conseguir uma audiência. E quando conseguiu, lhe responderam com uma negativa. Em seguida, promessas, repreensões severas, a necessidade de escrever folhas e folhas à guisa de explicação. Acabaram indeferindo a petição, ordenando-lhe que encaminhasse uma outra mais resumida. Andara de Herodes para Pilatos, durante cinco meses, até gastar o último vintém. Acabara pondo até a roupa da mulher no penhor. E agora, ainda por cima, um bebê.
- Precisamente hoje recebi a recusa formal à minha petição. Não tenho pão, nem coisa nenhuma. A mulher acabou de se levantar do resguardo. E eu... eu...
Ergueu-se da cadeira, começou a dar voltas. A sua mulher chorava em um canto. O recém nascido goelava ainda mais. Tomei o meu caderno de notas e comecei a escrever. Quando acabei e me ergui, ele também estava de pé, me encarando com uma curiosidade que dava pena.
- Pus aqui o seu nome - fui dizendo - e todo o seu caso; o lugar onde o senhor servia, o nome do governador, o dia e o mês. Tenho um camarada que foi meu antigo companheiro de escola, chamado Bákhmutov cujo tio, PiótrMatviéitch Bákhmutov atualmente é conselheiro de Estado e diretor... 
- Piótr Matviéitch Bákhmutov! - exclamou o nosso homem, tremendo. - Mas tudo depende justamente dele.
Toda essa história a respeito do nosso doutor, cuja solução satisfatória tive a sorte de levar a termo, se ajusta, por qualquer desígnio, ao enredo de uma novela. Avisei a essa pobre gente que não depusesse nenhuma esperança em mim pois que eu não passava de um pobre estudante (propositadamente exagerei a minha pobreza; além do quê, já acabei os meus estudos há muito tempo e não sou mais matriculado). Disse-lhes que nem valia a pena saberem o meu nome, mas que eu iria imediatamente à ilha Vassílievskii à casa do meu colega Bákhmutov. E que, como sabia que o seu tio, o atual conselheiro de Estado, era um advogado sem filhos que adorava de verdade o sobrinho por ser o último representante da família, talvez esse meu camarada possa vir a fazer alguma coisa pelo senhor, através do tio, está claro.
- Ah! Se ao menos permitissem que eu explicasse a Sua Excelência! Se, ao menos, me concedessem a honra de uma explicação pessoal! - exclamou ele, com os olhos esbugalhados, agitando-se como se estivesse com febre. 
Que o ‘apadrinhasse’, foi o que me pediu. Repetindo-lhes que isso na certa mais uma vez ia dar em nada, acrescentei que se, no dia seguinte, eu não voltasse, significaria que tudo tinha dado em nada e que desistissem. Acompanharam-me até a porta com reverências, emocionadíssimos! E jamais esquecerei a expressão de seus rostos. Tomei um carro e imediatamente me dirigi à ilha Vassflievskii. 

O Idiota: Terceira Parte (6a) - Visto o quê, prossigo
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