No se puede hacer la revolucion sin las mujeres
Livro Um
baitasar
Memórias
certa vez, depois do sequestro do touro reprodutor, um grupo miliciano – soldadescos pagos para extorquir, torturar e amedrontar os povoados de la Montaña – subiu em perseguição a Qualquer Um, aprisionou um mestiço, cansados de bater e espremer em vão, cortaram as duas mãos do campesino, como um recado aos escondidos de la Montaña: La vida sólo es murte cuando no si tiene el permiso del señor Cuerpo-Santo para vivir!
Uma trupe de assassinos!
¡Hijos-de-puta! ¡Assalariados de la muerte!
foram dias de muita frustração para Qualquer Um, foi feito homem-soldado que não tinha o paladar para a matança, não contava com um exército de homens com o cheiro insuportável e moribundo da morte
não havia tempo para treinar soldados, na verdade, não sabia ensinar a matar e tinha tanto medo da morte que não queria embaraçar aqueles homens e mulheres, campesinos ingenuos acostumbrados a los pozos de maíz
ensinar a matar significa carregar o peso de tirar vidas inocentes e o sabor amargo da morte de cada vida perdida, resistia pendurar na sua consciência o gosto de matar en esos hombres y mujeres de maíz
não tinha o paladar revolucionário que incendiasse a si próprio, a motivação do confisco temporário do touro foi apenas cobrir las vaquitas, a ideia de tirar vidas, mesmo em legítima defesa, causava um arrepio gélido que percorria sua alma, como se estivesse congelando o próprio coração, aquela perspectiva, a de se tornar um instrumento da morte, fazia-o tremer de angústia e arrependimento, como se estivesse prestes a trair os princípios mais profundos de sua humanidade
Blanca, já me basta o sangue da minha farda em minhas mãos, Entonces esta lucha ya está perdida, Desde muito antes, a matança começou desde o tempo do primeiro conquistador-invasor, ¿Y qué nos queda?, Lutar, No te entiendo, Minha querida... lutar e sobreviver é a obrigação de qualquer soldado, mas matar tudo e todos nos faz perder a ternura, perder o sentido da luta nos faz igual a assassinos!
e assim, com o coração angustiado, precisava seguir seu caminho naquele rebanho, dividido, se todos temos um destino, qualquer um estava resistindo ao seu, um destino de muerte y traición
sabia que la muerte viria chamá-lo como dever de ofício do soldado, o código de honra da morte em razão de alguma coisa, alguma ordem, algum descuido, alguma traição, sobreviver é sua obrigação e seu ato de covardia
depois da selvageria das mãos decepadas um período de calmaria anunciava a tempestade de destruição que se aproximava, no ar um pressentimento sombrio, um eco da brutalidade
os milicianos de Cuerpo-Santo, dono dos milhos, bananas y campesinos de la Montaña, aliviaram os patrulhamentos de cavalos entre os milhos, na vila e nas estradas, a vida quase voltava às normalidades do acordar-comer-trabalhar-dormir, los perros y las gallinas retornavam aliviadas ao seu cotidiano de resmungos e alaridos, os ovos retornaram a aparecer nos ninhos, as poedeiras estava acalmadas e empolgadas com sua tarefa
los niños brincavam de mocinho e bandido
as fantasias se misturavam de acordo com os amigos do dia, pistolas feitas de gravetos atiravam balas de chumbo saídas das gargantas, pá-pa-pa-pápápá
o mocinho empunhava sua espada de pau para as escaramuças
as meninas estavam autorizadas a se reunirem com os meninos nas tréguas para comerem bananas
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Memórias - 05: ervas e flores do campo
Memórias - 06: el regazo de Blanca
Memórias - 07: lleno de deseo
Memórias - 08: mi ojos fingidos de dormidos
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Memórias - 09: ¡vaya hombre, no me dejes!
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Memórias - 16: o leite espumante
Memórias - 17: Cuando llueve, diluvia...
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Memórias - 19: ¿Emparejar con quien?
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Memórias - 27: soy una anciana
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Memórias - 30: Uma trupe de assassinos!
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