sábado, 20 de dezembro de 2025

MPB: O que será? (A flor da terra)

Chico Buarque


O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza

Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho

O que será, que será?
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos

Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo

Composição: Chico Buarque


e você achando que a flor da pele e a flor da terra era tudo a mesma música...





O Que Será (A Flor Da Terra) · Chico Buarque · Milton Nascimento

Álbum: Meus Caros Amigos

℗ 1976 Universal Music Ltda.

Lançado em: 01/01/1976

Produtor: Sérgio de Carvalho
Compositor Letrista e Vocalista: Chico Buarque
Vocalista: Milton Nascimento


Meus Caros Amigos (Album Completo)

um disco que nasceu uma coletânea..

O Que Será (A Flor Da Terra)
Mulheres de Atenas (composta em 1976 para a peça Lisa, a mulher libertadora )
Olhos nos Olhos
Você vai me Seguir
Vai Trabalhar Vagabundo
Corrente
A Noiva da Cidade
Passaredo
Basta um Dia
Meu Caro Amigo




Análise Musical "MULHERES DE ATENAS" 
| FELINISTA

Apenas para garantir mais informação aos que pensam que Chico foi machista, saibam que ele fez essa música para uma peça teatral, a qual combatia exatamente o domínio machista: Lisa , a mulher libertadora, vale a pena buscar mais de uma fonte informativa.




Mulheres de Atenas 
(história e análise da canção de Chico Buarque)





Chico Buarque compôs a canção Mulheres de Atenas para a peça de teatro Lisa, a Mulher Libertadora, de Augusto Boal. A peça é uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes.

Lisa, a mulher libertadora AB.PIt.026
SÉRIE: Produção intelectual | AUTORIA: Augusto Boal
DATA: fev de 1976 | ANO: 1976 | LOCAL: Buenos Aires (Argentina)
TIPO DOCUMENTAL: Textual | CARACTERÍSTICAS: Papel
DESCRIÇÃO: Texto sobre mulheres. Contestação às peças de Aristófanes Lisistrata e Assembléia de Mulheres.

NOTAS: O autor dedica a peça aos movimentos de liberação feminina. Música de Chico Buarque de Holanda. Obra nunca montada. Versão em espanhol e em português. Publicação da primeira cena da peça no jornal Pasquim, 1976, ed. 358, p. 6. Ver também letra de música da peça e manuscritos de Boal no textual da série Exílio sob o código AB.EMAt.001.
ASSUNTOS: Teatro, Música brasileira, Mulher, Movimento feminista

Personagens:
Lisa e seu marido Leônidas, General Ateniense
Ester e seu marido Aristóbolo, Velho Médico
Clara e seu marido Extremodoro, Velho Tesoureiro
Mirta e seu marido Sempronio, Pedreiro e Soldado
Teodora e seu marido Pancrácio, Mercador e Soldado
Cora, prostituta sem marido
Escrava, solteira sem marido
Soldado, solteiro sem mulher
Juiz, Velha Autoridade Suprema

A ação transcorre numa fictícia Atenas sem nenhum realismo

Primeiro Ato
(Música. Canta todo o elenco)

I. Casa de Lisa
LISA - Se eu tivesse convidado essas mulheres tão jovens pra um bacanal, as ruas estariam intransitáveis. mas como se trata de um assunto sério, não vem ninguém. (À ESCRAVA) Rápido põe esses copos idiota. Cuidado, não vai quebrar nenhum. (À CLARA). Ainda bem, aí vem Ester, que é minha vizinha.
ESTER (ENTRANDO) - Lisa. Lisa, minha querida. Por que é que você põe essa cara de ódio? Cuidado com as rugas, meu amor.
LISA - Tenho raiva do meu sexo! o s homens dizem que nós somos ruins, astutas, venais, preguiçosas, vagabundas.
ESTER - E têm razão. Por que é que você se ofende?
LISA - Quando são convocadas para uma reunião importante como a de hoje, as meninas preferem ficar na cama.
CLARA - Mas nós, as velhas, bem que viemos todas à reunião que você fez conosco hoje de manhã.
ESTER - Não é fácil tirar uma mulher de sua casa. Estão todas sempre ocupadas com o marido ou brigando com as escravas, ou cuidando dos filhos... essas são coisas importantes...
LISA - Mais importante que tudo é o que temos que conversar agora.
...

é vero, antes de sair analisando na superfície é bão dá uma pesquisada...

Que as Crianças Cantem Livres / O que será? (flor da pele)O que será? (A flor da terra) /

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