A Montanha Mágica
Capítulo V
continuando...
Hans Castorp sorriu diante dessa generalização do Sr. Settembrini. A seguir tornou a
contemplar, da sua posição de repouso, aquele mundo distante, a esfera familiar à qual fora
arrebatado. Recordava, esforçava-se por formar uma opinião imparcial, e a isso a distância
animava-o e o tornava capaz. Por fim respondeu:
– Ou se é rico, ou não se é. Tanto pior para os que não o são. Eu? Não sou milionário,
mas o que possuo está garantido. Sou independente e tenho de que viver. Mas deixemos de falar
de mim. Se o senhor tivesse dito: “É preciso ser rico, lá embaixo”, eu estaria de acordo. Pois
quando alguém não é rico ou deixa de sê-lo... ai dele! “Aquele sujeito? Será que ainda tem
dinheiro?”, perguntam então, textualmente e com essa mesma cara. Ouvi essas palavras umas
quantas vezes, e vejo que se gravaram na minha memória. Agora vejo que as estranhei, embora
me fossem familiares, pois do contrário não as recordaria. Que acha o senhor? Não, não creio
que, por exemplo, o senhor, um homo humanus, se sentisse bem entre nós. Até eu, que, afinal de
contas, me criei ali, fiquei às vezes chocado, como percebo agora, apesar de pessoalmente não ter
sofrido com isso. Quem não faz servir nos seus banquetes os mais seletos e os mais caros vinhos
não vê a sua casa frequentada e não consegue casar suas filhas. Aquele pessoal é assim. Deitado
aqui como estou, e observando as coisas de certa distância, fico mesmo chocado. Que palavras
usou o senhor? Fleumáticos e...? Enérgicos. Sim, senhor, mas que significa isso? Isso significa
duro, frio. E que significa duro e frio? Significa cruel. A atmosfera, lá embaixo, é cruel, é
inexorável. Quando alguém está deitado como eu, e olha as coisas de longe, sente-se horrorizado.
Settembrini ouviu-o, meneando a cabeça. Continuou assim, até que Hans Castorp
chegasse a um término provisório da sua crítica e cessasse de falar. Depois disse com um suspiro:
– Não quero disfarçar as formas particulares que a crueldade natural da vida assume no
seio da sociedade do seu país. Seja como for, a acusação de crueldade é uma acusação bastante
sentimental. Lá embaixo, o senhor dificilmente a teria empregado, por receio de parecer ridículo
perante si mesmo. Com toda a razão abandonou o seu uso aos covardes da vida. Que o senhor se
sirva dela agora revela esta desambientação que eu não gostaria de ver intensificar-se, pois quem
se habitua ao emprego de tais qualificativos pode facilmente acabar ficando perdido para a vida e
para a forma de existência que lhe é inata. Sabe o senhor, meu caro engenheiro, o que quer dizer
“estar perdido para a vida”? Eu, sim, sei. Vejo isso todos os dias aqui. Ao cabo de seis meses, o
mais tardar, o jovem que chega aqui (e são quase sempre jovens os que chegam) já não tem outra
coisa na cabeça que não o flerte e a temperatura. E depois de um ano, quando muito, nunca mais
será capaz de pensar em outra coisa e julgará “cruel”, ou melhor, defeituoso e ignorante qualquer
outro pensamento. O senhor gosta de histórias. Eu poderia contar-lhe algumas. Poderia falar-lhe
de certo filho e marido que passou onze meses aqui, e a quem conheci. Era um pouco mais velho
que o senhor, acho eu, talvez até bastante mais velho. Como ele melhorasse aqui, deram-lhe alta,
a título de experiência, e o homem voltou aos braços dos seus. Não eram tios; eram a mãe e a
esposa. Durante todo santo dia ficava deitado com o termômetro na boca, e não sabia falar de
outra coisa. “Vocês não compreendem isso”, dizia. “É preciso ter vivido lá em cima para saber
como as coisas devem ser. Aqui embaixo não existem os conceitos básicos.” Essas queixas só
terminaram quando a mãe decidiu o caso. “Volte lá para cima”, disse ela. “Você não presta para
mais nada.” E ele voltou mesmo, regressou à “sua terra”. Pois o senhor deve saber que chamam
isso aqui de “nossa terra”, os que viveram algum tempo aqui. O homem alienara-se
completamente da esposa. Ela não tinha os “conceitos básicos” e preferiu renunciar. Entendeu
que ele encontraria na “sua terra” uma companheira com os mesmos “conceitos básicos” e lá
ficaria.
Hans Castorp escutara distraidamente. Tinha ainda o olhar cravado na lâmpada cintilante
no quarto branco, como em busca da distância. Riu-se um tanto atrasado e disse:
– Ele falou da “sua terra”? Realmente, isso é mesmo um pouco sentimental, como o
senhor o qualificou. Pois é, o senhor conhece inúmeras historietas. Eu continuava pensando
naquilo que dizíamos, pouco atrás, sobre a dureza e a crueldade. São coisas que, nesses últimos
dias, me passaram pela cabeça diversas vezes. Veja, a gente precisa ter uma pele bastante grossa
para concordar completamente com a mentalidade do pessoal lá de baixo, na planície, e com
perguntas como “Será que ele ainda tem dinheiro?” e com a cara que as acompanha. Quanto a
mim, nunca deixei de achar isso pouco natural, embora não seja, propriamente, um homo humanus.
Percebo agora que sempre impliquei com esse comportamento. Talvez haja uma relação entre
essa minha atitude e a minha tendência inconsciente para a doença. Eu mesmo ouvi como o
Behrens percutiu os lugares antigos, e agora afirma ele ter encontrado um pequeno foco recente.
Essa descoberta surpreendeu-me um pouco, não há como negá-lo, e todavia não posso dizer que
me espantei muito. Nunca me senti firme como um rochedo, e como meus pais morreram tão
cedo... Sou órfão de pai e mãe, desde criança, sabe?
A cabeça, os ombros e as mãos do Sr. Settembrini esboçaram um gesto contínuo, que, de
uma forma jovial e polida, devia representar a pergunta: “Pois então? E daí?”
– O senhor é escritor – prosseguiu Hans Castorp –, é literato. Deve, portanto, ter
experiência disso e compreender que, sob essas circunstâncias, não se pode ter um espírito muito
bruto e achar perfeitamente natural a crueldade da gente – das pessoas comuns, sabe?, que
passeiam e riem e ganham dinheiro e enchem a pança... Não sei se me expressei...
Settembrini fez uma reverência.
– O senhor quer dizer – explanou – que o contato prematuro e repetido com a morte
produz uma disposição fundamental da alma que nos torna sensíveis e melindrosos no que se
refere às durezas e às crueldades da indiferente vida coletiva, ou, digamos, ao seu cinismo.
– Exatamente! – gritou Hans Castorp com sincero entusiasmo. – Uma formulação
admirável! O senhor pôs os pontos nos ii, Sr. Settembrini. “Com a morte...” Eu sabia que o
senhor, como literato...
Settembrini estendeu o braço, inclinando a cabeça para um lado e fechando os olhos,
num gesto belo e suave, destinado a interromper o jovem e a pedir-lhe mais uns instantes de
atenção. Manteve-se durante vários segundos assim, mesmo depois de Hans Castorp já se ter
calado. Este aguardava com certo acanhamento o que aconteceria. Finalmente reabriu os olhos
negros, os olhos de tocador de realejo, e disse:
–
Permita-me. Permita-me, engenheiro, que lhe diga e inculque que a única maneira
sadia e nobre, aliás, também, como acrescento expressamente, a única maneira religiosa de
encarar a morte é compreendê-la e senti-la como uma parte, como um complemento, como uma
condição inviolável da vida, ao invés de – o que seria o contrário de sadio, nobre, sensato e
religioso -separá-la espiritualmente da vida, de pô-la em oposição a ela e de usá-la como
argumento contra ela. Os antigos adornavam os seus sarcófagos de símbolos da vida e da
procriação, e até de símbolos obscenos. Para religiosidade antiga frequentemente coincidiam o
sagrado e o obsceno. Esses homens sabiam honrar a morte. A morte é venerável como berço da
vida, como regaço da renovação. Mas, separada da vida, torna-se um fantasma, um bicho-papão,
e coisa pior ainda. Pois a morte como potência espiritual independente é sumamente devassa, seu
atrativo perverso é, sem dúvida, muito forte, e seria, também sem a mínima dúvida, a mais
horrorosa aberração do espírito humano querer simpatizar com ela.
Nesse ponto calou-se o Sr. Settembrini. Parou ao chegar a essa generalização e terminou
num tom decidido. Levava o assunto a sério, e não falara só para manter a conversação. Evitara
dar ao interlocutor uma oportunidade para apanhar o fio e replicar, e, baixando a voz ao fim das
suas afirmações, fizera um ponto final. Permanecia sentado, a boca fechada, as mãos postas no
colo, mantendo cruzadas as pernas revestidas com a calça de tecido xadrez, e limitando-se a fazer
bambolear o pé de cima, que fitava com um olhar severo.
Diante disso, Hans Castorp ficou calado também. Recostando-se no travesseiro de
plumas, voltou a cabeça para a parede e tamborilou levemente as pontas dos dedos sobre o
acolchoado. Era como se tivesse recebido uma lição, como se o houvessem chamado à ordem e
mesmo repreendido. No seu silêncio havia qualquer coisa de obstinação pueril. A interrupção da
conversa estendeu-se por bastante tempo.
Finalmente, o Sr. Settembrini reergueu a cabeça e disse com um sorriso:
– O senhor se lembra, engenheiro, de que já tivemos uma discussão semelhante, ou até a
mesma? Naquela ocasião – acho que foi durante um passeio – falávamos sobre a doença e a
estupidez, cuja combinação o senhor considerava paradoxal, e isso devido ao respeito que
devotava à doença. Eu qualifiquei esse respeito de desatino sinistro, com o qual se desonra o
pensamento humano, e para grande prazer meu, o senhor não me pareceria totalmente avesso a
levar em conta as minhas objeções. Tratamos também da neutralidade e da incerteza intelectual
da mocidade, da sua liberdade de escolha, da sua tendência para fazer experiências com todo tipo
de pontos de vista, e constatamos que não era nem lícito nem necessário considerar tais
experiências opções definitivas, válidas para o resto da vida. Quer o senhor... – e o Sr.
Settembrini, com um sorriso, inclinou-se para a frente, na cadeira, com os pés juntos no chão e
com as mãos comprimidas entre os joelhos, avançando levemente a cabeça, numa posição
oblíqua... – quer o senhor permitir-me também no futuro... – prosseguiu, e na sua voz vibrava
uma ligeira emoção – que o auxilie um pouco nas suas tentativas e experiências e que exerça uma
função de corretivo, quando porventura houver o perigo de determinações funestas?
– Mas como não, Sr. Settembrini! – respondeu Hans Castorp, apressando-se a abandonar
a sua atitude tímida e um tanto recalcitrante. Cessou de tamborilar sobre o acolchoado e dirigiu
se ao visitante com amabilidade um tanto perplexa: – Acho sumamente gentil da sua parte...
Pergunto-me, de fato, se eu... Quer dizer, se no meu caso...
– Sine pecunia, sabe? – citou o Sr. Settembrini, levantando-se. – Não quero ser menos
generoso do que os outros. – Riram-se ambos. Ouviu-se abrir a porta de fora, e um momento
após girou a maçaneta da porta interior. Era Joachim que voltava da reunião da noite. Ao ver o
italiano, corou, como acontecera a Hans Castorp pouco antes, e a pele tostada do seu rosto
adquiriu um matiz mais escuro.
– Ah, tem visita – disse. – Que bom para você! Fiquei retido lá embaixo. Obrigaram-me a
jogar uma partida de bridge. É o que chamam de bridge, oficialmente – acrescentou, dando de
ombros. – Em realidade era outra coisa. Ganhei cinco marcos...
– Tomara que você não pegue esse vício! – disse Hans Castorp. – Hum, hum... O Sr.
Settembrini fez-me passar o tempo agradavelmente, enquanto eu esperava pela sua volta.
“Agradavelmente” é aliás uma expressão pouco própria que, a rigor, se pode aplicar ao seu falso
bridge. Não, o Sr. Settembrini ocupou-me o tempo de um modo muito mais elevado... Uma
criatura decente deveria fazer todos os esforços para sair daqui o mais depressa possível, mesmo
porque vocês já começaram a entregar-se à jogatina... Mas, a fim de ter oportunidade de ouvir o
Sr. Settembrini com mais frequência, e para deixar-me ajudar pela sua conversa, quase desejaria
ter febre por um tempo indefinido e ficar preso aqui... Qualquer dia acabarão por dar-me uma
irmã muda, para que eu não possa enganá-los.
– Eu repito, engenheiro, que o senhor é um pândego – disse o italiano. Despediu-se do
modo mais cortês. Ficando a sós com o primo, Hans Castorp deu um suspiro.
– Que mestre-escola! –- exclamou... – Um mestre-escola humanista, não há como negar.
A cada instante me corrige, ora por meio de historietas, ora de forma abstrata. E a conversa com
ele leva a tantos assuntos diferentes! Eu nunca teria pensado que se pudesse falar sobre eles ou
mesmo compreendê-los. E se o tivesse encontrado lá embaixo, na planície, tenho certeza de que
não os compreenderia – acrescentou.
Àquela hora, Joachim costumava permanecer algum tempo em companhia do primo.
Sacrificava para isso dois ou três quartos de hora do seu repouso noturno. Às vezes jogavam
xadrez na mesinha de Hans Castorp; Joachim trouxera um jogo e um tabuleiro. Depois, ia buscar
seus apetrechos e, com o termômetro na boca, instalava-se na sacada, enquanto também Hans
Castorp tomava a temperatura pela última vez, ao acompanhamento de música ligeira, cujos sons
subiam de longe ou de perto através do vale perdido na noite. Às dez horas terminava o repouso.
Ouvia-se Joachim; ouvia-se também o casal da mesa dos “russos ordinários”... E Hans Castorp
deitava-se de lado, à espera do sono.
A noite representava a metade mais difícil da jornada, pois Hans Castorp despertava
freqüentemente e não raras vezes permanecia acordado durante longas horas, fosse porque o
calor anormal de seu sangue o impedia de dormir, fosse porque sua disposição e sua capacidade
para o adormecimento eram diminuídas devido à sua existência constantemente horizontal. Em
compensação, as horas de sono vinham animadas por sonhos variados e cheios de vida, sonhos
nos quais podia continuar devaneando depois de desperto. Se o dia se tornava breve pela múltipla
subdivisão, à noite era a monotonia amorfa do progresso das horas o que produzia o mesmo
efeito. Quando chegava a manhã, constituía uma distração observar como o quarto pouco a
pouco se tornava cinzento e se revelava, como os objetos se salientavam e depunham o véu que
os envolvera, e como a luz lá fora se acendia com um esplendor ora alegre ora avermelhado e
turvo. E assim, inopinadamente, vinha outra vez o momento em que o massagista, batendo à
porta com seu enérgico punho, anunciava o reinicio do programa do dia.
Hans Castorp não levara um calendário na viagem, e por isso nem sempre tinha noção
exata das respectivas datas. De tempos em tempos pedia ao primo informações a esse respeito,
mas Joachim tampouco andava bem orientado nesse sentido. Os domingos, principalmente o do
concerto bimensal, o segundo que Hans Castorp passava ali em cima, constituíam, todavia,
pontos de referência. Uma coisa era certa: que nesse ínterim o mês de setembro avançara
consideravelmente e estava próximo do meio. Desde que Hans Castorp se achava na cama, o
tempo frio e nublado dera lugar, lá fora no vale, a uns belos dias de fim de verão, inúmeros dias
desses, uma série inteira, de modo que Joachim entrava todas as manhãs de calças brancas no
quarto do primo, que não podia reprimir uma sensação de sincera contrariedade, uma
contrariedade de sua alma e de seus jovens músculos, diante do fato de se ver impedido de
desfrutar um tempo maravilhoso assim. A meia voz dizia até que era uma vergonha deixá-lo
inaproveitado. Mas, para acalmar-se, raciocinava então que, mesmo que se levantasse, não
poderia passar esse tempo de modo mais prazenteiro, visto a experiência lhe proibir excesso de
movimento. E a ampla e escancarada porta da sacada oferecia-lhe, pelo menos, um sabor do
brilho quente do ar livre.
No entanto, ao final do prazo que lhe fora imposto, o tempo mudou novamente. Do dia
para a noite tornou-se brumoso e frio. O vale desapareceu numa nevada úmida, e o hálito seco da
calefação a vapor encheu o quarto. Assim estava o dia em que Hans Castorp, à visita matinal dos
médicos, lembrou o conselheiro áulico de que fazia três semanas desde que se acamara, e pediu
licença para levantar-se.
– Puxa! Já terminou? – disse Behrens. – Deixe ver! Realmente é exato. Meu Deus, como a
gente envelhece! Bem, durante todo esse tempo o senhor não fez grandes progressos. Como?
Ontem esteve normal? Sim, com exceção da temperatura das seis da tarde. Pois então, Castorp,
não quero ser cruel. Vou devolvê-lo à sociedade humana. Levante-se e passeie, meu amigo.
Dentro dos limites indicados, naturalmente! Dentro em breve faremos um retrato do seu interior.
Tome nota! – acrescentou ao sair, dirigindo-se ao Dr. Krokowski, enquanto com o polegar
enorme apontava por cima do ombro para Hans Castorp e fitava o assistente pálido, com os
olhos azuis, injetados e lacrimosos... E Hans Castorp abandonou o “estábulo”.
Com a gola do sobretudo levantada e com galochas nos pés, voltou a acompanhar o
primo até o banco ao lado do curso de água, e no regresso, não sem ventilar o problema de saber
por quanto tempo o Dr. Behrens o teria deixado na cama, se ele mesmo não o tivesse avisado do
fim do prazo. E Joachim, com olhar melancólico, abriu a boca como para proferir um lamento
desesperado, e fez no ar um gesto indefinido.
continua pág 132...
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Leia também:
Capítulo II
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Da pia batismal e dos dois aspectos do avô
Capítulo III
Capítulo IV
Sopa eterna e clareza repentina (c)
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A Montanha Mágica (Der Zauberberg, no original alemão) é um romance de Thomas Mann que foi publicado em 1924. É considerado o romance mais importante de seu autor e um clássico da literatura de língua alemã do século XX que foi traduzido para inúmeros idiomas, sendo de domínio público em países como Estados Unidos, Espanha, Brasil, entre outros.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
Thomas Mann começou a escrever o romance em 1912, após uma visita à sua esposa no Wald Sanatorium em Davos, onde ela foi hospitalizada. Ele inicialmente o concebeu como um romance curto, mas o projeto cresceu ao longo do tempo para se tornar um trabalho muito maior. A obra narra a permanência de seu personagem principal, o jovem Hans Castorp, em um sanatório nos Alpes suíços, onde inicialmente vinha apenas como visitante. A obra tem sido descrita como um romance filosófico, pois, embora se enquadre no molde genérico do Bildungsroman ou romance de aprendizagem, introduz reflexões sobre os mais variados temas, tanto pelo narrador quanto pelos personagens (especialmente Nafta e Settembrini, aqueles encarregados da educação do protagonista). Entre esses temas, o do "tempo" ocupa um lugar preponderante, a ponto de o próprio autor o descrever como um "romance do tempo" (Zeitroman), mas muitas páginas também são dedicadas a discutir a doença, a morte, a estética ou a política.
O romance tem sido visto como um vasto afresco do modo de vida decadente da burguesia europeia nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial.
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